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DIREITO PROCESSUAL CIVIL resumo parte geral

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Igor Demétrio 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
IGOR DEMÉTRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igor Demétrio 
2 
 
Jurisdição 
Jurisdição: atuação estatal visando à aplicação do direito objetivo ao caso concreto 
resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando como tal solução a 
pacificação social. 
Jurisdição: Poder- função- atividade. 
Poder: Poder estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados, aplicando o 
direito objetivo ao caso concreto e resolvendo a crise jurídica que os envolve. 
Função: é o encargo atribuído pela Constituição Federal em regra ao Poder Judiciário 
– função típica – e, excepcionalmente a outros poderes – função atípica – de exercer 
corretamente o poder jurisdicional. 
Atividade: complexo de atos praticados pelo agente estatal investido de jurisdição no 
processo. Esse sujeito é o juiz de Direito que por representar o Estado no processo é chamado 
de Estado-juiz. 
Equivalentes jurisdicionais ou formas alternativas de solução dos conflitos 
São quatro: autotutela, autocomposição, mediação e arbitragem. 
Autotutela: é a forma mais antiga de solução dos conflitos, constituindo-se 
fundamentalmente pelo sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvida no 
conflito em razão do exercício da força pela parte vencedora. EX: Art. 188 I CC. 
Ela é a única forma de solução de conflitos que pode ser amplamente revista pelo 
poder judiciário. 
Formas consensuais de solução de conflitos 
Art. 3º §2º CPC 
Art. 3º § 3º CPC. 
Espécies 
Autocomposição 
É uma interessante e cada vez mais popular forma de solução dos conflitos sem a 
interferência da jurisdição, estando fundada no sacrifício integral ou parcial do interesse das 
partes envolvidas no conflito mediante a vontade unilateral ou bilateral de tais sujeitos. 
Igor Demétrio 
3 
 
 
Transação: há um sacrifício recíproco de interesses sendo que cada parte abdica 
parcialmente de sua pretensão para que se atinja a solução do conflito. 
Renúncia: o titular do direito simplesmente abdica de tal direito. 
Submissão: O sujeito se submete à pretensão contrária ainda que fosse legítima sua 
resistência. 
Art. 487, III, CPC. 
Mediação 
Forma alternativa da solução de conflitos fundada no exercício da vontade das partes. 
Diferença entre autocomposição. 
Na mediação tem-se a inexistência de sacrifício total ou parcial dos interesses das 
partes envolvidas na crise jurídica. Art. 165 §3º CPC. 
O mediador não propõe solução do conflito às partes, mas os conduz a descobrirem as 
suas causas de forma a possibilitar sua remoção e assim chegar à solução do conflito. 
O mediador deve atuar preferencialmente nos casos em que tiver havido liame anterior 
entre as partes (família, vizinho, sócio). 
Local no CPC: Art. 165 CPC. 
Art. 167 §1º CPC. 
É requisito mínimo para a capacitação dos mediadores e conciliadores a aprovação em 
curso a ser realizado por entidade credenciada, cujo parâmetro curricular será definido pelo 
CNJ em conjunto com o ministério da Justiça. 
Art. 11 da lei 13. 140/2015. 
Graduação há pelo menos 2 anos em curso de ensino superior. 
Não precisa ser advogado. 
Art. 172 CPC. 
Impedimento de 1 ano para mediadores e conciliadores. 
Princípios das formas consensuais dos conflitos 
Igor Demétrio 
4 
 
Art. 166 CPC. 
Independência: devem atuar de forma independente sem sofrerem qualquer espécie de 
pressão interna ou externa. 
Imparcialidade: Não pode com sua atuação deliberadamente pender para uma das 
partes e com isso induzir a parte contrária a uma solução que não atenda às finalidades do 
conflito. 
Normalização do conflito: a normalização do conflito juridicamente decorre de sua 
solução, mas sociologicamente o conflito só será “normalizado” se as partes ficarem 
concretamente satisfeitas com a solução consensual do conflito a que chegaram. 
Autonomia da vontade: não há como falar em solução consensual do conflito sem 
autonomia da vontade das partes. 
Confidencialidade: Art. 166 §1º CPC. O dispositivo consagra a confidencialidade 
plena, atinente a tudo o que ocorreu e foi dito na sessão ou audiência de conciliação e 
mediação. 
Oralidade: O essencial do conversado entre as partes e o conciliador ou mediador não 
consiste do termo de audiência ou da sessão realizada. 
Três objetivos: 1 – conferir celeridade ao procedimento; 2 – prestigiar a informalidade 
dos atos; 3 – promover a confidencialidade. 
Informalidade: incentiva o relaxamento e este leva a uma descontração e tranquilidade 
natural das partes. 
Decisão informada: cria o dever ao conciliador e ao mediador de manter o 
jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual 
está inserido. 
Isonomia entre as partes: tal princípio é exclusivo da mediação, não se devendo, 
portanto, aplica-lo à conciliação. 
Busca do consenso: o mediador deve buscar de forma cooperativa com as partes a 
solução consensual do conflito. 
Cadastros 
Art. 167 CPC. 
Os habilitados a realizar a mediação e conciliação constarão de dois diferentes 
cadastros: um nacional e outro regional a cargo dos TJs e TRFs. 
Remuneração 
Igor Demétrio 
5 
 
A atividade de conciliação e mediação será em regra remunerada, com pagamento de 
valores previstos em tabela fixada pelo tribunal conforme parâmetros estabelecidos pelo CNJ. 
Impedimentos 
Art. 170 CPC. 
Art. 172 CPC. 
Não há previsão expressa a respeito das causas que levam ao impedimento e à 
suspeição do conciliador e mediador, devendo nesse caso ser aplicadas por analogia as causas 
de parcialidade previstas para o juiz. 
Causas de exclusão 
Depende de processo administrativo. 
Art. 173 I e II CPC. 
Solução consensual no âmbito administrativo 
O artigo 174 CPC prevê a criação de câmaras de mediação e conciliação voltadas à 
solução consensual de conflitos no ambiente administrativo. 
Arbitragem 
A arbitragem é antiga forma de solução de conflitos fundada, no passado, na vontade 
das partes de submeterem a decisão a um determinado sujeito que, de algum modo, exercia 
forte influência sobre elas, sendo, por isso, extremamente valorizadas suas decisões. 
Dois elementos: 
1 – as partes escolhem um terceiro de sua confiança que será responsável pela solução 
do conflito de interesses. 
2 – a decisão desse terceiro é impositiva, o que significa que resolve o conflito 
independentemente da vontade das partes. 
O art. 3º §1º CPC parece ter consagrado o entendimento de que a arbitragem não é 
jurisdição, porque, ao prever a inafastabilidade da jurisdição, salvo a arbitragem, fica claro 
que essa forma de solução de conflitos não é jurisdicional. 
Escopos da jurisdição 
São quatro: jurídico, social, educacional e político. 
Jurídico: consiste na aplicação concreta da vontade do direito, resolvendo-se a 
chamada “lide jurídica”. 
Social: consiste em resolver o conflito de interesses proporcionando às partes 
envolvidas a pacificação social, ou em outras palavras, resolver a lide sociológica. 
Igor Demétrio 
6 
 
Educacional: a função da jurisdição de ensinar aos jurisdicionados seus direitos e 
deveres. 
Político: se presta a fortalecer o Estado, a jurisdição é o último recurso em termos de 
proteção às liberdades públicas e aos direitos fundamentais; incentivar a participação 
democrática por meio do processo. 
Características principais 
Carácter substitutivo: a jurisdição substitui a vontade das partes pela vontade da lei no 
caso concreto, resolvendo o conflito de interesses entre elas e proporcionando a pacificação 
social. 
Lide:é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. A lide não é 
criada no processo mas antes dele. 
Inércia: significa dizer que o juiz – representante jurisdicional – não poderá iniciar um 
processo de ofício, sendo tal tarefa exclusiva do interessado. Art. 2º CPC. 
Definitividade: afirmar-se que a solução do conflito por meio jurisdicional é a única 
que se torna definitiva e imutável, sendo considerada a derradeira e incontestável solução do 
caso concreto. A coisa julgada material é fenômeno privativo das decisões judiciais. 
Princípios da jurisdição 
Investidura: o juiz de direito é o agente investido no poder jurisdicional sendo 
chamado de estado-juiz porque é justamente ele o sujeito responsável por representar o Estado 
na busca de uma solução para o caso concreto. 
Territoriedade (aderência ao território): o juiz devidamente investido de jurisdição só 
pode exercê-la dentro do território nacional, como consequência da limitação da soberania do 
Estado brasileiro ao seu próprio território. 
Indelegabilidade: externa e interna: No aspecto externo significa que o Poder 
Judiciário, tendo recebido da CF a função jurisdicional não poderá delegar tal função a outros 
poderes ou outros órgãos que não pertencem ao poder judiciário como regra. No aspecto 
interno significa que, determinada concretamente a competência para uma demanda, o que se 
faz com a aplicação de regras gerais, abstratas e impessoais, o órgão jurisdicional não poderá 
delegar sua função para outro órgão jurisdicional. 
Inevitabilidade: diz respeito à vinculação obrigatória dos sujeitos ao processo judicial. 
Uma vez integrado à relação jurídica processual, ninguém poderá, por sua própria vontade se 
negar a esse chamado jurisdicional. 
Igor Demétrio 
7 
 
