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Temas em Psicologia Social - Resumo Np2

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS = Teorias do Senso Comum 
Serge Moscovici > Ele queria redefinir os problemas e os conceitos da psicologia social a partir desse fenômeno. 
 Conjunto de fenômenos ou conceitos e a teoria construída para explicá-los. 
 PSICOSSOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO > origem europeia > condena a tradição norte-americana 
dominante por se preocupar apenas com fenômenos psicológicos individuais. 
 
 Em uma psicologia social mais socialmente orientada é importante considerar os comportamentos individuais e 
os fatos sociais. 
 
 Representações coletivas – Durkheim: procurava dar conta de fenômenos como a religião, mitos, 
ciência, etc. “A sociedade é uma realidade sui generis”. 
 São o produto de uma imensa cooperação que se estende não apenas no espaço, mas no tempo. Para fazê-
las uma multidão de espíritos diversos se combinaram com suas ideias e sentimentos que acumularam sua 
experiência e saber. 
 Os indivíduos que compõem a sociedade seriam portadores e usuários das representações coletivas. 
 
Moscovici > Ele vai falar que não está interessado nas sociedades primitivas, de épocas remotas. Ele se interessa pela 
sociedade presente, do nosso solo político, científico e humano. Vivenciamos a religião, ciências oficiais e ideologias 
presentes que penetram na vida cotidiana e tornam-se parte da realidade comum. 
 
 O reconhecimento de uma outra ordem de fenômenos, dita por Moscovici, faz-se necessária um conceito 
para nomeá-la, daí surgem as Representações Sociais. Distancia da perspectiva sociologista e constrói um 
espaço psicossociológico próprio. 
 
Conceito de Representações – Aspectos 
 
 O conceito durkheimiano abrangia uma gama muito ampla de formas de conhecimento. Em Moscovici, as 
representações deveriam ser reduzidas a uma modalidade específica de conhecimento que tem por função a 
elaboração de comportamentos e comunicação entre indivíduos. 
 As concepções de Durkheim eram bastante estáticas, ligada à estabilidade dos fenômenos. Já as representações 
tinham plasticidade, mobilidade e circulação das representações contemporâneas emergentes. 
 As representações coletivas apresentavam entidades explicativas absolutas e irredutíveis. Já segundo Moscovici, 
caberia penetrar nas representações para descobrir sua estrutura e mecanismos internos. 
 
* As diferenças demonstram que Moscovici foi buscar na sociologia de Durkheim um primeiro abrigo conceitual 
para suas objeções para a psicologia social norte-americana. 
* O desafio era situar essa renovação proposta por ele para a psicologia social na encruzilhada entre a psicologia e 
as ciências sociais. 
 
 As representações sociais são uma combinação de diferentes questões, segundo uma linguagem própria, 
onde há informações e julgamentos valorativos colhidos nas mais variadas fontes e experiências pessoais e 
grupais. 
 Conjunto de conceitos, afirmações e explicações = teorias do senso comum “ciências coletivas”. É POR 
MEIO DESTAS QUE FAZ-SE A INTERPRETAÇÃO E CONSTRUÇÃO DAS REALIDADES SOCIAIS. 
 
Trata-se de uma compreensão alcançada por indivíduos que pensam, mas não sozinhos. 
 
- Na perspectiva psicossociológica de uma sociedade pensante, os indivíduos não são apenas processadores 
de informações ou portadores de ideologia, mas pensadores ativos que em virtude da interação social, 
produzem e comunicam suas próprias representações e soluções para questões colocadas a si mesmos. 
 
Universos de Pensamento 
 
UNIVERSO REIFICADO > representantes do saber acadêmico e científico, há uma validação do conhecimento 
segundo rigores lógicos, metodológicos e objetivos. 
UNIVERSO CONSENSUAL > “Lógica natural”, interações sociais cotidianas, compartilhadas socialmente no 
cotidiano, menos compromissada com as exigências da objetividade, plausibilidade. Tais produções voltadas para 
o prático formam as Representações Sociais. 
 
