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THP TEORIA E HISTÓRIA DO PAISAGISMO PROF. ARQ. LEONARDO MARQUES HORTENCIO AE-13_Legislação ambiental Análise e planejamento ambiental EIA/RIMA 2016-01 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL CAPÍTULO II DA POLÍTICA URBANA Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Constituição da República Federativa do Brasil Promulgada em 5 de outubro de 1988 CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento) II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento) III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento) V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento) § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – Número 6.938 de 17/01/1981. Instituí a PNMA e o Sisnama, estipulando e definindo, dentre outros preceitos, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa e que o Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Criou ainda obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de impacto ambiental. Lei dos Crimes Ambientais – Número 9.605 de 12/02/1998. Responsável pela reordenação da legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. Dentre várias inovações e determinações, destaca-se, por exemplo, a possibilidade de penalização das pessoas jurídicas no caso de ocorrência de crimes ambientais estipulados pela própria lei. Lei de Recursos Hídricos – Número 9.433 de 08/01/1997. Instituí a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos – consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. Novo Código Florestal Brasileiro – Número 12.651 de 25/05/2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código Florestal Brasileiro de 1965. Desde a década de 1990, a proposta de reforma do Código Florestal suscitou polêmica entre ruralistas e ambientalistas. Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Número 6.766 de 19/12/1979. Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços. Vale ressaltar ainda a existência de inúmeras e importantíssimas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, as quais regulam matérias de extremo interesse e peculiaridade ao direito ambiental brasileiro. Tais resoluções, embora não sejam leis, integram o ordenamento jurídico nacional – compreendido por diversos instrumentos normativos, como as Leis, decretos, resoluções, etc. Política nacional do Meio Ambiente Lei Federal nº 6938 – 31/08/81 SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade O IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - foi criado em 22 de fevereiro de 1989, pela Lei nº 7.735, com a missão de executartoda a política ambiental brasileira, incluindo a gestão das unidades de conservação. Em 2007, os setores do IBAMA responsáveis pela gestão das Unidades de Conservação foram separados do órgão, dando origem ao ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, criado dia 28 de agosto de 2007, pela Lei 11.516. Tanto o IBAMA quanto o ICMBio são autarquias vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente e integram o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O IBAMA é responsável pela fiscalização e licenciamento ambiental em âmbito federal, enquanto o ICMBio é responsável pela gestão das unidades de conservação federais - como Parques Nacionais, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, entre outras - atuando também na fiscalização e licenciamento apenas dentro destes territórios. Lei N° 9985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o art.225, §1°, incisos I,II,III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências O Sistema de Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais, e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei, e tem como objetivos: 1. Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; 2. Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; 3. Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; 4. Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; 5. Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; 6. Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; 7. Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; 8. Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 9. Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; 10. Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; 11. Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; 12. Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; 13. Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. Lei N° 9985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o art.225, §1°, incisos I,II,III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências DAS CATEGORIAS DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Divide-se em dois grupos com características especificas: UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL: o objetivo é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em nesta Lei, e é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação a seguir: Art.8° O grupo da Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de Unidade de Conservação: I- Estação Ecológica II- reserva Biológica III- Parque Nacional IV- Monumento Natural V- Refúgio da vida silvestre Estação Ecológica – tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas cientificas. É de posse e domínio públicos, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas. A visitação é proibida, exceto se for de cunho educacional. A pesquisa cientifica depende de autorização prévia de órgão responsável pela unidade. Reserva Biológica – tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais, sem interferência humana ou modificações ambientais. É de posse e domínio públicos, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas. A visitação é proibida, exceto a de cunho educacional. A pesquisa cientifica depende de autorização previa de órgão responsável pela unidade. Parque Nacional – tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientificas e de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo. É de posse e domínio públicos, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas. A visitação estará sujeita as normas no Plano de Manejo da Unidade. OBS: Quando criadas pelo município, serão denominadas de Parque Natural Municipal. Monumento Natural - tem como objetivo preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos seus recursos naturais do local pelos seus proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos daárea e os do proprietário, deve ser desapropriada. A visitação publica esta sujeita ao órgão responsável pela área, de acordo com o Plano de Manejo. Refúgio de Vida Silvestre – tem como objetivo proteger ambientes naturais que assegurem a existência ou reprodução de espécies da flora local e da fauna residente ou migratória. Pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos seus recursos naturais do local pelos seus proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e os do proprietário, deve ser desapropriada. A visitação pública está sujeita ao órgão responsável pela área, de acordo com o Plano de Manejo. A pesquisa cientifica depende de autorização prévia de órgão responsável pela unidade. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL: o objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, e é composta pelas seguintes categorias de unidade de conservação a seguir: Art. 14° Constituem o grupo das Unidades de Uso Sustentáveis as seguintes categorias de unidade de conservação. I- Área de Proteção Ambiental II- Área de Relevante Interesse Ecológico III- floresta Nacional IV- reserva Extrativista V- Reserva de Fauna VI- Reserva de Desenvolvimento Sustentável VII- Reserva Particular do Patrimônio Natural Área de Preservação Ambiental – é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivo proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída por terras publicas ou privadas. Respeitados os limites constitucionais, podem ser normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental. Pesquisa cientifica e visitação publica serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. Nas áreas privadas, cabe ao proprietário estabelecer as condições para a pesquisa e visitação. AÁrea de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da sua população residente. Área de Relevante Interesse Ecológico – é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais. É constituído por terras publicas ou privadas, sendo possível, respeitados os limites constitucionais, o estabelecimento de restrições à utilização de uma propriedade privada localizadaem uma Área de Relevante Interesse Ecológico. Floresta Nacional – é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa cientifica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. É de posse e domínio públicos, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas de acordo com que dispõe a lei. A visitação publica é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade. A pesquisa é permitida e incentivada. A Floresta nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável pela sua administração. Quando criada pelo município, será denominada “Floresta Municipal”. Reserva Extrativista – é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais. É de domínio publico, com uso concedido às populações extrativistas. Será gerida por um Conselho Deliberativo. A visitação publica é permitida, desde que compatível com os interesses locais. A pesquisa cientifica é