Inafastabilidade: Art. 5º XXXXV da CF “A lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito”. Art. 3º CPC. 
Juiz Natural: entende-se que ninguém será processado senão pela autoridade 
competente (Art. 5º LIII CF). Diz respeito à impossibilidade de escolha do juiz para o 
julgamento de determinada demanda. Esse princípio também proíbe a criação de tribunais de 
exceção, conforme previsão expressa do art. 5º XXXVII CF. 
Promotor natural: Esse princípio impede que o Procurador-Geral de Justiça faça 
designações discricionárias de promotores ad hoc, o que elimina a figura do acusador público 
de encomenda, que poderia em tese tanto ser indicado para perseguir o acusado como para 
assegurar a impunidade de alguém. 
Espécies de jurisdição 
A jurisdição é uma e indivisível. 
Jurisdição penal ou civil: Esse critério de classificação leva em conta a natureza do 
objeto da demanda judicial. 
Jurisdição superior ou inferior: a jurisdição inferior é exercida pelo órgão que enfrenta 
o processo desde o início, ou seja, aquele que tem competência originária para a demanda, 
enquanto a jurisdição superior é exercida em hipóteses de atuação recursal dos tribunais. 
Justiça comum e especial: Especial – Justiça do trabalho, justiça eleitoral, justiça 
militar o resto é da justiça comum. 
Jurisdição voluntária 
Características 
Obrigatoriedade: Está concentrada a maioria das ações constitutivas necessárias, nas 
quais, existe uma obrigatoriedade legal de atuação da jurisdição. 
Princípio inquisitivo: O juiz poderá dar início de ofício a determinadas demandas de 
jurisdição voluntária, maiores poderes instrutórios do juiz que poderá produzir provas mesmo 
contra a vontade das partes, o juiz poderá decidir contra a vontade de ambas as partes, o juiz 
poderá julgar utilizando-se do juízo de equidade. 
Juízo de equidade: Art. 723 parágrafo único CPC e Art. 140 parágrafo único CPC. 
Para a doutrina majoritária esse princípio afasta o princípio da legalidade, permitindo que o 
juiz resolva inclusive contra a letra da lei, desde que entenda ser sua decisão mais oportuna e 
conveniente. 
Participação do MP: Art. 721 CPC: A opção do legislador deve ser elogiada porque 
realmente existem demandas de jurisdição voluntária em que a mera presença do juiz já é um 
Igor Demétrio 
8 
 
exagero, mas de qualquer forma, suficiente para a regularidade do procedimento. A presença 
do MP nessa espécie de demanda é desnecessária. 
Inexistência de carácter substitutivo: não há caráter substitutivo na jurisdição 
voluntária, o juiz não substitui a vontade das partes pela vontade da lei quando profere sua 
decisão, tão somente integrando o acordo de vontades entre as partes para que possa gerar 
seus regulares efeitos jurídicos. 
Inexistência de aplicação do direito ao caso concreto: na jurisdição voluntária não há 
propriamente a aplicação do direito material ao caso concreto para resolver um conflito 
existente entre as partes, até mesmo porque esse conflito não existe. 
Ausência de lide: não existe na jurisdição voluntária um conflito de interesses entre as 
partes, porque as vontades são convergentes. 
Não há partes, mas meros interessados: nela só existem sujeitos, que pretendem obter 
um mesmo bem da vida e, portanto, não estão em situação antagônica da demanda 
jurisdicional. 
Tutela jurisdicional 
Entende-se a proteção prestada pelo Estado quando provocado por meio de um 
processo, gerado em razão da lesão ou ameaça de lesão a um direito material. ]A tutela 
jurisdicional será de conhecimento ( meramente declaratória, constitutiva, condenatória), 
executiva e cautelar. 
Conhecimento 
Meramente declaratória: resolve uma crise de certeza, ao declarar a existência ou 
inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica. 
Constitutiva: resolve uma crise da situação jurídica, ao criar, extinguir ou modificar 
uma relação jurídica, a sentença cria uma nova relação jurídica. 
Condenatória: resolve uma crise de inadimplemento, ao resolver esse inadimplemento 
e imputar ao demandado o cumprimento de uma prestação, estará resolvida a crise. 
Executiva 
O que se busca resolver é uma crise de satisfação, considerando que já existe um 
direito reconhecido, mas o seu titular não se encontra satisfeito em razão da resistência da 
parte contrária. 
Cautelar 
Resolve-se uma crise de perigo, o que atualmente dispensa a existência de um 
processo autônomo cautelar, ao menos de forma incidental. 
Igor Demétrio 
9 
 
Natureza jurídica dos resultados jurídico-materiais 
Por esse critério a tutela jurisdicional é dividida em duas espécies: tutela preventiva 
(inibitória) e tutela reparatória (ressarcitória). A primeira é voltada para o futuro visando 
evitar a prática de ato ilícito, enquanto a segunda está voltada para o passado, visando ao 
restabelecimento patrimonial ao do sujeito vitimado pela prática de um ato ilícito danoso. 
A tutela preventiva e a reparatória podem ser objeto de pretensão de um mesmo 
demandante num mesmo processo. 
Art. 497 CPC. 
A tese da tutela inibitória funda-se na exata definição de ato ilícito, cuja prática se 
pretende evitar. 
O art. 186 CC não conceitua o ato ilícito, descreve os elementos necessários para a 
obtenção da tutela reparatória. 
Coincidência de resultados com a satisfação voluntária 
Tutela específica: a satisfação gerada pela prestação jurisdicional é exatamente a 
mesma que seria gerada com o cumprimento voluntário da obrigação. 
Tutela pelo equivalente em dinheiro: a tutela jurisdicional prestada é diferente da 
natureza da obrigação e, por consequência, cria um resultado distinto daquele que seria criado 
com a sua satisfação voluntária. 
A tutela inibitória é sempre tutela específica, porque, ao evitar a prática do ato ilícito, 
obtém-se o status quo ante. 
A tutela reparatória pode ser prestada de forma específica ou pelo equivalenteem 
dinheiro. 
Espécies de técnicas procedimentais 
Dividido em 2. 
Tutela comum: é aquela prestada pelo procedimento comum, que serve como o 
procedimento padrão oferecido pela lei. 
Tutela diferenciada: representa a adoção de procedimentos e técnicas procedimentais 
diferenciadas à luz das exigências concretas para bem tutelar o direito material. 
Cláusula geral de negócio jurídico processual 
Art. 190 CPC. 
É uma adequação procedimental, por acordo das partes, para adaptar o procedimento 
comum às particularidades do caso concreto. 
Cognição vertical (profundidade) 
Igor Demétrio 
10 
 
Sumária ou exauriente. 
Sumário: é fundada em juízo de probabilidade, considerando que nessa espécie de 
cognição o juiz não tem acesso a todas as informações necessárias para se convencer 
plenamente da existência do direito. 
Exauriente: é fundada no juízo de certeza, porque nesse caso a cognição do juiz estará 
completa no momento da prolação de sua decisão. 
Cognição sumária – juízo de probabilidade: tutela provisória. 
Cognição exauriente – juízo de certeza: tutela definitiva. 
Sistema processual 
Tutela jurisdicional individual: é a tutela voltada à proteção dos direitos materiais 
individuais. 
Tutela jurisdicional coletiva: é um conjunto de normas processuais diferenciadas 
(espécie de tutela jurisdicional diferenciada), distintas daquelas aplicáveis no âmbito da tutela 
jurisdicional individual. 
Ação 
O CPC consagrou a teoria eclética da ação. 
Teoria imamentista 
O direito de ação é considerado o próprio direito material em movimento, reagindo a 
uma agressão ou a uma ameaça de agressão. O direito de ação é um poder que o indivíduo 
possui contra o seu adversário e não contra o Estado. 
Teoria concreta da ação 
O direito de ação é um direito do indivíduo contra o Estado, com o objetivo de 
obtenção de uma sentença favorável, ao mesmo tempo um direito contra o adversário, que 
estará submetido à decisão estatal e aos seus efeitos jurídicos. 
Teoria abstrata do direito de ação 
O direito de ação é o direito abstrato do Estado, por meio da decisão judicial. O 
Direito de ação é independente do direito material, podendo existir o primeiro sem que exista 
o segundo. 
Teoria eclética 
 O direito de ação não se confunde com o direito material, inclusive existindo de 
forma autônoma e independente. Não é, entretanto, incondicional e genérico, porque só existe 
quando o autor tem o direito a um julgamento de mérito. O CPC adotou a teoria eclética ao 
Igor Demétrio 
11 
 
prever expressamente que a sentença fundada em ausência das condições da ação é 
meramente terminativa, não produzindo coisa julgada material (Art. 485 VI CPC). 
Condições da ação 
Duas espécies de condição da ação: interesse de agir e legitimidade. 
Art. 17 CPC. 
Possibilidade jurídica do pedido 
Numa análise abstrata do pedido do autor à luz do ordenamento jurídico, são três os 
possíveis resultados: 
1 – O pedido está expressamente previsto como apto a receber a prestação 
jurisdicional. 
2 – não há nenhuma previsão legal a respeito do pedido. 
3 – existe uma expressa vedação na lei ao pedido formulado. 
Desses três resultados possíveis, somente a vedação legal constitui a impossibilidade 
jurídica do pedido. 
Interesse de agir 
Deve ser analisado por dois aspectos: 
1 – haverá necessidade sempre que o autor não puder obter o bem da vida pretendido 
sendo devida intervenção do Poder Judiciário. 
2 – adequação entre o pedido e a proteção jurisdicional: o pedido formulado pelo autor 
deve ser apto a resolver o conflito de interesses apresentados na petição inicial. 
Legitimidade 
Legitimidade para agir (legitimatio ad causam) é a pertinência subjetiva da demanda 
ou, em outras palavras, é a situação prevista em lei que permite a um determinado sujeito 
propor a demanda judicial e a um determinado sujeito formar o polo passivo dessa demanda. 
Art. 18 CPC. 
Legitimação ordinária: Sujeito em nome próprio defendendo interesse próprio. 
Legitimação extraordinária: alguém em nome próprio litigue em defesa de terceiro. 
Art. 109 CPC. 
Sucessão processual: sempre que um sujeito que compõe o polo ativo ou passivo é 
retirado da relação jurídica processual para que um terceiro tome seu lugar. 
Representação processual (legitimatio ad processum): o representante processual atua 
em nome alheio na defesa de interesse alheio, não sendo considerado parte no processo, mas 
mero sujeito que dá à parte a capacidade para que esteja em juízo. 
Igor Demétrio 
12 
 
