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ANAMNESE E EXAME OBSTETRICO

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Anamnese 
 
Este tempo do exame marca o primeiro contato da Enfermeira (o), com a 
paciente, permite o registro dos sintomas que motivam a consulta e dos dados paralelos 
que são imprescindíveis à formulação do diagnóstico correto. Na anamnese, a paciente 
toma parte ativa, informando espontaneamente. O médico, no entanto, precisa orientar 
tal informação, a fim de colher os elementos realmente úteis. O estudo e os livros 
ensinam como fazer anamnese, mas somente com a prática e a experiência é que 
podemos faze-la satisfatoriamente. 
 
Em uma anamnese é de grande importância o conhecimento da psicologia, pois 
não basta saber o que perguntar, mas também como perguntar adequadamente a cada 
tipo de paciente. Além disso é importante que TODOS os dados colhidos na anamnese e 
exame físico estejam CLARAMENTE ANOTADOS no prontuário e carteira de 
gestante da paciente para que toda a equipe de saúde tenha acesso a estas informações. 
 
Os principais elementos da identificação na anamnese geral são: idade, cor e 
profissão, sendo ainda importantes o estado civil e a procedência. 
 
Idade - A idade ideal para a primeira parturição (nubilidade) vai dos 18 aos 27 
anos. Chamamos "primigesta jovem" quando a gravidez ocorre antes dos 18 anos, sendo 
este período dividido em duas partes, dos 15 aos 17 anos, nas quais não há quase 
complicações obstétricas, e as que dão à luz antes dos 15 anos, chamadas primigestas 
"giovanissime" dos autores italianos, nas quais a desproporção cefalopélvica e as 
distócias funcionais são freqüentes. Do mesmo modo, após os 27 anos denominamos de 
"primigestas idosas", sendo estas quase desprovidas de problemas na parturição, a não 
ser um grau menor da elasticidade dos tecidos moles. Quanto às multíparas, deveriam 
dar à luz somente até os 35 anos. Após este período há sempre maior incidência de 
trissomias (1:800 aos 20 anos e 1:80 aos 40 anos). Portanto, os partos deveriam, de 
preferência, ocorrer entre 18 e 35 anos. 
 
Cor - A bacia da mulher negra é "justa minor" (todas as medidas levemente 
diminuídas) porém, o parto ocorre sem problemas pela maior plasticidade do pólo 
céfalico do feto da mesma cor. Há no entanto, um aumento da desproporção 
cefalopélvica no casal de parturiente negra e cônjuge branco. 
 
Profissão – As intoxicações profissionais de ação lenta comprometem a 
evolução gravídica. É o que se dá com as produzidas pelo álcool, chumbo, fósforo, 
nicotina, café, óxido de carbono, sulfureto de carbono, etc. Em gestantes que se ocupam 
de tarefas rudes e que exigem atividade muscular acrescida, existe uma maior propensão 
a abortamentos, partos pretermo e rotura prematura de membranas. Aquelas que 
trabalham em presença de Raios X, quando grávidas expõesm-se, entre 2 e 4 semanas, a 
malformações (e.g. microcefalia, microftalmia) e após a 20a. semana a supressão de 
medula óssea. 
 
Estado Civil – Pacientes com estado civil indeterminado e conseqüentemente 
com mais de um parceiro sexual estão predispostas a adquirirem um número maior de 
doenças sexualmente transmissíveis. A influência desta condição é notória, posto que 
abundam estatísticas mostrando a incidência elevada de problemas e maior morbidade e 
mortalidade materna e fetal entre as mães solteiras. 
 
Procedência – Segundo a procedência da paciente, já temos orientação no 
sentido de imaginar a possibilidade de doenças que poderão influir grandemente na 
gestação. 
 
Após a anamnese geral inicia-se o questionário especializado. A inter-relação da 
Ginecologia e da Obstetrícia é inegável na clínica diária. Assim, é preciso apurar o 
passado ginecológico e obstétrico da paciente, pormenorizado a seguir: 
Antecedentes Menstruais 
 
Data da menarca, caracteres do ciclo menstrual e data da última menstruação são 
os dados a serem obrigatoriamente registrados na anamnese obstétrica e ginecológica. 
Grande número de pacientes apresenta distúrbios menstruais que tanto podem ter causa 
orgânica como decorrer de disfunção do sistema neuro-endócrino. Em nosso meio, a 
menarca ocorre freqüentemente dos 10 aos 14 anos. As menstruações duram, em média, 
de 3 a 5 dias, seu intervalo varia de 28 a 30 dias a quantidade de sangue perdido é de 
100 a 150 g. Em pacientes com ciclos irregulares e imprevisíveis é difícil, através da 
anamnese e exame físico precisar a idade gestacional do feto, nestes casos uma ultra-
sonografia precoce é de extrema valia para avaliar a idade gestacional. 
 
