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Potencial de célula e energia livre de reação Energia livre de reação : é o trabalho máximo sem expansão que uma reação pode realizar em pressão e temperatura constantes: G = We. Trabalho sem expansão é qualquer trabalho que não resulte em mudança de volume. Energia livre de reação: We = -n.e.NA.E n = quantidade de elétrons e = carga do elétron NA = constante de Avogadro E = potencial Constante de Faraday: F = e. NA F = 1,602177.10-19 C . 6,0221.1023 mol-1 F = 9,6485.104 C mol-1 We = -n.F.E Energia livre de reação: G = -nFE 1 ELETROQUÍMICA - continuação 2 Equação que relaciona informações termodinâmicas com informações eletroquímicas. Se o potencial da célula é positivo (E > 0), a energia livre de reação é negativa (G <0), e a reação da célula tem a tendência espontânea de formar produtos. Força eletromotriz (fem) É o potencial da célula medido por um voltímetro de alta resistência (não retira corrente para medir o potencial). Estado padrão Gases: pressão de 1 bar Íons: concentração de 1 mol L-1 Nestas condições, temos: E°: fem padrão da célula G°: energia livre padrão. Energia livre de reação: G = -nFE 3 Exercício Calcular a energia livre de reação para uma célula de cobre e zinco em que a fem é igual a 1,10 V. Resolução G = -n.F.E G = -2 . (9,6485.104 C mol-1) . 1,10 V G = -2,12.105 C V mol-1 G = -2,12.105 J mol-1 G = -2,12.102 kJ mol-1 3 4 Exercício A reação que ocorre em uma célula nicad é Cd(s) + 2 Ni(OH)3(s) Cd(OH)2(s) + 2 Ni(OH)2(s) e a fem da célula completamente carregada é 1,25 V. Qual é a energia livre da reação? Nota estequiométrica Quando multiplicamos uma equação por 2, por exemplo, o valor de n, na equação G = -nFE muda. Logo, a energia livre da reação é duplicada; entretanto, o valor do potencial da célula permanece inalterado. Consequência: o tamanho da célula não interfere no seu potencial. Resposta: -241 kJ mol-1 G° = -n.F.E° (eletroquímica) G° = -R.T.lnK (termodinâmica) RT nFE Kln 0 Portanto: Lembrando: F = 9,6485.104 C.mol-1 R = 8,31447 m3.Pa.K-1.mol-1 Constantes de Equilíbrio – determinação da direção espontânea de uma reação G° < 0 – reação espontânea G° > 0 – reação não espontânea G° = 0 – reação em equilíbrio 5 K aumenta exponencialmente com E° E° + K>>1 E° - K<<1 Exemplo: Calcular a constante de equilíbrio da reação AgCl(s) Ag + (aq) + Cl - (aq) a 25 °C. (Como o AgCl (s) quase insolúvel espera-se que K seja muito pequeno.) Primeiro encontre as semi-reações: AgCl(s) + e - Ag(s) + Cl - (aq) E° = +0,22 V (redução) Ag(s) Ag + (aq) + e - E° = +0,80 V (oxidação) Quantos elétrons foram transferidos? n =1 Encontrar E° total: E° (redução) – E° (oxidação) : +0,22V -0,80V AgCl(s) Ag + (aq) + Cl - (aq) E° = - 0,58 V Encontrar K: 58,22 158,314.298, 0,58.1.9,65.10 Kln 4 1022,58 10.56,1eK 6 Exercício: Calcular o produto de solubilidade do cloreto de mercúrio (I) Hg2Cl2(s) 2Hg + (aq) + 2Cl - (aq) Primeiro encontre as semi-reações: Hg2Cl2(s) + 2e - 2 Hg(s) + 2Cl - (aq) E° = +0,27 V (redução) 2Hg(s) 2Hg + (aq) + 2e - E° = +0,79 V (oxidação) Quantos elétrons foram transferidos? n =2 Encontrar E° total: E° (redução) – E° (oxidação) : +0,27V -0,79V Hg2Cl2(s) 2Hg + (aq) + 2Cl - (aq) E° = - 0,52 V Encontrar K: 48,40 158,314.298, 0,52.2.9,65.10 Kln 4 1840,48 10.6,2eK 7 Equação de Nernst À medida que uma reação prossegue: - G tende a zero; - E tende a zero. Portanto, uma bateria descarregada é uma célula cuja reação redox chegou ao equilíbrio. 