Elementos da ação 
São três os elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir. 
Partes 
Todo sujeito que participa da relação jurídica processual em contraditório defendendo 
interesse próprio ou alheio. 
Existem quatro formas de adquirir a qualidade de parte: 
1 – pelo ingresso da demanda (autor, oponente). 
2 – pela citação ( réu, denunciado à lide e chamado ao processo). 
3 – de maneira voluntária ( assistente e recurso de terceiro prejudicado). 
4 – sucessão processual ( alteração subjetiva da demanda, como na extromissão da 
parte). 
Pedido 
O pedido pode ser analisado sob a ótica processual representado a providência 
jurisdicional pretendida e sob a ótica material, representado pelo bem de vida perseguido, ou 
seja, o resultado prático que o autor pretende obter com a demanda judicial. 
Pedido imediato: aspecto processual. 
Pedido mediato: aspecto material. 
Art. 322 CPC. 
Art. 324 CPC. 
O pedido deve ser certo e determinado. 
A certeza é exigida tanto no aspecto processual quanto no material do pedido. 
A determinação só se refere ao pedido mediato, significando a liquidez do pedido, ou 
seja, a quantidade e qualidade do bem da vida pretendido. 
Pedido genérico é o que deixa de indicar a quantidade de bens da vida pretendida pelo 
autor, sendo admitido somente quando houver previsão legal em lei. 
Pedido genérico 
Universalidade de bens. 
Art. 324 §1º I CPC. 
São as ações que têm por objeto uma universalidade de bens em situação na qual falte 
ao autor condições de precisar, já na peça inicial, os bens efetivamente pretendido. 
Demanda de indenização quando impossível a fixação do valor do dano. 
Art. 324 §1º II CPC. 
Igor Demétrio 
13 
 
Nas ações de indenização caberá ao autor especificar o prejuízo que pretende ver 
ressarcido ainda que não tenha condições de indicar o quantum debeatur. 
O CPC prevê em seu artigo 292 V, que o valor da causa nas ações indenizatórias, 
inclusive naquelas fundadas em dano moral, será a quantia que o autor pretende receber. 
Valor a depender de ato a ser praticado pelo réu 
Art. 324 §1º III CPC. 
A impossibilidade de indicação, do valor deriva de ser o réu o responsável por tal 
indicação, o que obviamente cria um obstáculo material instransponível ao autor no momento 
da propositura da demanda. 
Pedido implícito 
Art. 492 CPC. 
O Pedido deve ser expresso, não podendo o juiz conceder aquilo que não tenha sido 
expressamente requerido pelo autor. 
Pedido implícito: qualquer tutela não pedida pelo autor que a lei permite que o juiz 
conceda de ofício. 
Hipóteses: 
1 – art. 322 §1º CPC. 
2 – art. 404 CC. 
3 - Art. 323 CPC. 
4 – Art. 406 CC. 
Art. 537 CPC. 
As astreintes têm como objetivo pressionar psicologicamente o réu para que a 
obrigação seja cumprida nos exatos termos do pedido do autor. 
Somente quando as astreintes fixadas de ofício não atingem seu objetivo será correto 
considera-las espécie de pedido implícito. 
Cumulação de pedidos 
Requisitos para cumulação de pedidos 
Art. 327 CPC. 
Art. 327 § 1º CPC. 
Pedidos não podem ser incompatíveis entre si 
Art.327 §1º I CPC. 
Mesmo juízo competente para todos os pedidos 
Art. 327 §1º II CPC. 
Igor Demétrio 
14 
 
O juízo ser competente para todos os pedidos. 
Identidade procedimental 
Art. 327 § 1º III CPC. 
A demanda deve seguir um procedimento único. 
Espécies de cumulação 
Cumulação própria: quando for possível a procedência simultânea de todos os 
pedidos. 
Cumulação imprópria: quando formulado mais de um pedido, somente um deles puder 
ser concedido. 
Cumulação própria simples: quando os pedidos forem absolutamente independes entre 
si. 
Cumulação própria sucessiva: quando a análise do pedido posterior depender da 
procedência do pedido que lhe precede. 
Cumulação imprópria subsidiária: quando o segundo pedido somente será analisado se 
o primeiro não for concedido. Art. 326 CPC. 
Cumulação imprópria alternativa: com a reunião de pedidos com a intenção do autor 
de que somente um deles seja acolhido, à escolha do juiz. 
Causa de pedir 
Teoria da individuação: afirma que a causa de pedir é composta tão somente pela 
relação jurídica afirmada pelo autor. 
Teoria da substanciação: a causa de pedir independe da natureza da ação, é formada 
apenas pelos fatos jurídicos narrados pelo autor. 
O CPC adotou a teoria da substanciação Art. 319 III CPC. 
Elementos da causa de pedir: fatos e fundamentos. 
Causa de pedir próxima: são os fatos. 
Causa de pedir remota: é o fundamento jurídico. 
Causa de pedir ativa: é composta dos fatos constitutivos do direito do autor. 
Causa de pedir passiva: é composta dos fatos do réu contrários ao direito. 
Fatos jurídicos: são aqueles que são aptos por si sós a gerar consequências jurídicas. 
Fundamento jurídico: é o liame jurídico entre os fatos e o pedido, ou seja, é a 
explicação à luz do ordenamento jurídico do porquê o autor merece o que está pedindo diante 
dos fatos que narrou. 
Igor Demétrio 
15 
 
Fundamento legal: indicação do artigo da lei na qual fundamenta a decisão, é 
dispensável e não vincula o autor ou o juiz não fazendo parte da causa de pedir. 
Processo 
Processo como procedimento 
Negava a autonomia do processo diante o direito material. 
Nessa época era entendido o direito de ação como o próprio direito material, reagindo 
a uma agressão ou a uma ameaça de agressão, processo era confundido com procedimento. 
Processo como contrato 
Litiscontestatio: representava a concordância das partes em sofrer os efeitos da 
demanda. Derivava de um acordo de vontade entre as partes (negócio jurídico de direito 
privado) para se submeter a decisão do julgamento. 
Processo como relação jurídica 
Para Bullow a relação de direito material é o objeto de discursão no processo, 
enquanto a relação de direito processual é a estrutura por meio da qual essa discursão 
ocorrerá. 
Entende o processo como a relação jurídica de direito processual, exteriorizado por 
meio do procedimento. 
Essa corrente é a mais aceita. 
Elementos da natureza jurídica do processo 
1 –procedimento. 
2 – relação jurídica processual. 
3 – contraditório. 
Procedimento 
É entendido como uma sucessão de atos interligados de maneira lógica e 
consequencial revisando a obtenção de um objetivo final. 
O procedimento é a exteriorização do processo. 
Relação jurídica processual 
Composição 
É formada pelo demandante, demandado e pelo Estado-juiz. 
Pode existir processo sem autor ou também sem réu. 
O processo já existe mesmo antes da citação do réu, inclusive sendo possível ao juiz 
proferiu sentença nesse momento, tanto terminativa (Art. 330 CPC) como definitiva (Art. 332 
CPC). 
Igor Demétrio 
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Características 
1 – autonomia: a relação jurídica de direito processual é autônoma quando comparada 
com a relação jurídica de direito material, significando que mesmo não existindo a segunda, 
existirá a primeira. 
2 – complexidade: é decorrência das inúmeras e sucessivas situações jurídicas que se 
verificou durante o trâmite procedimental. 
3 – dinamismo: as relações de direito material em regra são instantâneas, a relação 
jurídica processual é continuada, desenvolvendo-se durante o tempo. A atuação dos sujeitos 
processuais torna dinâmica a relação jurídica processual. 
4 – Unidade: os atos praticados pelos sujeitos processuais estão todos interligados de 
forma lógica, dependendo o posterior de como foi praticado o anterior, o que forma a unidade. 
5 – Natureza pública: em razão da participação do juiz como representante do Estado e 
também o seu interesse na clara prestação jurisdicional. 
Pressupostos processuais 
Art. 104 CC. 
Esse pressuposto é utilizado no direito material. 
Pressupostos processuais subjetivos (juiz) 
Investidura: O estado investe um determinado sujeito (o juiz de direito) do Poder 
Jurisdicional, para que possa exercê-lo por meio desse sujeito. 
Imparcialidade: de nada adianta um sujeito investido no poder jurisdicional se não 
houver imparcialidade. Art. 146 CPC. 
Pressuposto processual subjetivo (parte) 
Capacidade de ser parte: diz respeito à capacidade do sujeito de gozo e exercícios de 
direito e obrigações (Art. 1º CC) e (Art. 75 CPC). 
Súmula 525 STJ. 
Capacidade de estar em juízo: as partes no processo terão necessariamente que praticar 
atos processuais, que são uma espécie de ato jurídico. Dessa forma, as partes precisam ter 
capacidade processual (legitimidade ad processum) para a prática de tais atos. Exemplo: Art. 
75 CPC. 
Capacidade postulatória: em regra, as partes deverão ser assistidas por um advogado 
devidamente habilitado pela OAB, ou seja, as partes deverão ter capacidade postulatória. Por 
vezes a capacidade postulatória é dispensada: juizados especiais, justiça trabalhista, no habeas 
corpus e na Adin/ADECON. 
Igor Demétrio 
17 
 