Quando a paciente refere uma amenorréia (ou falta de menstruação) súbita em 
história menstrual fisiológica, o diagnóstico de gravidez se confirma em 90% das vezes. 
Antecedentes Sexuais 
 
A despeito da idade ou estado civil a paciente poderá, ou não, ter vida sexual 
ativa. Se a tem, é necessário saber há quanto tempo e se o ritmo de relações sexuais é 
freqüente ou esporádico. Procura-se saber se a libido e o orgasmo estão presentes, o que 
permite obter dados importantes sobre o psiquismo da paciente. Neste tópico da 
anamnese revelam-se problemas íntimos, tais como desajustamentos conjugais e 
angústias deles decorrentes. Os meios anticoncepcionais habitualmente utilizados 
merecem registro. Alguns deles podem causar certa ansiedade: o método da tabelinha, 
pelas falhas a que está sujeito; o coito interrompido, pela insatisfação que propicia. 
Dispareunia significa coito doloroso, e pode ser causado por inflamação vulvovaginal 
ou por vaginismo – constrição espástica da musculatura da vagina durante o ato sexual. 
Sinusiorragia é sinônimo de perda sangüínea no coito e pode traduzir a presença de 
cervicite aguda ou subaguda, de pólipo mucoso endocervical ou de carcinoma do colo 
do útero. As perguntas sobre os antecedentes sexuais devem sempre ser feitas com 
naturalidade, sem a preocupação de obter respostas satisfatórias na primeira consulta. Se 
a paciente é solteira e não se tem certeza se a acompanhante sabe de sua vida sexual, é 
preferível deixar as perguntas para um momento em que médico e paciente estejam na 
sala de exame, apenas com a presença da enfermeira, habilidosamente mantida a certa 
distância para não ouvir o relato. 
Corrimento 
 
Secreção vaginal aumentada caracteriza corrimento, motivo freqüente de queixa 
ginecológica. O corrimento quase sempre provém da vagina e/ou do colo do útero. As 
causas mais comuns deste sintoma são as vulvovaginites. Pelos caracteres do 
corrimento é possível supor a sua etiologia. Tricomonas produzem corrimento 
amarelado e fétido. A secreção causada por monília é branca, em pequenos grumos, 
quase sempre pruriginosa. Cervicite crônica produz corrimento amarelado, de aspecto 
catarral. Para se admitir que a paciente apresenta corrimento é preciso obter a 
informação de que a secreção vaginal se encontra permanentemente aumentada. 
Aumento fisiológico da quantidade de secreção se verifica nos momentos de excitação 
sexual. 
Sintomas mamários 
 
As mamas, pela sua localização, são objeto de “auto-exame”, com relativa 
freqüência. Assim, a queixa de nódulo mamário é muitas vezes comprovada pelo exame 
físico. Sua presença pode corresponder a fibroadenoma ou carcinoma. Displasia 
mamária pode, também, aparecer sob a forma de espessamento do parênquima, 
acompanhado de dor que se intensifica no período pré-menstrual. Sangramento pela 
papila é expressão clínica de papiloma ou de carcinoma do ducto. Eczema crônico da 
aréola faz pensar na possibilidade da doença de Paget. 
Antecedentes obstétricos 
 
Indaga-se, pela ordem, sobre as gestações anteriores, obedecendo à sua 
cronologia, como evoluiram, como foram os partos, sobre a vitalidade dos conceptos, a 
eventualidade de abortamentos e do intervalo interpartal. 
 
Grávida,gesta e para como sufixos, referem-se às gestações e partos havidos e 
não aos conceptos. Exemplificando: após a primeira parturição gemelar a paciente 
continua primigesta e primípara. 
 
Quanto aos abortos, é muito importante saber se foram seguidos de processo 
febril e de curetagem. A infecção pós-aborto pode acarretar dor pélvica e obstrução 
tubária. A curetagem, algumas vezes, provoca obstrução do óstio uterino das tubas ou 
destruição do endométrio, determinando sinéquias que caracterizam a síndrome de 
Asherman. Os abortos espontâneos repetidos falam a favor da disendocrinia ou de 
insuficiência cervical. 
 
Quando a primeira gestação ocorre após 10 anos de união conjugal, trata-se de 
primiparidade tardia. Quanto à paridade, chamamos grande multípara aquela com cinco 
partos ou mais. São elas mais propensas a fetos grandes, distócias funcionais e 
síndromes hemorrágicas. As multíparas, principalmente as que tiveram partos mal 
assistidos, apresentam, às vezes, roturas do períneo e relaxamento do assoalho pélvico 
ou distopia genital caracterizada por prolapso do útero, cistocele e retocele. 
 
