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RESUMO DA AULA 01 e 02 - CONCEITO AMPLO DE POLÍTICA: É o domínio do conhecimento prático, tendo como características para sua definição, o bom governo e boas condições pelas quais se alcance o bem comum. É uma prática voltada para o bem, na qual diz respeito a relação entre os cidadãos e seus governantes, com finalidades para interesse coletivo. Uma atividade na qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol do bem estar do corpo social. Ou seja, muito mais que uma atividade de concorrência, uma atividade de cooperação em busca de uma “vida boa”. - CONCEITO DE POLÍTICA SEGUNDO ARISTÓTELE: Promover a vida em uma perspectiva específica. ou seja, a cidade deveria proporcionar a “vida boa” (ser feliz e ser útil a sua comunidade). O indivíduo se torna melhor do que no isolamento. Um conceito no qual, se deposita maior credibilidade naqueles que fazem parte do corpo social. Acreditando-se que cada um fará sua parte na sociedade. - CONCEITO DE POLÍTICA SEGUNDO KANT E RAWLS: Um conceito mais liberal, no qual independente de quem faça parte do grupo social, este deve obedecer as leis estabelecidas, ter direito ao respeito, à liberdade de escolha dos seus próprios bens, valores e finalidades; concedendo a mesma liberdade aos demais daquele corpo social, que também se submetem as mesmas leis. - CONCEITO DE POLITICAGEM: Prática utilizada por pessoas, que através do discurso político, buscam de fato benefício particular próprio, ao invés de interesse social coletivo. - POLÍTICA E IDEOLOGIA: Práticas que caminham juntas. Pois cada grupo que defende uma tese, ou um tipo de política, que acredita ser mais adequada ao estado, faz este movimento impulsionado por uma ideologia; Na qual poderá ou não se tornar política de estado de caráter mais repressiva ou menos. Ou seja, a política acaba por ser formada por um grupo de pontos de vista ideológicos, diferenciados, que pensam nos governos, nas relações do corpo social e onde esta vai nos levar. - EXERCÍCIO DA AUTONOMIA COLETIVA: Este movimento político se desenha em manifestações que exigem providencia do poder público, ou em protesto em relação aqueles que estão momentaneamente no governo. Ou seja, um conjunto de pessoas agindo em prol de melhorias para o corpo social, através da relação com os governantes expressada em uma manifestação. - PROCESSO POLÍTICO E JURÍDICO: Processos intimamente ligados, no qual o processo jurídico viabiliza, garante a vontade política da comunidade salvaguardando esta pelo estado;através de uma série de atos formais jurídicos; que transforma a proposta política em regulamento. Política que funciona como mecanismo de ação coletiva de qualquer comunidade, sem que a ausência de unanimidade desmantele o caráter comunitário. - POLÍTICA E PODER: Do ponto de vista da política o poder quase sempre vem acompanhado de ideologias que justificam o mesmo. Anthony Giddens afirma que poder é a habilidade de indivíduos ou grupos de fazerem valer seus próprios interesses ou e preocupações mesmo sob resistência de outras pessoas; por vezes utilizando a força. - CONCEITO DE PODER LEGÍTIMO: Poder que provém da vontade coletiva, ou seja, com consentimento de todos. No qual o detentor deste poder o exerce com autoridade, sem utilização de violência, pois a mesma não se faz necessária; pela coesão de ideias entre governante e governados. - CONCEITO DE PODER DESTITUÍDO DE LEGITIMIDADE: Poder que não provém do coletivo, ou seja, sem o consentimento de todos. No qual o detentor desse poder,o exerce de forma autoritária, com a utilização de violência, que se faz necessária, pela falta de coesão de ideias entre governados e governantes (ditadura, nazismo, fascismo). - DAS FONTES DA POLÍTICA: O fenômeno político decorree pode acontecer de quatro fontes. Das autoridades, através de representantes políticos, que dentro do processo do Estado que ele representa ocupou o cargo de líder. Da sociedade, que se dá pela movimentação do corpo social, independente de maioria, em prol de uma justiça social ou política mais justa e bem aplicada. Dos Fatos jurídicos, que valorizam os fatos sociais através do processo de criação da norma que resguarda, garante e aplica os fatos valorados como lei erga omnis.Dos fatos morais que representam as práticas que pleiteiam as manifestações dos valores sócias do grupo. - CONCEITO DE CIÊNCIA E POLÍTICA: Matéria que trata de forma empírica, sobre poder, política, autoridade e ideologias. Desenvolvendo em estudo as diversas teorias e formas de governo que podem se estabelecer em um estado. Uma área do saber que se dedica ao estudo dos fenômenos políticos. - PENSADORES DA CIÊNCIA E POLÍTICA: Os primeiros pensadores foram Platão e Aristóteles; que junto de Sócrates, construíram os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Nicolau Maquiavel, italiano do período renascentista, é reconhecido como cofundador da ciência e política moderna, pois escreveu como o estado e governo são e não como deveriam ser. Jean Bodin é francês e jurista; Considerado o pai da ciência e política; devido a sua teoria sobre soberania. Esta afirmava a soberania do homem sobre a mulher e da monarquia sobre a gerontocracia. Crítico a esta ideia, Montesquieu foi um político filósofo e escritor, que ficou famoso por sua teoria sobre a separação dos poderes (legislativo, executivo e judiciário). - CONCEITO DE TEORIA DA CIÊNCIA E POLÍTICA: Teoria que não possui conceito fechado, devido a mutabilidade, instabilidade e imprecisão que cerca seu estudo. Isto se da devido as ações humanas e sua variedade, tanto individual, quanto em conjunto. A complexibilidade da análise política e suas variáveis. A imersão do observador no próprio objeto de estudo interferindo no seu resultado. Porém, no sentido contrário, se observa de forma precisa, que a tradição influencia no processo de estruturação do pensamento político, que por sua vez influencia na postura do grupo mediante aos fenômenos políticos ocorridos. - Teoria das Generalizações: Procura de forma mais fixa, teorias que expliquem os fenômenos políticos, criando assim a possibilidade de uma aproximação de um quadro globalizante destes. - Teoria dos Acidentes: Esta concede grande importância aos “acidentes” ou idiossincrasias da vida política. Servindo assim muito mais para dar lições do que propriamente explicações. Porém nem tudo deve ser considerado acidente. Como: O desenvolvimento da carreira dos ministros, líderes e funcionários públicos de alta-hierarquia. - A metodologia da Ciência e política: Não existe metodologia isolada, comum ou genérica. A metodologia depende do tipo de estudo que será feito. Quando feito sobre líderes se terá foco em documentos e entrevistas. Quanto a eventos importantes documentos e entrevistas. Quanto análise de carreiras, técnicas quantitativas caso a busca seja tendências gerais e associações entre variáveis. E a teoria dos jogos, que proporciona ao pesquisador, através de tentativas de melhorar suas possibilidades de sucesso, um resultado positivo sobre o objeto almejado. - Conceito de Campo político: É um espaço social onde políticos travam suas relações de força. Ou seja, local onde se dá a disputa política entre os agentes sociais que detêm conhecimento específico para tal e os realiza dentro de um grupo de regras previstas. - Conceito de discurso político: Fala coletiva que procura através de uma linha argumentativa, atender aos interesses da comunidade. Ou seja, o discurso político é um ato de linguagem social, que expressa os pensamentos e valores impostos em determinado tempo. - Conceito de retórica política: Estratégia de comunicação que visa o convencimento daquele que é comunicado; e também é a teoria, o ensinamento dos recursos verbais, escritos ou orais que tornam o discurso persuasivo. -Conceitode persuasão política: lógica racional ou simbólica para induzir alguém a aceitar uma atitude ou realizar uma ação. - O discurso político e a ação: Estes são indissociáveis. Pois o discurso político é a linguem que motiva a ação política. Linguagem dotada de lugar de engajamento do sujeito (político), justificação para o seu posicionamento e influencia para o outro. - Os componentes do discurso político: Podemos fragmentar o discurso político em três tipos: LOGOS, PATHOS, ETHOS. - Logos: Pertence ao raciocínio. Estando fundamentado nas verdades do discurso. Ou seja, a persuasão é obtida através dos argumentos daquela oração que passa a parecer correta; no sentido que