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Caso concreto: Hospital Cuidamos de Você Ltda., com sede na cidade do Rio de Janeiro, propôs em face de Cláudia, brasileira, casada, residente no município do Rio de Janeiro, Ação de Cobrança, pelo rito ordinário, por ser credor da quantia de R$ 60.000 (sessenta mil reais) através de cheque emitido pela mesma no dia 28 de setembro de 2013. Cláudia procura você, advogado (a), munida de mandado de citação expedido pela 06ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, afirmando que, no dia 17 de setembro de 2013, acompanhou o seu marido, Diego, ao hospital, pois o mesmo havia sofrido fratura exposta na perna direita, conforme diagnóstico médico, o que determinou a realização de uma cirurgia de emergência. Afirma ainda que todo o procedimento médico que Diego se submeteu foi custeado pelo Plano de Saúde Minha Vida, conveniado ao hospital. Ocorre que mesmo após a autorização do plano de saúde para a realização do procedimento cirúrgico, a direção do hospital exigiu que Cláudia emitisse um cheque no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), como garantia de pagamento dos serviços médicos que seriam prestados a Diego. Diante do ocorrido, elabore a peça judicial cabível para a defesa dos interesses de Cláudia. EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª DA FAZENDA PUBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Autos n° xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx CLAUDIA, brasileira, casada, profissão, portadora do RG sob n° xxx e inscrita no CPF sob n° xxx, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua xxx, nºxxx, no bairro de xxx, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, com CEP n° xxx, por meio de seu advogado ao final assinado (procuração em anexo), com endereço profissional na Rua xxx, nº xxx, no bairro de xxx - Cidade/UF, com CEP n° xxx, onde recebe intimações, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, oferecer: CONTESTAÇÃO a Ação de Cobrança, movida pelo HOSPITAL CUIDAMOS DE VOCÊ LTDA., já devidamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, pelas seguintes razões a seguir expostos. I – DAS PRELIMINARES Com os fatos a seguir expostos vem primeiramente demostrar a incompetência absoluta em razão da matéria. Por ser matéria de competência cível e não da Fazenda Publica, conforme dispõe os artigos 301, 91, 113, §1° e 2° do Código Civil brasileiro. Artigo 301 - Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (...) II - incompetência absoluta; Artigo 91 - Regem a competência em razão do valor e da matéria as normas de organização judiciária, ressalvados os casos expressos neste Código. Artigo 113 – A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. § 1° Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas. § 2° Declarada à incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. II – DA SINTESE INICIAL A requerente em 17 de setembro de 2013, em virtude da situação em que seu marido estava passando, ainda mais por ser uma causa de emergência, se deparou com a situação de que o hospital exigiu um cheque no valor do procedimento cirúrgico para custear as possíveis despesas que ocasionaria, no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), logo o fez, sem pensar que o seu marido Diego continha Plano de Saúde o qual vinha a custear e autorizar o procedimento. Diante desta situação, ao passar a emergência, Claudia viu que o plano autorizou o procedimento cirúrgico, tanto como custeou todos os gastos que a cirurgia podia conter. Desse modo, a requerente deseja que o negocio jurídico em virtude do cheque passado ao hospital, venha a ser desfeito, por tal circunstancia de o plano de saúde ter feito todos os ressarcimentos cabíveis, sem que a Senhora Claudia tivesse que arcar com algo. Ainda em face de o hospital ter de forma abusiva se aproveitado da situação em que a esposa de Diego estava passando, requer ainda danos morais, pelo teor da situação e da falta de consenso do hospital em exigir cheque para assegurar tal procedimento. Diante dos fatos narrados e fundamentos jurídicos a seguir expostos, requer a Dissolução do Negocio Jurídico. III – DOS FUNDAMENTOS Em seu artigo 6° da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, nos dispõe sobre a saúde e sobre o bem estar social: Artigo 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. No artigo 196, da Constituição nos relata que a saúde é um direito de todos garantido por esta e dever do Estado de nos proporcionar. Artigo 196 - A saúde é direito de todos e de ver do Estado, garantido me diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua. Promoção, proteção e recuperação. O Hospital vendo a situação de Claudia, com a emergência que seu marido estava passando, foi abusivo em sua atitude em requerer o cheque no valor do procedimento, e no nosso Código do Direito do Consumidor no seu artigo 39, inciso IV, proíbe a prática abusiva: Artigo 39 - É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Diante de tal situação já exposta nos fatos, o ato praticado pelo Hospital em exigir de Claudia um cheque caução para o procedimento cirúrgico do marido Diego, é considerado como ferir o fundamento da dignidade da pessoa humana que se encontra no art. 1º, inciso III, da Carta Magna: Artigo 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federa l, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana; IV - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta em razão de matéria, devendo o processo ser remetido para vara cível. b) No mérito, a improcedência dos pedidos autorais. c) A condenação do autor no pagamento dos ônus sucumbenciais. d) V - DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor. Nestes termos, Pede-se deferimento. Cidade, xx de mês de ano. _____________________________________ Nome advogado OAB/UF
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