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Metodologia da Economia 2013 - Aulas 16-17

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Metodologia da Economia 
O: Georgescu-Rögen (1980); Luperi (2012). 
S: Backhouse (1998); Chick (1998); Gillies (2004); Krugman 
(1998). 
C: Katzner (1991); McCloskey (1991); Prado (2009, cap.3). 
Aulas 16 e 17 
 
Formalização 
1 
1. O avanço da formalização 
• A economia clássica praticamente não usa 
formalização em seus trabalhos. 
• Alguns autores antes de 1870 fizeram alguns 
trabalhos desse tipo (p.ex., Cournot) mas não 
tiveram maior impacto na profissão na época. 
• A Revolução marginalista marca o primeiro grande 
passo no sentido da formalização. 
– Jevons propõe o uso do cálculo, o que será seguido por 
diferentes autores. 
– Walras defende que a economia vire uma “física 
social”. 
– Boa parte dos que introduzem estas técnicas são 
engenheiros, que estudaram cálculo em sua formação. 
 
1. O avanço da formalização 
• O uso do cálculo, e o conjunto de metáforas que 
são introduzidas na economia, se baseiam na física 
da primeira metade do S. XIX (a física da energia). 
• Todavia, esta perspectiva não consegue uma adesão 
muito grande: muitos dos principais economistas 
ortodoxos do início do S. XX trabalham com pouco 
formalização. 
• Uma segunda leva de engenheiros e físicos entra na 
economia nos anos 1930. 
• Diferentes perspectivas convergem nesse processo. 
Os avanços da 
formalização 
começam a 
aumentar 
significativamente 
nos anos 30 
naqueles que são 
considerados 
como os 
principais 
periódicos da 
profissão 
Participação dos artigos “matematizados” 
REP+RBE+EE+ANPEC (1981-2010) 
Fonte: Luperi (2012) 
Artigos 
“matematizados”: 
teoria formalizada 
sem ou com dados, 
ou econometria sem 
teoria. 
Isto serve como 
contraponto com 
as principais 
revistas dos 
EUA/UK, com 
matematização 
perto do 100% 
Evolução da formalização no Brasil 
Participação por tipos de artigos 
REP+RBE+EE+ANPEC (1981-2010) 
 
Fonte: Luperi (2012) 
Tipos de artigos: 
i. artigos sem formalização e com 
poucos (ou nenhum) dado, 
utilizando fundamentalmente 
linguagem natural; 
ii. artigos teóricos cuja 
argumentação está baseada 
fundamentalmente em 
formalizações matemáticas, com 
pouco ou sem nenhum tipo de 
apresentação de dados; 
iii. artigos sem modelagem formal 
nem econometria, mas que 
utilizam dados (p.ex., estatística 
descritiva) como centro de sua 
argumentação; 
iv. artigos em que existe com 
destaque alguma seção teórica 
formalizada, porém há no mínimo 
alguma parte empírica baseada 
na econometria; 
v. artigos em que prevalece a 
econometria sobre a teoria; 
vi. artigos em que existe alguma 
seção teórica formalizada, porém 
há no mínimo alguma parte 
empírica baseada em estatística 
descritiva. 
 