aquele discurso faz. - Pathos: Pertence ao sentimento. Aos deslocamentos emocionais que o orador trará em seus argumentos. Ou seja, seu discurso pode promover alegria, tristeza, raiva, desejo, orgulho... - Ethos: O orador usa de seu próprio caráter no discurso como argumento para persuadir o ouvinte. Ou seja, o caráter, a dignidade, a confiança e credibilidade do orador irão fazer o papel de persuasão do discurso político. - O espaço geográfico do discurso político: O parlamento tem a função de legislar fatos sociais valorados, representar os anseios sociais políticos e controlar através do sistema normativo jurídico. Toda via, o discurso proferido no parlamento nem de todas as vezes se é proveitoso para o grupo social, pois o palanque, onde se ocupam os políticos que representam a nação, é por vezes utilizado para outras finalidades; como parabenizações ou felicitações de cunho interno do parlamento. Isto nos mostra que o discurso político assim é classificado pelo seu conteúdo, e não pelo local onde é proferido. O discurso político precisa ter conteúdo de interesse político social e pode ser feito em ambiente civil, como universidades, praças, casas, entre outros espaços do gênero. O discurso político e a democracia: Há de se caracterizar que quão maior for o estado democrático, maior será a liberdade de se discursar politicamente. Afirmando assim que o discurso político democrático traz a semente da incerteza, pois provêm de pessoas que vivem em uma sociedade em constante mudança, impedindo assim a cristalização de verdades absolutas. O político, a democracia e o discurso legítimo: O discurso político tradicional, ou seja, aquele proferido pelo representante escolhido pelo povo, somente terá legitimidade se o mesmo for conectado aos discursos políticos que provêm da sociedade que este político representa. Assim como a legitimidade de um discurso político terá efeito sobre aqueles que ignoram ou não participam da política de seu Estado. Um breve conceito de Estado: Corporação de um povo assentada sob um determinado território e dotada de um poder originário de comando. Ou seja, Um determinado território, próprio e independente, onde habita determinado povo, governado por representantes políticos sob a égide de um sistema de instituições políticas, jurídicas, administrativas, econômicas, policias, Etc. Não podendo ser confundido de forma alguma com o conceito de nação ou governo. Conceito de nação: Agrupamento de pessoas sem que se faça necessária uma organização legal, que possuem um mesmo idioma, costumes, tradições, sentimentos nacionais e que atuam em seu nome e tem seus próprios interesses. (nação indígena) Conceito de governo: Autoridade de estancia máxima de um Estado ou uma nação, que tem como finalidade liderar um grupo especifico através de comandos adotados, através do melhor entendimento do grupo ou daqueles que governam, dependendo do sistema de governo. RESUMO CIÊNCIA E P. 03 - Origem dos Estados: Por caráter de eleição às teorias mais relevantes, para expor sobre a teoria do Estado, são eleitas as teorias:Naturalistas e Contratualistas, e as menos relevantes do Coletivistas e Estado de Direito. - Naturalistas: A constituição da sociedade, organizada ou não, é um fato natural e inerente a escolha do ser-humano. O ser, humano, é social e animal politico. Esta seria a origem da ideia contemporânea de estado e até ideia precedente ao conceito de família. Teoria defendida por Aristóteles que é o precursor deste pensamento (Homem com duas possibilidades de vida. Ou bárbaro e ignorante ouna outra direção puro ou quase santo), no qual o estado seria formado para proporcionar segurança, organização, bem- estar coletivo “vida boa”. Teoria também defendida por São Tomás de Aquino no período medieval e pelo jurista OresteRanelletti na contemporaneidade, que afirma que viver em sociedade não é somente uma questão de sobrevivência, mas também bem-estar e facilidades. Contratualistas:Teoria que explica a criação e finalidade do estado, analisada por três pontos de vista não homogêneos dos principais autores do período moderno (sec. XVII e XVIII),Hobbes, Locke e Rousseau. Hobbes (1588 – 1679): O homem é movido por duas forças. O desejo à luta pela glória e o desejo de se conservar vivo. Duas paixões que convivem simultaneamente em todos. O local que isto aconteceria Hobbes chama deESTADO DE NATUREZA (possibilidade fictícia, na qual o homem não seria parte de um estado, vivendo livre), no qual todos teriam direitos a tudo por uma questão natural, sem um poder que os limitassem (O homem é lobo do próprio homem), (O homem é um ser associal), acarretando assim em um estado de guerra, na qual a violência é incontrolável. Porém, assim como a paixão pela glória leva a guerra, a paixão pela vida leva a paz. Sendo assim, estabelecendo um CONTRATO SOCIAL como solução para tal estado de guerra, seria supostamente nomeado um representante, que teria poderes para garantir a ordem, a segurança e principalmente a vida, caso todos os homens, abrissem mão totalmente dos seus direitos naturais entregando-as ao representante. O soberano ou uma assembleiaexerceriam este poder político. Constituindo assim a figura do Leviatã. Ou seja, a ordem política segundo Hobbes é uma criação racional, calculista do homem, assinada por todos, em proveito de um terceiro, não signatário à este acordo, sem possibilidade nenhuma de censura, daqueles que o assinaram, em relação ao soberano. Sendo este inclusive a fonte única da criação de leis. Dando a Hobbes, apesar de ter uma visão Jusnaturalista no âmbito político, um caráter positivista, dentro da visão atual, na perspectiva jurídica do Estado. O fato é que esta concepção de estado fundamentou o estado absolutista. Estado que cairá, caso não garanta os princípios contratuais de ordem, segurança e principalmente a vida, jogando o homem novamente no estado de natureza. Locke (1632 -1704):Filósofo inglês liberalista que afirmava, assim como Hobbes, a existência de um ESTADO DE NATUREZA, mas diferentemente de Hobbes, acreditava que este não precedia a sociedade, não era fictício, não era formado através de luta e sim de cooperação, era fundado através da racionalidade humana, na qual o indivíduo abre mão parcialmentedos seus direitosdando ao estado somente o seu direito de punir. Este estado de natureza garantea vida, liberdade, propriedade e faculdade de castigar qualquer ofensa.Neste estado natural real, a própria sociedade poderia lançar mão para defender suas vidas, liberdade e os bens, dos que vivem de acordo com a lei.O CONTRATO SOCIAL para Locke seria uma maneira de salvaguardar de forma escrita as mesmas garantias previstas no estado de natureza, que antes do contrato estaria fragilizada devido a fraqueza do homem mediante as adversidades da vida. Podendo este a qualquer momento agir contra a lei não-escrita. Ao elaborar este contrato social,Concomitantemente ele cria o positivismo jurídico (lei normativa efeito erga omnes, Juiz reconhecido, imparcial e competente, um poder pra fazer respeitar a lei). Um contrato social no qual não existe liberdade sem lei, pois esta gere a liberdadede cada um ampliando assim as garantias previstas conservadas pelo Direito.Ou sejapara Locke, se mantém um vinculo contínuo com o estado natural que é regido por leis, cultivando assim a paz que já reinava. Este estado garante também o direito de resistência frente a tirania de governo que desrespeitam a lei. Que abusam de seus poderes; pois para Locke o estado deve servir ao indivíduo que tem um representante que deve agir a altura. O indivíduo elege o governante do Estado. Ou seja, aqui existe o exercício indireto da democracia. Pensamento que Cria uma frente direta aos governos absolutistas. Reforçado pelas separação dos poderes executivo e legislativo, sendo este ultimo responsável por emanar a vontade do povo. Rousseau (1712 – 1778): Para Rousseau o ESTADO DE NATUREZA teria quatro premissas. Não existe agregação social nem familiar, o estado de natureza é uma hipótese, neste estado se tem liberdade, espontaneidade da moralidade e felicidade do homem, e é atribuído a este a perfectibilidade, ou seja, capacidade de se aperfeiçoar devido a vontade de liberdade,o que o diferenciados outros animais, mas não garante que ele se torne um ser-humano melhor. A CORRUPÇÃO DO ESTADO NATURAL se dá através de obstáculos exteriores que movem o homem de seu conforto em busca de melhores condições. Neste processo ele sobrevive, trabalha, se protege com armas, cerca