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UEPG Transporte da seiva elaborada Transporte de seiva elaborada Ao longo da sua evolução plantas desenvolveram estruturas para adaptar-se ao meio ambiente, tais como os mecanismos de transporte de seiva – xilema e floema; Xilema – transporta água e sais minerais- do sistema radicular para as partes aéreas; Floema – translocação dos produtos da fotossíntese, das folhas maduras para as áreas de crescimento e armazenagem, inclusive raízes, ou seja, para todas as partes da planta; Seiva elaborada circula nos dois sentidos, tanto ascendente como descendente; Transporte de seiva elaborada Transporte da seiva elaborada, principalmente açúcares – das regiões de síntese: folhas fotossinteticamente ativas; órgãos de reserva; Para as regiões de consumo: folhas novas; flores ou frutos em desenvolvimento; “Cerca de 80% do carbono assimilados na fotossíntese é translocado das para folhas para atender ao metabolismo de células não-fotossintéticas”; Origem do floema Floema pode ser primário ou secundário; Floema primário – origina-se do meristema primário procâmbio; Nas monocotiledôneas (Liliopsida) – conduz a seiva elaborada por toda a vida da planta; Secção transversal de um caule de trevo (Trifolium) O floema primário aparece em direção à superfície externa do caule. Origem do floema Floema secundário – origina-se da diferenciação do meristema secundário - câmbio; No caule de eudicotiledôneas e dicotiledôneas em geral – câmbio origina em direção ao exterior – o floema; Em direção ao interior – o xilema; Floema secundário encontrado nos organismos com crescimento transversal ou em espessura – maioria das Magnoliopsida (dicotiledôneas); Localização do floema Floema localiza-se na parte mais externa dos feixes vasculares dos caules e nervuras das folhas; Caules de monocotiledôneas: feixes liberolenhosos desorganizados; Dicotiledôneas: feixes organizados; Seiva orgânica (elaborada) contém: 50 a 300 mg/mL de matéria seca – sendo que desta 80 a 90% é açúcar; 20 a 80 mg/mL – correspondem a aminoácidos e outros compostos como álcoois e fosfatos, reguladores de crescimento, ácidos nucléicos, vitaminas e substâncias inorgânicas; O que é transportado no floema? Açúcares do floema: monossacarídeos (glicose, galactose, frutose), dissacarídeo (sacarose) e oligossacarídeos (rafinose, estaquiose); Açúcar-alcool: sorbitol e manitol; O que é transportado no floema? O que é transportado no floema? Açúcares-alcoóis: sorbitol e manitol. O que é transportado no floema? Os aminoácidos transportados no floema: principalmente o ácido aspártico, o ácido glutâmico e as suas amidas asparagina e glutamina, respectivamente. Substâncias transportadas em MAIOR quantidade no floema: açúcares não redutores do grupo da rafinose (sacarose, rafinose, estaquiose e verbascose); O que é transportado no floema? Desse grupo – sacarose – açúcar transportado em maior volume no floema; “Além de açúcares, outras substâncias transportadas pelo floema: água, aminoácidos, amidas, lipídios, micronutrientes, hormônios (auxinas, as giberelinas, a citocinina e o ácido abscíssico (ABA), estimulantes florais (florígeno), numerosas proteínas e também patógenos (vírus e bactérias)”. O que é transportado no floema? “O RNA também circula via simplástica e entra na corrente de transporte do floema. RNA de vírus circulam desse modo pelas plantas. Já foi observado o transporte de RNA viral patogênico com capacidade de codificar proteínas, e com genoma da ordem de 250 a 350 nucleotídeos”. Floema conhecido como “caminho da super informação” – devido transporte de sinalizadores biológicos como proteínas e hormônios; Nitrogênio no xilema transportado na forma de nitrato; No floema nitrogênio transportado na forma de aminoácidos e amidas; O que é transportado no floema? Todos esses solutos se deslocam no floema em solução; Portanto, em termos absolutos – substância que se desloca em maior volume – água; Os compostos orgânicos produzidos pelas células fotossintetizantes chegam até o floema tanto por via simplástica como por via apoplástica. Deslocamento de nutrientes no floema Carregamento do floema Carregamento é realizado no sistema de elementos crivados (CC/EC): conjunto formado pelas células companheiras e células dos elementos crivados; Carregamento de açúcares no floema: pequenas nervuras das folhas; Esse carregamento pode ser feito de duas maneiras: vias simplástica e apoplástica. Transporte fonte-dreno Transporte da seiva orgânica segue padrão fonte-dreno. O que é fonte? Qualquer órgão exportador – folha madura – capaz de produzir produtos da fotossíntese em excesso para as suas necessidades; Outro tipo de fonte – órgãos de reserva – que exportam durante determinada fase do seu desenvolvimento; Transporte fonte-dreno O que são drenos: “Em plântulas jovens, onde cotilédones contendo reservas nutricionais frequentemente representam a principal fonte e as raízes em crescimento, o principal dreno”. Órgãos não-fotossintéticos e órgãos que não produzem fotossintatos em quantidade suficiente para suas próprias necessidades; Drenos: primeiro folhas jovens, depois as flores e finalmente os frutos e também raízes e tubérculos; Fonte-dreno podem mudar Localização das fontes pode mudar ao longo do desenvolvimento vegetal – na passagem do crescimento vegetativo para o reprodutivo; Folhas mais novas que são drenos, à medida que as plantas se desenvolvem passam a fonte; Assim como folhas adultas na parte inferior funcionam como fonte para as raízes; Geralmente, folhas adultas na parte superior da planta atuam como fonte para as folhas mais novas e brotos; Fonte-dreno podem mudar Plantas perenes ou até bianuais – caules e raízes numa estação eram drenos – na seguinte podem agir como fonte – liberando compostos orgânicos para outras regiões em crescimento (drenos); O deslocamento desta relação fonte-dreno ocorre normalmente ao longo do ciclo da planta – por isso que a seiva elaborada no floema circula nos dois sentidos; Fonte-dreno podem mudar Drenos também podem mudar; Tecidos ou órgãos (folhas) que inicialmente funcionavam como drenos podem ao longo do desenvolvimento passar a funcionar como fonte; Estima-se que passagem de dreno para fonte –ocorre quando o órgão atinge 30 a 50% do seu desenvolvimento total; Outro aspecto da mudança fonte-dreno é a etapa do desenvolvimento vegetal; Fonte-dreno podem mudar Fase de crescimento vegetativo: folhas em desenvolvimento na parte superior do caule podem ser dreno para folhas adultas; Em outra fase: o dreno passa a ser flores e/ou frutos em desenvolvimento; Lógica do deslocamento dos produtos da fotossíntese: demanda metabólica; Inicialmente a maior demanda – órgãos e tecidos em expansão (fase de crescimento); Depois os drenos (quem recebe) passam a ser flores e finalmente, frutos; Fonte-dreno podem mudar - exemplos Plantas anuais (arroz, trigo, feijão) mudança fonte dreno ocorre normalmente; Folhas inferiores que funcionavam como dreno – passam a funcionar como fontes – principalmente na fase reprodutiva – mudanças drásticas no metabolismo; Ao inicial o ciclo reprodutivo – grande mobilização de nutrientes na direção de flores e frutos – até a atividade fotossintética pode ser parcialmente interrompida; Até enzimas como a rubisco – hidrolisadas – nitrogênio das suas proteínas reutilizado para biossíntese de proteínas de reserva; Hipótese para explicar o transporte da seiva orgânica ou elaborada Várias hipótese já foram lançadas: simples difusão, corrente citoplasmática; Essas foram abandonadas – quando da descoberta da velocidade no floema: 50 a 100 cm por hora; 1927 – fisiologista Ernest Münch – hipótese do fluxo de pressão; A mais aceita – mais simples e explica o transporte a longa distância nos tubos crivados; Na idéia inicial de Munch – os elementos crivados são vistos como tubos longitudinais – formando uma sequência de