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DISCIPLINA: FILOSOFIA
Professor: Flávio Valentim de Oliveira
Atividade: Textos para exercícios (fragmentos).
	TEXTO 1.
O duelo de Heitor contra Aquiles
- Heitor, meu filho, não esperes por esse homem, sozinho, sem companheiros, pois de outra forma em breve atingirás a sorte, domado pelo filho de Peleu: na verdade, ele é muito mais forte que tu, o miserável! Quisera que ele fosse tão caro aos deuses como a mim! Os cães e os abutres não tardariam a devorá-lo, jacente, e uma dor terrível abandonaria as minhas entranhas...
A mãe, por seu lado, lamentava-se, derramando lágrimas. Abrindo o corpete, com a outra mão ela apresentava o seu seio; e, derramando lágrimas, disse estas palavras aladas:
- Heitor, meu filho, respeita isto, e tem piedade de mim mesma. Se alguma vez te apresentei este seio que faz esquecer as aflições, recorda-o agora, meu filho. Repele esse inimigo, mas do interior dos muros, não te postes diante dele, do miserável!
(...) Mas não fugirei, não será nas minhas costas que cravarás a tua lança... A guerra tornar-se ia mais leve para os Troianos após a tua morte: na verdade, és para eles o maior flagelo.
Assim disse, e, tendo-o brandido, lançou o seu pique de longa sombra. Atingiu o centro do escudo do filho de Peleu, não falhou, mas a lança ressaltou para longe do escudo. Heitor irritou-se por aquele dardo rápido ter partido inutilmente da sua mão. Parou, desapontado; não tinha outro pique de freixo. Chamou Deífobo do escudo branco, em altos gritos: pedia-lhe uma grande lança. Mas o outro já não estava perto dele. Heitor compreendeu em sua alma, e exclamou:
- Ai de mim, decerto que os deuses me chamaram para a morte! Porquanto eu julgava ter Deífobo, esse heroi, a meu lado, mas ele está dentro das muralhas, e a mim enganou-me Atena. Agora, eis que a morte se acerca de mim; já não está longe; deixou de haver refúgio. Era, sem dúvida, desde há muito, o que preferiam Zeus, e o filho de Zeus que fere de longe. Dantes, eles diligenciavam tirar-me de apuros; hoje, pelo contrário, atingi-me a sorte. Todavia, não pereçamos sem coragem, nem sem glória, mas depois de alguma grande proeza, que se transmita à própria posteridade. 
Aí, contra Heitor, apontou impaciente o seu pique o divino Aquiles. A ponta passou de lado a lado através do pescoço macio...
Desfalecendo, Heitor do capacete cintilante respondeu:
- Suplico-te, por tua alma e teus joelhos, por teus pais, que não deixes os cães devorar-me perto das naus aqueias...entrega o meu corpo em minha casa, para que, morto, os troianos e as troianas, suas mulheres, me façam participar do fogo da pira.
Com um olhar por baixo. Aquiles dos pés rápidos respondeu: 
- Não me supliques, cão, pelos meus joelhos, nem pelos meus pais. Possam o meu ardor e o meu coração impelir-me, a mim mesmo, a cortar e a devorar a tua carne absolutamente crua! Que grandes males me fizeste!
(Fragmento do Canto XXII “Morte de Heitor” em: Homero, A Ilíada).
TEXTO 2.
Ulisses na terra dos Lotófagos
Desde ali, durante nove dias, fui levado por ventos funestos sobre o piscoso mar; no décimo, desembarcamos na terra dos Lotófagos, que se nutrem de flores. Aí, penetramos no continente, fizemos aguada e logo meus companheiros tomaram uma refeição, junto das rápidas naus. Depois de termos comido e bebido, tendo escolhido dois homens e dando-lhes um terceiro como arauto, mandei-os colher informações sobre quais eram os comedores de pão que na terra habitavam. Eles partiram, ato contínuo, e entraram em contato com os Lotófagos. Estes não pensaram em matá-los, senão que lhes deram loto a comer. Ora, quem quer que saboreava esse fruto doce como mel não mais queria trazer notícias nem voltar, mas preferia ficar ali, entre os Lotófagos, comendo loto e esquecido do regresso. Tive de os reconduzir à força, debulhados em lágrimas, para as naus; arrastei-os para debaixo dos bancos dos remadores e aí os prendi, enquanto instava com os demais companheiros, que me tinham permanecido fiéis, a que subissem depressa nas naus ligeiras, receoso de que algum deles, provando o loto, se esquecesse do regresso. Embarcaram imediatamente e sentaram-se nos bancos; depois, em boa ordem, feriam com os remos o alvacento mar.