seu terreno inaugurando assim a sociedade civil, conserva suas descobertas, toma ciência de sua dimensão temporal, e se compara com o outro.Cria- se assim a desigualdademoral ou política (pobres e ricos). O homem explora o homem. Os homens tornam-se maus. Os ricos instituem um estado para a “proteção de todos”. Destroem irrevogavelmente o estado de natureza. O Estado social gera guerras permanentes, inseguranças, por conta de apropriações indevidas de bens que deveriam ser de todos ou de ninguém.Prefere-se uma ordem injusta do que a anarquia.O homem celebra um pacto que o torna dependente de um senhor. O CONTRATO SOCIALseria uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de qualquer associado, unindo a todos, que obedecerão somente a si mesmos, para serem livres como antes. Ou seja, o contrato social em Rousseau é uma forma democrática direta, na qual em um movimento a favor da cidadania,todos renunciam às suas vontades particulares, para assim surgir a vontade coletiva, que transformar-se-á em lei, a qual todos se submeterão, para assim tornem-se livres. A soberania em Rousseau está no povo. É popular através do plesbicito e o referendo. - Coletivistas: Pode-se reconhecer duas subespécies dentro desta linha de pensamento. A concepção moral do Estado e a concepção sociológica do Estado. - Concepção moral do Estado: O estado tem poder totalizante sobre a família e a sociedade civil, que subjugam-se a este, que os considera inexistente em face da materialização do poder do Estado. Um coletivismo radical, cuja fonte seria o totalitarismo, no qual o estado regula sem limites aspectos da vida pública e privada dos seus cidadãos. - concepção sociológica do Estado: concepção que fundamenta o aparecimento do estado por vias históricas. Um dos melhores exemplos desta posição teórica é Karl marx. Para o entendimento de Marx é importante salientarmos quatro conceitos. A estrutura e superestrutura, alienação e práxis, evolução histórica e divisão de classes. - ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA: São dois conceitos que combinados entre si resultam na compreensão da sociedade através do meio de produção. Perspectiva MATERIALISTA de Marx. ESTRUTURA: São as condições materiais da produção. Ou seja, a forma de utilização das ferramentas + matérias primas + energia disponível + distribuição dos produtos + tomadas de decisão formam a estrutura. SUPERESTRUTURA: É a produção da vida material. É o conjunto das relações sociais de produção na qual o homem se organiza. Religião, cultura, política, jurídica, escravista, capitalista, Ou seja, a vida social; a ESTRUTURA que forma a economia da sociedade constrói a base na qual se levanta a superestrutura. Capital não é dinheiro é uma força de produção. - ALIENAÇÃO E PRAXIS: São tipos de posicionamentos e consciências sociais e políticas aplicadas. ALIENAÇÃO DO HOMEM: Ocorre quando se deixa de ser artesão e vira-se um operário; o qual não se tem contato com a matéria prima e nem com o produto final ao mesmo tempo. O sujeito torna-se um apêndice na produção. (FABRICA DA FORD) ALIENAÇÃO POLÍTICA: Esta ocorre quando não há imparcialidade política no jogo de interesses burguês. Em que o Estado toma partido da classe burguesa dominadora e não da classe dominada ou proletariado. (ESTADO DEMOCRÁTICO) PRAXIS: A possibilidade da transformação social. São ações, políticas, conscientes, por classes economicamente e culturalmente dominadas, voltadas para diminuir as diferenças sociais existentes. (GREVES) - EVOLUÇÃO HISTÓRICA: A luta de classes é responsável pelas mudanças sociais ganhando característica de motor da história. A luta nasce do desejo proletário de acabar com a opressão; tornando-se assim o principal agente da transformação histórica. Agente que inevitavelmente teria vitória nesta luta estabelecendo uma ditadura do proletariado. - DIVISÃO DE CLASSES: Burguesia e proletariado. Explorador e explorado. Detentor do meio de produção e detentor da força de trabalho. Duas classes que são diametralmente opostas. -Estado de Direito:Nesta escola o estado identifica-se com o próprio ordenamento jurídico, pois há uma implicação mútua em suas existências. O Estado somente tem seus atos reconhecidos quando emanados pela forma jurídica, e a forma jurídica (Direito) somente poderá ser reconhecida a partir do momento que o estado se projeta. Ou seja, uma interdependência que regula e autoriza o estado em sua utilização da força, através da ferramenta jurídica, legitimando suas ações que passam não ser arbitrárias. Um caráter comum aos regimes liberais, sociais e socialistas é a dependência à autorização legal jurídica, para atingir seus fins. O pensador que no século passado ganhou mais destaque ao lançar mão desta teoria foi Hans Kelsen. Este afirmava que: Somente é Direito o que o estado elabora de forma criteriosa e ordenada; No Brasil pelo legislativo. O que tem validade formal. Independente das fontes. Não é considerada lei aquelas elaboradas pelas correntes Jusnaturalista ou positivista. Podem servir de fonte, mas não elaboradoras de lei. O direito se basta pela norma jurídica e assim ele explica o que é como é o direito. De forma piramidal escalonada, ele dispõe hierarquicamente a constituição, leis, decretos e portarias, acórdãos, sentenças. Nas quais as leis tem o mesmo valor devendo se correlacionar harmonicamente entre si e a constituição, que representa a expressão maior, generalizada das leis e que validará as normas infraconstitucionais. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 04 - Período Medieval (500 – 1500): Período situado entre a história antiga, que foi finalizada com a queda do império romano em 476 seguida da invasão dos povos bárbaros, e a idade moderna. Dentro do foco político deve-se ressaltar, sobre o período medieval, a ausência do Estado, antecedido pela ausência de soberania. Esta não existia, devido a dualidade entre o principado, representante de uma possibilidade de soberania e consequentemente um Estado, e o papado, que representa Deus e suas vontades; que descaracterizava assim o respeito aos comandos do príncipe que logicamente tem menos força que o representante de Deus, o Papa. Depois de 30 anos de desentendimentos políticos, religiosos e guerras sangrentas, foram assinados tratados que passaram a chamar Paz de Vestefália, que iniciou o fim da era medieval. - Paz de Vestefália: A paz de Vestefália foram acordos assinadosentre as potencias católicas representadas pelos Habsburgos (Espanha e Áustria) e por outro lado ou países protestantes Escandinavos e a França, que embora católica temia o domínio político dos Habsburgo na Europa. Este conjunto de acordos deram liberdade aos povos baixos da Europa criando assim a possibilidade destes libertarem-se religiosamente do domínio católico e automaticamente do papa, que era o suposto representante de Deus. A partir deste momento o indivíduo parou de se perguntar a quem deveria obedecer. Se aos senhores feudais, se a igreja, se ao Rei. Instaurado um governo mais centralizado, chamado de absolutista, o indivíduo girava politicamente em torno de um Rei. Um soberano cujo poder era indiscutível, absoluto, uno indivisível. - Estados internacionais: Segundo alguns teóricos, os estados internacionais tiveram sua criação a partir da Paz de Vestefália. Com a soma do desenvolvimento da soberania de um Rei, a separação dos Estados e a necessidade de criação de acordos entre estes; Nos quais são reconhecidos os princípios da igualdade jurídica entre os Estados, a política de relacionamento de respeito mutuo interestatal consolidado na impenetrabilidade da ordem jurídica de cada Estado. - Estados nacionais: As grandes monarquias absolutistas do início da era moderna, formam-se através de um duplo processo de unificação. A produção jurídica da lei como vontade do soberano e o ordenamento jurídico estatal que representa a unificação de todos os ordenamentos inferiores e superiores cuja a expressão máxima é a vontade do soberano. - Elementos do Estado: Para se materializar a existência do Estado ou Estado moderno, precisa-se de três elementos, na qual a ausência de um somente, descaracterizará a nomenclatura Estado. Hans Kelsen destaca a importância destes três elementos e a coexistência entre eles relacionando o direito ao estado. O estado é uma ordem jurídica! O estado representa todas as propriedades de uma norma jurídica. Sendo que as propriedades características de um Estado são: Povo que é elemento material; Território que é elemento material; Soberania que é elemento formal. Porém para alguns autores existe um quarto elemento chamado de finalidade. Que exemplificado em Hobbes, seria de garantir a vida, a segurança, contra um possível estado de guerra; Já em Locke seria garantir a vida, liberdade, igualdade e propriedade; Em Rousseau seria de garantir a autonomia coletiva entre todos os cidadãos. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 05 - Conceito de Território (pag. 70): Por FerrucioPergolesi, A parte do globo terrestre onde se encontra efetivamente fixado o elemento populacional com exclusão da soberania de qualquer outro Estado. Ou seja, onde o poder Estatal exercerá seu poder soberano em caráter multidimensional. - O Território e seu caráter Multidimensional (pag. 71): solo, subsolo, aguas interiores, mas territorial e espaço aéreo sobrejacente, no qual o estado única e somente exercerá seu poder soberano sem a possibilidade de outro Estado o fazer. Como exemplo a guerra das Malvinas entre Grã-Bretanha e Argentina. - O território e Poder de Império do Estado (pag. 72): Estado moderno é nome dado ao conjunto de território, povo e soberania em dado espaço geográfico após o período Feudal (Estado Westfaliano). Sendo pra parte doutrinária majoritária o território elemento fundamental que não precisa ter um tamanho mínimo (vaticano) nem máximo sendo propriedade do povo que em situações excepcionais podem sofre perda moderada de seus direitos (crises, guerras...). Por Paulo Bonavides, estabelecem quatro teorias de explicação do território que são: Patrimônio; Objeto; Espaço; competência. - Patrimônio: Teoria medieval, na qual os reis e senhores feudais eram donos das terras e das extensões dela. (servos hereditários da gleba) - Objeto: Dois domínio existentes. O domínio eminente do território pelo poder Estatal (positivo) e o Domínio pelo cidadão (negativo). Efeito de incongruência, pois dois poderes no mesmo Estado não coexistem. - Espaço: Território se da pelo poder imperium de comandar o cidadão. Este tem dificuldade de explicar como ficam os territórios onde não se tem pessoas ou navios em alto-mar - Competência: concebida pela escola de Viena este conceito estabelece que território é o âmbito de validade da norma jurídica Estatal não se admitindo outra. Esta teoria é a que mais se assemelha ao conceito de território atualmente pelo princípio da impenetrabilidade da ordem jurídica e a visão do território geográfico como base do poder Estatal. - Conceito atual de território (pag. 74): Convenção de MontegoBay ratificada pelo Brasil em 1982 em vigor no ordenamento jurídico pela lei 1.530/95, define território: (MT) Mar territorial; (ZC) zona contígua;(ZEE) zona econômica exclusiva; (PC) plataforma continental. - Mar territorial: Somente este pode ser considerado parte do território, pois somente nele o Estado costeiro tem soberania plena. Reduzido de 200 milhas para 12 milhas após o tratado de MontegoBay. - Zona contígua: Se estende de 12 a 24 milhas submarinas. Nesta área há somente controle relativo e não de soberania. Ou seja medidas de fiscalização como: inspeção sanitária em navios, transporte de ser humano de forma degradante, inibir entrada ilegal no país. - Zona econômica exclusiva: faixa até 200 milhas submarinas para fins econômicos, onde não há soberania plena, mas somente direito a exploração. Em caso outro Estado queira fazer algum tipo de pesquisa científica marítima, este deverá pedir autorização ao Estado Brasileiro. - Plataforma Continental: Espaço que é compreendido a partir de 200 milhas submarinas da linha de base, caso as inclinações abruptas comecem a partir de 200 milhas, pode-se estender a plataforma até 350 milhas submarinas o que é chamado de plataforma submarina estendida que aqui no brasil com exemplo, temos a Amazônia azul que fornece base para a exploração econômica do pré-sal. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 06 - Conceito de Povo em seu sentido jurídico-político (pag. 81): Conjunto de indivíduos que se unem para assim constituírem um estado, estabelecendo assim um vínculo jurídico permanente, um cidadão, pessoa com nacionalidade que é requisito mínimo para cidadania. O povo é elemento essencial para que o Estado seja um ente dotado de vontade. Ou seja, quanto mais respeitada a vontade do povo mais o Estado é considerado democrático de Direito. - A diferenciação entre os conceitos de povo e população (pag. 82): População é o conjunto de pessoas que se encontra em uma área geográfica determinada, sob a jurisdição de um Estado, mas que não possuem a mesma nacionalidade que este Estado disponibiliza para o seu povo. Exemplo: estrangeiros. - Conceito de nação a partir da análise de povo (pag. 83): Grupo de pessoas que não precisam estar em mesmo lugar físico, mas que comungam de mesmos valores axiológicos (religião, língua, cultura, etc.), sem necessidade de preenchimento de todos estes requisitos para se reivindicar membro daquela nação. Exemplo: Os curdos que estão espalhados pelo irã, Iraque, Síria e Turquia. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 07 - Soberania (pag. 84): Termo que designa o poder político indivisível, inalienável e imprescritível do Estado moderno, iniciado por Jean Bodin. Do ponto de vista interno a soberania é exercida através da plenitude da capacidade de Direito do poder Estatal em relação aos demais poderes. No âmbito externo se da através da não submissão e ou não dependência do ordenamento jurídico em relação aos Estados estrangeiros. Nesta linha todas as leis estabelecidas dentro do âmbito Estatal são derivadas do poder soberano do Estado. - Evolução histórica do conceito de Soberania (PAG 87 - 93): O Período Medieval (500– 1500) situado entre a história antiga, que foi finalizada com a queda do império romano em 476 seguida da invasão dos povos bárbaros, e a idade moderna foi o território para o desenvolvimento deste conceito que inaugura a era moderna. Porém antes de se falar na era moderna deve-se ressaltar a importância da evolução histórica do conceito de soberania que não se deu de um momento para o outro, para o que conhecemos agora. Definitivamente no período medieval não se pode falar em soberania. Isto se dá pela pluralidade de poderes e ordens jurídicas distribuídas entre igreja, senhores feudais, corporações, Etc. O que é chamado de poder secular. Neste contexto surge São Tomás de Aquino que sem negar a origem divina aparta a fé da razão e influencia na teoria teocrática de poder. Estabelece-se então dentro da teoria teocrática (omnis potesta a Deo), que defende o poder que provém de Deus, do sobrenatural de um Deus que é a causa e origem do poder, que Este criador também criará um Estado designando um Rei para governa-lo. Esta teoria se torna a doutrina primitiva da igreja católica que é a representante de Deus na terra. Ou seja, um bipartidarismo medieval entre Reis e Igreja. Porém é visto pelo homem que o uso e exercício do poder é feito de forma indireta por ele, e consequentemente a escolha do Rei também. Influenciado por todos esses acontecimentos Joan Bodin desenvolve a teoria da soberania absolutista e inaugura o Estado moderno legitimando o Rei da França pela sua teoria. Na sua teoria a soberania é um elemento essencial do Estado, indivisível, irrevogável, perpétuo, indelegável, ou seja, não existe oposição. Dentro deste quadro político surge Hobbes. Este lança a teoria da soberania alienável que legitima o poder do monarca, mas pelas mãos dos seus súditos. A origem do poder se concentra no Direito natural dos cidadãos e não no divino. Os cidadãos aceitam abrir mão dos todos os seus direitos em troca de um soberano (o Leviatã) que os governe contra um Estado de guerra. É o surgimento do jusnaturalismo moderno. Quarenta anos depois surge Locke e diz a verdadeira preocupação deve ser a de garantir os direitos a vida, liberdade e propriedade. Sua teoria protege um governo civil liberal que se opunha a tirania absolutistas dos Reis a favor da burguesia. Para ele a Soberania não residia no monarca nem no governo e sim na população. O Estado é respeitado se ele respeita as leis civis e naturais. Ou seja, o cidadão abre mão parcialmente dos seus direitos. Este pensamento da abertura para um próximo pensador que garante que a Soberania indivisível e inalienável surge de uma vontade geral da nação, na qual todos renunciam às suas vontades particulares, para assim surgir a vontade coletiva, que transformar-se-á em lei, a qual todos se submeterão, para