O intervalo interpartal é em média de dois anos e quando maior que dez equivale 
a uma "reestréia funcional". 
História da gravidez atual 
 
Da gravidez atual registram-se detalhadamente os sinais de gravidez, como 
amenorréia, movimentos fetais, e eventual queda de ventre (insinuação), que nas 
primíparas ocorre quinze dias antes do parto e nas multíparas, durante o trabalho de 
parto. Utilizando a data da última menstruação (DUM) calcula-se a data provável do 
parto e por conseguinte, a idade da gestacional cronológica. 
 
A data provável do parto será, aproximadamente 280 dias (40 semanas) a contar 
do primeiro dia da última menstruação. Na prática nos valemos da regra de Nägele, 
segundo a qual somamos 7 ao dia da DUM e subtraímos 3 do mês da DUM. Por 
exemplo, se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11) temos 10 + 7 = 17 e 
11 – 3 = 8, portanto a data provável do parto será dia 17 de agosto (mês 8). 
Costumamos admitir que para a primípara a prática recomenda em lugar de 7 somar 10 
dias. 
 
Existem diversas tabelas e quadros para o cálculo da data provável do parto e 
idade gestacional que, em última análise, reproduzem aproximadamente o que pretende 
a regra de Nägele, sobre a qual se fazem inúmeras restrições. Bracken e Belanger (1989) 
testaram a acuidade de várias “rodas” para cálculo gestacional distribuídas por 
laboratórios e concluíram que a da data provável do parto era calculada erroneamente 
em 40 a 60% das vezes, variando em até 5 dias1. 
 
Conhecer precisamente a idade gestacional do feto é imperativo para o manejo 
obstétrico correto! Portanto atenção deve ser redobrada quando estamos calculando a 
idade gestacional. A unidade clínica de medida apropriada é expressada em semanas de 
gestação já completadas. 
Exame Físico 
 
A maioria das pacientes sente algum grau de constrangimento durante o exame 
obstétrico e, para diminuirmos esse desconforto e tornar o exame mais aceitável, ele 
deve ser realizado em um local reservado, onde não haja interrupções acidentais. O 
pudor da paciente deve ser sempre respeitado porque, apesar de estarmos acostumados 
com esse tipo de exame, ela freqüentemente não está. 
 
O tipo de exame a ser realizado deve ser explicado antes de ser iniciado, pois 
tudo que é desconhecido é mais temido. Para a proteção do próprio médico, é de grande 
valor a presença de uma enfermeira na sala durante a realização do exame, e algumas 
pacientes gostam de contar com a presença do esposo ou de sua acompanhante. 
 
Como em outras especialidades médicas, devemos iniciar pelo exame físico 
geral. Condições como pulso, pressão arterial, temperatura e peso devem ser aferidos e 
anotados. No tórax examina-se principalmente os aparelhos circulatório e pulmonar. 
Quanto ao abdome, inspecciona-se e descreve-se os órgãos, além da presença de outros 
elementos (fígado, baço, ascite, eventuais tumores, etc.), excetuando-se o útero. É 
importante também observar a presença de edema e varizes nos membros inferiores. 
Exame Físico Especial (Obstétrico) 
Inspeção 
 
A inspeção geral inclui o aspecto da gestante, que no dizer de Briquet tem o 
rosto cheio, olhar vivo, respiração ativa, cintura alargada e curva dos quadris 
aumentada. Devido ao aumento do volume abdominal, a grávida desloca para traz o seu 
centro de gravidade. Assim, acentua a lordose e afasta os pés para aumentar a sua base 
de sustentação. (Shakespeare denominou esta postura "orgulho da gravidez"). O andar 
da grávida é pesado e arrastado (marcha anserina, do latim "anserinus", relativo ou 
semelhante ao pato ou ao ganso). 
 
A inspeção obstétrica propriamente dita deve verificar, na cabeça, a lanugem 
(sinal de Halban) e o cloasma ou “máscara gravídica”, que é a hiperpigmentação 
causada pela secreção aumentada de hormônio melanotrófico. No pescoço verificamos 
pequeno aumento da tireóide. À expressão das mamas, aparece o colostro, havendo 
também o aparecimento da aréola secundária (sinal de Hunter) e, em número de 12 a 15, 
dos tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas). 
 
Na parede abdominal podem ser apreciadas as estrias gravídicas (víbices), 
formadas pela superdistensão das fibras elásticas e a "linea nigra", que nada mais é que 
a pigmentação da primitiva "linea alba", puboumbilical. As estrias podem ser de dois 
tipos: as recentes são violáceas, e as antigas, esbranquiçadas. Quanto à forma, o útero é 
geralmente ovóide, sendo globoso na gemelidade. 
 
