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DIREITO CIVIL X

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SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
Não decorre só do testamento, pode se materializar por um testamento ou codicilo (pequeno escrito com disposição de última vontade – só serve para disposições de pequena monta).
Formas:
- Ordinários = público, privado, ou cerrado;
- Especiais = marítimo, aeronáutico, e militar;
- Codicilo;
Se houver a desobediência a legítima, haverá a redução testamentária, para garantir os herdeiros.
Quem pode testar? Art. 1.857 CC.
- Qualquer pessoa capaz (capacidade civil – art. 3º e 4º CC).
- Ato solene = deve seguir as formalidades do CC;
- Ato gratuito; 
- Revogável = porém, o reconhecimento de filho feito em testamento é irrevogável. 
- Só produz efeitos após o falecimento;
- Prazo para impugnar a validade do testamento se extingue em 5 anos, a contar do registro (registro que se faz após a abertura do testamento – depois do falecimento);
Capacidade de testar
Analfabeto;
Falido;
Cego, ou surdo, ou mudo;
Pródigo;
Maiores de 16 anos (sem assistência);
Índio;
Das formas ordinárias de testamento
Testamento público
Art. 1.864 a 1.867 CC.
Testamento cerrado
Art. 1.868 a 1.875 CC.
Testamento particular
Art. 1.876 a 1.880 CC.
Codicilo
Art. 1.881 a 1.885 CC.
Pequeno escrito;
Não há formalidades;
Não há testemunhas;
Não pode dispor de coisas volumosas.
Testamentos especiais
Testamento marítimo e aeronáutico
Art. 1.888 a 1.892 CC.
Testamento militar
Art. 1.893 a 1.896 CC.
Disposições Testamentárias
Art. 1.987 a 1.911 CC.
Legados
Art. 1.911 e ss CC.
Bem individualizado (coisa certa e determinada) da herança.
Pode ser instituído tanto por testamento, quanto por codicilo.
Pessoa jurídica pode ser legatária.
Objeto: devem ser coisas possíveis e lícitas (Art. 104).
Podem ser: 
- bens corpóreos (móveis, imóveis, etc.); 
- incorpóreos (ações, direitos, direitos autorais, etc.); 
- alimentos (pensão alimentícia); 
- créditos e dívidas;
A imprecisão do termo (legatário) não invalida o legado, o que importa é sua essência. Ex. chamar de herdeiro.
Se for encarregado de cumprir o legado: legatário onerado ou gravado.
Se for herdeiro e legatário: Prelegado ou legado precípuo.
Se houver vários legatários: colegatários.
Dever de entregar o legado a outra pessoa: sub-legatário.
Art. 1.912 CC = LEGADO DE COISA ALHEIA; ineficaz quando a coisa não pertença mais ao testador no momento da sua morte.
Art. 1.913 CC = LEGADO DE COISA DO LEGATÁRIO;
Art. 1.915 CC = LEGADO DE COISA QUE SE DETERMINE POR ESPÉCIE; coisas fungíveis (Ex.: sacas de soja; cavalo).
Art. 1.916 CC = LEGADO DE COISA SINGULARIZADA; o testador deixou 20 mil reais. Após a morte, só tem 5 mil reais. 
Legatário só tem direito de exigir 5 mil. Pois se o testador se desfez de 15 mil, presume-se que houve a revogação tácita.
Art. 1.917 CC = LEGADO DE COISA LOCALIZADA; Ex.: legado de bens (joias) que estão no cofre do banco x. Se o testador removeu as joias para o cofre da sua casa, definitivamente, o legatário não pode exigir.
Art. 1.918 CC = LEGADO DE CRÉDITO E DE QUITAÇÃO DE DÍVIDA; 
- cessão de crédito (ex.: honorários sucumbenciais da ação tal);
- quitação de dívida (ex.: perdão da dívida);
Art. 1.919 CC = não há compensação automática;
Art. 1.920 CC = LEGADO DE ALIMENTOS; não pressupõe o vinculo de parentesco; somente sustento de alguém; o testador deve fixar os alimentos, porém se não fixar, o juiz fixará (conforme requisitos direito família). Se o testador não dispõe de prazo, entende-se por ser vitalício.
