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Teoria do DireitoTeoria do Direito A palavra “direito” tem origem no latim, provém da palavra directus, cuja origem é do particípio passado do verbo dirige Re. O termo evoluiu em português da forma "directo" (1277) a "dereyto" (1292) até chegar à grafia atual (documentada no século XIII). Cosoante Lição e Vitor Frederico Kümpel , Directum é forma do latin vulgar, lexiogênica das linguas latinas, que significa DE + RECTUM, que significa linha reta ou aquilo que é geometricamente perfeito, projetando nas açãoes humanas um ideal a ser seguido, a ser realizado no plano concreto. Trata- se de um metáfora na qual o Direito deve ser uma linha reta, ou seja, conforme a norma. O direito é o que está conforme a lei. Etimologia do termo DireitoEtimologia do termo Direito 3 Na verdade, a palavra faz referência à Deusa romana da justiça, Justitia, que segurava em suas mãos uma balança com fiel. Dizia-se que havia justiça quando o fiel estava absolutamente perpendicular em relação ao solo: DE+RECTUM. Acreditava-se que a Deusa Romana Iustitia, a qual segura um fiel, deveria estar de pé durante a exposição do Direito (jus), enquanto o fiel (lingueta da balança indicadora de equilíbrio) deveria ficar no meio, completamente na vertical, direito (directum). A pretensão dos romanos era atingir a prudentia, que representava o equilíbrio entre o abstrato (o ideal) e o concreto (a prática). 4 O Direito é lei e ordem. Como conjunto de regras sociais tendentes a disciplinar a conduta humana na perspectiva de possibilitar a convivência humana de forma harmônica e com justiça social. Assim, como afirmou magistralmente Miguel Reale “quem age de conformidade com essas regras comporta-se direito, quem não faz, age torto.” O certo é que nenhuma sociedade jamais poderia existir sem um mínimo de ordem, de deliberação tendente a uma organização mínima de como agir. Aliás, mesmo nas perspectivas das anarquias simbólicas, cujas regras são afastadas do poder de coação do estado, denota-se uma forma de ordenar o comportamento social, embora ao “contrario sensu”, lógico. Conceito de DireitoConceito de Direito O QUE É DIREITO?O QUE É DIREITO? Os diversos significados da palavra “direito”. O direito (1) à vida e à saúde é tutelado no direito (2) brasileiro e cabe ao Estado cuidar da saúde e da assistência pública. Com base nestes argumentos, Pedro teve reconhecido o direito (3) a receber medicamentos do Estado para tratamento de uma doença que contraíra. Realmente, não parece direito (4) deixar um cidadão direito(5) desassistido. Mas, nem sempre foi assim: apenas com o passar do tempo, o estudo do direito (6) reconheceu esses direitos (7) sociais, transformando-os em direito (8). 6 Portanto, o objetivo maior do Direito é a busca da pacificação social, ou pelo menos, a redução dos conflitos a níveis razoáveis. Limitando o Poder contra o ataque das autoridades à liberdade individual. O Direito viabiliza a preservação de valores fundamentais, se aproximando da justiça e servindo de instrumento à realização da segurança jurídica. Objetivo do DireitoObjetivo do Direito 7 Função que o direito exerce na sociedade: ordenadora de interesses para compor conflitos. Deve ser harmonizado conforme a convicção prevalente na sociedade. 8 O direito por si não satisfaz, porque havendo conflito pelo bem pretendido, deverá haver a solução do conflito. O conflito é caracterizado pela resistência de alguém ou veto jurídico à satisfação voluntária. 