assim tornem-se livres. Rousseau afirma que o Estado já não mais atende de forma completa os direitos naturais e de liberdade dos seus cidadãos indo contra a burguesia e a favor do povo. Na verdade a ideia de governo para Rousseau está mais para de um represente que é mero comissionário. O que afronta as ideias do governo de Locke. - Legitimidade e Legalidade como fundamentos da Soberania Estatal (PAG 93): A soberania Expressa a capacidade de impor coercitivamente a vontade nacional assim também como definir competências no âmbito do estado. Sendo assim deve gozar de legalidade e legitimidade. - Legalidade: Baseada na supremacia do poder soberano pode ou não atender aos interesses sociais. Este exercício de soberania legal deve ser obedecido pelos cidadãos de forma indiscutível. - Legitimidade: Se refere ao grau de lealdade e coesão do seus cidadãos, referente aos comandos de seus governantes. Se da pela forma de consensualidade entre governador e governado, na qual se instaurada de forma positiva existirá legitimidade, se não instaurada consensualidade entre as duas partes, não se terá legitimidade. - Legalidade e legitimidade por Marx Weber: O Estado soberano na qualidade de detentor do monopólio legítimo do uso da força, concretiza o império da lei, que não somente regula as relações dos cidadãos, da nação, como também do próprio governo. Ou seja, a ação governamental se dá através da constituição que se aplica a todos, erga omnis. Desta forma dividimos o pensamento Weberiano no que se diz respeito a legalidade e legitimidade da seguinte forma: - Legalidade: É o que representa o fiel cumprimento das normas constitucionais. A lei vigente. - legitimidade: É o que se atrela ao convencimento do auditório universal. A aceitação dos governados sem a necessidade de violência, o que descaracterizaria não somente a legitimidade do poder como também a autoridade deste. O exercício da legitimidade pode se dar de forma tradicional, carismática, racional. - Tradicional: independe da legalidade formal (monarquias). - carismática: lideres autênticos que interpretam positivamente sentimentos, aspirações do povo que muitas vezes andam em sentido contrario ao Direito vigente. - Racional: É exercido pelas autoridades da lei de forma consensual com a sociedade. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 08 - Estado e governo segundo seus tipos clássicos: - A separação de poderes e o sistema de freios e contrapesos: Nascido do princípio da separação dos poderes, o sistema de freios e contrapesos entre os poderes da união (legislativo, executivo, judiciário) evita a predominância Centrica de um deles sobre os demais, garantindo a independência e harmonia entre eles. Com efeito a separação de poderes é instrumento necessário para limitar o poder abusivo do Estado. A teoria da separação de poderes de Montesquieu, junto com os direitos fundamentais do cidadão comum frente ao governo, formam a base que repousa o Estado democrático de direito. Ou seja, o ser humano é o centro das preocupações do Estado democrático. Porém hoje em dia é melhor falar em harmonia dos poderes do que separação, pois hoje os poderes podem não só de forma típica realizar suas funções, mas também de forma atípica exercer funções de outros poderes (ex: poder executivo, de forma atípica, edita uma medida provisória ou veta um projeto de lei. Funções típicas do poder legislativo). É neste sentido que o sistema de freios e contrapesos exerce sua função. Na constituição de 1988 vemos: . O poder de veto do chefe do executivo de projetos aprovados pelo congresso nacional. . O poder de legislar do presidente da república através de medidas provisórias. . O poder do (STF), tribunais e juízes de declarar inconstitucional leis ou atos normativos. . O poder do discricionário do chefe do executivo de escolher os ministros do STF. . A possibilidade de impeachment do presidente julgado pelo senado federal. . O poder de fiscalização de contas públicas pelo senado federal. - Formas de Estado: Estado unitário e Estado federativo. O que diferencia um do outro é a autonomia (auto-organização política, administrativa, financeira)dos Estados que existe no Estado federal e não no unitário. - O Estado unitário: É um estado de centralização política. Uma só fonte normativa. Um poder legislativo, executivo e judiciário centralizados que regem todo país. Todos os países latinos americanos são unitários, salvo o Brasil. Na Europa temos a França, Itália e Portugal. É interessante observar que o Estado unitário se faz melhor adequado em países pequenos, pois suas normas conseguem alcançar a todos. Em Países maiores já não se tem a mesma eficácia este formato devido a distancia e tempo que se levaria para equipar e adotar cada medida que provém do poder central para as periferias. - O Estado Federativo: É um Estado de descentralização política (governo,administração, legislação). O conceito de federalismos surgiu nos USA na convenção de Filadélfia de 1787, no qual os estados membros do país passariama não ser mais soberanos (multiplicidade de soberania em um país), a não ter direito de separação da união, seriam representados por um único poder soberano, teriam seu direitos e deveres garantidos e representados através de uma constituição (escravista a princípio. Guerra de secessão. Posteriormente emendada com a abolição) e passariam a ser autônomos com plena capacidade de auto- governo-administração-legislação (tríplice capacidade) . Vale ressaltar que o conceito de presidencialismo também surge juntamente ao movimento federalista, contrapondo o parlamentarismo. No brasil a federação no período da ditadura existiu, porém não de fato. Pois a federação é um modelo ligado diretamente a descentralização política, a democracia, diferente da ditadura na qual o presidente dita quem será e o que será. A partir da constituição de 1988 a federalização passa a ser cláusula pétrea, ou seja, não pode ser retirada do corpo constitucional nem mesmo por emenda. Efetivando assim sua aplicação e seu modelo político ao Estado brasileiro. - A distinção entre federação e confederação: A distinção entre a federação e confederação se dá pela questão da dissolução do pacto entre os Estados. Na federação esta união é assegurada por uma cláusula pétrea constitucional. Na confederação esta união é dissolúvel, pois se da através de um tratado internacional, não uma constituição, no qual cada estado tem poder soberano sobre si, podendo a qualquer momento romper o pacto. - Distinção entre o federalismo brasileiro e americano: O federalismo Norte Americano partiu da união da multiplicidade dos Estados soberanos para um único Estado soberano representativo de todos, caracterizado por uma força centrípeta. Esta força de união dos partindo de 13 estados soberanos para 1, traz consigo características de estados antes soberanos, como leis penais próprias para cada estado, ou seja, com uma grande força de autonomia. Sendo assim a concentração de poder no federalismo norte americano é maior nos estados do que na união, também uma força centrípeda. Já no federalismo brasileiro a força partiu do centro, de um poder unitário soberano, que delegou autonomias políticas- administrativas aos seus estados, caracterizado por uma força centrífuga. Tendo também como herança estados autônomos mais descentralizados mais dependentes do poder da união, ou seja, com uma baixa força de autonomia. Sendo assim a concentração de poder no federalismo brasileiro é maior na união do que nos estados, uma força centrípeda, ou sejacontrária a sua força de formação. - Quanto a simetria do Estado federativo: O Estado brasileiro tem organização assimétrica, pois é dado tratamento diferenciado de acordo com as diferenças regionais. Os estados que produzem mais riquezas equilibram os estados que produzem menos, ou precisam mais. Ou seja, uma federação por cooperação ou integração. O Estado americano tem organização simétrica, ou seja, independente das diferenças de produção financeira entre um estado e outro, cada um responde por financeiramente por si. Ou seja, uma federação por não cooperação. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 09 - Formas de governo: Monarquia e República. - Aristóteles e Maquiavel e Montesquieu na base das formulações: . Aristóteles: . Maquiavel: Os governos se sucedem em ciclos independentes de serem bons ou maus. Existem duas grandes formas de governo a Monarquia e a República. A república deve ser aplicada em um Estado organizado. A monarquia acontece quando o Estado está desorganizado e por conta da desorganização se faz necessária a presença do governo de um Príncipe. Este deve matar todos os inimigos de uma vez, fazer promessas para que o povo fique feliz, cumprir as promessas se for possível, oferecer benefícios ao povo de forma gradativa e organizar o Estado. . Montesquieu: Organiza as classificações políticas pelo princípio e tamanho do Estado.Ou o mundo é uma Monarquia ou uma República ou Déspota. Cada forma de governo serve a princípio e deve servir a um Estado de um determinado tamanho. -- Monarquia:Esta tem como princípio a honra. Submete-se ao Monarca pois este é diferente do resto de todos, é o Rei. O povo cumpre o compromisso com o Rei em nome da honra. Este tipo de governo acontece em países médios segundo Montesquieu. -- República:Esta tem como princípio a virtude. Somente pode ser aplicada a república no Estado que o povo seja virtuoso. O virtuoso tem amor a república. O amor a república se expressa através do reconhecimento e cumprimento das leis. Este tipo de governo acontece em países pequenos segundo Montesquieu. -- Despotismo:Esta tem não tem princípio, pois o controle é feito pela força e medo. Este tipo de governo acontece em países grandes segundo Montesquieu. - Conceito de Aristocracia: É uma forma de república na qual poucos tem o poder político. - Conceito de Democracia: É uma forma de república na qual muitos tem o poder político. - Conceito de Autocracia: É uma exceção do sistema de república no qual o governante não é eleito pelo sufrágio, não exerce seu governo de forma temporária e não tem responsabilidade política para com os governados ou cria sua própria responsabilidade. Ou seja, por mais que seja uma república tem conceitos inversos desta.Ex: Ditadura. - Conceito de Teocracia: É uma exceção do Governo monárquico dotado de sistema eletivo e não hereditário e algumas vezes também temporárioEx: vaticano sistema eletivo e Sistema político dos Sheiks árabes.A teocracia quando corrompida torna-se uma clerocracia. Uma forma de governo na qual o povo é controlado por um grupo de sacerdotes ou líderes religiosos. - Características fundantes da República e da monarquia: República. Coisa de todos. Que escolhem um representante através do sufrágio (voto) censitário (aristocracia. Vota quem tem dinheiro) ou sufrágio universal (república democrática. Todos votam) que nomeia um governante que exerce mandato por tempo fixo determinado se responsabilizando pelos governados. Pode-se dividir em república presidencialista(presidente chefe de governo) ou república parlamentarista(presidente ou rei é chefe de Estado e o primeiro ministro é chefe de governo liderando o gabinete). Pode-se dividir as características da república e da monarquia em: . República: Temporalidade, Eletividade, Responsabilidade. --- Temporalidade:Mandato com duração pré-determinada. Evita continuísmo, reeleição sucessiva. --- Eletividade:Chefe de governo eleito pelo povo não se reconhecendo sucessão hereditária. --- Responsabilidade:O chefe de governo responsabilidade política, ou seja, presta satisfação dos seus atos diretamente ao povo ou indiretamente ao órgão de representação popular. . Monarquia: Hereditariedade, vitaliciedade, Não reponsabilidade. --- Hereditariedade:Transmissão de direitos por laços de sangue. --- Vitaliciedade:Condição dada a alguém de perder somente o cargo de monarca com a chegada da morte ou comprovada a impossibilidade de cumprir suas atribuições. --- Não reponsabilidade:O chefe de governo responsabilidade política, ou seja, presta satisfação dos seus atos diretamente ao povo ou indiretamente ao órgão de representação popular. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 10 - Sistemas de governo: Presidencialismo e Parlamentarismo. - O parlamentarismo: O parlamentarismo é uma criação histórica. Pois existe uma relação entre o rei e os nobres que lhe dão sustentação em toda nossa história. Ou seja, o Rei precisa da nobreza em diversos momentos. Principalmente no que concerne ao dinheiro em períodos de pós guerra. Cuja nobreza não é a favor. Por conta desse tipo de desavença entre o Rei e a nobreza é criada pela nobreza a câmara dos lordes. Esta ganha tamanha força queem 1215 é direcionada ao Rei a Magna carta. Este foi o primeiro documento a colocar por escrito alguns direitos do povo inglês. Seu nome completo é “Grande carta das liberdades ou concórdia entre o rei João e os barões para a outorga das liberdades da Igreja e do reino inglês”. Sendo que com o passar do tempo esta relação entre Rei e nobreza varia de força entre as partes. Ora o Rei está mais forte ora a nobreza. A nobreza acaba Escolhendo um representante, que seria de forma embrionária, que seria um primeiro ministro. Outro evento que fortaleceu a criação deste tipo de governo parlamentar foi a presença de um rei inglês, de dinastia alemã que não falava inglês. Posto isso, foi-se necessária a nomeação de um representante inglês para junto ao Rei discutir e representar os interesses tanto do Rei quanto dos nobres ou povo. Com o passar do tempo entre choques dos dois grupos acaba que o sistema parlamentar se sobre põe ao monarca. - Características do parlamentarismo: --- Organização dualística do poder executivo:Chefe de estado (Rei ou presidente que representam o Estado) e chefe de governo (Primeiro ministro, que chefia o gabinete (conselho de ministros), que é escolhido pela maioria do parlamento, ou seja, de forma indireta, que entrega para o 1º ministro o voto de confiança). --- Colegialidade do órgão governamental:Composto pelo primeiro ministro e membros do gabinete com poderes de decisão da política geral do país independente do chefe de Estado. --- voto de desconfiança do parlamento para o primeiro ministro e seu gabinete:O chefe de governo e seu gabinete (conselho de ministros) dependem do parlamento (poder legislativo) para se manterem no poder. Se for dado o voto de desconfiança pelo parlamento, por não atender as necessidades de governo, o conselho de ministros cai. Ou sejanão existe prazo determinado de governo para o primeiro ministro. --- prazo do mandato do poder executivo (primeiro ministro e gabinete) é indeterminado:Isto ocorre, pois o parlamento pode a qualquer momento destituir o conselho de ministros, através do voto de desconfiança, caso este crie algum descontentamento ao parlamento. --- responsabilidade política e solidária entre o gabinete e primeiro ministro:Significa dizer que caso haja o voto de desconfiança o primeiro ministro renunciará e junto sairá todo o seu conselho de ministros, o gabinete. --- sistema típico das monarquias porém podendo ser adotado nas repúblicas:É um sistema que pode ser tanto adotado nas monarquias constitucionais quanto nas repúblicas. --- direitos de dissolução do parlamento e a responsabilidade política do parlamento perante o povo:O parlamento (poder legislativo) também pode ser dissolvido com a realização de novas eleições gerais convocadas pelo 1º ministro. Isto é um contraponto do voto de desconfiança, pois o primeiro ministro ao ver-se ameaçado pode convocar novas eleições gerais visando mudança do parlamento. Deixando assim a decisão nas mãos do povo (câmara dos lordes e câmara dos comuns). Projetando assim a essência democrática dentro do parlamentarismo. - A relação entre o voto de desconfiança e o direito de dissolução do parlamento: O direito de dissolução do parlamento é o contraponto de defesa e ataque do executivo. confrontando a força do direito de dissolução do poder executivo de um lado, e a força do voto de desconfiança do parlamento de outro, cria- se uma tensão precisa e equilibrada para que nenhum poder se sobressaia ao outro. Pois de certa forma nem poder legislativo nem executivo querem correr riscos de serem removidos. - Características do presidencialismo: -- O presidente da república:chefe de estado e chefe de governo. -- O poder executivo:É unipessoal. Ou seja, cabe somente ao presidente da república. Este é auxiliado pelos ministros de estado. Cargos de confiança do presidente, livres de nomeação e exoneração. Em caso de impedimento de governo pelo presidente segue a governar: vice presidente, presidente da câmara dos deputados, presidente do senado federal, presidente do STF. -- O poder presidencial:É derivado do povo. Ou seja, o presidente é escolhido pelo povo através do voto por eleição direta no Brasil e indireta nos USA. Nos Estados unidos o presidente é eleito por juntar o maior numero de