Art. 1.921 CC = LEGADO DE USUFRUTO; se não fixar prazo, é vitalício (a vida do usufrutuário).
Art. 1.922 CC = LEGADO DE IMÓVEL; se adquirir novos imóveis não acrescenta ao legado. Porem se houver benfeitorias, estas serão incorporadas ao legado.
-- Efeitos:
Art. 1.923 CC = se a coisa for certa, o legatário já é proprietário, salvo se houver condição.
§1º = legatário detém a propriedade, porém não a posse;
§2º = se o legado fosse um apartamento que está locado, o espolio só repassa após a partilha. Porem o legatário tem o direito de receber os alugueis desde a morte do testador.
Art. 1.926 CC = o recebimento da pensão é desde a morte do testador. Legado é entregue antes da partilha, pois é de renda, e não de bem.
Art. 1.927 CC = quando se trata de rendas vitalícias ou prestações periódicas, desde já o legatário pode receber.
Art. 1.932 CC = LEGADO ALTERNATIVO; o testador deixa duas opções ao legatário. Presume-se que os herdeiros decidem.
Art. 1.934 CC = cumprimento para responsabilizar 
Art. 1.935: ação de regresso aos coerdeiros;
Art. 1.936 CC = próprio legatário deve pagar as despesas do legado;
Art. 1.937 CC = todos os encargos que acompanham o bem são transferidos ao legatário. Obrigações propter rem.
Art. 1.938 CC = mesmas disposições da doação;
-- Caducidade:
Art. 1.939 CC:
Inciso I: modificação;
Inciso II: alienação;
Inciso III: perecimento sem culpa;
Inciso IV: excluídos da sucessão;
Inciso V: falecimento antes do testador;
Obs.: Legado não se transmite. Não há direito de representação. Se o legatário morre antes do testador não há como se exigir.
COLAÇÃO
Ato pelo qual o herdeiro vem até o inventário e diz ao juiz o que recebeu antes da abertura da sucessão do de cujus.
Colacionar é conferir os bens e valores recebidos antes da abertura da sucessão de forma a garantir a igualdade da legítima. É a vontade presumida de que o de cujus desejava estabelecer a igualdade entre os filhos, presumindo possuir igual afeto a todos os descendentes ou herdeiros necessários.
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.
Sempre se presume que a doação sai da parte legitima (Art. 544 CC).
Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.
Finalidade da colação.
Não pode alegar que não colacionou porque já se desfez do bem.
Parágrafo único. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade.
Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.
Divergência art. 639 CPC.
§ 1o Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.
E não ao tempo da abertura da sucessão (como diz o CPC).
§ 2o Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.
Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.
Não precisa colacionar quando o documento que doa o bem expressamente diz que não se trata de adiantamento de legítima, e sim da parte disponível.
Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário.
 
Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no próprio títulode liberalidade.
Art. 2.007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade.
Deve devolver em dinheiro para os outros herdeiros necessários.
§ 1o O excesso será apurado com base no valor que os bens doados tinham, no momento da liberalidade.
§ 2o A redução da liberalidade far-se-á pela restituição ao monte do excesso assim apurado; a restituição será em espécie, ou, se não mais existir o bem em poder do donatário, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão, observadas, no que forem aplicáveis, as regras deste Código sobre a redução das disposições testamentárias.
Deve devolver o bem em espécie; se não tiver mais o bem, em dinheiro.
§ 3o Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo antecedente, a parte da doação feita a herdeiros necessários que exceder a legítima e mais a quota disponível.
§ 4o Sendo várias as doações a herdeiros necessários, feitas em diferentes datas, serão elas reduzidas a partir da última, até a eliminação do excesso.
Reduz de traz pra frente (última doação, penúltima doação, ...).
EXEMPLOS:
José, pai de 2 filhos, doa a sua casa (único bem) ao seu sobrinho. Deverá ocorrer a redução da doação: 50% para preservar a legítima, sendo que 50% ficará para o sobrinho. O sobrinho não precisa colacionar, porém se ele já vendeu a casa deve colacionar 50% de seu valor.
José é dono de 2 casas de igual valor e doou uma delas a seu filho João. Antônio, seu outro filho, nada recebeu. Se no ato de liberalidade consta expressamente que a doação é da parte disponível, não haverá a necessidade da colação (art. 2.005 CC). Assim, a casa que sobrou será dividida em partes iguais entre João e Antônio. Dessa forma, João receberá a casa doada e metade da outra. E Antônio ficará somente com a metade da outra casa.