células; Hipótese para explicar o transporte da seivaorgânica ou elaborada Nesses tubos ocorre fluxo de massa de solutos, dirigido por uma diferença de pressão – da regiões de maior concentração (fontes) para regiões de menor concentração de solutos (drenos); Pressão hidrostática que “empurra” a seiva elaborada pelo floema da fonte para o dreno; Qual a origem do aumento da pressão hidrostática dentro do floema? Transporte de água através das aquaporinas; Aminoácidos e principalmente K+ aumentam a concentração no interior do floema; Transporte da seiva elaborada no floema ocorre devido a diferença de pressão entre as regiões de produção (folhas – fonte) e as de consumo ou reserva (dreno); Osmômetro de Münch Maneira de explicar a hipótese de Münch – osmômetro – paralelo com a planta; A C B D A: solução muito concentrada de água + açúcares; B: apenas água; C: liga os meios A e B; D: solução diluída – análoga ao xilema; Osmômetro de Münch Por osmose – água passa de D para A; Aumento de pressão no osmômetro B provoca aumento da água através da membrana para o meio externo – diminuindo a pressão no sistema e permitindo mais moléculas da água da solução externa penetre em A; Cria-se uma pressão hidrostática que “empurra” a solução através do tubo C para B; A C B D Analogia do osmômetro de Münch e a planta Na planta A: folhas – constantemente produzindo glicose e permanecem sempre com alta concentração; Meio D: xilema – transporta seiva bruta para dentro de A; Meio C: floema – transporta seiva elaborada da fonte para o dreno; Meio B: células de consumo ou reserva (drenos) – sempre consumindo a seiva que recebem; A C B D Velocidade de transporte no floema Técnica de marcadores radioativos – usando CO2 com carbono marcado (14C) – aplicado por breve período de tempo nas folhas fonte e chegada da marca radioativa no tecido dreno; Velocidade de condução no floema, em média: 100 cm/h e variando de 30 a 150 cm/h; Usando processo mais moderno – ressonância magnética: 90cm/h; Evidências do transporte de açúcares nos tubos crivados Experimento começou a ser feito no século XVII por Malpighi – anelamento; Anel em um galho de árvore – nutrientes se acumulam na parte superior ao anelamento – parte inferior – diminuição da quantidade de açúcares e outros nutrientes; Motivo: destruição do floema – porém xilema permanece intacto; Raízes continuam suas atividades de absorção às custas de suas reservas; Evidências do transporte de açúcares nos tubos crivados Experimento não pode ser feito com caules de monocotiledôneas, pois esses não possuem os feixes condutores de seiva organizados, com floema para o lado externo e o xilema para o lado interno Floema do caule cortado – raízes não recebem mais seiva elaborada e morrem – xilema não transporta mais seiva para as folhas – planta toda também morre; Evidências do transporte de açúcares nos tubos crivados: experimentos com afídeos; Afídeos (pulgões) insetos que sugam a seiva das plantas; Introduzem suas estruturas bucais – estiletes – no caule ou nas folhas na planta até o tubo crivado; Pressão de turgor no tubo crivado força a passagem da seiva pelo tubo digestório do inseto, que sai pelo ânus como gotículas de uma secreção açucarada; Mesmo com os pulgões anestesiados – a seiva continua saindo por muitas horas – portanto não é o inseto que suga – é a pressão hidrostática que “empurra” a seiva; Evidências do transporte de açúcares nos tubos crivados: experimentos com afídeos; Análise desse material coletado com micropipeta demonstram: seiva do tubo crivado contém de 10 a 25% de matéria seca – sendo que mais de 90% dela é açúcar principalmente sacarose; menos de 1% de aminoácidos e outras substâncias nitrogenadas; Pressão de turgor no tubo crivado força a passagem da seiva pelo tubo digestório do inseto, que sai pelo ânus como gotículas de uma secreção açucarada; UEPG Transporte da seiva elaborada
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