Pressupostos processuais objetivos 
Extrínsecos 
São analisados fora da relação processual. São considerados pressupostos processuais 
negativos, porque nesse caso o vício verifica-se justamente pela presença do pressuposto 
processual, ao contrário de outros que geram vício justamente porque estão ausentes da 
relação jurídica processual. 
Intrínsecos 
São pressupostos processuais analisados na própria relação jurídica processual. 
Demanda: provocar a jurisdição por meio do processo. 
Petição inicial apta: o primeiro ato processual praticado pelo interessado quando 
exerce o ato de demandar é a petição inicial. 
Citação válida: com a citação válida do demandado completa-se a relação jurídica 
processual, sendo tal ato de especial importância para a regularidade do processo. Há casos 
que permitem a extinção do processo antes da citação do réu (Arts.330 e 332 CPC), Art. 239 
CPC é pressuposto de validade. 
Regularidade formal: Os atos processuais devem ser praticados na forma prevista pela 
lei. 
Princípios processuais 
Devido processo legal: Art. 5º LIV CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal”, vem associado com a ideia de um processo justo, que 
permite a ampla participação das partes e a efetiva proteção dos seus direitos. 
Contraditório: Art. 5º LV CF: “aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa como os meios e 
recursos a ela inerentes”. É formado por dois elementos: informação e possibilidade de 
reação. 
Informação: existem duas formas a citação e intimação. 
Reação: depende da vontade das partes, que opta por reagir ou se omitir. Art. 9º CPC. 
Art. 7º CPC. 
Exige que o juiz zele pelo efetivo contraditório que somente será efetivo se, além da 
informação e da possibilidade de reação, esta for corretamente apta a influenciar a formaçãodo convencimento do juiz. 
Art. 10 CPC. 
Igor Demétrio 
18 
 
Às vezes a atuação do juiz independe da provocação da parte, é inegável que o juiz, 
nesses caos (se decidir sem dar oportunidade de manifestação prévia às partes) as suspenderá 
com sua decisão o que naturalmente ofende o princípio do contraditório. 
Contraditório inútil 
No caso concreto a ofensa ao princípio do contraditório não gera nulidade em toda e 
qualquer situação, não representado uma diminuição do princípio a sua aplicação à luz de 
outros princípios e valores buscados pelo processo moderno. 
Art. 9º CPC. 
Contraditório diferido 
A estrutura básica é: 
1 – pedido; 
2 – informação da parte contrária; 
3 – reação possível; 
4 – decisão. 
A estrutura do contraditório diferido: 
1 – pedido; 
2 – Decisão; 
3 – informação da parte contrária; 
4 – decisão. 
Tutelas de urgência. 
Tutela de evidência: é aquela fundada na grande probabilidade de a parte ter o direito 
que alega, sem a necessidade de o tempo ser inimigo da efetividade, não sendo necessário 
esperar a final do processo para que seja a tutela concedida jurisdicionalmente. 
Art. 9º I a III CPC. 
Contraditório diferido. 
Princípios dispositivo e inquisitório 
Sistema inquisitivo: o juiz é colocado como figura central do processo cabendo a ele a 
sua instauração e condução sem a necessidade de qualquer provocação das partes. 
Sistema dispositivo: o juiz passa a ter uma participação condicionada à vontade das 
partes, que definem não só a existência e extensão do processo, como também o seu 
desenvolvimento, que dependerá de provocação para que prossiga. 
O sistema brasileiro é um sistema misto, com preponderância do princípio dispositivo. 
Art. 2º CPC. 
Igor Demétrio 
19 
 
Motivação das decisões 
Art. 489 CPC. 
Art. 93 IX da CF. 
Art. 11 CPC. 
Motivar e fundamentar significam exteriorizar as razões do decidir, e nessa tarefa 
obviamente as opiniões pessoais do juiz são irrelevantes, devendo o magistrado aplicar ao 
caso concreto o Direito, e não concretizar suas opiniões pessoais. 
Art. 489 §1º I CPC. 
Cabe o juiz expor seu pronunciamento decisório a interpretação que fez da norma 
jurídica aplicável ao caso concreto e a correlação entre elas e os fatos do caso concreto. 
Art. 489 §1º II CPC. 
A decisão nesse caso em que o juiz precisa integrar a norma jurídica abstrata já que o 
texto normativo não define de forma completa seus elementos é chamada de decisão 
determinativa. 
Art. 489 §1º III CPC. 
O que busca evitar a utilização de fundamentação-padrão que pode ser utilizada nas 
mais variadas situações. 
Art. 489 §1º IV CPC. 
Fundamentação exauriente (completa): o juiz é obrigado a enfrentar todas as alegações 
das partes. 
Fundamentação suficiente: basta que enfrente e decida todas as causas de pedir do 
autor e todos os fundamentos de defesa do réu. 
O direito brasileiro adota a técnica de fundamentação suficiente. 
Art. 489 §1º V CPC. 
Exige-se uma comparação analítica entre os fundamentos determinados da súmula ou 
precedente e o caso sob julgamento. 
Art. 489 § 1º VI CPC. 
O precedente vinculante não será segundo seguido quando o tribunal ou juiz distinguir 
o caso sob julgamento, demonstrando, fundamentadamente, trata-se de situação 
particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa. 
Fundamentação per relationem 
Igor Demétrio 
20 
 
Trata-se de técnica de fundamentação referencial pela qual se faz expressa alusão à 
decisão anterior ou parecer do MP, incorporando, formalmente tais manifestações ao ato 
jurisdicional. 
Colisão entre normas 
Art. 489 §2º CPC. 
Critérios tradicionais: 
1 – hierarquia: norma superior prevalece ante a inferior. 
2 – cronologia: norma posterior revoga a anterior. 
3 – Especialidade: Norma especial prefere à norma geral. 
Isonomia 
Art. 5º CF e Art. 5º I CF. 
Art. 139 I CPC. 
O objeto primordial da isonomia é permitir que concretamente as partes autem no 
processo, dentro do limite do possível, no mesmo patamar. 
Art. 70 CPC. 
Publicidade dos atos processuais 
A publicidade dos atos processuais é a forma mais eficaz de controle do 
comportamento no processo do juiz, dos advogados, do promotor, e até mesmo das partes. 
Art. 93 IX e X da CF. 
Art. 189 CPC. 
Causas da mitigação da publicidade. 
Art. 11 CPC. 
Princípio da economia processual 
Do ponto de vista sistêmico o objetivo do princípio da economia processual é obter 
menos atividade jurisdicional e mais resultados. 
Quando analisado sob a ótica microscópica também pode ser entendido como a 
tentativa de ser o processo o mais barato possível gerando o menor valor de gastos. 
Princípio da instrumentalidade das formas 
Sempre que o ato processual tenha uma forma prevista em lei, deve ser praticado 
segundo a formalidade legal sob pena de nulidade. 
Sempre que a forma legal não é respeitada, há uma consequência processual: o efeito 
jurídico programado pela lei não é gerado. 
Igor Demétrio 
21 
 
Pelo princípio da instrumentalidade das formas busca aproveitar o ato viciado, 
permitindo-se a geração de seus efeitos, ainda que se reconheça a existência do desrespeito à 
forma legal. 
Art. 188 CPC. 
Art. 277 CPC. 
Princípio da razoável duração do processo 
Art. 5º LXXVIII CF. 
Art. 4º CPC. 
Não se deve confundir duração razoável do processo com celeridade do procedimento. 
O legislador não pode sacrificar direitos fundamentais das partes visando somente a obtenção 
de celeridade processual, sob pena de criar situações ilegais e extremamente injustas. 
Princípio da cooperação 
Art. 6º CPC. 
O dispositivo prevê a cooperação como dever, é natural que o desrespeito gere alguma 
espécie de sanção, mas não há qualquer previsão nesse sentido no dispositivo ora analisado. 
3 sentidos do princípio da cooperação, como dever do juiz: 
1 – dever de esclarecimento. 
2 – dever de consultar. 
3 – dever de prevenir. 
Princípio da boa-fé e lealdade processual 
Art. 5º CPC. 
A boa-fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de 
conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que cada pessoa ajude ajuste a 
própria conduta a esse modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta e leal. 
Supressio: significa a supressão, por renúncia tácita, de um direito ou de uma posição 
jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos. 
Surrectio: significa o surgimento de um direito em razão de comportamento negligente 
da outra parte. 
Primazia no julgamento de mérito 
Art. 6º CPC. 
Há um interesse no julgamento do mérito no processo ou fase de conhecimento, 
considerando-se ser sempre preferível o normal ao anômalo. 
Competência 
Igor Demétrio 
22 
 
A competência é justamente a limitação do exercício legítimo da jurisdição. 
A jurisdição é uma e indivisível. 
Art. 16 CPC. 
Nunca faltará jurisdição na atuação de um juiz. 
Princípio Kompetenz Kompetenz: atribui ao órgão incompetente para declarar a sua 
própria incompetência. 
A competência tem 2 objetivos: 
1 – organização de tarefas; 
2 – racionalização do trabalho. 
Competência relativa e absoluta 
Competência relativa: prestigia a vontade das partes por meio da criação de normas 
que buscam proteger as partes (autor ou réu) franqueando a elas a opção pela sua aplicação ou 
não no caso concreto. 
Competência absoluta: são fundada em razão de ordem pública, para as quais a 
liberdade das partes deve ser desconsiderada. 
Competência relativa 
Legitimado para arguir 
O autor não pode alegar a incompetência relativa em razão de preclusão lógica. 
O réu, que nãotem nenhuma participação na escolha do juízo para o qual a demanda 
judicial foi distribuída, terá legitimidade para excepcionar o juízo, pleiteando que a regra 
determinada de competência relativa seja respeitada com a remessa do processo ao juízo 
competente. 
Art. 65 CPC. 
MP quando atuar como réu. 
O assistente do réu também tem legitimidade. 
Reconhecimento de ofício da incompetência relativa 
Art. 63 § 3º CPC. 
Parece claro que o objetivo do legislador com a previsão contida no dispositivo legal 
ora analisado foi proteger o réu que, participando de um contrato de adesão concorda com 
cláusula abusiva de eleição de foro. 
Súmula 33 STJ. 
Momento para alegação da incompetência relativa 
Igor Demétrio 
23 
 