8 • Assim: • Portanto: • Ou: lnQ T R-nFEnFE- 0 lnQ T RGG 0 Qln nF RT EE 0 Q log nF 2,303RT EE 0 Para descobrir como a fem de uma célula depende da concentração: Onde Q é o quociente de reação da célula RT/F = 0,025693 V 9 Calcule a fem, em 25 °C, de uma célula de Daniell na qual a concentração de íons Zn2+ é 0,10 mol.L-1 e a de íons Cu2+ é 0,0010 mol.L-1. Exemplo: A célula de Daniell e a reação correspondente são: Zn(s)/Zn 2+ (aq)//Cu 2+ (aq)/Cu(s) Cu 2+ (aq) + Zn(s) Zn 2+ (aq) + Cu(s) Primeiro calcular o Q: [Zn2+] [Cu2+] Q= Q= 0,10 0,0010 Qual o valor de n? 2 Determinar o E° E°= 0,34 – (-0,76) = 1,10 Determinar o E a partir: Qln nF RT EE 0 E= 1,10 - 0,025693 ln 0,10 2 0,0010 E= 1,10 – (0,013 . 4,60) E = 1,04 V 10 Exercício: Calcular a fem da célula Zn(s)/Zn 2+ (aq) (1,50 mol.L -1)//Fe2+(aq)(0,10 mol.L- 1)/Fe(s) A célula de Daniell e a reação correspondente são: Zn(s)/Zn 2+ (aq)//Fe 2+ (aq)/Fe(s) Fe 2+ (aq) + Zn(s) Zn 2+ (aq) + Fe(s) Primeiro calcular o Q: [Zn2+] [Fe2+] Q= Q= 1,5 0,1 Qual o valor de n? 2 Determinar o E° E°= -0,44 – (-0,76) = 0,32 Determinar o E a partir: Qln nF RT EE 0 E= 0,32- 0,025693 ln 1,5 2 0,1 E= 0,32 – (0,013 . 2,70) E = 0,29 V 11 Eletrodos Seletivos A equação de Nernst serve para determinar o pH, lido com o auxílio de um eletrodo seletivo aos íons H+ em conjunto com o eletrodo de calomelano, por exemplo (eletrodo de referência). 12 Pilhas “secas” de Zn-Carbono Exemplos de pilhas: Esta pilha consiste de um copo de Zn (ânodo) preenchido com uma pasta úmida de NH4Cl, MnO2, ZnCl2 e carbono finamente dividido. Nesta pasta, há imerso um bastão de grafite (C) que atua como cátodo. No ânodo o Zn é oxidado: Zn(s) → Zn 2+ (aq) + 2e enquanto que, no cátodo de carbono, a mistura MnO2/NH4Cl sofre redução: e- + NH4 + (aq)+ MnO2(s) → MnO(OH)(s) + NH3(aq) Pilha alcalina Um outro tipo de pilha seca que usa Zn e MnO2, mas que contém KOH (eletrólito básico). O ânodo de Zn é ligeiramente poroso, oferecendo grande área efetiva e permite liberar mais corrente que a pilha de zinco–carbono comum. Reações mais comuns: A f.e.m. gerada é de 1,5V. ânodo: Zn(s) + 2OH - (aq)→ Zn(OH)2(s) + 2e cátodo: MnO2(s) + 2H2O + 2e- → MnO(OH)(s) + 2OH Pilha de óxido de prata Estas pilhas pequenas e um pouco caras têm se tornado populares como fontes de energia para relógios eletrônicos, máquinas fotográficas automáticas, calculadoras. As reações ocorrem num eletrólito básico: A f.e.m. gerada é de 1,5V. ânodo: Zn(s) + OH - (aq) →Zn(OH)2 + 2e cátodo: Ag2O(s) + H2O + 2e → 2Ag(s) + 2OH - (aq) Células secundárias (que podem ser recarregadas) Bateria de chumbo, geralmente fornece de 6 a 12V dependendo do número de pilhas usadas em sua construção. Internamente, a bateria consiste em um número de pilhas galvânicas ligadas em série (“acumuladores”). Cada pilha individual fornece 2V, assim uma bateria de 12V contém seis dessas pilhas ligadas em série. O diagrama de célula é: Pb(s) | PbSO4(s) | H +, H2SO4(aq) | PbO2(s) | Pb(s) Quando o circuito externo está