permitida e incentivada. Reserva de Fauna – é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias. É de posse e domínio públicos, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas. A visitação publica pode ser permitida, desde que compatível. Reserva de Desenvolvimento Sustentável – é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais. É de domínio publico, sendo que áreas particulares devem ser desapropriadas (quando necessário), de acordo com a lei. Reserva Particular do Patrimônio Natural – é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. O gravame será averbado à margem da inscrição no Registro de Imóveis. Resolução N° 303 de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros definições e limites de Áreas de Preservação Permanente Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta metros de largura; c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros de largura; e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de largura; II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de: a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas; b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros; IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado; V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a base; Resolução N° 369 de março de 2006 Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente- APP Art. 2° O órgão ambiental competente somente poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante procedimento administrativo autônomo e prévio, e atendidos os requisitos previstos nesta resolução e noutras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico Econômico e Plano de Manejo das Unidades de Conservação, se existentes, nos seguintes casos: I- utilidade pública II- interesse social III- intervenção ou supressão de vegetação eventual e de baixo impacto ambiental, observados os parâmetros desta Resolução. Novo Código Florestal Brasileiro – Lei 12.651 de 25/05/2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código Florestal Brasileiro de 1965. Desde a década de 1990, a proposta de reforma do Código Florestal suscitou polêmica entre ruralistas e ambientalistas. Código decifrado Novo Código Florestal apresenta novas regras para áreas típicas de atuação do mercado imobiliário. Entenda o que muda para o setor, os pontos polêmicos e os riscos de trechos pouco claros na lei, que aumentam a insegurança jurídica na questão ambiental Fonte: Revista Construção Mercado – Ed. Pini – disponível em http://revista.construcaomercado.com.br//negocios-incorporacao-construcao/140/codigo-decifrado-novo- codigo-florestal-apresenta-novas-regras-para-278634-1.asp Ambientalistas, ruralistas, empresários e sociedade civil protagonizaram acaloradas discussões até que se chegasse ao texto final da Lei no 12.651, sancionada em 25 de maio de 2012. O texto ainda foi modificado pela Lei no 12.727, de 17 de outubro de 2012, e regulamentado pelo Decreto no 7.830. A nova lei dá origem ao popular Código Florestal Brasileiro, composto por 84 artigos que, em geral, estabelecem normas sobre proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente (APPs), reservas legais e exploração florestal. As regras abrangem mais diretamente as áreas rurais, embora também existam definições para as áreas urbanas - parte que mais interessa à construção civil. Apesar desse interesse, ainda há muito desconhecimento entre as empresas sobre como o novo código impacta a atividade do setor. Mas um fato é inconteste: ele impacta, e muito, o setor - o desafio é interpretá-lo. A única certeza dos empresários, afirma Evandro Grili, advogado especialista em direito ambiental do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, é que os empreendimentos terão que ser cada vez mais sustentáveis. "Não dá mais para passar uma máquina na duna, alinhar toda a praia e construir na beira dela, que foi o que aconteceu no litoral brasileiro na região Sudeste. O novo código não inviabiliza a ocupação, ele inviabiliza a ocupação que vinha sendo feita nas últimas décadas. A ocupação é mais racional agora", salienta Grili. A nova lei trouxe novidades, como regras mais claras em relação às construções em regiões litorâneas, como nas restingas - vegetação de solo arenoso próxima às praias. O código define que as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, são APPs e, portanto, não podem receber obras particulares, como hotéis, resorts ou condomínios. Nos outros tipos de restinga, porém, a construção está liberada - mediante licenciamento conforme a Lei da Mata Atlântica, que também regula sobre diversos ecossistemas, entre os quais a própria vegetação de restinga. Do lado das loteadoras, agora o empreendedor pode utilizar a parcela