O prazo para a alegação da incompetência relativa é o da contestação, dependendo, 
portanto do caso concreto. 
Competência absoluta 
Legitimado para arguir competência absoluta 
Todos os sujeitos processuais são legitimados a apontar a ofensa a uma regra dessa 
natureza, pois, é de ordem pública. 
Art. 64 §1º CPC. 
Deve ser declarado de ofício. 
Art. 64 § 1º CPC. 
Contraditório. 
Momento de arguição da incompetência absoluta 
A incompetência absoluta poderá ser reconhecida a qualquer momento no processo. 
Identidades procedimentais 
Forma de alegação da incompetência 
A incompetência, independente de sua natureza, será alegado pelo réu como 
preliminar de contestação. 
Art. 340 CPC. 
Alegação antes da contestação. 
Art. 64 §4º CPC. 
O ato é valido, mas é possível ao juiz de origem que decida pela ineficácia de 
determinada decisão por ele proferida. 
O vício da incompetência não gera mais nulidade, mas ineficácia. 
Por foro deve-se entender uma unidade territorial de exercício da jurisdição. Na justiça 
Estadual, cada comarca representa um foro, enquanto na Justiça Federal cada seção judiciária 
representa um foro. 
Limites da jurisdição nacional 
Princípio da efetividade: a justiça brasileira só devia se considerar competente para 
julgar demandas cuja decisão gere efeitos em território nacional ou em Estado estrangeiro que 
reconheça tal decisão, tomando assim sua atuação sempre útil e tecnicamente eficaz. 
Competência concorrente e exclusiva 
Concorrente: Art. 21 e 22 CPC: tanto o juízo brasileiro como o juízo estrangeiro tem 
competência para o julgamento do processo. 
Igor Demétrio 
24 
 
Competência exclusiva: Art. 23 CPC: nenhum outro Estado ainda que contenha norma 
interna apontando para sua competência, poderá proferir decisão que seja eficaz em território 
nacional. 
Para a sentença estrangeira ter eficácia deve ser homologada pelo STJ. 
Art. 24 CPC. 
O artigo legal permite a existência concomitamente de dois processos idênticos em 
trâmite perante diferentes países. 
Litispendência: é a existência concomitante de dois processos idênticos. O efeito da 
litispendência é a extinção sem resolução do mérito de um deles (no que tiver ocorrido citação 
tardia Art. 240 CPC). 
Espécies de competência 
Existem 5 espécies de competência sendo três absolutas (funcional em razão da 
matéria e em razão da pessoa) e duas relativas (territorial e valor da causa). 
Competência territorial 
É competência relativa. 
Art. 46 CPC. 
Foro comum é o domicílio do réu. 
Domicílio do réu: 1 – direito real sobre móvel; 2 – direito pessoal sobre móvel e 
imóvel. 
Direito real imobiliário: Art. 47 CPC. 
O dispositivo legal criou uma regra de competência absoluta. Obrigatoriedade do foro 
do local do imóvel como competente. Trata-se de competência territorial excepcionalmente 
absoluta. 
Art. 60 CPC. 
O imóvel estando localizado em mias de um foro, haverá concorrência entre eles, 
podendo optar o autor por qualquer um, o que tornará o juízo que receber a petição inicial 
prevento para conhecer qualquer outra ação conexa. 
Art. 48 CPC. 
Foro especial. 
Foro preferencial será o do autor da herança ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro. 
Réu ausente – Art. 49 CPC. 
Competência territorial. 
Igor Demétrio 
25 
 
Será competente o foro do último domicílio do réu para as ações em que este for 
ausente. 
Réu incapaz – Art. 50 CPC. 
A incapacidade deve ser jurídica. 
União – Art. 51 CPC. 
União autora: domicílio do réu. 
União demandada: entre outros, no domicílio do autor, Distrito Federal. 
Competência territorial. 
Estado ou Distrito Federal Art. 52 CPC. 
Estado ou Distrito Federal autor: foro domicílio do réu. 
Estado ou Distrito Federal demandado: Entre outros foros, do domicílio do autor, 
capital do ente federado. 
Ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução 
de união estável – Art. 53 I CPC. 
Filho incapaz: havendo: domicílio do guardião / não havendo: último domicílio do 
casal. 
Se nenhuma das partes residirem no antigo domicílio do casal – foro do domicílio do 
réu. 
Art. 53 I CPC é foro especial, porém de competência relativa. 
Ação de alimentos – Art. 53 II CPC. 
O domicílio ou residência do alimentado, fez valer o princípio da isonomia real, 
tratando diferente os desiguais, por meio de proteção à parte hipossuficiente da relação. 
Também é de foro especial, de competência relativa. 
Pessoa jurídica como réu – Art. 53 III a CPC. 
 Figurando como ré – foro onde localiza a sede. 
Obrigações contraídas pela agência ou sucursal – Art. 53 III b CPC. 
No novel dispositivo a regra de competência do lugar ou sucursal ser aplicado quanto 
às obrigações contraídas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante a agência ou sucursal na qual 
se deu o negócio jurídico. 
Sociedade ou associações que carece de personalidade jurídica figurando como ré – 
Art. 53, III c CPC. 
Sociedade de fato – onde exercer suas atividades. 
Obrigação a ser cumprida – art. 53 III d CPC. 
Igor Demétrio 
26 
 
Trata-se de regra aplicável tão somente para o cumprimento das obrigações 
contratuais, destinando-se tanto às pessoas jurídicas como às físicas. 
Direitos previstos no Estatuto do idoso – Art. 53 III e CPC. 
 O Foro de residência do idoso (se for direito previsto no estatuto). 
Se autor e réu forem idosos, deve ser aplicada a regra do foro comum, sendo 
competente o foro do domicílio do réu. 
Sede da serventia notarial ou de registro: Art. 53 III f CPC. 
O foro do lugar da sede. 
Reparação de dano – Art. 53 IV a CPC. 
O foro competente será o do lugar do fato ou ato que gerou o dano. 
A regra somente se aplicará na hipótese de ato ilícito civil extracontratual, sendo 
contratual a regra é Art. 53 III d CPC. 
É regra de competência territorial e, portanto de competência relativa. 
Administrador ou gestor de negócios alheio figurando como réu – Art. 53 IV b CPC. 
Foro competente é do lugar do ato ou fato. 
Reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos Art. 53 V CPC. 
Foro do lugar do ato ou fato ou do domicílio do autor. Ainda poderá optar pelo foro do 
domicílio do réu, aplicando ao caso a regra do foro comum (Art. 46 CPC). 
Competência funcional 
Classifica-se em: 
1 – pelas fases do procedimento: o juízo que praticou determinado ato processual 
torna-se absolutamente competente para praticar outro ato processual previamente 
estabelecido. 
2 – Relação entre ação principal e ações acessórias e incidentes: determina que o juízo 
da ação principal seja absolutamente competente para as ações acessórias e incidentais. 
3 – pelo grau de jurisdição. 
4 – pelo objeto do juízo. 
Art. 47 CPC. 
Foro competente é o local do imóvel. 
Trata-se de hipótese de competência absoluta, improrrogável. Trata-se de competência 
territorial. 
Lei nº 7.347/1985 – ação civil público.Art. 2º. 
Igor Demétrio 
27 
 
Prevê a competência funcional do local do dano para as demandas coletivas. 
Competência em razão da matéria 
A competência em razão da matéria é aquela determinada em virtude da natureza da 
causa (objeto da demanda). 
São regras de competência absoluta, não admite prorrogação. 
Competência da justiça federal 
A competência da justiça federal será fixada sempre por normas determinadoras de 
competência absoluta. 
Art. 108 e 109 CF. 
Art. 109 I CPC. 
O dispositivo legal se refere à União, entidade autárquica e empresa pública federal. 
Intervenção dos entes federais em processos em trâmite perante a justiça estadual 
Art. 45 CPC. 
Súmula 150 STJ. 
Se nele intervier: 1 – a União; 2 – empresas públicas; 3 – entidades autárquicas; 4 – 
fundações. 
Prorrogação de competência 
A hipótese de prorrogação de competência prevista pelo CPC aplica-se 
exclusivamente às regras de competência relativa, que, justamente por serem de natureza 
dispositiva, admitem o afastamento de sua aplicação no caso concreto. 
Espécies de prorrogação de competência: 
1 – Prorrogação legal: 
Conexão; 
Continência. 
Ausência de alegação de incompetência relativa. 
2- Prorrogação voluntária: 
Cláusula de eleição de foro; 
Prorrogação por vontade unilateral do autor. 
Prorrogação legal 
Conexão e continência 
Art. 55 CPC. 
Conexão: 2 ou mais ações quando comum o pedido ou a causa de pedir. 
Art. 56 CPC. 
Igor Demétrio 
28 
 