(Fragmento da Odisséia, canto IX, Homero).
TEXTO 3
Ulisses e o gigante Polifemo
- Ciclope, toma, bebe este vinho em cima da carne humana que comeste, para que saibas quão excelente era a bebida guardada em nossa nau(...) Assim falei; ele apossou-se da gamela e esvaziou-a. E tão intensa alegria sentiu, ao tomar a deliciosa bebida, que pediu que lhe desse uma segunda vez: “Dá-me mais, por gentileza e, sem tardar, dize-me como te chamas, pois quero brindar-te com um presente de hospitalidade, que recebas com agrado...
Assim falou, e de novo lhe enchi a gamela com vinho de reflexos de fogo. Três vezes lhe servi, e três vezes o imprudente sorveu de um trago. Depressa o vinho subiu à cabeça do Ciclope. Então lhe dirigi estas melíficas palavras: Ciclope, perguntas-me qual é o meu nome famoso. Vou dizer-te, mas tu me darás o prometido presente de hospitalidade. Meu nome é Ninguém. Minha mãe, meu pai, todos os meus companheiros me chamam de Ninguém”. Assim disse; e, ato contínuo, ele replicou com ânimo inexorável: “Ninguém, serás o último a ser comido de teus companheiros; sim, a todos comerei antes de ti: será esse meu presente de hospitalidade”.
Dizendo isto, revirou-se e caiu de costas, ficando estendido, com o pescoço papudo encurvado, e o sono, domador irresistível, o venceu. Da garganta lhe golfava o vinho, à mistura com nacos de carne humana, por entre os arrotos de embriaguez.
...Logo que a estaca de oliveira, apesar de verde, começou a estar incandescente e a espalhar terrível clarão, tirei-a do fogo, peguei nela; os companheiros, de pé, me cercaram, porque um deus lhe incutira grande audácia. Eles tendo tomado a estaca de oliveira, apoiaram a ponta aguçada da mesma no globo ocular, enquanto eu, por cima, fazendo força, a fazia girar...o sangue corria em torno do ponto incandescente e entre as pálpebras e as sobrancelhas rechinava a pupila tostada, e as raízes se encarquilhavam, por ação da chama...
Terrível foi o rugido que o Ciclope soltou...Depois, chamou em altos gritos os Ciclopes, que habitavam as cavernas circunjacentes...Ao ouvirem seus gritos, acorreram de todos os lados e, reunidos em volta da gruta, perguntavam a causa de sua aflição...
Do fundo do antro, o forte Polifemo lhes respondeu: “Amigos Ninguém me está matando por astúcia; por violência, não”.
(Fragmento da Odisséia, canto IX, Homero).
Texto 4
Ulisses e o canto das Sereias.
Vem aqui, decantado Ulisses, ilustre glória dos Aqueus; detém tua nau, para escutares nossa voz. Jamais alguém por aqui passou em nau escura, que não ouvisse a voz de agradáveis sons que sai de nossos lábios; depois afasta-se maravilhado e conhecedor de muitas coisas, porque nós sabemos tudo quanto, na extensa Tróade, Argivos e Troianos sofreram por vontade dos deuses, bem como o que acontece na nutrícia terra. Assim elas cantavam, e suas magníficas vozes inundavam-me o coração com o desejo de as ouvir, de sorte que, com um movimento das sobrancelhas, ordenei aos companheiros que me soltassem; eles, porém, curvados sobre os remos, continuavam remando; mas, imediatamente, Perímedes e Euríloco, tendo-se levantado, prenderam-me com laços mais numerosos e os apertaram com mais força. Depois que passamos as Sereias e não mais lhes ouvimos a voz nem o canto, meus fiéis companheiros retiram a cera, com que lhes tapara os ouvidos, e libertaram-me das cordas (Fragmento da Odisséia, canto XII, Homero).

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