completo e a bateria está em operação ocorrem as seguintes semi-reações: ânodo: Pb(s) + SO4 2- (aq)→ PbSO4 + 2e cátodo: PbO2(s) + 4H + (aq) + SO4 2- (aq)+ 2e → PbSO4(s) + 2H2O Pb(s) + PbO2(s) + 4H + (aq) + SO4 2- (aq)↔ 2 PbSO4(s)+ 2H2O Obs.: O PbSO4(s) que precipitatende a recobrir os eletrodos e quando isto acontecer o acumulador deixa de funcionar. Vantagem: as reações dos eletrodos podem ser invertidas, aplicando-se um potencial ligeiramente superior àquele produzido pela célula. Desse modo, o H2SO4 que é consumido enquanto a bateria está operando é regenerado. Isto é realizado pelo dínamo ou alternador do automóvel ou, se a bateria estiver muito descarregada, com a ajuda de um carregador de bateria. Quando a célula é sobrecarregada, a água sofre eletrólise e o desprendimento de H2 e O2 degrada a superfície do eletrodo. Este fato mais a adição de água impura para compensar as perdas por evaporação, acarretam o desprendimento de PbSO4 dos eletrodos. Assim, a capacidade da célula se reduz e pode eventualmente, produzir no fundo do recipiente, resíduos em quantidades suficientes para curto-circuitar os eletrodos, destruindo a bateria. Eletrólise • Célula eletrolítica (ou cuba eletrolítica): reação não espontânea ocorre com o auxílio de energia elétrica. • Só existe um tipo de eletrólito e as concentrações e pressões não estão próximas das condições padrão. • Para reverter uma reação espontânea e fazê-la acontecer no sentido inverso, deve-se inserir no sistema uma tensão maior que aquela obtida pela reação espontânea. Esta diferença de potencial adicional é chamada sobretensão ou sobrepotencial. 16 Particularidades • Catodo: pólo negativo. Redução. • Anodo: pólo positivo. Oxidação. • No exemplo da eletrólise do cloreto de magnésio fundido no processo Dow: Reação anódica: 2 Cl-(fund) Cl2 (g) + 2 e - Reação catódica: Mg2+(fund) + 2 e - Mg(s) 17 Suponha que uma solução aquosa de I- 1 mol.L-1, em pH = 7, sofra eletrólise. Qual será a espécie produzida no anodo, O2 ou I2 ? Dados: I2 (g) + 2 e - 2 I-(aq) E° = +0,54 V O2 (g) + 4 H + (aq) + 4 e - 2 H2O(l) E° = +0,82 V Exemplo: Resposta: I- no mínimo 0,54 V deve ser aplicado para oxidar I- 18 Lei de Faraday • Estequiometria na eletrólise • A quantidade do produto formado ou do reagente consumido por uma corrente elétrica é estequiometricamente equivalente à quantidade de elétrons fornecidos. 19 • Relações matemáticas: Q = It , Onde: Q: quantidade de carga (C); I: intensidade de corrente elétrica (A); t: tempo (s). n F It F Q n= numero de mol de elétrons 20 Que quantidade de cobre (em mol) pode ser produzido usando-se 4,0 mol de e- ? Exemplo: Cu2+ + 2e Cu(s) 1 mol de Cu 2 mol de e X 4 mol de e X = 2 mol de Cu O alumínio é produzido pela eletrólise de seu óxido dissolvido em criolita fundida (Na3AlF6). Encontre a massa de alumínio que pode ser produzida em 1,0 dia (d) em uma célula eletrolítica que opera continuamente com 1,00.105 A. A criolita não reage.Dado: Al: 26,98 g.mol-1. Primeiro: Escreva a semi-reação de redução e estabeleça a razão molar entre Al e elétrons: Al3+ + 3e Al(l) Aplique a fórmula: It/F = n (1.105 Cs-1 X 24 X 3600)/ 9,6485.104 C(mol de e)-1 = 8,9547.104 mol de e 3 mol de e 1 mol de Al 8,9547.104 X X= 2,98 .104 