Continência: 2 ou mais ações quando houver identidade quantos às partes e à causa de 
pedir, mas o pedido de uma por ser mais amplo abrange os demais. 
Art. 55 CPC. 
No tocante à causa de pedir, a doutrina vem entendendo bastar que um de seus 
elementos seja coincidente para que haja conexão ente as ações (seja dos fatos ou dos 
fundamentos jurídicos). 
A reunião dos processos perante um mesmo juízo têm duas principais razões: 
economia processual e harmonização dos julgados. 
Ausência de alegação de incompetência relativa 
Tratando-se de alegação de competência relativa, em regra o juiz não poderá conhecer 
de sua incompetência de ofício (exceção 63 §3º CPC). O réu, caso não alegue em preliminar 
de contestação a incompetência relativa ( ou mesmo antes disso, Art. 340 CPC) permitirá que 
aquele juízo, originalmente incompetente, se torne competente no caso concreto, verificando-
se a hipótese de prorrogação de competência. 
Art. 62 CPC. 
Art. 63 CPC. 
Art. 65 CPC. 
Prorrogações voluntárias 
1 – Eleição de foro. 
Art. 63 CPC. 
As partes podem no caso concreto afastar a aplicação da regra de competência relativa 
por meio de celebração de um acordo, escolhendo foro determinado para futuras e possíveis 
demandas. Trata-se da conhecida “cláusula de eleição de foro”. 
Art. 62 CPC. 
Art. 54 CPC. 
Prevê que a competência em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável 
por convenção das partes. 
Súmula 335 STF. 
O que significa dizer que só admite cláusula de eleição de foro nas demandas fundadas 
no direito obrigacional. 
2 – Vontade unilateral do autor. 
Haverá tal espécie de prorrogação sempre que a demanda for proposta respeitando-se a 
regra de foro geral, que para o CPC é o do domicílio do réu. Sempre que existir uma regra 
Igor Demétrio 
29 
 
especial de foro, a proteger o autor, em detrimento da regra geral, poderá o demandante optar 
por afastar a norma que teria sido feita em seu favor e litigar no domicílio do réu. 
Prevenção 
São hipóteses em que abstratamente sejam competentes um ou mais juízos para a 
mesma causa. 
Art. 59 CPC. 
Princípio da perpetuaio jurisdictionis – Art. 43 CPC: impede que alterações 
supervenientes de fato ou de direito afetem a competência da demanda, esse princípio impede 
que o processo seja itinerante, tramitando sempre aos sabores do vento, mais precisamente 
aqueles gerados por mudança de fato ou de direito. 
Competência absoluta: (matéria, pessoa e função). 
Honorários advocatícios 
Os honorários advocatícios constituem a remuneração devida aos advogados em razão 
de prestação de serviços jurídicos, tanto em atividade consultiva como processual. 
Se dividem em: 
1 – contratuais: contrato celebrado com o próprio cliente para prestação de serviços. 
2 – sucumbenciais: relacionados à vitória de seu cliente em processo judicial. 
Sucumbência e causalidade 
Art. 85 CPC. 
O princípio da causalidade: de forma que a parte mesmo vencedora, seja condenada ao 
pagamento de honorários ao advogado da parte vencida, por ter sido responsável pela 
existência do processo. 
Art. 85 §10 CPC. 
Art. 90 CPC. 
Responde o autor por ter dado causa ao processo e depois desistido dele ou renunciado 
ao direito material; responde o réu por ter exigido do autor a propositura da ação e 
reconhecido seu pedido em juízo. 
Cabimento de condenação em honorários advocatícios 
Art. 85 §1º CPC. 
São devidos os honorários: 
1 – na reconvenção; 
2 – cumprimento da sentença; 
3 – na execução (resistida ou não). 
Igor Demétrio 
30 
 
4 – nos recursos interpostos; 
1, 2, 3, 4 cumulativamente. 
Exceção: Art. 85 §7º CPC e Súmula 345 STJ. 
Fixação de honorários sucumbenciais em recursos 
Art. 85 §11 CPC. 
A regra é justa, porque remunera um trabalho do advogado que ainda está por vir e 
que por tal razão, não poderia ser considerado pelo juiz que proferiu a decisão recorrida. 
Valor dos honorários sucumbenciais 
Art. 85 §2º CPC. 
10% ----------------------- 20% sobre o valor da condenação. 
10% a 20 %: 1 º condenação; 2º proveito econômico obtido; 3 valor da causa (Art. 85 
§8º CPC). 
Art. 85 §9º CPC. 
Prever que na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas com mais 12 vincendas. 
Condenação da fazenda pública ao pagamento de honorários sucumbenciais 
Art. 85 §3º CPC. 
Art. 85 §3º CPC. 
 
Mínimo Máximo Salários mínimos 
1 - 10 % 20 % P≤ 200 
2 - 8 % 10% 200 <P≤ 2000 
3 - 5 % 8% 2000 < P ≤ 20000 
4 - 3% 5% 20000 < P ≤ 100000 
5 - 1% 3% P> 100000 
 
Art. 85 §4º III CPC. 
Art. 85 § 2º CPC. 
 Sucumbência recíproca 
Art. 85 §14 CPC. 
Veda expressamente a compensação em caso de sucumbência parcial. 
A compensação é uma das formas de extinção da obrigação (Arts. 368 a 380 CC). 
Pagamento na pessoa da sociedade de advogados 
Art. 85 §15 CPC. 
Igor Demétrio 
31 
 
Permite expressamente que o advogado ceda seu crédito em favor da sociedade que 
integra na qualidade de sócio, que passa então a ser credora do valor fixado a título de 
honorários advocatícios. 
Termo inicial do juros 
Art. 85 §16 CPC. 
Quantia certa incidirá (os juros moratórios) a partir do trânsito em julgado da decisão. 
Omissão da condenação em honorários advocatícios em sentença transitada em 
julgado 
Súmula 453 STJ. 
Art. 85 §18 CPC. 
Legitimidade para impugnar e executar 
Art. 23 da Lei 8.906 (Estatuto da OAB). 
Art. 85 CPC. 
O advogado é o credor dos honorários fixados em sentença ou acórdão. 
Súmula 306 STJ. 
Direito ao ressarcimento dos honorários contratuais 
Art. 389 CC. 
Art. 404 CC. 
Os honorários previstos nesses artigos são contratuais. 
Dano: é a efetiva diminuição do patrimônio do credor em razão do inadimplemento da 
obrigação. 
Gratuidade da justiça 
Art. 98 CPC. 
Beneficiários: pessoas físicas e jurídicas, estrangeiras ou nacionais, mas não há mais a 
necessidade de que tenham residência no país. 
A gratuidade de justiça é um direito pessoal, não se estendendo a litisconsortes ou 
sucessores do beneficiado. 
Art. 98 §1º CPC. Lei 1060/1950.Há previsão do objeto da gratuidade com indicação de todos os gastos que não serão 
exigidos do beneficiários da assistência jurídica. 
Gratuidade e adiantamento de honorários periciais 
Art. 95 CPC. 
Igor Demétrio 
32 
 
Apesar de o art. 95 §3º CPC prever regra somente para o pagamento de verba pericial, 
portanto um dever do vencido, a regra ali prevista também se aplica para o adiantamento de 
tal verba quando a perícia for pedida pelo beneficiário da gratuidade da justiça Art. 98 §7º 
CPC. 
Concessão parcial de gratuidade e parcelamento 
A concessão de assistência judiciária pode ser parcial. 
Art. 98 §5º CPC. 
Art. 98 §6º CPC. 
Condenação do beneficiário da gratuidade 
Mesmo tendo sido concedido o benefício da assistência judiciária, a parte continua a 
ser condenada a pagar as verbas de sucumbência. 
Art. 98 §2º CPC. 
Art. 98 §3º CPC. 
Art. 98§4º CPC. 
Não afasta o dever de o beneficiário pagar ao final, as multas processuais que lhe 
sejam impostas. 
Procedimento 
Art. 99 CPC. 
O pedido de gratuidade pode ser formulado: 
1 – na petição inicial; 
2 – na contestação; 
3 – na petição para ingresso de terceiro; 
4 – no recurso; 
5 – na petição simples, nos autos do processo (Art. 99 §1º CPC). 
Indeferimento do pedido 
Art. 99 §2º CPC. 
Art. 98 CPC. 
A presunção de veracidade da alegação de insuficiência, apesar de limitada a pessoa 
natural, continua a ser a regra para a concessão do benefício da gratuidade da justiça. 
Art. 99 §3º CPC. 
Art. 99 §4º CPC. 
Deferimento do pedido 
Art. 100 CPC. 
Igor Demétrio 
33 
 
Impugnação à decisão concessiva do benefício 
A forma procedimental de impugnação à decisão concessiva da gratuidade de justiça 
dependerá da forma como o pedido foi elaborado. 
1 – pedido na inicial = impugnação na contestação. 
2 – pedido na contestação = impugnação na réplica. 
3 – pedido no recurso = impugnação nas contrarrazões. 
4 – pedido superveniente por mera petição ou elaborado por terceiro = impugnação 
por petição simples no prazo de 15 dias. 
Recorribilidade 
Art. 101 CPC. 
Cabe agravo de instrumento (exceto quando a questão for resolvida na sentença, 
contra a qual cabe apelação). 
Litisconsórcio 
Litisconsórcio: é a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação jurídica 
processual que se reúnem para litigar em conjunto. 
Cumulação subjetiva: multiplicidade de sujeitos com interesses contrapostos. 
Hipóteses de cabimento 
Art. 113 CPC. 
1 – se entre os sujeitos houver comunhão de interesses ou obrigação. 
2 – se houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir. 
3 – se houver afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
Classificação 
Posição processual na qual foi formado 
Ativo: pluralidade no polo ativo. 
Passivo: pluralidade no polo passivo. 
Misto: pluralidade em ambos os polos. 
Momento de sua formação 
Inicial: é aquele formado desde a propositura da ação, já existindo no momento em 
que a petição inicial é apresentada em juízo. 
Ulterior: é formado após o momento inicial de propositura da ação. 
A formação do litisconsórcio gera dois benefícios: economia processual e 
harmonização dos julgados. 
Sua obrigatoriedade ou não 
Igor Demétrio 
34 
 