9 Carneluti: “quem tem fome, em interesse em dispor de pão com que se saciar. Se são dos os que tem fome e o pão basta para apenas um, surge o conflito entre eles”. O conflito também é chamado de lide. A lide não é um delito, mas ela contém o gérmen deste. A evolução do Direito A evolução do Direito PositivoPositivo Direito primitivo Direito essencialmente sagrado e religioso Transmissão pelo princípio de oralidade Forma única de sanção: a pena Inexistência de direitos individuais (o criminoso respondia junto com sua família) Predomínio do juiz sobre o legislador Direito primitivo e o formalismo Predomínio da forma (atos simbólicos, gestos, palavras sagradas e rituais) sobre o conteúdo O formalismo servia como um “mecanismo de precisão”, trazendo segurança para as relações jurídicas Direito primitivo e o formalismo Predomínio da forma (atos simbólicos, gestos, palavras sagradas e rituais) sobre o conteúdo O formalismo servia como um “mecanismo de precisão”, trazendo segurança para as relações jurídicas Direito egípcio Influência da religião Faraó como autoridade suprema: – explica o fato de não existir leis escritas – direito frágil (justo é aquilo que agrada o Faraó) Poucas fontes (documentos registrados em pedra ou papiro) Formalismo oral Legislação mesopotâmica Código de Ur-Namú Código de Hammurabi – Coletânea de julgados e hipóteses – Não especializado (contém todo o ordenamento jurídico da cidade) – Regido por sacerdotes Lei hebraica Preceitos morais e religiosos Influência do direito babilônico A lei hebraica tinha por escopo a proteção do “povo eleito” (proibia-se o casamento com estrangeiros, etc...) Sanção igual tanto para ricos como para pobres Lei hebraica O direito hebraico é dado por Deus ao seu povo Moisés como o grande legislador Fontes do direito hebraico: – Bíblia (5 livro do Deuteronômio) – “Lei oral” e a Michma (opinião dos rabinos) – Talmude (sistematização do direito judaico) Código de Manú Fundo religioso Destinava-se a proteger e consolidar o regime de castas Escrito em versos Admitia-se como meio de prova a prática de testemunhas e as ordálias (prova do fogo e do veneno) Direito da Grécia antiga Lança-se as bases da democracia (leis não mais elaboradas pelos governantes , mas pelo povo em assembléia). Dois grandes legisladores: – Drácon – Sólon 20 Direito da Grécia antiga Não há direito grego, mas direitos das cidades gregas, contidos em leis e costumes O forte dos atenienses não foi o direito privado, mas o público Direito romano Distinguiu o direito da Moral e da Religião Em sua origem, o direito foi consuetudinário e jurisprudencial A história desse direito se encontra em duas legislações: – Lei das XII Tábuas – Corpus Iuris Civilis (de Justiniano) Lei das XII Tábuas Codificação do direito romano primitivo Dominada por um formalismo obscuro (gestos e palavras sagrados) aprimoramento do direito mais pelo jurista do que pelo legislador Com o crescimento de Roma (surgem novas relações jurídicas) a Lei das XII Tábuas tornou-se obsoleta Corpus Iuris Civilis A ineficácia das leis das XII Tábuas fez surgir uma praxe de solicitar a um jurista a solução para um caso não previsto em lei Esses pareceres são compilados, constituindo a Codificação de Justiniano O direito criado desde a lei das XII Tábuas, incorporado ao Código de Justiniano, constitui o marco inicial do direito europeu Direito da Idade Média Pluralismo de ordens jurídicas: direito costumeiro, direito canônico, etc... Tal pluralismo é expressão da política jurídica adotada pelo povo “bárbaro” germano Princípio da personalidade das leis (a origem da pessoa estabelecia seu estatuto jurídico) Direito germânico Fundamentalmente pluralista, devido ao grande número de tribos Codificação sem qualquer sistematização A princípio tratavam somente do direito penal, estendendo-se, muitas vezes, ao direito privado sob a influência romana Propriedade coletiva do solo Direito costumeiro Grande número de diversidade de costumesCabe ao juiz reconhecê-lo e consagrá-lo O poder soberano do rei deveria assegurar-lhe o respeito (apesar de muito restrito) De início, transmitido oralmente Progressivamente procurou-se fixá-lo por escrito Direito feudal Direito de jurisdição própria não submetida à soberania do rei, embora lhe reconhecesse Regime de sucessão e o direito de dispor do feudo (usar e gozar) Direito desigualitário, com privilégios, fundado no princípio da hierarquia e subordinação Da indivisibilidade à partilha Glosas A medida que a sociedade feudal ia ficando mais estável, evidenciava-se o advento de uma unidade política mais forte A solução