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Psi comunitária resumo para av2

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Psi comunitária:
Por: Wanderson Ricardo Nepomuceno
A psicologia comunitária tem por característica a atuação em grupos, especificamente comunidades. Comunidade tem a ver com “comunhão”, não necessariamente com lugar onde gente pobre mora, como se convencionou chamar de uns tempos para cá. É claro que há comunidades carentes sim, mas há comunidades ricas também. Desse modo, não é a renda ou recursos disponíveis que definem o que é uma comunidade, mas um grupo de pessoas que possuem relações afetivas, objetivos incomuns, ou seja, pessoas que tem proximidade, que trocam entre si. 
É uma Psicologia voltada para a ação! Tem por objetivo contribuir para transformar indivíduos em sujeitos (Foda d+ isso), a partir de intervenções que visem instrumentalizar membros da comunidade para que estes possam mudar positivamente a realidade comunitária. Um dos grandes nomes desta Psicologia é Martin-Baró. Segundo ele, a teoria é importante, todavia de nada adianta entender o fenômeno somente, é preciso ações que contextualizem a teoria. Desse modo é necessário adentrar o território imbuído com diversos saberes. Saberes estes não só da Psicologia, mas de outras ciências a fim de não Psicologizar o social: atribuir ao uma pessoa a culpa por sua situação, ou seja, rotulá-la. É preciso compreender e fazer compreender que ela é fruto de um meio que o puxa enquanto indivíduo e o distância do papel de sujeito.
Um aspecto bastante comum em comunidade, sobretudo nas carentes é o fenômeno do fatalismo, como explica Martín-Baró. Entende-se por tal, a crença enraizada e naturalizada de que é impossível modificar as coisas. É a crença que normalmente nasce nas famílias que bebem das ‘águas’ de uma comunidade fatalista, e é mantida a posteriori por este mesmo grupo comunitário. Ex.: “não adianta votar certo, políticos são todos bandidos”, “as pessoas são egoístas ninguém se importa com ninguém, então, cuido do meu e que se dane o resto”.
Embora o fatalismo seja algo enraizado, é possível desmontá-lo, todavia para tal é necessário encontrar o ponto em que a história do indivíduo se encontre com a história e cultura local, para que o mesmo possa-se trazer estranhamento, e desse estranhamento a desnaturalização e a possibilidade de agir seja construída.
Outro conceito importante para Martín-Baró é o de Realismo crítico. Para Baró, o realismo crítico ocorre quando os sujeitos de uma comunidade empoderados ou em processo de empoderamento, gerenciam recursos para a transformação realista de sua situação. Trata-se de uma verificação de possibilidades, de recursos e metas realistas traçadas, seja para resolver um problema presente ou deter algum que possa vir a surgir. Para isto, é preciso em: 1° Habitar o território comunitário – não apenas fisicamente, mas ser capaz de compreender os fenômenos a partir da voz dada aos sujeitandos – indivíduos em vias de se tornarem sujeitos, para deles obter conhecimentos que ilustrarão a situação e o pensar daquele grupo, para pôr fim em 2° lugar aplicar teorias e técnicas contextualizadas para aquela realidade.
O termo empoderamento, vem da palavra: poder, que está relacionado a capacidade de perceber-se ser capaz de fazer algo. “Sou capaz de fazer isso”. É importante não confundir poder com Dominação. Esta última é entendida como sendo o ato de subjugar outrem. Esta pode se manifestar em 3 esferas: Econômica, Política ou Cultural. Embora sejam separados didaticamente uma esfera acaba de certo modo atravessando outra. É importante dizer que a dominação é uma relação abusiva de poder para com o outro, desse modo, o contrato social, ou seja, eleger um político a um cargo não faz dele um dominador, mas quando este usa-se do poder obtido para subjugar a margem das leis ou ética, este sim, torna-se um dominador.
Um método de pesquisa-intervenção é o método cartográfico, que em linhas gerais é entendido como o acompanhamento de processos, do movimento, não pela realidade estática, ou seja, entrar pelo meio da história. Neste tipo de intervenção, há que se levar em conta o funcionamento da atenção, que pode ser:
O Rastreio: relacionado a varreduras do campo.
O toque: seleção.
O pouso: o foco ou zoom.
O reconhecimento atento: rearranjo do campo perceptivo.
Atenção flutuante! Lembrar das aulas de Psicanálise! Amarrar o discurso, não se deter só nas palavras frias, mas no contexto
Em Psicologia comunitária, a neutralidade não existe! Há sempre na intervenção a implicação e a sobreimplicação! A percepção dos fenômenos ‘contamina’ o olhar, gera preconceitos – não confundir com estereótipos, então a intervenção e a possibilidade de ser instrumentalizado é positiva ou negativamente afetada.

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