de 20% de reserva legal do empreendimento situado em zona rural para criar uma área verde de lazer. Antes, a área de reserva legal deveria ser averbada e permanecia intocada no loteamento. "Se existissem 1.000 hectares de área, era preciso registrar 200 como reserva legal. Aí sobravam 800 para lotear. O empreendedor perdia 20%. Hoje, porém, é possível registrar os 1.000 ha e dar um uso econômico aos 200 ha, criando, por exemplo, um parque, mas sem devastar a vegetação", explica a advogada especialista em direto ambiental Samanta Pineda, do escritório Pineda & Krahn Sociedade de Advogados. Para ela, a medida deve valorizar economicamente os empreendimentos. O código também trouxe regrasmais claras sobre APPs, como topo de morros, restingas, nascentes, curso d'água, entre outras. Foram denominados 11 tipos de APPs em zonas rurais e urbanas (veja infográfico). Logo, qualquer parcelamento de solo deverá observar as metragens e áreas não edificáveis descritas no artigo 4o. É importante ressaltar que "a vegetação situada em APP deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado". Se houver supressão da vegetação situada na APP, a recomposição da vegetação é obrigatória. Em resumo, a intervenção só pode ser feita em caso de utilidade pública, interesse social ou para atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental, conforme o novo código (veja quadro com glossário). Se um loteamento precisar de obras de infraestrutura, como saneamento, gestão de resíduos etc., essas intervenções poderiam ser feitas numa APP para beneficiar o loteamento - e caracterizariam uma obra de utilidade pública. "Esse talvez tenha sido o mais significativo avanço para áreas urbanas", analisa o advogado e consultor jurídico na área ambiental Marcelo Buzaglo Dantas. Já as obras de interesse social podem ser caracterizadas pela regularização fundiária de assentamentos irregulares situados em área urbana consolidada e que ocupam APPs. Nesse caso, a construção de moradias populares está autorizada mediante projeto específico conforme os artigos 64 e 65 do código, e manutenção de faixa mínima não edificável de 15 m de cada lado de qualquer curso d'água. Entenda as principais definições do código florestal Em geral, o novo Código Florestal Brasileiro (Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012) estabelece normas sobre proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente (APPs), áreas de Reserva Legal, exploração florestal e sobre outras questões relacionadas ao meio ambiente rural e urbano. A seguir, veja as novas definições que a lei estabelece para alguns itens importantes: Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural delimitada nos termos do artigo 12*, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Utilidade pública: são cinco as atividades tidas como de utilidade pública, mas a que mais incide sobre a atividade da construção é a seguinte: ● Obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos do solo urbano aprovados pelos municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho. Interesse social: das sete atividades consideradas de interesse social, as que mais se destacam são: ● Implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer, atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas pelo novo código florestal. ● Regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas pela lei do programa Minha Casa, Minha (Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009). Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: o novo código define 11 atividades, com destaque para: abertura de pequenas vias de acesso interno e pontes, quando necessárias à travessia de um curso d'água; implantação de trilhas para desenvolvimento do ecoturismo; construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas; pesquisa científica relativa a recursos ambientais; entre outras. Área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no plano diretor e nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais. Área urbana consolidada: quando se fala em área urbana consolidada no novo código, ele remete diretamente ao inciso II do artigo 47 da Lei no 11.977, que institui o programa federal Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, área urbana consolidada é a parcela da área urbana com densidade demográfica superior a 50 habitantes por hectare e malha viária implantada e que tenha, no mínimo, dois dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados: drenagem de águas pluviais urbanas; esgotamento sanitário; abastecimento de água potável; distribuição de energia elétrica; ou limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos. * O artigo 12 define que todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, com