Litisconsórcio necessário: se verifica nas hipóteses em que é obrigatória sua formação 
(Art. 114 CPC). 
Litisconsórcio facultativo: existe uma mera opção de sua formação, em geral a cargo 
do autor (a exceção é o litisconsórcio formado pelo réu no chamamento ao processo e na 
denunciação da lide). 
O destino dos litisconsortes no plano material 
Litisconsórcio unitário: sempre que o juiz estiver obrigado a decidir de maneira 
uniforme para todos os litisconsortes (Art. 116 CPC). 
Litisconsórcio simples: sempre que for possível uma decisão de conteúdo diverso para 
cada um dos litisconsortes. 
A diferença entre litisconsortes unitário e simples, portanto, é sempre analisado em 
abstrato, no plano da possibilidade de decidir diferente ou a obrigatoriedade de decidir de 
forma uniforme. 
Limitação do litisconsórcio facultativo 
Art. 113 §§ 1º e 2º CPC. 
O juiz poderá de ofício determinar a limitação no número de litisconsortes. 
Art. 113 §2º CPC. 
As partes podem pedir limitação. 
Consequência jurídica da limitação do litisconsórcio facultativo 
Entende-se que o juiz deverá determinar o desmembramento da relação jurídica 
processual, criando-se novos processos com os sujeitos excedentes. Caberá ao patrono do 
autor escolher os autores que ficarão na demanda originária e aqueles que criarão novas 
demandas, que serão distribuídas por dependência para o mesmo juízo, em respeito ao 
princípio do juiz natural. 
Sempre que existir na lei alguma hipótese de legitimidade extraordinária concorrente o 
litisconsórcio será facultativo e unitário. 
Em regra o litisconsórcio necessário será unitário. 
Vício gerado pela ausência de litisconsórcio necessário 
Art. 115 CPC. 
O vício gerado pela ausência de formação de litisconsórcio unitário sempre opera no 
plano de validade do ato. 
Litisconsórcio alternativo: é a indefinição a respeito do sujeito do legitimado, seja no 
polo ativo, seja no polo passivo da demanda. 
Igor Demétrio 
35 
 
Litisconsórcio sucessivo: a parte sabe, com precisão, quem são os sujeitos que devem 
participar da relação jurídica processual e o fator que concretiza essa espécie de litisconsórcio 
é a cumulação de pedidos dirigidos contra ou por sujeitos distintos que formarão o 
litisconsórcio; somente é possível o acolhimento do segundo pedido se for acolhido o 
primeiro. 
Dinâmica entre os litisconsortes 
Art. 117 CPC. 
Princípio da autonomia ( salvo litisconsórcio necessário). 
Revelia: é a presunção (ainda que relativa) de veracidade dos fatos narrados pelo 
autor. 
Art. 345 I CPC. 
Não há presunção de veracidade na hipótese de um dos litisconsortes contestar. 
Recurso interposto por somente um litisconsorte 
Art. 1005 CPC. 
É significativa a corrente doutrinária que entende ser o dispositivo legal aplicável tão 
somente ao litisconsórcio unitário, valendo plenamente para o litisconsórcio simples a 
autonomia dentre os litisconsortes. 
Produção da prova 
A prova produzida por um litisconsorte poderá plenamente prejudicar os demais, que 
em nada colaboraram para a sua produção, mas que sofrerão os seus efeitos da mesma forma 
que os sofrerá o responsável pela produção. 
A confissão 
Art. 391 CPC. 
A confissão pode ser plenamente eficaz ou plenamente ineficaz, independente da 
espécie de litisconsórcio, não existindo eficácia parcial justamente por não existir uma 
alegação de fato que possa ser ao mesmo tempo verdadeira para alguns e falsa para outros. 
Prazo para os litisconsortes 
Art. 229 CPC. 
3 requisitos. 
1 º pluralidade de sujeitos. 
2 º pluralidade de procuradores. 
3º os diferentes advogados façam partes de escritórios de advocacia distintos. 
(Exceção Art. 229 §2º CPC). 
Igor Demétrio 
36 
 
Súmula 641 STF. 
Intervenção de terceiros 
Intervenção de terceiros: entende-se a previsão legal para que um sujeito alheio à 
relação jurídica processual originária ingresse em processo já em andamento. 
Tem como objetivo: economia processual e harmonização de julgados. 
Intervenções típicas: assistência, a denunciação da lide, o chamamento do processo, o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, amicus curiae. 
Intervenção da lei 9.469/1997 
Art. 5º da lei 9.469/1997. 
Esses terceiros ao intervir no processo passam a atuar com os mesmos poderes do 
assistente, é comum a referência a essa espécie de intervenção como assistência anômalahavendo decisão do STJ que entende tratar-se de assistência simples. 
Ação de alimentos 
Art. 1.694 CC. 
Trata-se de hipótese de litisconsórcio facultativo, considerando-se que sua formação 
dependerá da vontade do autor. 
São duas exigências legais: 
1 – não tem sido formado o litisconsórcio facultativo passivo de forma inicial; 
2 – não ter o réu condições de arcar total ou parcialmente com o embargo alimentar. 
É obrigação divisível e não solidária. 
Processo/fase de execução 
Somente a assistência é considerada espécie de intervenção admissível no processo/ 
fase de execução. 
Assistência 
Art. 119 CPC. 
O pressuposto da assistência é a existência de um interesse jurídico do terceiro na 
solução do processo, não se admitindo que um interesse econômico, moral ou de qualquer 
outra natureza legitime a intervenção por assistência. 
Assistência simples (adesiva) 
Segundo o STJ a existência de um interesse econômico não desnatura o interesse 
jurídico, mas não basta para justificar a intervenção do terceiro como assistente. 
Assistência litisconsorcial (qualificada) 
Art. 124 CPC. 
Igor Demétrio 
37 
 
Na assistência litisconsorcial o terceiro é titular da relação jurídica de direito material 
discutida no processo, sendo, portanto, diretamente atingido em sua esfera jurídica pela 
decisão a ser proferida. Dessa forma, a assistência litisconsorcial tem relação jurídica tanto 
com o assistido quanto com a parte contrária, afinal todos eles participam da mesma relação 
de direito material, diferente do que ocorre no litisconsórcio simples, no qual não há relação 
jurídica do assistente com o adversário do assistido. 
A assistência litisconsorcial somente é possível nos casos de litisconsórcio facultativo. 
Procedimento 
O terceiro que se considera assistente – seja simples ou litisconsorcial – deverá 
requerer seu ingresso no processo por meio de petição devidamente fundamentada expondo 
em especial o interesse jurídico que legitima a sua intervenção como assistente. 
A decisão que deferiu o pedido de assistência será recorrível por agravo de 
instrumento, tendo legitimidade e interesse recursal a(s) parte(s) que não concordar(em) com 
a intervenção do terceiro. 
Os poderes do assistente simples 
O assistente simples não defende direito próprio na demanda, apenas auxiliando o 
assistido na defesa de seu direito, de forma que a sua atuação no processo está condicionada à 
vontade do assistido, não se admitindo que a sua atuação contrarie interesses deste. 
Art. 122 CPC. 
Não pode o assistente simples se opor a atos de disposição, tanto de direito material 
quanto de direito processual, praticados pelo assistido. 
Art. 121 CPC. 
Prestigiou a doutrina e consagrou a qualidade de substituto processual do assistente 
não só na hipótese de revelia do assistido, mas pontualmente diante de qualquer omissão sua. 
Os poderes do assistente litisconsorcial 
O assistente litisconsorcial atuará no processo como se fosse um litisconsorte unitário. 
Na assistência litisconsorcial o assistente é titular do direito discutido na demanda, de 
forma que, caso ingresse em processo no qual o assistido é revel, não será jamais seu 
substituto processual, porque afinal estará em nome próprio litigando por interesse próprio. 
Imutabilidade da justiça da decisão 
Art. 123 CPC. 
Torna para o assistente imutável e indiscutível a justiça da decisão após o trânsito em 
julgado. 
Igor Demétrio 
38 
 
 Denunciação da lide 
Art. 125 CPC. 
Serve a denunciação da lide para que uma das partes traga ao processo um terceiro que 
tem responsabilidade de ressarci-la pelos eventuais danos advindos do resultado desse 
processo. 
A denunciação da lide é uma demanda incidente, regressiva, eventual e antecipada. 
1 – incidente: instaurada em processo já existente. 
2 – regressiva: fundada no direito de regresso da parte contra o terceiro. 
3 – eventual: guarda uma evidente relação de prejudicialidade com a demanda 
originária. 
 4 – antecipada: entre o confronto do interesse de agir e a economia processual o 
legislador prestigiou o segundo. 
Denunciação da lide pelo comprador evicto 
Art. 125 I CPC. 
Demandado o adquirente de coisa, sua perda em razão de decisão judicial (evicção) 
lhe gerará um dano que deverá ser ressarcido pelo sujeito que alienou a coisa. 
Denunciação do obrigado, por lei ou contrato, a indenizar regressamente à parte (Art. 
125 II CPC). 
Art. 125 II CPC. 
Ainda que a denunciação da lide leve ao processo um fundamento jurídico novo, 
fundado na existência ou não do direito de regresso no caso concreto, a denunciação da lide 
deve ser admitida. 
EX: Art. 37 §6º CF; Art. 43 CC. 
Facultatividade 
Art. 125 §1º CPC. 
A denunciação da lide é facultativa, ou seja, se a parte deixar de denunciar à lide, o 
terceiro não perde seu direito material de regresso. 
Qualidade processual do denunciado 
Art. 127 e 128 I CPC. 
A denunciação da lide ( realizada pelo autor ou réu), tornará denunciante e 
denunciado litisconsortes. 
 