colégios eleitorais e não necessariamente o maior numero de votos. Sendo que cada Estado representa um colégio eleitoral. -- O mandato presidencial:Tem prazo determinado de 4 anos podendo correr uma vez mais a reeleição (assim como todos os chefes do poder executivo), devendo seis meses antes renunciar ao cargo para concorrer a nova eleição. Uma vez que é eleito pelo povo não pode ser destituído pelo congresso nacional. Ele pode perder o cargo caso pratique crime de responsabilidade ou crime comum. -- O poder de veto e sua participação no poder legislativo:O presidencialíssimo tem poderes de: Veto de leis aprovadas pela câmara dos deputados ou senado federal, apresentar projetos de lei, projeto de emenda constitucional, iniciativa privada para leis de ordem administrativa, econômica e militar, editar leis delegadas, tudo isso dependendo de autorização dada pelo congresso nacional. Porém a medida provisória é a única forma que o presidente tem de diretamente, por mais que tenha efeito durante prazo determinado, legislar, aplicar diretamente uma lei que passa a ter efeito imediato após sua publicação. --O sistema típico das repúblicas:Embora haja repúblicas parlamentaristas no sentido contrário não acontece da mesma forma, pois não existem monarquias presidencialistas. -- A separação dos poderes:Esta se dá de forma rígida, porém harmônica entre o executivo, legislativo e judiciário. Esta rigidez se equilibra graças ao sistema de freios e contra pesos que traz via função atípica e típica dos poderes uma autoregulação entre os três poderes, como explicado no resumo da aula 08. O semipresidencialismo ou semiparlamentarismo: É o sistema em que o chefe do Estado é o presidente e o chefe de governo o primeiro ministro. O presidente é eleito diretamente e o primeiro ministro pelo parlamento. Ou seja, são estados parlamentaristas republicanos e não monárquicos. Aqui o chefe de governo não somente representa o Estado, mas também organiza e é chefe da administração pública, sem tomar decisões de governo. Este sistema permite que chefe de governo e chefe de Estado sejam de partidos diferentes mantendo assim um equilíbrio, pois agrupa diferentes lideranças governando em um mesmo momento. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 11-12 - Regime de governo: É a forma de como o poder será exercido. Este pode ser dar de formaDemocrática, Autocrática. -- Democrático: O governo democrático é uma forma de poder discutida desde o período do Estados grego e república romana AC. Esta democracia grega era direta. O indivíduo toma diretamente a decisão, e não através de seu representante. Porém era uma democracia com escravos, ou seja, quem era escravo não participava somente quem era cidadão. Acreditava-se que a melhor forma de governo era o democrático, que este iria organizar a sociedade e que uma elite que deveria governar. Benjamin Constant irá posteriormente comparar esta forma de democracia direta com a forma de democracia indireta atual, moderna, na qual os indivíduos escolhem seus participantes. A democracia direta é chamada de participativa enquanto a indireta é representativa. O sistema adotado aqui no Brasil é o semidireto, ou seja, escolhemos nossos representantes, mas também através ou do referendo, plesbicito, iniciativa popular, Art. 14 III CF88, atuamos de forma direta. O referendo e o plesbicito são consultas realizadas para aplicação de um regulamento. Quando se faz a consulta anteriormente a aplicação do regulamento é chamado plesbicito.Quando esta consulta é feita posteriormente a aplicação do regulamento é chamado referendo (Ex: o ultimo refendo realizado sobre o porte de arma). Já a iniciativa popular não se caracteriza por consulta, mas sim a possibilidade do particular apresentar um projeto de lei na câmara dos deputados conforme o Art. 61 §2. Esta previsão ocorre em âmbito federal, porém pode existir em âmbitos estaduais e municipais se assim for previsto em cada região. Ou seja, na nossa democracia, todo poder emana do povo que o faz através de seus representantes ou diretamente. Ou seja, forma mista ou semidireto. Existem outros instrumentos de participação popular como o veto popular (depois de uma lei aprovada no legislativo o povo poderia vetar), mas isso não ocorre no Brasil. Aqui somente as três formas citadas acima. Assim também como não existe o RECALL (processo no qual o povo pode retirar o representante antes do fim do seu mandato caso o mesmo não atenda os interesses populares). Para alguns autores a democracia requer mais do que o voto, requer uma sociedade que preserve os direitos naturais e que dê oportunidade de participação popular dentro do sistema. Que seja esta democracia representada por um governo que representa a maioria sem esmagar as minorias, respeitando os direitos das minorias. -- Autocráticos: Os governos autocráticos. Acreditam que o povo não está preparado para a democracia por falta de conhecimento. Somente os autocratas detém o conhecimento e não ensinam este por acreditar que o povo não é suficientemente capaz de compreender. As ditaduras Romanas e modernas são exemplos de Estados autoritários. Ou seja, um Estado que é concentrador de poder, que se mantém pela força, e são formados por um único partido. Uma característica comum dos governos autocráticos, isso de forma totalitária ou não é a perseguição a aqueles que são contrários a sua política. Franco na Espanha, Salazar em Portugal, Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha, Vargas no Brasil. Estes Estados autoritários, que independem do regime do governo, ou seja, pode-se ter um Estado autocrático capitalista ou socialista, podem dividir-se em Estados Totalitários, Estados Autoritários. --- Estados Totalitários: Cabe totalmente ao Estado a responsabilidade de todas as instituições. Familiar, religiosa, econômica, política, Etc. O Estado fascista de Mussolini traz base não somente para o nazismo, mas para toda compreensão contemporânea de um Estado autocrata totalitário. É um Estado muito mais forte e fechado. É o extremo do Estado autocrático. --- Estados Autoritários: Este tipo de Estado Autocrata Possui todas as características de um Estado tradicionalmente Autocrático, porém com abertura econômica. Ou seja, é um Estado autocrático que abre um pequena margem de liberdade nas relações econômicas, se classificando assim não como totalitário, mas autoritário por conta disto. CIÊNCIA E POLÍTICA RESUMO AULA 13-14-15-16 - A Evolução histórica constitucional: Em pleno século XVIII teóricos de um Estado liberal defendiam o fim da monarquia, do Estado absolutista, e o início de uma nova era, um Estado liberal que protegido por uma norma, por uma constituição. Os teóricos liberalistas firmavam ideia que esta constituição tem poderes, que ela deve garantir a separação e a autorização desses poderes, assim como dar limites a este Estado que fica sob os comandos constitucionais. Ou seja, os liberalistas querem uma norma que esteja a cima de qualquer governo, seja ele parlamentarista ou presidencialista, e nomeiam esta norma de constituição, pois vem da ideia de constituir direitos. Afinal de contas os liberalistas são burgueses e como tal precisam garantir seus direitos suas propriedades. Assim então podemos afirmar que a constituição clássica provém de um Estado tipicamente liberal, um Estado laico de intervenção mínima garantindo assim somente interesses e segurança constitucionais que atendem diretamente ao burguês.Os direitos da norma constitucional clássica: São as declarações francesas e americanas. O Estado liberal se preocupa com uma igualdade formal. Ou seja, todos merecem o mesmo tratamento. Porémesta igualdade não se estende ao campo material. A discrepância entre a classe burguesa e a classe trabalhadora é enorme. O proletariado é tratado de forma desumana. E não somente o proletariado, mas sob este tipo de constituição liberal todos aqueles que não fazem parte do pequeno circulo burguês não tem muitas garantias, direitos e oportunidades. Devido a isso uma crise se instala, entre os Sec. XIX e XX, depois de um longo período sob a exegese do estado liberal e o sistema quebra devido ao desequilíbrio material entre classes, dando espaço a novas ideias, novos horizontes, um sistema de objetivos comunistas que estavam sendo idealizados e que alimentavam classes de trabalhadores, partidos de oposição e criavam esperança para aquele que até então não via oportunidade e igualdade material. Surge assim o Estado social. O constitucionalismo