A inspeção dos genitais externos, mostra o arroxeamento da vulva e da vagina 
(sinal de Jacquemier-Kluge) e a eventual presença de varizes, tumores ou ainda 
Bartholinite. 
Palpação 
 
O palpar identifica no feto sua apresentação (e, portanto, a situação) e sua 
posição. Além disso, aprecia o volume fetal pela altura uterina e a quantidade de líquido 
amniótico. 
 
Duas são as escolas que sistematizaram a palpação obstétrica: a escola francesa 
(mais utilizada no Brasil) e a escola alemã. 
 
A escola francesa compreende três tempos: exploração da escava, do fundo 
uterino e a verificação do dorso fetal. Com as mãos espalmadas explora-se a escava e 
averigua-se se está ocupada (pólo cefálico), parcialmente ocupada (pólo pélvico) ou 
vazia (nas apresentações córmicas). A seguir palpa-se o fundo uterino e por último as 
laterais, para definir o dorso fetal. 
 
A escola alemã compreende quatro tempos: a verificação do fundo uterino, a 
exploração do dorso fetal, a mobilidade cefálica (manobra de Leopold) e a exploração 
do estreito superior. 
 
Completa-se a palpação pela medida da altura uterina (AU), usa-se para tanto, a 
fita métrica. Utilizamos como pontos de referência para a medida da altura uterina a 
sínfise púbica e o fundo uterino, palpado com a face ulnar da mão. Antes de medir a 
altura uterina deve-se solicitar que a paciente esvazie a bexiga, pois a bexiga cheia pode 
alterar a AU em até 3 cm. Através da AU pode-se, e aqui cabe uma série de restrições, 
estimar a idade gestacional. Conforme a tabela abaixo podemos observar que o valor da 
altura uterina é em média um pouco menor que o valor da idade gestacional em 
semanas. 
 
Porcentis (cm) 
Sem
anas 
5
0% 
1
0% 
9
0% 
20 1
8,5 
1
6 
2
3 
23 2
1,5 
1
9 
2
4,5 
27 2
5,5 
2
2,5 
2
8 
30 2
8,7 
2
5,2 
3
1,2 
33 3
1,2 
2
8 
3
4,2 
37 3
4 
3
1 
3
7,2 
40 3
4,5 
3
1 
3
8,5 
41 3
4,5 
3
2 
3
8,5 
 
