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RESUMO DIREITO PENAL I

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RESUMO DIREITO PENAL I – MARION BACH
	-limitações da aplicação da lei penal no espaço
A territorialidade deve ser considerada do ponto de vista do conceito de território, como expressão da ideia de soberania.
A lei penal tem aplicabilidade para todos os crimes praticados no âmbito do território brasileiro.
O conceito de território consiste em todo o lugar onde o estado brasileiro exerce a sua soberania, considerando que território não se restringe ao solo.
São incluídos no conceito se território, para fins de demarcação dos limites espaciais de pretensão de validade de lei penal, não só o solo, mas o subsolo, também as águas interiores, ou seja, os rios e lagos dentro dos limites do solo do país, o mar territorial, compreendendo 12 milhas marítimas a partir dos limites do litoral e o espaço aéreo correspondente à coluna atmosférica que parte dos limites do solo e do mar territorial. São ainda considerados território por extensão as embarcações ou aeronaves brasileiras, público ou privadas.
Os territórios por extensão merecem um esclarecimento, por exemplo, os navios ou aeronaves, podem ser públicos ou privados, em sendo públicos serão territórios por extensão onde quer que estejam. Já em caso de privados, hão de necessitar da bandeira brasileira enquanto estiverem em águas internacionais, ou em espaço aéreo de outros países. 
Apesar da regra geral ser a territorialidade, existe a extraterritorialidade, no qual são situações no qual necessitam a aplicação da lei penal ultrapassando os limites do território. A extraterritorialidade incondicionada acontece quando a lei é aplicada no exterior independente de quaisquer outras condições especiais. São elas: crimes praticados contra a vida, ou a liberdade do presidente da república, contra o patrimônio ou a fé pública do Estado Brasileiro como um todo, incluindo empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público; contra a administração pública, por quem está a seu serviço e, finalmente nos crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Existe também a condicionada, ou seja, além da ocorrência criminosa é necessário o autor do crime entrar em território brasileiro, o fato ser punível também no país em que foi praticado, estar incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza extradição, o crime não ter sido absolvido, ou cumprido pena pelo mesmo crime no estrangeiro, não ter sido perdoado, ou ter tido outra forma extinta sua punibilidade crime no estrangeiro.
Os crimes cometidos no estrangeiro que por tratado, ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir também serão punidos de forma a se aplicar a extraterritorialidade condicionada.
Os crimes cometidos por aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Também condicionada a punição de crime de autor estrangeiro contra vítima brasileira ocorrido fora do brasil é necessário que não tenha sido pedida ou negada a extradição do autor e que tenha requisição do ministro da Justiça.
- Lei Penal quanto às pessoas 
A imunidade é uma prerrogativa e não um privilégio. A imunidade formal existe como uma forma de garantia aos diplomatas, por exemplo, pois quando estes vão representar seu país em um mais rígido, eles podem estar ressalvados pelas leis dos seus próprios países.
A imunidade material é quando, mesmo que tenha cometido um crime , eles não respondem. O exemplo mais claro disso são os paramentares, que enquanto no exercício da função não podem responder por crimes de opinião. Além da imunidade material, os parlamentares apresentam uma prerrogativa processual, ou seja, eles quando são julgados, são julgados em instâncias superiores (TJ, STJ, STF).     Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:            (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
        I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
        II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
(Imunidade material absoluta)
        Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:          (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
        I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
        II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
        III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
(Imunidade material relativa)
        Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
        I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
        II - ao estranho que participa do crime.
        III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.  
(Exceções)
O processo de extradição é um processo político-jurídico, passado inicialmente pelo STF, visando a sua legalidade, cumprindo a parte jurídica, e se considerado legal, vincula-se o presidente do Brasil, cabendo-lhe a possibilidade de negativa por motivos políticos.
A extradição possui dois lados: a ativa e a passiva. A ativa corresponde ao envio do extraditado ao país que fez o pedido, e como correspondência a passiva é o recebimento do extraditado pelo país que fez o pedido.
- Classificação dos crimes
O dolo apresenta três modalidades: direto de primeiro grau, direto de segundo grau, e o dolo eventual. Já a culpa apresenta duas modalidades: a consciente e a inconsciente.
O dolo direto de primeiro grau refere-se a uma pretensão de realização do resultado típico que resulta explicitada nas circunstancias em que se desenvolve a conduta e que é capaz de identificar um intenso compromisso para com a produção do resultado.
O dolo direto de segundo grau identifica-se nas circunstancias que a atuação do sujeito transmitia não apenas o sentido de existência de uma antecipação de um resultado pretendido, como também de resultados secundários necessários para a obtenção do pretendido.
Dolo eventual se consiste na aceitação do risco.
A culpa consciente existirá quando o sujeito prevê o resultado da conduta, entretanto, em razão de sua habilidade ou experiência, acredita que não ocorrerá (previsão + confiança). Já a culpa inconsciente é a concepção clássica de culpa.
Os crimes comissivos são aqueles cujo uma conduta é necessária, os omissivos próprios é quando é necessário não fazer uma coisa, e os omissivos impróprios aqueles que só podem ser aplicados ao garante, ou seja seria necessário atribuir um resultado ativo por omissão.
 Os crimes materiais no artigo há a previsão de um resultado, e para que se responda é necessário o resultado no caso concreto.
Nos crimes formais há a previsão do resultado, mas não é necessário para caracteriza-lo, e os de mera conduta, como o próprio nome diz, é apenas a conduta, sendo assim o art. nem prevê a possibilidade de resultado.
Os crimes comuns são caracterizados pela possibilidade de ser praticado por qualquer pessoa. Já o próprio necessita de alguma característica especial (infanticídio). O Crime de mão ´própria é aquele que é tão específico que não cabe a possibilidade de coautoria (bigamia). 
Crime principal é aquele que não depende de outro, o acessório necessita do principal para que possa existir. Crime simples é aquele que protege apenas um bem jurídico, o composto mais de um. O crime uni subjetivo é aquele que pode ser praticado por um único sujeito ativo. O plurisubjetivo é aquele que necessita de mais de um sujeito ativo. 
Ação única é descrito por um único verbo, (matar alguém) e de ação múltipla são vários verbos (tráfico). Os crimes de ação múltipla pode ser cumulativo, ou seja, pratica um verbo, ou todos, responde apenas por um, ou alternativos, nos quais respondem duas vezes pelo mesmo crime.
O crime consumado é aquele que recebe a atribuição da pena completa. Os crimes tentados necessitam iniciar o processo de execução, e ser impedido por circunstancia alheia à vontadedo agente.
Crime falho é quando um sujeito esgota a possibilidade de tudo o que ele poderia fazer para o crime se consumar, mas mesmo assim ele não se consuma.
Uma circunstância alheia à vontade que esgota a possibilidade de consumação, não se consumando o fato, caracterizando como tentado imperfeito. Se o sujeito não chega a lesionar o bem jurídico se considera como tentativa branca.
O crime impossível é quando nunca poderia se consumar, e o crime de ensaio é uma forma de flagrante preparado.
O crime simples recebe pena simples, o qualificado piora a situação do réu, e o privilegiado melhora.
Os crimes de perigo não necessitam ferir o bem jurídico apenas o perigo ao bem é suficiente para considerar como crime.

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