social. O constitucionalismo do welfareState. Neste tipo de Estado, baseado na constituição mexicana de 1916, na constituição alemã de 1919 e contrário ao Estado liberal, entraintervindo na diferença material tentando igualar toda a sociedade na busca do equilíbrio desta diferença abismal material entre burgueses e hipossuficientes. Este Estado intervencionista controla, saúde, educação, previdência, habitação, entre outros meios garantidores ao hipossuficiente que no Estado liberal não tinha possibilidade alguma de igualdade material. Como instrumento garantidor de todos os cidadãos, ao que se fala de igualdade material, o Estado social, superlotado de comprometimentos financeiros, não consegue atender as demandas e também vem a quebrar. Dois grandes eventos que marcam o fim deste momento na história é a queda do muro de Berlin e das torres gêmeas. Assim como aconteceu na passagem do Estado liberal para o Estado social, abre-se espaço para novos horizontes e formas de se entender a formatação e melhor aplicação constitucional, e dentro deste contexto surge assim o Estado Neoliberal ou Estado pós-social ou pós-moderno. Este modelo de Estado que logo por sua confusa disputa pela nomenclatura, demonstra a total divisão de opiniões ou incerteza do que este virá se tornar. Este Estado, que é o vivido atualmente, que vem sendo construído dividido entre duas grandes forças históricas constitucionais, que foram o Estado liberal e o Estado social, disputando entre si, encaixados em nova roupagem, em um mundo que demanda igualdade sociais, mas também espaço para o mercado livre econômico, político, religioso e principalmente aos direitos humanos tão abalados depois de duas grande guerras no Sec. XX. Ou seja, um constante contato simultâneo, com conceitos e formas do Estado liberal assim também com conceitos e formas do Estado social dentro de um mesmo momento histórico. No qual não se quer repetir os erros passados, mas assim também manter os ganhos e garanti-los para Este novo modelo de Estado que se esta criando. O Estado pós-moderno. Ou Estado Neoliberal ou Estado pós-social. Este Estado moderno traz consigo uma nova forma de pensar a constituição. Chama-se isso o neoconstitucionalismo. Que não seria uma nova constituição, mas sim uma constituição dotada de valores axiológicos. Valores como ética, dignidade da pessoa humana, norteadores de uma sociedade solidaria e fraterna, que necessitam de um controle para que estes valores, estes princípios, sejam aplicados; Sendo assim o poder que se sobressai neste neoconstitucionalismo é o poder judiciário. Este vem para garantir a aplicabilidade dos valores norteadores neoconstitucionais. Ao se falar da entrada do poder judiciário no controle de aplicação dos princípios valorados constitucionais, há também de se falar de duas questões: O ativismo social ea judicialização da política. Na verdade as duas questões tratam de mesma ação. Porém uma acaba por extrapolar os limites de sua alçada. O ativismo social é a aplicação direta dos princípios constitucionais pelo poder judiciário afim de atender as necessidades de justiça daquele que tem seus direitos constitucionais violados. Já a judicialização política é o movimento extrapolado deste poder, de aplicação dos mesmos valores constitucionais, passando o judiciário a soar como legislativo e não mais somente judiciário. Ou seja questões políticas que deveriam ser discutidas, no âmbito político ou questões legislativas pelo poder legislativo são discutidas, praticamente legisladas e decididas pelo poder judiciário. E acaba que decisões importantes sociais que deveriam contar com o voto e participação do povo através de seus representantes, ficam destinadas as decisões do judiciário, representado mais especificamente pelo STF que julga as contentas e controvérsias que atinjam ou firam os princípios constitucionais que por vez atingem todo o povo. Galgados nessa montagem lógica o judiciário toma frente das decisões descaracterizando a representação política daqueles escolhidos pelo povo, pois os membros do judiciário não são escolhidos pelo povo e sim através de um processo complexo de concurso público e indicações políticas cuja participação popular não tem espaço. Ou seja, o ativismo judicial é uma movimentação positiva, mas a judicialização politica não. A globalização e o Estado soberano: A entrada da tecnologia no mundo neoconstitucional força a comunicação, a troca, o descobrimento individualizado ou social entre Estados e indivíduos, que a desenrolar esta tecnologia, desdobrando e elucidando conceitos e ideias, posicionamentos ideológicos, políticos, sociais e econômicos, abrem espaço para a não previsível globalização. Frente a isso os Estados tradicionalmente fixados dentro de um território, regidos sobre um poder soberano, se veem frente a uma nova forma de governar seus cidadãos, que hoje não mais se encontram somente em território nacional, mas também em outros Estados; não somente como visitantes, mas também como trabalhadores ou investidores. Assim como dentro deste mesmo Estado encontram-se grandes iniciativas privadas não nacionais, mas sim empresas que movimentam a economia não só deste Estado, mas de muitos outros, garantindo emprego, sustentabilidade, mais tecnologia e automaticamente enraizando a dependência deste Estado que a recebe. O estado pós-moderno Encontra-se em situação de flexibilização de sua soberania, tendo em vista esta dependência, não só econômica, mas também política, pois respondendo a este movimento neoconstitucional, muitos outros Estados em prol da promoção dos direitos humanos, das garantias dos princípios dos direitos humanos, se veem em posição limitada ou limitadora de suas ações. Um desses exemplos são as organizações não governamentais (ONGs) que dentro do Estado e em nome de um interesse maior, interferem e limitam o poder de soberania do Estado, galgadas em argumentos humanitários ou ambientais de interesse global. Outra característica desta globalização é a adversidade. Faz-se necessário dentro dos Estados o respeito a essas diversas culturas que agora transitam de um Estado para o outro em movimento migratório em busca de oportunidades e direitos. Neste movimento acontece o que é chamado de multiculturalismo. Não é somente mais necessário tolerar a diferença cultural é preciso respeitá-las e encorajá-las. O Estado democrático de Direito teria a obrigação de aceitar certas demandas de certos “Direitos Culturais de Grupos”. Aqui é identificada opiniões adversas sobre o assunto, tendo em vista que posicionamentos mais liberais tendem a ver esse movimento globalizado de forma pluralista. O pluralismo defendido pela tradição liberal entende que há profundas diferenças filosóficas, morais e religiosas vivenciadas dentro do Estado moderno e que a melhor forma de manter a convivência respeitosa entre os indivíduos é somente a tolerância. Contrapondo o ponto de vista Multicultural que tem uma visão mais social da aplicação do direito às diferenças culturais dentro de um mesmo Estado ou na comunhão entre vários Estados ou indivíduos, evitando assim um futuro movimento de descriminação por parte de grupos que teoricamente seriam criados por conta das diferenças culturais que seriam somente “toleradas” e não misturadas como propõe o multiculturalismo ao contrário do pluralismo liberal. Dentro deste contexto é importante ressaltar o separatismo, que é o movimento de determinado povo ou nação através da força do sentimento nacionalista de determinados povos ou nações, que acabam por fragmentar determinados Estados em busca de reconhecimento. Ou seja, estes desfragmentados tornam-se independentes, se separam de determinado estado, tornando-se um próprio Estado independente assim como aquele que este se separou. Movimento que deu origem em meados do Sec. XX a 50 novos Estados pelo mundo, incentivado também por grandes potencias como Estados unidos e união soviética, que inclusive posteriormente sua derrocada da origem há mais de 20 Estados independentes no território da antiga união soviética, assim como após a queda do muro de Berlin e a união das duas Alemanhas, ou a antiga Iugoslávia que divide-se em 7 novos Estados, ou a ex- Checoslováquia que dividiu-se em 2 Estados. Todos esses movimentos de separação tem na verdade como objetivo a reunião de uma nação formada por diversas culturas que buscam a diminuição das diferenças culturais, o reconhecimento como um Estado e a inclusão.
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