os seguintes percentuais: 80% de reserva se o imóvel estiver em áreas de florestas; 35% se estiver no cerrado; 20% na área de campos gerais; e 20% nas demais regiões do País. Áreas urbanas Em geral, essas são as partes do código que mais podem interessar às empresas do setor, especialmente às loteadoras. Entretanto, especialistas afirmam que o código poderia ser mais abrangente, uma vez que o meio ambiente rural não pode ter o mesmo tratamento do urbano. Caio Portugal, presidente da Associação das Empresas de Loteamentos e Desenvolvimento Urbano (Aelo) e vice-presidente de desenvolvimento urbano e meio ambiente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), acredita que o código florestal é sucinto demais no que se refere à área urbana. "Apesar de trazer diretrizes importantes, faltou o enfrentamento do conceito ambiental urbano. Por exemplo: qual função da preservação ambiental na área urbana? É para o conforto térmico, para drenagem das águas pluviais, para arborização urbana? Qual a função das APPs em área urbana?", questiona. Samanta Pineda acredita que as cidades mereciam seu próprio código ambiental, já que fica complicado tratar da mesma forma o meio ambiente rural e o urbano. "É utopia! Os maiores problemas urbanos são a falta de saneamento e o excesso de veículos", afirma a advogada. "As áreas rurais nas margens dos rios dão proteção ao próprio rio e facilitam o fluxo da fauna. Nas cidades essa proteção visa principalmente a evitar enchentes, pois o fluxo da fauna é impossível por causa das ruas. Fatalmente esse rio será parcialmente canalizado ou transposto por ponte", completa Samanta. O papel da APP no meio urbano é, de fato, uma das grandes discussões acerca do código. O uso da área preservada precisa ser aquele estipulado pela lei, isto é, utilidade pública, interesse social ou atividade de baixo impacto ambiental. Porém, caso o empresário não faça nenhum dos usos previstos, a área corre o risco de sofrer invasão clandestina, como aconteceu nos morros cariocas e às margens da represa Billings, em São Paulo. "A consequência geralmente é o abandono dessas áreas e a ocupação irregular, que traz efeitos piores ao meio ambiente do que se o uso fosse limitado, racional, mas permitido naquela APP", analisa Samanta. Ocupaçõesnas margens do rio São Francisco já são alvos de ações do Ministério Público no Nordeste e cidades são obrigadas a se afastar do curso d'água, como é o caso de Petrolina (PE). Pela dimensão do rio, recuo da APP pode chegar a 500 m nas duas margens "O novo código não inviabiliza a ocupação, ele inviabiliza a ocupação que vinha sendo feita nas últimas décadas. A ocupação é mais racional agora" Evandro Grili - advogado especialista em direito ambiental Quando se fala em área urbana consolidada no novo código, ele remete diretamente ao inciso II do artigo 47 da Lei no 11.977, que institui o programa federal Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, "é a parcela da área urbana com densidade demográfica superior a 50 habitantes por hectare e malha viária implantada e que tenha, no mínimo, dois dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados: drenagem de águas pluviais urbanas; esgotamento sanitário; abastecimento de água potável; distribuição de energia elétrica; ou limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos". Caso essas áreas estejam dentro de APPs e tenham ocupação irregular, a intervenção para regularização fundiária é autorizada, por se tratar de uma obra de interesse social. Mas o que fazer quando a ocupação não for irregular? Ocupação irregular em área de manguezal na Baixada Santista, em São Paulo; segundo a nova legislação, é proibida qualquer construção ou instalação na extensão de manguezais nas áreas rurais e urbanas Legislação conflituosa É justamente essa questão que tem criado conflitos em torno do novo código. Segundo o vice-presidente de meio ambiente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Francisco Vasconcellos, a lei diz claramente que a APP precisa ser recuperada, isto é, demole-se a construção existente e recupera-se a área reconstruindo a vegetação, mesmo em área urbana consolidada. "Sei de cidades que estão à beira do rio São Francisco, a apenas 100 m dele, sendo que o recuo necessário agora é de 500 m. O Ministério Público (MP), inclusive, já entrou com ações em algumas cidades dessas pedindo demolições", revela Vasconcellos. Um desses municípios é Petrolina, em Pernambuco. O presidente da comissão de meio ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Antonio de Lucas Simón, ressalta que não está claro se as normas valem apenas para novas construções ou para o que já foi construído. "Esse é o nosso