mol de Al 1 mol de Al 26,98 g 2,98.104 mol de Al Y Y = 8,05.105 g de Al 21 Impacto nos materiais • Processo de Downs para a produção do sódio metálico: Catodo: 2 Na+(fund) + 2 e - 2 Na(l) Anodo: 2 Cl-(fund) Cl2 (g) + 2 e - 22 Corrosão 2 Fe(s) + O2 (g) + 4 H + (aq) 2 Fe 2+ (aq) + 2 H2O (l) 23 Alguns metais que formam camadas passivadoras: cromo, níquel, titânio, aço inoxidável, cobre... Esta formação de película protetora de óxidos do metal é denominada película passivante. (camada passivadora) que não deixa o processo de corrosão acontecer ou retarda esse processo. Corrosão: Métodos de prevenção e combate •Métodos baseados na modificação do metal: Pelo aumento da pureza do metal base Pela adição de elementos de liga: adição de metais resistente a corrosão (Cr em um aço) •Métodos que se fundamentam em revestimentos protetores Revestimentos orgânicos : tintas, resinas, vernizes Revestimentos inorgânicos : Cerâmicas (cimentos e porcelanas...) Revestimentos metálicos: cromatização, niquelagem, zincagem, estanhagem (processo caro; muito usado em revestimentos de latarias para produtos alimentícios). formam camadas protetoras de óxidos e hidróxidos que reagem com o meio corrosivo impedindo a continuidade do ataque à superfície da peça. Corrosão: Métodos de prevenção e combate Anódico; os metais usados são menos nobres (Zn, Al...),potencial de oxidação é maior do que o metal a proteger, funcionam como ânodo de sacrifício. Catódico – metais usados mais nobres (Au, Ag, Cr...) que o metal base (potencial de oxidação é menor ). Protegem o metal pela formação de uma camada contínua e não porosa, isolando-o do meio corrosivo. Eletrodeposição 26 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS METÁLICOS Eletrodeposição Imersão à quente aplica-se uma fonte continua de corrente elétrica. [Eletrólise - processo não-espontâneo, Cátodo(-) e o Ânodo(+) ] Os metais mais usados neste tipo de aplicação são: Zn, Sn, Ni, Cr, Cu, Au e Ag; a peça a ser revestida é colocada como cátodo (-) de uma cuba eletrolítica, em que se tem como eletrólito sais do metal recobridor e podendo ter como ânodo o metal recobridor ou um eletrodo inerte. Niquelagem: a solução de NiSO4 (eletrólito) é mantida a 50 - 60 °C. As reações que ocorrem no ânodo e cátodo são: Ânodo(+) Ni → Ni+2 + 2e Cátodo(-) Ni+2 +2e → Ni Neste processo o metal base é mergulhado em um banho fundido do metal que o recobrirá, como: zinco, chumbo, estanho, etc. Galvanização (zincagem a fogo) - forma-se uma camada superficial do zinco fundido do banho ( 440 a 470 °C) sobre o metal base. Permite a deposição de camadas de zinco e zinco-ferro bem maiores que na aplicação eletrolítica e ainda é obtida num tempo muito curto o que permite uma alta produtividade. Mecanismo de proteção: O zinco da camada mais externa se oxida dando Zn(OH)2 que em grande quantidade caracteriza a corrosão branca. O Zn(OH)2 reage com o CO2 do ar formando uma camada protetora de ZnCO3. Zn(OH)2 + CO2 → ZnCO3 + H2O Imersão a quente Galvanização • Vigas de aço mergulhadas em zinco fundido. • O zinco sobrevive à exposição ao ar e à água porque ele é passivado pelo óxido protetor. 28 Reações de baterias comerciais 29
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