Evolução da formalização no Brasil 
 
Evolução da formalização no Brasil 
 
Seleção de periódicos com Qualis A1 
(e fator de impacto) 
American Economic Review 2,693 
Cambridge Journal of Economics 1,427 
Econometrica 2,976 
Games and Economic Behavior 0,829 
History of Political Economy 0,247 
Journal of Economic Methodology 0,095 
Journal of Economic Theory 1,235 
Journal of Finance 4,218 
Journal of International Economics 1,732 
Journal of Money, Credit and Banking 1,093 
Journal of Political Economy 2,902 
Journal of Post Keynesian Economics 0,278 
Quarterly Journal of Economics 5,92 
Review of Economic Studies 2,81 
Permite fugir do 
“triângulo de ferro 
auto-referencial da 
qualidade”: 
Pesquisadores bons 
Universidades boas 
Periódicos bons 
 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - I 
• Georgescu: muitos trabalhos considerados como 
sendo parte da economia são exercícios vazios com 
símbolos, aos quais se atribui nomes tirados do 
vocabulário da economia. 
• Um exemplo é a aplicação da função Cobb-Douglas 
aos problemas de recursos naturais: dado que os 
fatores são sempre substituíveis, não há riscos de 
que os recursos naturais se esgotem (esquece que, 
p.ex., não da para fazer capital sem recursos 
naturais). 
• Esses problemas decorrem da utilização de uma 
epistemologia mecanicista, que acredita que o 
raciocínio da mecânica pode se aplicar a qualquer 
outra ciência, incluindo as sociais. 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - II 
• Segundo Georgescu, a matemática pode ser usada 
eficientemente em economia em dois tipos de situações: 
1. Para resolver problemas de engenharia econômica 
(procura de solução ótima para problemas bem 
definidos). 
2. Para ajudar a esclarecer algum problema econômico 
pré-existente, sem que isso possa ser entendido como 
um guia passo a passo. 
• Este tipo de raciocínio funciona quando estudamos 
situações em que há unicamente mudança de 
quantidade, não de qualidade. Todavia, o sistema 
econômico muda sempre em termos qualitativos 
(somando carroças não temos um caminhão) 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - III 
• A questão central no estudo da economia é o 
surgimento de inovações, que são: 
Qualitativamente diferentes do que existia antes. 
Imprevisíveis (incerteza, não risco). 
• A matemática resolve situações analíticas, das 
quais só se pode derivar aquilo que estiver contido 
em seus axiomas. 
• Todavia, boa parte do que os economistas (mas não 
apenas eles) querem estudar não decorre das 
propriedades dos elementos considerados, assim 
como as propriedades da água não decorrem das 
propriedades do oxigênio e do hidrogênio. 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - IV 
• Para compreender os fenômenos de mudanças 
qualitativas, não é possível ficar apenas na análise, 
deve-se empregar a dialética. 
• A análise consiste em uma descrição sistemática da 
realidade baseada apenas no uso de conceitos 
aritmomórficos. 
• O melhor exemplo destes conceitos são os 
números: o número “1” é completamente diferente 
de qualquer outra coisa que não seja “1” (é 
completamente diferente de 0,99999999). 
• Ao contrário, a dialética usa conceitos dialéticos 
(claro!) os quais são distintos entre si, mas não 
discretamente distintos. 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - V 
• Os conceitos aritmomórficos estão separados de seus 
opostos por uma fronteira vazia (não há nada entre x e 
não-x), mas entre os dialéticos e seus opostos há uma 
penumbra, dentro da qual x e não-s são verdadeiros. 
– Cuidado: isto não implica dividir em três partes com 
fronteiras definidas. 
• Um exemplo de conceito dialético é a democracia: se 
hoje temos uma situação democrática, e amanhã 
mudamos em um ano (para cima ou para baixo) a idade 
em que se pode votar, o que resulta é algo não 
democrático? 
– E se a idade mínima for para 25? 30? 50? 80? 
• Outro exemplo é o conceito de espécie 
 
3. Georgescu e o mau uso da formalização - VI 
• Um modelo aritmomórfico só pode explicar 
variações quantitativas de elementos idênticos a si 
mesmos. 
• Um processo qualitativo só pode ser conhecido por 
observação, nunca deduzido das partes que o 
compõem. 
• Isto é o princípio dialético: do confronto entre duas 
situações (tese e antítese) surge uma nova situação, 
a síntese, qualitativamente diferente. 
• Em resumo, os modelos aritmomórficos pode m ser 
úteis em situações que não envolvem mudanças 
qualitativas, mas ao estudar processos 
evolucionários que envolvem mudanças estruturais 
eles se mostram insuficientes.

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