Em síntese, as representações seriam sistemas de valores, ideias e práticas com uma dupla função: o 
estabelecimento de uma ordem que capacita os indivíduos de se orientarem e dominarem o seu mundo social e a 
facilitação da comunicação entre membros de uma comunidade por providenciar aos mesmos um código para 
nomearem e classificarem os vários aspectos de seu mundo e suas histórias individuais e grupais. 
 
SUA FORMAÇÃO DADA POR DOIS PROCESSOS PRINCIPAIS: A OBJETIVAÇÃO E A ANCORAGEM. 
 Objetivação (cria a realidade em si) dá realidade material a um objeto abstrato, a ideia imprecisa 
(icônica), se associa a um conceito de imagem. Depois há uma naturalização desse objeto, atuando no 
sentido da construção social da realidade. Ex. Deus (abstrato), Pai (concreto). 
 Ancoragem (dá significado) classificar e dar nome a uma coisa. Isso ocorre quando somos capazes de 
colocar um objeto estranho em uma determinada categoria e rotulá-lo com um nome conhecido. 
- A prática psicanalítica enquanto conceito viria se ancorar, assim, no conceito já conhecido de confissão. 
 
 
IDENTIDADE 
 Um grupo existe objetivamente através das relações que estabelecem seus membros entre si. 
 A identidade de uma pessoa é um fenômeno social e não natural. 
 
 Uma vez nascido, este se tornará como filho na medida em que as relações nas quais esteja envolvido 
concretamente confirmem essa representação através de comportamentos que reforcem sua conduta como 
filho e assim por diante. 
 A identidade de filho é consequência das relações que se dão. A identidade é re-posta a cada momento. 
 Quando a identidade pressuposta é reposta, ela é vista como DADA e não como se dando num processo contínuo 
de identificação. 
 
 A posição de mim me identifica (o eu ser-posto): discriminando-me como dotado de certos atributos que me 
dão uma identidade considerada formalmente como atemporal. 
 Ele tornou-se pai e assim permanecerá enquanto reconhecer e for reconhecida essa identidade, ou seja, enquanto 
ela estiver sendo re-posta cotidianamente. 
Unidade de Multiplicidade: cada posição minha me determina, fazendo com que minha existência concreta seja 
múltipla. 
MÚTIPLO X UNO 
o Temos múltiplas características (identidades). 
o Mas o sujeito é um todo, cada sujeito é único. 
 
 O PROCESSO GRUPAL 
 Ação como sujeito histórico, partindo do ponto que toda ação transformadora da sociedade só pode ocorrer 
quando indivíduos se agrupam. 
 A FUNÇÃO do grupo é definir papéis e, consequentemente, a identidade social dos indivíduos. 
 O GRUPO É VISTO COMO A-HISTÓRICO NUMA SOCIEDADE TAMBÉM A-HISTÓRICA 
 O grupo coeso, estruturado, é um grupo ideal, como se os indivíduos envolvidos estacionassem e os processos 
de interação pudessem se tornar circulares. 
 Segundo Lewin, a função do grupo é definir papeis. Lewin analisou os pequenos grupos em termos de espaço 
topológico e de sistema de forças, procurando captar a dinâmica que ocorre quando as pessoas estabelecem uma 
interdependência seja em relação a uma tarefa proposta. 
 Pichon-Rivière define o grupo como um conjunto de pessoas, ligadas no tempo e espaço, articuladas por sua 
mútua representação interna, que se propõem explícita ou implicitamente a uma tarefa, interatuando para isto em 
uma rede de papéis, com o estabelecimento de vínculos entre si. 
 Para Calderón e Govia grupo é uma relação significativa entre duas ou mais pessoas que se processa através de 
ações encadeadas. Esta interação ocorre em função de necessidades materiais ou psicossociais e visa à produção 
de suas satisfações (LANE,1984). Nessa concepção, grupo é um conjunto de pessoas que tem um objetivo 
comum e desempenham uma atividade juntas passando por processos de interação. 
 