problema. Se verificar o que está escrito, não há data nenhuma. Esperávamos o óbvio: o que já está consolidado tem de permanecer. Recife como um todo é uma APP, tem dois terços da cidade comprometidos com APP", argumenta. "Petrolina, Marabá, Porto Velho, entre outras, são grandes cidades às margens de rios", completa. Outro caso bastante lembrado é o da cidade de Blumenau, em Santa Catarina, que sofre com as cheias do rio Itajaí. "Esse rio não tem 30 m de margem e se bobear o recuo precisa ser ainda maior. Como resolver essa situação?", questiona Vasconcellos, do SindusCon-SP. O advogado especialista em direito ambiental, Ivon Pires, ressalta que em Recife, onde há seis rios, quase 70 canais e várias lagoas, tudo é ocupado até a margem. "Numa área urbana consolidada assim vai se aplicar o código como está escrito? Vai derrubar as casas e edifícios? Em São Paulo, vai tirar a marginal Tietê? Entendo que é uma aberração jurídica querer aplicar o código para trás. Então, nas áreas urbanas consolidadas, acredito eu, será aplicado o plano diretor da cidade", argumenta. "Trinta metros de margem de um curso d'água em São Paulo é praticamente impossível, mas na Amazônia, pode ser pouco. Uma norma para o País inteiro, que possui diferenças e peculiaridades regionais enormes, é um descalabro" Marcelo Buzaglo Dantas - advogado especialista em direito ambiental Se realmente o entendimento for dado para que sejam recuperadas as APPs, isso poderá conflitar com um princípio assegurado pela Constituição Federal. Pires explica que o artigo 5° da Carta Magna cria o conceito de que a lei não poderá prejudicar atos jurídicos perfeitos, direitos adquiridos e coisas julgadas. Isto é, se na cidade, quando se construiu há muitos anos, a lei permitiu construir, não é uma nova lei que vai retroagir para mandar demolir, na opinião do advogado. Mas, como se trata de direito ambiental, o entendimento não seria esse. A advogada Samanta Pineda esclarece que, nesse caso, não existe direito adquirido, pois ele é sobreposto pelo direito coletivo ambiental. Isso ocorre porque as APPs possuem a função de proteger o direito da sociedade e não dão direito adquirido ao particular. Por exemplo, para evitar deslizamento, não se pode tirar mata da encosta. E, portanto, "quem está instalado lá na beira do rio há 100 anos terá de recuar se a lei mudar e disser que ele tem de recuar". Simón, da CBIC, acredita que essa discussão se estenderá por muito tempo. "Vai chegar aos tribunais. Aqui [em Recife] já vemos ações do MP querendo demolir condomínios, shopping centers, porque estão na proximidade de cursos d'água. Mas, se aplicar isso aqui, será preciso demolir o tribunal federal, que está na beira de um rio; a casa do governador construída há mais de um século, também na beira do [rio] Capibaribe; e vai ter de demolir metade da cidade, já que ela foi construída sobre manguezal." Autonomia dos municípios Esses conflitos poderiam, na teoria, ser resolvidos se os municípios pudessem legislar sobre as questões municipais dentro de seu território, em vez de uma lei federal estabelecer os mesmos parâmetros para todas as regiões do País. Essa é a posição de alguns advogados especialistas, como Marcelo Buzaglo Dantas. Ele relata que na versão do código que saiu do Congresso, havia a definição de que os municípios seriam responsáveis por legislar sobre o meio ambiente na cidade. Mas essa disposição foi vetada pela presidente Dilma Rousseff, e no lugar foi inserida a definição de que o plano diretor continua sendo exigido desde que respeite os limites do código florestal. A justificativa para as críticas é que as normas definidas para as APPs não têm o mesmo sentido em alguns lugares do País. "Trinta metros de margem de um curso d'água em São Paulo é praticamente impossível, mas na Amazônia pode ser pouco. Uma norma para o País inteiro, que possui diferenças e peculiaridades regionais enormes, é um descalabro. E perdemos a oportunidade de resolver isso", critica Dantas. A Constituição Federal garante ao município o direito de legislar sobre os interesses da cidade. Além disso, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) estabelece que quem dá a regra geral é a União, a regra regional é o Estado e quem estabelece as regras do município é o próprio município. Porém, também estipula que as cidades podem definir as suas regras desde que elas não sejam mais flexíveis que a regra nacional. "Se a lei federal diz que o recuo de um rio tem de ser de 30 m, o município pode dizer que é 50 m, mas não pode dizer que é 20 m. A cidade tem seu direito sim, mas ela não pode ser mais restritiva que o código florestal", explica Vasconcellos, do SindusCon-SP. "Faltou o enfrentamento do conceito ambiental