Litisconsorte: ulterior, passivo ou ativo, facultativo, unitário. 
Igor Demétrio 
39 
 
Condenação e cumprimento de sentença diretamente contra o demandado 
O cumprimento de sentença diretamente contra o denunciado é admissível em 
qualquer hipótese de denunciação da lide fundada no inciso II do art. 125 CPC. 
Art. 128 e 129 CPC. 
Denunciação sucessiva 
Art. 125 §2º CPC. 
Permite-se ao denunciado pelo autor ou réu da demanda originária denunciar um 
terceiro. 
A denunciação sucessiva só será permitida uma vez. 
Procedimento da denunciação da lide feita pelo autor 
Art. 126 CPC. 
Pelo princípio da instrumentalidade das formas não há necessidade de interposição de 
duas petições iniciais bastando que o autor elabore um tópico da petição inicial justificando a 
denunciação da lide (causa de pedir), além de fazer um pedido de citação do denunciado. 
Procedimento da denunciação pelo réu. 
Art. 126 CPC. 
Tal espécie de intervenção será feita pelo réu na contestação. 
Art. 131 CPC. 
Prever o prazo de 30 dias para a citação do denunciado à lide (se residir em outro foro 
ou em lugar incerto 2 meses). 
Art. 128 I CPC. 
A primeira reação do denunciado pelo réu é contestar o pedido formulado pelo autor, 
dando a entender que nesse caso ele deixa de impugnar sua denunciação, com o que não mais 
se discutirá o direito regressivo que motivou sua intervenção no processo. 
Art. 128 II CPC. 
Diante da revelia do denunciado o denunciante pode abster-se de recorrer na ação 
principal. 
Art. 128 III CPC. 
Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor: 
1 – o denunciante poderá prosseguir na sua defesa. 
2 – pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
 
Chamamento ao processo 
Igor Demétrio 
40 
 
Art. 130 CPC. 
Trata-se de espécie coercitiva de intervenção de terceiros, pela qual o terceiro será 
integrado à relação jurídica processual em virtude de pedido do réu e independentemente de 
sua concordância. 
Art. 275 CC. 
Dívida solidária. 
O chamamento ao processo cria um litisconsórcio passivo ulterior, por vontade do réu, 
entre o devedor solidário originalmente demandado e os demais devedores solidários 
chamados ao processo. 
Hipóteses de cabimento 
São três. 
O denominador comum é ser o terceiro chamado ao processo tanto ou mais devedor 
que o réu. 
Art. 130 I CPC. 
Demandado o fiador, que apesar de não ser devedor, responde solidariamente com o 
devedor perante o credor pelo cumprimento da obrigação, é permitido a chamado ao processo 
do devedor principal. 
Art. 130 II CPC. 
Demandado alguns fiadores, é permitido o chamamentoao processo dos demais. 
Art. 130 III CPC. 
Típico dos devedores solidários. 
Considerando-se que o réu e os chamados ao processo formam um litisconsórcio 
passivo ulterior, aplica-se ao caso Art. 113 §1º CPC. 
Procedimento 
Art. 131 CPC. 
É feito pelo réu na contestação. 
O prazo é de 30 dias, salvo se o chamado tiver que ser citado em outro foro ou estiver 
em lugar incerto, quando o prazo passa a ser de 2 meses. 
Art. 101 II CDC e 88 CDC. 
É vedado a denunciação da lide e há exceção quanto ao chamamento ao processo. 
Amicus curiae 
Art. 138 CPC. 
Requisitos 
Igor Demétrio 
41 
 
São três condições alternativas. 
1 – relevância da matéria. 
2 – as especificidades do tema objeto da demanda. 
3 – repercussão social da controvérsia. 
Art. 138 CPC. 
Prever a possibilidade de intervenção como amicus curiae de pessoa natural ou 
jurídica, órgão ou entidade especializada. 
Art. 138 §1º CPC. 
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência. 
O amicus curiae não tem legitimidade recursal com exceção: 
1 – cabimento de embargos de declaração. 
2 – cabimento de recurso contra a decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas. 
A decisão que indefere o pedido para ingresso de amicus curiae parece recorrível por 
agravo de instrumento, já que no art. 1.015 IX do CPC há expressa previsão de recorribilidade 
por meio de agravo de instrumento. 
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
Art. 133 CPC. 
Art. 50 CC. 
Art. 28 CDC. 
Desconsideração da personalidade jurídica: a sociedade empresarial figura como 
devedora e os sócios como responsáveis patrimoniais secundários, ou seja, mesmo não sendo 
devedores, responderão com o seu patrimônio pela satisfação da dívida. 
Art. 133 §2º CPC. 
Desconsideração da personalidade jurídica inversa: o sócio figura como devedor e a 
sociedade empresarial como responsável patrimonial secundária, quando se constata que o 
sócio transferiu seu patrimônio pessoal para a sociedade empresarial com o objetivo de 
frustrar a satisfação dos direitos de seus credores. 
Momento 
Art. 134 CPC. 
1 – todas as fases do processo de conhecimento. 
2 – no cumprimento da sentença. 
3 – na execução fundada em título executivo extrajudicial. 
Igor Demétrio 
42 
 
Procedimento 
Art. 135 CPC. 
O sócio ( ou a sociedade na desconsideração inversa) passa, a partir da 
desconsideração da personalidade jurídica, a ser responsável patrimonial secundário pela 
dívida da sociedade empresarial. 
Art. 136 CPC. 
O incidente será resolvido por decisão interlocutória. Se a decisão for proferida por 
relator, cabe agravo interno. 
Em decisão interlocutória cabe agravo de instrumento segundo o Art. 1.015 IV CPC. 
Negócio jurídico processual e calendarização procedimental 
Espécies de negócios jurídicos processuais 
Unilaterais: apenas uma das partes é relevante. Ex.: Arts. 225, 775, 998 e 999 CPC. 
Bilaterais: depende da vontade das partes. Ex.: Art. 190 CPC. 
Plurilaterais: Quando sua eficácia depende da vontade das partes e do juiz. Ex.: Art. 
191 e 357 §3º CPC. 
Cláusula geral de negócio jurídico processual 
Art. 190 CPC. 
Permite, além das hipóteses específicas de negócio processual típico, a celebração de 
acordo entre as partes de forma geral, envolvendo tanto o procedimento como as suas 
situações processuais. 
Objeto do negócio jurídico processual previsto no art. 190 do CPC 
Dois objetos distintos: 
1 – as posições processuais das partes. 
2 – o procedimento. 
É certo que se tratam de objetos autônomos, de forma que o acordo celebrado entre as 
partes pode recair apenas sobre um deles ou ambos. 
Acordo procedimental 
Art. 190 CPC. 
Trata-se de uma limitação ao poder das partes de modificar o procedimento, porque se 
não houver qualquer especialidade na causa que justifique a alteração procedimental, não terá 
cabimento tal acordo e o juiz deverá anulá-lo. 
Posições processuais 
Art. 190 CPC. 
Igor Demétrio 
43 
 
Posições processuais ativas: poderes, ônus, faculdades e direitos. 
Posições processuais passivas: sujeição, deveres e obrigações. 
Momento 
Art. 190 CPC. 
O negócio jurídico processual pode ser celebrado antes ou durante o processo. 
Requisitos formais 
O negócio jurídico processual não depende de homologação pelo juiz. 
Art. 200 CPC. 
Art. 190 CPC. 
Porém o juiz pode anulá-lo: 
1 – nulidade ou de inserção abusiva de cláusula em contrato de adesão. 
2 – em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
3 – o processo deve versar sobre direitos que admitam a autocomposição. 
Requisitos formais gerais do negócio jurídico 
Art. 104 CC. 
Nulidade 
Será nulo o negócio jurídico processual que não atendem aos requisitos formais gerias 
de negócios jurídicos (Art. 104 CC) ou os requisitos formais específicos (Art. 190 CPC). 
Aplica-se ao negócio jurídico processual o art. 166 CC. 
Limites à liberdade das partes 
Normas fundamentais do processo 
O negócio jurídico processual não pode violar as normas fundamentais do processo 
(Arts. 1º ao 12 entre outros do CPC). 
Normas cogentes 
Normas cogentes são aquelas impostas pela lei aos sujeitos processuais, sendo 
irrelevante sua vontade no caso concreto. Como o negócio jurídico processual ora analisado 
tem como base a vontade das partes, parece lógico a conclusão de que o acordo não pode ter 
como objeto uma norma cogente. 
Calendário procedimental 
Art. 191 CPC. 
A fixação do calendário procedimental está intimamente ligado à efetividade do 
processo e também da eficiência, consagrada no art. 8º CPC. 
Igor Demétrio 
44 
 
A calendarização procedimental é um negócio jurídico plurilateral, visto que, a fixação 
do calendário depende no caso concreto de um acordo entre as partes e o juiz. 
Atos processuais 
Art. 188 CPC. 
Art. 293 CPC. 
Art. 194 CPC. 
O acesso amplo aos autos eletrônicos, tanto das partes como de seus procuradores está 
garantido pelo art. 194 CPC. 
Garantias de natureza técnica 
Art. 194 CPC. 
Disponibilidade: é a qualidade de sistemas informáticos que permaneçam 
constantemente em funcionamento, salvo por custos períodos de tempo em que fiquem fora 
do ar. 
Independência da plataforma funcional: garante que o sistema não fique subordinado a 
um determinado programa (ou sistema operacional). 
Registro do ato processual eletrônico 
Ao prever que o registro do ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões 
abertos, o art. 195 CPC exige que o programa utilizado pelo Poder Judiciário não tenha 
qualquer custo ou limitação de uso. 
Requisitos: 
1 – Autenticidade: identificação do autor do ato processual. 
2 – Integridade: impossibilidade de modificação do conteúdo do ato após ele ter sido 
praticado. 
3 – Temporalidade: identificação do dia e horário da praticar do ato. 
4 – Não repúdio: de origem, que protege o receptor da mensagem, indicando que a 
mensagem efetivamente originou-se do declarante, e de envio, que protege o declarante, 
comprovando que a mensagem foi efetivamente recebida pelo destinatário. 
5 – conservação: preservação dos atos, mantendo-os íntegros pelo tempo que se fizer 
necessário. 
Art. 197 CPC. 
Essa norma é extremamente importante porque afasta de uma vez por todas a polêmica 
a respeito do caráter oficial das informações prestados pelos sistemas informatizados dos 
tribunais. 
Igor Demétrio 
45 
 
Dos atos das partes 
As partes praticam atos unilaterais e bilaterais no processo, prevendo o caput do Art. 
200 CPC que tais atos produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de 
direitos processuais.

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