surgiu com o achado do texto completo do Digesto, de Justiniano: era o direito que necessitava a Europa medieval Suas interpretações marcam o renascimento do direito romano na Idade Média Direito Canônico Influência do direito romano Busca princípios universais (era preciso regras gerais) Dogmática séria e pesada Corpus Iuris Canonici (analogia ao Iuris Civilis) O Estado moderno A sociedade medieval era uma sociedade pluralista, sendo o direito como fenômeno social Com a formação do Estado moderno, a sociedade assume uma estrutura monista: o Estado concentra todos os poderes em si Ocorre o processo de monopolização da produção jurídica por parte do Estado Civil Code A Revolução Francesa foi a responsável pela dissolução do Antigo Regime A Revolução Francesa necessitou de leis rígidas e intocáveis que atendessem seus princípios revolucionários Surge assim o Código de Napoleão (1807), posteriormente, Civil Code (1814) Civil Code Lançou as novas bases do direito privado Primeiro trabalho de codificação científica, com matéria sistematizada, classificada e de normas concisas e claras Apesar de marcado por ideais individualistas e revolucionários, sofreu influência do direito romano e canônico Dá início ao movimento codificador Sistema do direito codificado O movimento codificador resultou na convenção do sistema continental, ou estatue law Compreende toda a Europa, com exceção da Inglaterra Lei como principal fonte do direito, sendo as demais fontes apenas subsidiárias A evolução do Direito Positivo 34 Sistema de direito jurisprudencial Common Law, no qual o precedente judicial é a fonte principal Direito declarado pelo juiz, reservando à lei o papel secundário (conflitos insuperáveis entre direitos regionais ou estaduais) Compreende Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Canadá (menos Quebec), Nova Zelândia, Austrália e EUA (menos Lousina) 35 Common law X Estatue law Diferença essencialmente formal: enquanto no primeiro vigora o precedente judicial, no segundo dominam a lei e o código Quanto ao conteúdo, são poucas as diferenças, principalmente depois de 1945, com o fim da Segunda Guerra --------------- +-+++++++-- +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ ++++++++++++++++++++++++++++++++++++ 36 Primeira geração ou dimensão:Primeira geração ou dimensão: liberdade {surgimento após a derrocada do absolutismo e os ideais da revolução francesa} REPRESENTAM: PRESTAÇÕES NEGATIVAS NAS QUAIS O ESTADO É IMPELIDO A UM NÃO FAZER, SÃO ELAS: DIREITO À VIDA, DIREITO À IGUALDADE, LEGALIDADE, HONRA, INTIMIDADE, DEVIDO PROCESSO LEGAL, INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ETC. Segunda geração ou dimensão:Segunda geração ou dimensão: fraternidade {Foi no século XIX, com a revolução industrial e das transformações sociais e econômicas, verificou-se que a ausência plena do Estado era incompatível com o bem estar das pessoas. Surgem os direitos econômicos, sociais e culturais}. Terceira geração ou dimensão:Terceira geração ou dimensão: solidariedade {Sociedade de massas, pós-moderna, avanço tecnológicos e científicos, novas preocupações mundiais com a preservação do meio-ambiente e a proteção dos consumidores . São eles → Direitos difusos e coletivos, como aqueles que a todos pertencem e particularmente não pertencem a ninguém, direito a um meio- ambiente sustentável, direito dos consumidores, etc. Os Direitos Fundamentais e suas dimensõesOs Direitos Fundamentais e suas dimensões DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO São conceitos de uma mesma realidade, interdependentes e complementares. O DIREITO OBJETIVO É um conjunto de normas que regem o comportamento humano, prescrevendo uma sanção em caso de sua violação. É a regra social obrigatória imposta a todos, quer seja sobre a forma de lei ou mesmo sob a forma de um costume, que deva ser obedecido, é a norma agendi, reguladora de todas ações do homem, em suas múltiplas manifestações e de todas as atividades das instituições políticas, ou públicas, e particulares. DIREITO OBJETIVO: Em outras