Tabela 1 - Altura Uterina durante a gestação (Belizáne col, 1978) 
 Anamnese 
Este tempo do exame marca o primeiro contato da Enfermeira (o), com a paciente, 
permite o registro dos sintomas que motivam a consulta e dos dados paralelos que são 
imprescindíveis à formulação do diagnóstico correto. Na anamnese, a paciente toma parte 
ativa, informando espontaneamente. O médico, no entanto, precisa orientar tal 
informação, a fim de colher os elementos realmente úteis. O estudo e os livros ensinam 
como fazer anamnese, mas somente com a prática e a experiência é que podemos faze-la 
satisfatoriamente. 
Em uma anamnese é de grande importância o conhecimento da psicologia, pois 
não basta saber o que perguntar, mas também como perguntar adequadamente a cada tipo 
de paciente. Além disso é importante que TODOS os dados colhidos na anamnese e 
exame físico estejam CLARAMENTE ANOTADOS no prontuário e carteira de 
gestante da paciente para que toda a equipe de saúde tenha acesso a estas 
informações. 
Os principais elementos da identificação na anamnese geral são: idade, cor e 
profissão, sendo ainda importantes o estado civil e a procedência. 
Idade - A idade ideal para a primeira parturição (nubilidade) vai dos 18 aos 27 
anos. Chamamos "primigesta jovem" quando a gravidez ocorre antes dos 18 anos, sendo 
este período dividido em duas partes, dos 15 aos 17 anos, nas quais não há quase 
complicações obstétricas, e as que dão à luz antes dos 15 anos, chamadas primigestas 
"giovanissime" dos autores italianos, nas quais a desproporção cefalopélvica e as distócias 
funcionais são freqüentes. Do mesmo modo, após os 27 anos denominamos de 
"primigestas idosas", sendo estas quase desprovidas de problemas na parturição, a não ser 
um grau menor da elasticidade dos tecidos moles. Quanto às multíparas, deveriam dar à 
luz somente até os 35 anos. Após este período há sempre maior incidência de trissomias 
(1:800 aos 20 anos e 1:80 aos 40 anos). Portanto, os partos deveriam, de preferência, 
ocorrer entre 18 e 35 anos. 
Cor - A bacia da mulher negra é "justa minor" (todas as medidas levemente 
diminuídas) porém, o parto ocorre sem problemas pela maior plasticidade do pólo céfalico 
do feto da mesma cor. Há no entanto, um aumento da desproporção cefalopélvica no casal 
de parturiente negra e cônjuge branco. 
Profissão – As intoxicações profissionais de ação lenta comprometem a evolução 
gravídica. É o que se dá com as produzidas pelo álcool, chumbo, fósforo, nicotina, café, 
óxido de carbono, sulfureto de carbono, etc. Em gestantes que se ocupam de tarefas rudes 
e que exigem atividade muscular acrescida, existe uma maior propensão a abortamentos, 
partos pretermo e rotura prematura de membranas. Aquelas que trabalham em presença de 
Raios X, quando grávidas expõesm-se, entre 2 e 4 semanas, a malformações (e.g. 
microcefalia, microftalmia) e após a 20
a
. semana a supressão de medula óssea. 
Estado Civil – Pacientes com estado civil indeterminado e conseqüentemente com 
mais de um parceiro sexual estão predispostas a adquirirem um número maior de doenças 
sexualmente transmissíveis. A influência desta condição é notória, posto que abundam 
estatísticas mostrando a incidência elevada de problemas e maior morbidade e 
mortalidade materna e fetal entre as mães solteiras. 
Procedência – Segundo a procedência da paciente, já temos orientação no sentido 
de imaginar a possibilidade de doenças que poderão influir grandemente na gestação. 
Após a anamnese geral inicia-se o questionário especializado. A inter-relação da 
Ginecologia e da Obstetrícia é inegável na clínica diária. Assim, é preciso apurar o 
passado ginecológico e obstétrico da paciente, pormenorizado a seguir: 
Antecedentes Menstruais 
Data da menarca, caracteres do ciclo menstrual e data da última menstruação são 
os dados a serem obrigatoriamente registrados na anamnese obstétrica e ginecológica. 
Grande número de pacientes apresenta distúrbios menstruais que tanto podem ter causa 
orgânica como decorrer de disfunção do sistema neuro-endócrino. Em nosso meio, a 
menarca ocorre freqüentemente dos 10 aos 14 anos. As menstruações duram, em média, 
de 3 a 5 dias, seu intervalo varia de 28 a 30 dias a quantidade de sangue perdido é de 100 
a 150 g. Em pacientes com ciclos irregulares e imprevisíveis é difícil, através da 
anamnese e exame físico precisar a idade gestacional do feto, nestes casos uma ultra-
sonografia precoce é de extrema valia para avaliar a idade gestacional. 
Quando a paciente refere uma amenorréia (ou falta de menstruação) súbita 
em história menstrual fisiológica, o diagnóstico de gravidez se confirma em 90% das 
vezes. 
Antecedentes Sexuais 
A despeito da idade ou estado civil a paciente poderá, ou não, ter vida sexual ativa. 
Se a tem, é necessário saber há quanto tempo e se o ritmo de relações sexuais é freqüente 
ou esporádico. Procura-se saber se a libido e o orgasmo estão presentes, o que permite 