urbano. Por exemplo: qual função da preservação ambiental na área urbana? É para o conforto térmico, para drenagem das águas pluviais, para arborização urbana?" Caio Portugal - presidente da Associação das Empresas de Loteamentos e Desenvolvimento Urbano (Aelo) O advogado Evandro Grili, por outro lado, não concorda em dar autonomia aos municípios para que eles legislem sobre esses assuntos. "Defendo que as cidades não tenham essa bandeira para legislar sobre questões ambientais. Elas podem tratar sim de assunto de interesse local, e isso é assegurado pela Constituição. Se tiver uma reserva de mata nativa em plena área urbana,como há o Parque do Ibirapuera em São Paulo, o município pode criar uma lei municipal dizendo que ali não vai haver nenhum tipo de ocupação urbana, nem supressão de vegetação para empreendimento imobiliário. Mas dar ao município o poder de dizer a largura da APP do rio que passa na avenida, isso é uma temeridade", analisa. Futuro do código Em São Paulo, as entidades do setor já vêm discutindo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, como serão os entendimentos sobre a aplicação da legislação ambiental no geral, incluindo as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Dessas reuniões deverão resultar manuais de orientação sobre procedimentos e aplicação das normas, informa o presidente da Aelo, Caio Portugal. "O objetivo é construir um arcabouço de maior segurança jurídica, orientando os procedimentos de licenciamento ambiental", diz o dirigente. As cartilhas já estão sendo planejadas. No licenciamento ambiental de novos loteamentos e empreendimentos imobiliários, o novo código precisa ser considerado, para evitar que haja ainda mais insegurança jurídica, recomendam os advogados. Empreendimentos em projeto ou em construção que tenham APPs próximas precisarão ser revistos. Com relação às dúvidas geradas pelo novo código, ainda não se sabe ao certo qual será o entendimento tomado pelos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público. Vasconcellos, do SindusCon-SP, não sabe no que resultará o novo código, "até por se tratar da questão ambiental, não existe direito adquirido. É difícil haver uma pessoa que tenha hoje uma visão totalmente clara do que vai acontecer. Quem falar que sabe, acho que está mentindo". O setor da construção, por meio da CBIC e outras entidades regionais, como SindusCon-SP, chegou a participar de discussões durante a fase de estudos do código, mas não teve suas sugestões aceitas. O principal pedido era para que as áreas urbanas tivessem mais destaque para que se evitassem os atuais conflitos. "Infelizmente, houve a polarização [ambientalistas e ruralistas] nas discussões, até porque o setor rural brasileiro está muito melhor organizado dentro do Congresso Nacional, e, portanto, melhor representado, assim como os ambientalistas", explica Vasconcellos. Encostas com declividade superior a 45° passam a ser APP, o que impede construções como as encontradas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde são comuns deslizamentos de terra Jose Simón, da CBIC, revela ainda que poucos prefeitos têm se importado com a situação. "O prefeito de Petrolina foi o único a falar no Senado sobre esse novo código. Os outros não estão muito preocupados. Nós, da CBIC, conseguimos uma audiência pública no Senado e ele foi justamente para saber como a cidade dele ficaria distante 500 m do rio", revela. O caso de Petrolina, supõe o dirigente, tende a ser uma exceção, pois o entendimento deverá ser de manter o que está consolidado na maioria das cidades. As discussões, no entanto, devem continuar em outras esferas. Em janeiro deste ano, a procuradora geral da República interina, Sandra Cureau, encaminhou três ações ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando artigos do novo código. Para a Procuradoria Geral da República, existem trechos inconstitucionais por reduzirem e extinguirem áreas que anteriormente eram protegidas. "Eu não sei o que vai acontecer. Juridicamente eu não vejo as inconstitucionalidades que a Procuradoria está alegando. Vale lembrar que, para o Ministério Público, o crime ambiental está acima de tudo. Eles chegam a dizer que o crime ambiental é imprescritível, num País onde o homicídio prescreve em 20 anos", lembra o advogado Evandro Grili. Ainda não há previsão de quando o STF julgará essas ações, mas certamente a polêmica acerca do código será reaberta, com mais discussões entre ambientalistas, ruralistas e construtores. "É difícil haver uma pessoa que tenha hoje uma visão totalmente clara do que vai acontecer [em consequência do novo código florestal]. Quem falar que sabe, acho que está mentindo" Francisco Vasconcellos - vice-presidente de meio