Processo Grupal na Análise Institucional 
 Somente quando os membros se organizam é que se pode falar de grupo. Descreve o grupo-terror onde a figura de poder determina as obrigações a manutenção do status quo e contrário a 
esse grupo está o grupo-vivo que se caracteriza por relações de igualdade entre seus membros e pela autogestão. 
 Loureau classificou os grupos em grupo-objeto e grupo-sujeito. 
 Na categoria grupo-sujeito Loureau trata do nível de resistência à mudança apresentada pelo grupo (LANE,1984). 
Teremos um grupo-sujeito se esse tiver um crescimento decorrente dessa mudança. 
 No grupo-objeto os indivíduos se mantém sobre coerência, unidade, harmonia e se submetem a realização de um 
trabalho onde a divisão determina hierarquias de poder. 
 
Grupo e poder em Martin Baró 
 
Martin e Silvia Lane > remetem ao grupo a característica de ser sempre uma construção histórica e social, fruto das 
relações e que estão em constante transformação. Os autores geram assim, uma critica as teorias que enquadram os 
grupos em movimentos estáticos, embora considerem positivos os aspectos da dinâmica de grupo de Lewin. 
 
 Martin Baró propõe assim uma teoria dialética sobre os grupos que para superar os problemas acima relatados 
devem dar conta da realidade social do grupo, ser compreensiva para incluir tanto pequenos grupos como os 
grandes e incluir o caráter histórico dos grupos humanos. 
 
 Martin Baró define grupo como uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas que canaliza em cada 
circunstância suas necessidades individuais ou coletivas. 
 
 Silvia Lane trata de uma concepção de grupo em termos histórico e dialético considerando sempre os aspectos 
pessoais, as características predominantes do grupo, o objetivo e o subjetivo e o caráter histórico. 
 Lane (1984) nas analises de diversos estudos sobre grupo, encontrou duas posições. Uma posição era a 
tradicional que defendia que a função do grupo era definir papeis, assim como trata Kurt Lewin. A outra 
posição trata do caráter de mediação do grupo, envolvendo a relação entre os indivíduos. 
 
LANE >>> o próprio grupo só poderá ser conhecido enquanto um processo histórico, e neste sentido talvez fosse mais 
correto falarmos em processo grupal em vez de grupo. 
 
O significado da existência e da ação grupal só pode ser encontrado dentro de uma perspectiva histórica que considere 
sua inserção nas sociedades com suas determinações econômicas, institucionais e ideológicas. 
 
Processo histórico e social para a formação do grupo que também está em uma dialética constante, os indivíduos 
se transformam, o grupo muda e a sociedade muda por isso tanto Lane quanto Baró enfatizam que não se deve 
falar apenas em grupo como os demais autores e sim em processo grupal onde deve ser analisado o tipo de 
homem que está envolvido, o tipo de inserção do grupo na instituição e sem esquecer da historia de vida de 
cada individuo que vai compor esse grupo. 
 
LANE CLASSIFICA ALGUMAS CATEGORIAS FUNDAMENTAIS PARA A ANÁLISE DO PROCESSO GRUPAL: 
 Produção, dominação, categoria de grupo-sujeito e categoria de não grupo. 
 
- PRODUÇÃO: o grupo é uma necessidade produtiva. 
- DOMINAÇÃO: os grupos tendem a reproduzir as formas sociais de dominação, no caso do capitalismo entende-se a 
submissão de alguns membros a outra pessoa. 
- GRUPO-SUJEITO: nível de resistência da mudança. Grupos com menores resistência a autocrítica, capacidade de 
crescimento através da mudança. 
- CATEGORIA NÃO-GRUPO: alguns grupos tem resistência a mudança, e só se pode falar de grupo quando ao se 
produzir algo se desenvolvem e se transformam as relações entre os membros, 
* Cita inclusive o exemplo de grupo de pessoas que se reúnem para fazer trabalhos manuais onde cada um faz o seu. Não 
se pode falar de grupo nesse caso, pois não há uma interação, relação entre seus membros, não há um processo de 
aprendizagem entre eles e consequentemente não haverá mudança. 
 