obter dados importantes sobre o psiquismo da paciente. Neste tópico da anamnese 
revelam-se problemas íntimos, tais como desajustamentos conjugais e angústias deles 
decorrentes. Os meios anticoncepcionais habitualmente utilizados merecem registro. 
Alguns deles podem causar certa ansiedade: o método da tabelinha, pelas falhas a que está 
sujeito; o coito interrompido, pela insatisfação que propicia. Dispareunia significa coito 
doloroso, e pode ser causado por inflamação vulvovaginal ou por vaginismo – constrição 
espástica da musculatura da vagina durante o ato sexual. Sinusiorragia é sinônimo de 
perda sangüínea no coito e pode traduzir a presença de cervicite aguda ou subaguda, de 
pólipo mucoso endocervical ou de carcinoma do colo do útero. As perguntas sobre os 
antecedentes sexuais devem sempre ser feitas com naturalidade, sem a preocupação de 
obter respostas satisfatórias na primeira consulta. Se a paciente é solteira e não se tem 
certeza se a acompanhante sabe de sua vida sexual, é preferível deixar as perguntas para 
um momento em que médico e paciente estejam na sala de exame, apenas com a presença 
da enfermeira, habilidosamente mantida a certa distância para não ouvir o relato. 
Corrimento 
Secreção vaginal aumentada caracteriza corrimento, motivo freqüente de queixa 
ginecológica. O corrimento quase sempre provém da vagina e/ou do colo do útero. As 
causas mais comuns deste sintoma são as vulvovaginites. Pelos caracteres do corrimento é 
possível supor a sua etiologia. Tricomonas produzem corrimento amarelado e fétido. A 
secreção causada por monília é branca, em pequenos grumos, quase sempre pruriginosa. 
Cervicite crônica produz corrimento amarelado, de aspecto catarral. Para se admitir que a 
paciente apresenta corrimento é preciso obter a informação de que a secreção vaginal se 
encontra permanentemente aumentada. Aumento fisiológico da quantidade de secreção se 
verifica nos momentos de excitação sexual. 
Sintomas mamários 
As mamas, pela sua localização, são objeto de “auto-exame”, com relativa 
freqüência. Assim, a queixa de nódulo mamário é muitas vezes comprovada pelo exame 
físico. Sua presença pode corresponder a fibroadenoma ou carcinoma. Displasia mamária 
pode, também, aparecer sob a forma de espessamento do parênquima, acompanhado de 
dor que se intensifica no período pré-menstrual. Sangramento pela papila é expressão 
clínica de papiloma ou de carcinoma do ducto. Eczema crônico da aréola faz pensar na 
possibilidade da doença de Paget. 
Antecedentes obstétricos 
Indaga-se, pela ordem, sobre as gestações anteriores, obedecendo à sua cronologia, 
como evoluiram, como foram os partos, sobre a vitalidade dos conceptos, a eventualidade 
de abortamentos e do intervalo interpartal. 
Grávida, gesta e para como sufixos, referem-se às gestações e partos havidose 
não aos conceptos. Exemplificando: após a primeira parturição gemelar a paciente 
continua primigesta e primípara. 
Quanto aos abortos, é muito importante saber se foram seguidos de processo febril 
e de curetagem. A infecção pós-aborto pode acarretar dor pélvica e obstrução tubária. A 
curetagem, algumas vezes, provoca obstrução do óstio uterino das tubas ou destruição do 
endométrio, determinando sinéquias que caracterizam a síndrome de Asherman. Os 
abortos espontâneos repetidos falam a favor da disendocrinia ou de insuficiência cervical. 
Quando a primeira gestação ocorre após 10 anos de união conjugal, trata-se de 
primiparidade tardia. Quanto à paridade, chamamos grande multípara aquela com cinco 
partos ou mais. São elas mais propensas a fetos grandes, distócias funcionais e síndromes 
hemorrágicas. As multíparas, principalmente as que tiveram partos mal assistidos, 
apresentam, às vezes, roturas do períneo e relaxamento do assoalho pélvico ou distopia 
genital caracterizada por prolapso do útero, cistocele e retocele. 
O intervalo interpartal é em média de dois anos e quando maior que dez equivale a 
uma "reestréia funcional". 
História da gravidez atual 
Da gravidez atual registram-se detalhadamente os sinais de gravidez, como 
amenorréia, movimentos fetais, e eventual queda de ventre (insinuação), que nas 
primíparas ocorre quinze dias antes do parto e nas multíparas, durante o trabalho de parto. 
Utilizando a data da última menstruação (DUM) calcula-se a data provável do parto e por 
conseguinte, a idade da gestacional cronológica. 
A data provável do parto será, aproximadamente 280 dias (40 semanas) a contar 
do primeiro dia da última menstruação. Na prática nos valemos da regra de Nägele, 
segundo a qual somamos 7 ao dia da DUM e subtraímos 3 do mês da DUM. Por exemplo, 
se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11) temos 10 + 7 = 17 e 11 – 3 = 8, 
portanto a data provável do parto será dia 17 de agosto (mês 8). Costumamos admitir que 
para a primípara a prática recomenda em lugar de 7 somar 10 dias. 
Existem diversas tabelas e quadros para o cálculo da data provável do parto e 