José, proprietário de 1 casa a doou para seu filho João. Antônio, seu outro filho, nada recebeu. Houve invasão a legítima, e deve haver redução da disposição. Quanto ao dever de colacionar: Não (se no título da doação constou expressamente que se trata de doação da parte disponível, assim João ficará com 75% do bem, e Antônio com 25%). Sim (se o título foi omisso ou declarou se tratar de antecipação da legítima, presumindo-se que o pai não pretendia fazer diferença entre os filhos de modo que o bem deve ser divido em partes iguais, ou seja, 50% para cada um).
José, é proprietário de 4 casas de igual valor e pai de 2 filhos: João e Antônio. Doou a João 3 casas, sendo que a primeira transmissão ocorreu em 1995, a segunda em 1998, e a terceira em 1999. A 4ª casa permaneceu no patrimônio do pai. Houve invasão da legítima e deve haver redução da disposição. Quanto ao dever de colacionar: Não (se no título da doação constou expressamente que se trata de doação da parte disponível; ficando, João, com as casas doadas em 1995 e 1998. A casa doada em 1999 que retornou ao patrimônio do falecido, por força da redução, e a 4ª casa serão partilhadas em 50% para cada filho). Sim (quando o título for omisso ou dizer expressamente que se tratou de antecipação de legítima. Pelo fato da casa doada em 1999 ter retornado ao patrimônio do falecido a sucessão ficará da seguinte maneira: as duas casas recebidas em 1995 e 1998 permanecerão com João, e Antônio ficará com a casa que era de João, e foi doada em 1999, e com a 4ª casa).
José é proprietário de 4 casas de igual valor, e doou todas elas para seu filho João em 1995, 1998, 1999, e 2000.
Art. 2.008. Aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve, não obstante, conferir as doações recebidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.
Art. 2.009. Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir.
Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime.
Enquanto durar o dever de alimentar dos pais, não precisa colacionar o que recebeu de pagamento faculdade, etc.
Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão sujeitas a colação.
Devido a relação familiar.
Art. 2.012. Sendo feita a doação por ambos os cônjuges, no inventário de cada um se conferirá por metade.
DA PARTILHA
Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores.
Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas.
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.
Art. 2.017. No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível.
Pois depende de avaliação;
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Doação.
Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.
§ 1º Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação atualizada.
Preferência.
§ 2º Se a adjudicação for requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o processo da licitação.
Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos bens da herança, o cônjuge sobrevivente e o inventariante são obrigados a trazer ao acervo os frutos que perceberam, desde a abertura da sucessão; têm direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fizeram, e respondem pelo dano a que, por dolo ou culpa, deram causa.
Benfeitorias e reembolso: não se consegue isso dentro do processo de inventário, deve discutir em ação própria, e não suspende o inventário.
Art. 2.021. Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros.
Ex.: Se houver 1 bem que está penhorado em uma execução. Juiz prossegue na partilha, e depois os herdeiros entram com sobrepartilha para partilhar aquele bem que estava penhorado.
Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da herança de que se tiver ciência após a partilha.
DA GARANTIA DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS
Art. 2.023. Julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito aos bens do seu quinhão.
Art. 2.024. Os co-herdeiros são reciprocamente obrigados a indenizar-se no caso de evicção dos bens aquinhoados.
Art. 2.025. Cessa a obrigação mútua estabelecida no artigo antecedente, havendo convenção em contrário, e bem assim dando-se a evicção por culpa do evicto, ou por fato posterior à partilha.
Art. 2.026. O evicto será indenizado pelos co-herdeiros na proporção de suas quotas hereditárias, mas, se algum deles se achar insolvente, responderão os demais na mesma proporção, pela parte desse, menos a quota que corresponderia ao indenizado.Obrigação solidária.
DA ANULAÇÃO DA PARTILHA
Art. 2.027.  A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos.
Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.
- Se for caso de nulidade: prazo imprescritível (nulidade nunca se convalida)
- Se for anulável: prazo de 1 ano a contar da partilha.
	10º Período

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