OS PROCESSOS PSICOSSOCIAIS DA EXCLUSÃO 
 
O que é exclusão social para a Psicologia Social? 
É uma relação específica de relações interpessoais ou intergrupos que produz: 
 
 Segregação: afastamento ou manutenção de uma distância topológica . 
 Marginalização: manutenção do indivíduo a parte de um grupo, de uma instituição ou do corpo social. 
 Discriminação: fechamento do acesso a certos bens ou recursos, certos papéis ou status. 
 
 No caso das exclusões socialmente produzidas, a Psicologia Social procurar compreender de que maneira as 
pessoas ou os grupos, são construídos como uma categoria à parte. 
 
 Construção de modelos teóricos para explicar a exclusão: 
 Preconceito 
 Estereótipo 
 Discriminação 
 Identidade social – representações sociais e ideologia . 
Ex. 
 Bode-expiatório: coloca o outro em situação depreciativa - sob a forma de preconceito e estereótipo negativos 
 Exemplo: situação dos judeus na Alemanha nazista. 
 
 Relações de poder, as normas sociais e as representações sociais mostram suas influências nas agressões de cunho 
individual. 
 Escola de Frankfurt teoria da personalidade autoritária – ligada a ideologia e a personalidade – justificativa 
para comportamentos racistas e antidemocráticos; conservadores (resistência a mudança), etnocentrismo, rejeição 
àqueles que são diferentes. Influência da educação familiar autoritária – não considera as diferenças individuais. 
 
 Racismo simbólico: presente nos EUA, representando uma forma resistência às mudanças no status quo das 
relações racializadas após a Declaração dos Direitos Humanos. 
 Racismo moderno: idéia de que os negros recebem mais do que merecem, violando os valores importantes para 
os brancos, como igualdade e liberdade. Este tipo de racismo também é mais atuante nos EUA. 
 
MEDIADORES DA EXCLUSÃO -> PRECONCEITOS E ESTEREÓTIPOS 
 
SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO: RETRATA A VIVÊNCIA COTIDIANA DAS QUESTÕES SOCIAIS 
DOMINANTES EM CADA ÉPOCA HISTÓRICA, ESPECIALMENTE NA DOR DE SER TRATADO COMO 
INFERIOR. Tonalidade ética na vivência da desigualdade social. 
 
 
 
PERSPECTIVA E A PRÁTICA ADOTADA PELO PSICÓLOGO SOCIAL NA SAUDE COLETIVA 
 
- Os psicólogos precisam incorporar uma nova concepção de sua prática profissional, sua postura deve ser 
questionada quanto ao modo em que o psicólogo está inserido no contexto da saúde. Ele deve ser um agente de 
mudança com compromisso social com seus usuários. Deve-se procurar erradicar o agir mecânico, burocratizado e 
alienado que prejudica as relações construídas naquele contexto. Os profissionais da área da saúde precisam ser 
vistos em sua subjetividade e buscar fazer com estejam preocupados em proporcionar um espaço mais 
humanizado e de acolhimento, desse modo o psicólogo deve fazer com que ele reflita acerca de sua posição naquele 
lugar, sendo capaz de agir e refletir, fazendo-o se transformar, sair do conformismo, comprometer-se, ser uma 
PRÁXIS. O psicólogo pode ser capaz de construir e reconstruir a história de vida dos seus usuários para além do 
diagnóstico e do sintoma, reelaborando esse sofrimento e fazendo uma reinvenção da vida. Isso tudo poderá ser 
feito por meio de estratégias de modificação da realidade daquele contexto. Além de tudo isso, o psicólogo deve 
possuir uma perspectiva questionadora acerca de seu papel como cidadão ativo, ter um saber crítico sobre si, sobre 
seu mundo e sua ação nesse mundo.

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