idade gestacional que, em última análise, reproduzem aproximadamente o que pretende a 
regra de Nägele, sobre a qual se fazem inúmeras restrições. Bracken e Belanger (1989) 
testaram a acuidade de várias “rodas” para cálculo gestacional distribuídas por 
laboratórios e concluíram que a da data provável do parto era calculada erroneamente em 
40 a 60% das vezes, variando em até 5 dias1. 
Conhecer precisamente a idade gestacional do feto é imperativo para o 
manejo obstétrico correto! Portanto atenção deve ser redobrada quando estamos 
calculando a idade gestacional. A unidade clínica de medida apropriada é expressada em 
semanas de gestação já completadas. 
Exame Físico 
A maioria das pacientes sente algum grau de constrangimento durante o exame 
obstétrico e, para diminuirmos esse desconforto e tornar o exame mais aceitável, ele deve 
ser realizado em um local reservado, onde não haja interrupções acidentais. O pudor da 
paciente deve ser sempre respeitado porque, apesar de estarmos acostumados com esse 
tipo de exame, ela freqüentemente não está. 
O tipo de exame a ser realizado deve ser explicado antes de ser iniciado, pois tudo 
que é desconhecido é mais temido. Para a proteção do próprio médico, é de grande valor a 
presença de uma enfermeira na sala durante a realização do exame, e algumas pacientes 
gostam de contar com a presença do esposo ou de sua acompanhante. 
Como em outras especialidades médicas, devemos iniciar pelo exame físico geral. 
Condições como pulso, pressão arterial, temperatura e peso devem ser aferidos e 
anotados. No tórax examina-se principalmente os aparelhos circulatório e pulmonar. 
Quanto ao abdome, inspecciona-se e descreve-se os órgãos, além da presença de outros 
elementos (fígado, baço, ascite, eventuais tumores, etc.), excetuando-se o útero. É 
importante também observar a presença de edema e varizes nos membros inferiores. 
Exame Físico Especial (Obstétrico) 
Inspeção 
A inspeção geral inclui o aspecto da gestante, que no dizer de Briquet tem o rosto 
cheio, olhar vivo, respiração ativa, cintura alargada e curva dos quadris aumentada. 
Devido ao aumento do volume abdominal, a grávida desloca para traz o seu centro de 
gravidade. Assim, acentua a lordose e afasta os pés para aumentar a sua base de 
sustentação. (Shakespeare denominou esta postura "orgulho da gravidez"). O andar da 
grávida é pesado e arrastado (marcha anserina, do latim "anserinus", relativo ou 
semelhante ao pato ou ao ganso). 
A inspeção obstétrica propriamente dita deve verificar, na cabeça, a lanugem (sinal 
de Halban) e o cloasma ou “máscara gravídica”, que é a hiperpigmentação causada pela 
secreção aumentada de hormônio melanotrófico. No pescoço verificamos pequeno 
aumento da tireóide. À expressão das mamas, aparece o colostro, havendo também o 
aparecimento da aréola secundária (sinal de Hunter) e, em número de 12 a 15, dos 
tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas). 
Na parede abdominal podem ser apreciadas as estrias gravídicas (víbices), 
formadas pela superdistensão das fibras elásticas e a "linea nigra", que nada mais é que a 
pigmentação da primitiva "linea alba", puboumbilical. As estrias podem ser de dois tipos: 
as recentes são violáceas, e as antigas, esbranquiçadas. Quanto à forma, o útero é 
geralmente ovóide, sendo globoso na gemelidade. 
A inspeção dos genitais externos, mostra o arroxeamento da vulva e da vagina 
(sinal de Jacquemier-Kluge) e a eventual presença de varizes, tumores ou ainda 
Bartholinite. 
Palpação 
O palpar identifica no feto sua apresentação (e, portanto, a situação) e sua posição. 
Além disso, aprecia o volume fetal pela altura uterina e a quantidade de líquido amniótico. 
Duas são as escolas que sistematizaram a palpação obstétrica: a escola francesa 
(mais utilizada no Brasil) e a escola alemã. 
A escola francesa compreende três tempos: exploração da escava, do fundo uterino 
e a verificação do dorso fetal. Com as mãos espalmadas explora-se a escava e averigua-se 
se está ocupada (pólo cefálico), parcialmente ocupada (pólo pélvico) ou vazia (nas 
apresentações córmicas). A seguir palpa-se o fundo uterino e por último as laterais, para 
definir o dorso fetal. 
A escola alemã compreende quatro tempos: a verificação do fundo uterino, a 
exploração do dorso fetal, a mobilidade cefálica (manobra de Leopold) e a exploração do 
estreito superior. 
Completa-se a palpação pela medida da altura uterina (AU), usa-se para tanto, a 
fita métrica. Utilizamos como pontos de referência para a medida da altura uterina a 
sínfise púbica e o fundo uterino, palpado com a face ulnar da mão. Antes de medir a altura 
uterina deve-se solicitar que a paciente esvazie a bexiga, pois a bexiga cheia pode alterar a 
AU em até 3 cm. Através da AU pode-se, e aqui cabe uma série de restrições, estimar a 
idade gestacional. Conforme a tabela abaixo podemos observar que o valor da altura 
uterina é em média um pouco menor que o valor da idade gestacional em semanas. 
 