ambiente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) A Procuradoria Geral da República encaminhou três ações ao Supremo Tribunal Federal alegando redução da proteção ambiental no novo código. Para especialistas, o caso deve reabrir as discussões sobre a lei e atrasar a implementação de um meio ambiente equilibrado nas cidades AS APPS SEGUNDO O NOVO CÓDIGO FLORESTAL A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário ou ocupante da área. Se houver supressão da vegetação, a recomposição é obrigatória. A novidade é que o novo código autoriza a intervenção em três situações: quando o uso for de interesse social, de utilidade pública ou de baixo impacto ambiental, conforme prevê o artigo 3o(veja outro quadro com glossário). As 11 APPs definidas pela nova lei, tanto em zonas rurais quanto urbanas, são as seguintes. Favelas em encostas no Rio de Janeiro Casas próximas a curso d'água no bairro de Educandos, em Manaus Restinga fixadora de duna na praia da Joaquina, em Florianópolis ANÁLISE AMBIENTAL PLANEJAMENTO AMBIENTAL EIA/RIMA 1.Análise ambiental Análise ambiental é o estudo de um espaço geográfico (território) que engloba a apropriação de todos os seus componentes físicos (incluindo tanto os elementos materiais como as condições ambientais) e das forças que interagem entre eles dentro de uma perspectiva histórico-evolutiva. O objetivo da AA é, normalmente, permitir conhecer o universo que compõe um determinado território com vistas a sua preservação, recuperação ou ordenamento cultural. Ela só se torna possível através de um trabalho coletivo inter e transdisciplinar que englobe as disciplinas necessárias à abrangência de todos os elementos e fatores compreendidos no universo em estudo. Parcela importante deste trabalho é o envolvimento das comunidades afetadas, através do planejamento participativo e das consultas populares. Geoprocessamento e Análise Ambiental Sistema de Infomações Geográficas – SIG (GIS) 2. Planejamento ambiental Ian L. Mc Harg, Design with nature. The Richmond Parkway Study Decliviudades Drenagem superficial Drenagem do sub-solo Geologia Solo Suscetibilidade à erosão Valor do solo Bacias de inundação Valores históricos Aquíferos Valores recreativos Valores residenciais Valores florestais Valores faunísticos Valores institucionais Síntese dos valores ambientais Síntese dos valores sociais Traçado ideal recomendado The Potomac Bassin – 39.000 km²* Ian L. McHarg New Jersey Pensilvania Virginia North Carolina Distyrict of Columbia (Washingtom) Geologia Fisiografia (formas do território) Rochas aflorantes Solos (pedologia) Comunidades vegetais Cobertura vegetal Hidrografia Potencial recreativo e turístico Recursos minerais Energia do relevo Potencial agrícola Potencial florestal Amenidades recreativas Chesapeake & Ohio Canal National Historical Park is 184.5 miles of adventure Marés Potencial urbanístico Planta SÍNTESE: aproveitamento das potencialidades Mc Harg-p.145 Matriz para cruzamento dos dados: território, usos, impactos – compatibilidade ou incompatibilidade - graus de tolerância à intervenção Mc Harg-p.144 Jean Tricart. Ecodinâmica Tricart – p.92a Aspectos bióticos são determinantes Morfodinâmica em nível taxonômico muito elevado Fator hídrico Tricart – p.80 Tricart – p.89 3.EIA/RIMA EIA/RIMAEstudo de Impacto Ambiental Relatório de Impacto Ambiental O Estudo de Impacto Ambiental é um procedimento administrativo de prevenção e de monitoramento dos danos ambientais, com duas grandes orientações: deve oferecer alternativas e deve apontar as razões de confiabilidade da solução a ser adotada. O estudo, em conseqüência, gera o Relatório de Impacto Ambiental. Environmental Impact Assessment-EIA(1) Strategic Environmental Assessment-SEA(2) (1)Avaliação do Impacto Ambiental (2)Avaliação Ambiental Estratégica EIA/RIMA • Estudo de Impacto Ambiental – EIA é uma exigência da legislação ambiental para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente. • O EIA é realizado por equipe multidisciplinar. • O RIMA – Relatório de impacto ambiental é destinado a apreciação da comunidade. • O EIA/RIMA é o primeiro instrumento no Brasil criado para informar ao Poder Público e à sociedade os custos e os benefícios dos empreendimentos. Audiência Pública • Reunião aberta, com representantes do Poder Público e da comunidade, para debater as questões ambientais. • Geralmente são motivadas para apreciação do EIA/RIMA • Nesta o empreendedor e a equipe responsável pelo EIA apresentam ao público o RIMA EIA - RIMA Características: Elaboração – EQUIPE Forma: Participação social Resultados e Problemas PERSPECTIVAS: CONSCIENTIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
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