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THP TEORIA E HISTÓRIA DO PAISGISMO PROF. ARQ. LEONARDO MARQUES HORTENCIO AE-03_COMPOSIÇÕES PAISAGÍSTICAS NAS CIVILIZAÇÕES AGRÁRIAS DA ANTIGUIDADE – MESOPOTÂMIA, PÉRSIA E ANTIGO EGITO 2016-01 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Pode-se observar que antes mesmo das primeiras civilizações, existiu o "Jardim do Paraíso", onde Deus colocou Adão e Eva. Em Gênesis I e II, é descrito como um parque "que Deus plantou e onde se cultivavam árvores de todas as espécies, agradáveis para se contemplar e alimentar". Assim, as árvores foram veneradas pela fertilidade, vitalidade e o alimento que representavam. Através dos fatos que a história da civilização registra pode-se constatar que o oriente próximo foi uma das regiões de grande importância, pois foi o berço das civilizações. Estas civilizações antigas contribuíram - e muito - para a evolução das ciências e das artes. E não distante disto, o paisagismo evolui como expressão artística. ANTIGUIDADE Os Espaços Abertos na Antiguidade A arquitetura da paisagem teve grande desenvolvimento em diversos períodos da história. Entre as primeiras referências constam os jardins da Mesopotâmia datados de três mil anos antes de Cristo. Entre eles despontam os Jardins Suspensos da Babilônia (600 a.C. ) considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo. Primeiras Civilizações 1 – Mesopotâmia (Suméria) 2 – Vale do Nilo (Egípcia) 3 – Vale do Indo (Harappa) 4 – Vale do Amarelo (Shang) 5 – América Central (Maia e Asteca) 6 – Perú (Incaica) Mesopotâmia Mapa Ilustrativo da região do Crescente Fértil - Mesopotâmia Mesopotâmia Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a história das civilizações relata que os assírios foram os mestres das técnicas de irrigação e drenagem, criando vários pomares e hortas formados pelos canais que se cruzavam. Mas este trabalho foi abandonado em razão da invasão árabe. Sendo assim, a forma e a distribuição do jardim se identificava com a prática da agricultura, onde a horta rodeada por um muro. Rio Tigre Rio Eufrates Duas importantes criações atribuídas aos Sumérios são a escrita cuneiforme, que provavelmente antecede todas as outras formas de escrita, tendo sido originalmente usada por volta de 3500 a.C.; e as cidades-estados. Dentre elas, destacaram-se Ur e Uruk. Uruk Uruk foi uma cidade antiga da Suméria situada a leste do Eufrates, numa região pantanosa, a cerca de 225 quilômetros sul-sudeste de Bagdá. O nome do Iraque é derivado de Uruk. Uruk foi uma das mais antigas e importantes cidades da Babilônia. A mais conhecida é a cidade de Ur, construída por Ur- Nammu, o fundador da terceira dinastia Ur, por volta de 2000 a.C. Ur Ziggurat - Ur Ziggurat - Ur Ziggurat Um zigurat - mais corretamente, deveria dizer-se em português uma zigurat, pois o substantivo é feminino nas antigas línguas do Próximo Oriente - é uma forma de templo, comum aos sumérios, babilônios e assírios, pertinente à época do antigo vale da Mesopotâmia e construído na forma de pirâmides escalonadas. O formato era o de vários andares construídos um sobre o outro e as plataformas poderiam ser retangulares, ovais ou quadradas, e seu número variava de dois a sete. O centro do zigurat era feito de adobes, enquanto o exterior da construção era revestido com adornos de tijolos queimados. Babilônia Babilônia se refere à capital da antiga Suméria e Acádia, na Mesopotâmia, hoje no Iraque. O nome vem do grego Babel, que significa "confusão". Essa palavra semítica é uma tradução do sumério Kadmirra. Foi provavelmente fundada por volta de 3800 a.C. Teve um papel significativo na história da Mesopotâmia. Iniciou sua era de império sob o amorrita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos. Os arameus, assírios e os caldeus lutaram durante séculos pelo controle da Babilônia. O rei assírio Assurbanipal venceu a luta em 648 a.C., e foi sucedido por Nabucodonosor II. Babilônia Babilônia Porta Isthar Babilônia Mosaico Babilônia Babilônia Imagem aérea representativa da região da Babilônia - Mesopotâmia Os textos mais antigos sobre jardins datam do terceiro milênio a.C., escritos pelos babilônicos, descrevendo os "jardins sagrados", onde