Porcentis (cm) 
Sem
anas 
5
0% 
1
0% 
9
0% 
20 1
8,5 
1
6 
2
3 
23 2
1,5 
1
9 
2
4,5 
27 2
5,5 
2
2,5 
2
8 
30 2
8,7 
2
5,2 
3
1,2 
33 3
1,2 
2
8 
3
4,2 
37 3
4 
3
1 
3
7,2 
40 3
4,5 
3
1 
3
8,5 
41 3
4,5 
3
2 
3
8,5 
 
Tabela 1 - Altura Uterina durante a gestação (Belizán e col, 1978) 
Ausculta 
Pela ausculta pode-se reconhecer ruídos fetais e maternos. Permite também 
verificar a vitalidade do feto, a prenhez única ou múltipla econfirmar o diagnóstico da 
apresentação e posição feitas pelo palpar. 
É imediata quando se aplica o ouvido diretamente sobre o ventre materno, ou 
mediata por intermédio do estetoscópio de Pinard ou ainda pelo Sonar-Doppler. 
Os ruídos fetais compreendem o batimento cardíaco e o sopro funicular (por 
compressão do cordão e sincrônico com o anterior). O número médio de batimentos é de 
140 por minuto, melhor audíveis no lado do dorso fetal, local este denominado foco. 
Os batimentos cardíacos fetais são audíveis a partir da 20
a
. semana quando 
utilizamos o estetoscópio de Pinard ou a partir da 12
a
. semana quando utilizamos o Sonar-
Doppler. Alguns fatores como a acuidade auditiva do examinador, espessura do panículo 
adiposo da paciente, quantidade de líquido amniótico, etc, podem dificultar a detecção dos 
batimentos cardíacos fetais em idades gestacionais mais precoces. 
As apresentações cefálicas têm o seu foco abaixo da latitude umbilical e as 
pélvicas, acima; as apresentações direitas no seu lado e as esquerdas idem. As anteriores, 
sempre um pouco à frente das posteriores. 
Os ruídos de origem materna são representados pelo sopro uterino e pelo sinal de 
Boero (boa audibilidade da aorta abdominal materna nos casos de óbito fetal), sendo 
ambos sincrônicos com o pulso materno. 
Exame Pélvico 
O exame pélvico é realizado com a paciente em decúbito dorsal e com os pés ou 
joelhos apoiados em perneiras (posição de litotomia), o que irá expor a genitália externa. 
Devemos manter os joelhos e as pernas da paciente cobertas, pois essa medida ajuda a 
preservar o pudor da paciente. 
Usando um foco de luz adequado, inicialmente realizamos a inspeção da genitália 
externa. 
Observa-se inicialmente os genitais externos, com especial atenção quanto à 
presença de tumores, corrimento, prolapso genital, rotura de períneo, incontinência 
urinária e perda de líquido via vaginal (bolsa rota?!?). 
Toque 
O toque no início da gestação auxilia no diagnóstico obstétrico (amolecimento do 
colo ou sinal de Hegar), útero aumentado e globoso (sinal de Nobel-Budin), corpo uterino 
amolecido, etc. No trabalho de parto apreciam-se as condições da vagina, se é permeável e 
se há presença de septos, as características do colo (dilatação, espessura, esvaecimento e 
centralização) e através dele, a bolsa das águas, se íntegra ou rota, e neste caso, a cor do 
líquido amniótico. Pelo toque confirmam-se a apresentação, a posição e sua variedade. 
Por último, verificam-se as condições da bacia, particulamente o conjugado diagonal (e 
por conseguinte, o conjugado verdadeiro), o arco anterior, as espinhas ciáticas e o cóccix. 
É de boa técnica fazer o toque vaginal com as mãos rigorosamente lavadas e 
revestidas de luvas esterelizadas, entreabrinado-se a vulva com os dedos de uma das 
mãos, e obedecidos os preceitos de assepsia e anti-sepsia. 
Exame Especular 
Em alguns casos, como na necessidade de subsídios para um diagnóstico de bolsa 
rota ou para uma amnioscopia, faz-se necessário o exame especular, através do qual 
visualizamos as paredes e a cavidade vaginal além do colo uterino, conseguindo também 
colher material para exames. Para tal rotineiramente utilizamos o especulo de Collin. 
Existem três tamanhos de espéculo vaginal (o número um é o menor), que serão utilizados 
de acordo com o grau de relaxamento vaginal que a paciente apresenta. Devemos expor o 
intróito vaginal com uma das mãos e introduzir o espéculo com as valvas coadaptadas, 
com o maior diâmetro rodado em aproximadamente 10
o
 em relação ao eixo vertical da 
vulva (para evitar a uretra). Deve-se introduzir o espéculo realizando uma rotação até que 
as 2 valvas fiquem em relação direta com as paredes vaginais anterior e posterior; a seguir 
terminar a introdução e então abrir o espéculo.

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