os bosques sagrados eram plantados sobre os ziggurats. É na própria Babilônia que se encontra a obra mais marcante da jardinagem nesta época, sendo considerada pela humanidade como uma de suas maravilhas: os Jardins Suspensos da Babilônia que se caracterizavam pela supremacia dos elementos arquitetônicos sobre os naturais. Babilônia Babilônia As espécies utilizadas eram a tamareira (com a finalidade de fornecer um microclima favorável a outras espécies), o jasmim, as rosas, as malva-rosas, as tulipas e também álamos e pinos que não suportariam viver num clima tão árido e quente,mas só foi possível devido ao complexo sistema de irrigação desenvolvido. O sentimento religioso estava presente na arte dos jardins, onde acreditava-se que os jardins dependiam da vontade dos deuses. Egito O Antigo Egito Há mais de 4000 anos antes de Cristo, a dominação das técnicas agrícolas permitiu o surgimento de várias civilizações ao redor do mundo. No extremo nordeste da África, em uma região de características desérticas, a civilização egípcia floresceu graças aos abundantes recursos hídricos e terras férteis que se localizavam nas margens do rio Nilo. Se desenvolveu entre cerca de 3100 a.C., quando ocorreu a unificação das regiões do Alto e do Baixo Egito, até 30 a.C. quando se transformou em província do Império Romano. Templo de Ísis - Egito - ilha de Philae (305 a 30 a.C.) Templo de Ísis - Egito - ilha de Philae (305 a 30 a.C.) Philae Templo de Abu Simbel - Egito - Aswan Os jardins do antigo Egito foram construídos por volta de 2000 a.C. Caracterizavam-se por linhas retas e formas geométricas em perfeita simetria. Exemplo de residência - Egito As características dos jardins egípcios seguiram os mesmos princípios utilizados na arquitetura deste povo. Eles só surgiram quando as condições de prosperidade no antigo império permitiram às artes (arquitetura e escultura) um notável desenvolvimento. De um modo geral, o jardim egípcio desenvolvido de acordo com a topografia do Rio Nilo era constituído de grandes planos horizontais, sem acidentes naturais ou artificiais. As características dos monumentos egípcios - com a rigidez retilínea e a geometria - fizeram com que os jardins tivessem uma simetria rigorosa. Tudo de acordo com os 4 pontos cardeais. As plantas utilizadas eram: palmeiras, sicômoros, figueiras, videiras e plantas aquáticas. O jardim regular era símbolo da fertilidade, sintetizava as forças da natureza e era a imagem de um sistema racional e arquitetural baseado no monoteísmo. Osíris para os egípcios era o deus da vegetação. Pérsia Pérsia Os persas não criaram no mundo das artes monumentos originais. A sua arquitetura foi, nas suas grandes manifestações, obra de gregos. Os jardins dos antigos persas estavam, como as demais produções artísticas, condicionados à influências estranhas e revelavam, nos caracteres essenciais da composição, elementos retirados dos jardins gregos e egípcios, uma espécie de estilo "misto". Nos jardins eles introduziam árvores e arbustosde flores perfumadas. Os jardins persas procuravam recriar uma imagem do universo, constituindo-se de bosques povoados por animais em liberdade, canteiros, canais e elementos monumentais, formando os "jardins-paraísos" que se encontravam próximos aos palácios do rei. A introdução de espécies floríferas no jardim criou um novo conceito na arte de construí-los, passando a vegetação a ser estimada pelo valor decorativo das flores, sempre perfumadas, do que pelo aspecto de utilidade que possuíam anteriormente. A associação dos reinos animal e vegetal completava a idéia do paraíso. O jardim era dividido em quatro zonas por dois canais principais em formato de cruz e na intersecção deste se elevava uma construção que podia ser o pavilhão ou uma fonte, representando as 4 moradas do universo. O jardim persa cercado de altos muros feitos de tijolos, estritamente formal, era um lugar de retiro privado, destinado ao prazer, ao amor, à saúde e ao luxo. As plantas utilizadas eram: plátanos, ciprestes, palmeiras, pinus, rosas, tulipas, narcisos, jacintos, jasmins, açucenas, etc. O mais famoso de todos, os jardins do Taj Mahal (India)
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