palavras, o direito objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente por todos os homens que vivem na sociedade que adota essas leis. o descumprimento, como vimos, dá origem a sanções. DIFERENÇA ENTRE DIREITO POSITIVO E DIREITO OBJETIVO Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normas jurídicas emanadas do Estado, é espécie. DIREITO POSITIVO DIREITO OBJETIVO São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos; entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade dos particulares contratantes. "OBJETIVO" - O direito como norma é chamado de "objetivo" porque, ao surgir, "se objetiva", se põe como uma realidade objetiva, independente da pessoa do observador e irredutível à sua subjetividade (MIGUEL REALE). É o direito como norma numa visão exterior, no seu ângulo externo. Sob esse enfoque, também o direito como "fato social" pode ser chamado de direito "objetivo". "POSITIVO" - O mesmo direito como norma objetiva pode ser visto sob outro prisma, ou seja, ser enfocado como posto ou reconhecido pelo Estado que o garante, quando então se denomina direito "positivo"; é o direito institucionalizado pelo Estado. Contudo, quando se fala em direito "institucionalizado" pelo Estado, não significa que todas as normas tenham sido elaboradas pelo Estado, e sim que todas elas valem como normas de direito vigente, porque, seja qual for sua origem efetiva, "o Estado as quer como tais e as aplica como tais", no dizer de RECASÉNS SICHES. Ou segundo MIGUEL REALE, "é o direito declarado ou reconhecido pelo Estado, através de suas próprias fontes ou que resulta das demais fontes, sem conflito com as fontes estatais". De consequência, tanto o Direito objetivo como o Direito Positivo não só abrangem as normas elaboradas pelo Estado, mas também as originadas de outras fontes e que são reconhecidas e garantidas pelo Estado. Deve ser igualmente afastada a falsa impressão de que o Direito Objetivo/Positivo é sempre escrito. Ele é tanto o direito "escrito", elaborado pelo poder competente, como a norma consuetudinária, "não- escrita", resultante dos usos e costumes de cada povo. Vale lembrar que há autores que, na distinção entre Direito Objetivo e Direito Positivo, assim a fundamentam: aquele abrange todas as normas jurídicas em vigor NO Estado, enquanto este abrange apenas as normas jurídicas oriundas DO Estado. Assim MARCUS CLÁUDIO ACQUAVIVA: "existem normas jurídicas criadas originalmente pelo Estado, e normas jurídicas criadas pela vontade dos particulares, tão somente reconhecidas pelo Estado como jurídicas. As normas jurídicas criadas pelo Estado... cuja fonte é o Estado, formamum todo denominado Direito Positivo.... TODO DIREITO POSITIVO É DIREITO OBJETIVO, MAS NEM TODO DIREITO OBJETIVO É DIREITO POSITIVO. DIREITO SUBJETIVO Ou “facultas agendi” (faculdade de agir) é o poder de exigir uma determinada conduta de outrem, conferido pelo direito objetivo, pela norma jurídica. É o poder de ação assegurado legalmente a todas as pessoas para defesa e proteção de toda e qualquer espécie de bens materiais ou imateriais, do qual decorre a faculdade de exigir a prestação ou abstenção de atos, ou o cumprimento da obrigação, a que outrem esteja sujeito. Sempre nasce de um fato, que por estar inserido no ordenamento jurídico, chamamos de fato jurídico. Com a ocorrência do fato, a norma, colocada abstratamente no direito objetivo, se materializa, dando origem à pretensão. ELEMENTOS DO DIREITO SUBJETIVO: Sujeito = pessoa física ou pessoa jurídica; Objeto = o bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce o poder conferido pela ordem jurídica. Para Kelsen o direito subjetivo é apenas uma expressão do dever jurídico. O Estado impõe aos indivíduos uma gama de normas as quais devem ser obedecidas por todos, não se admitindo prerrogativas individuais em relação ao Estado. "Se este determina uma dada conduta individual, agirá contra o ofensor da norma no propósito de constrange-lo à observância, sem que o fato de alguém reclamar a atitude estatal de imposição se traduza na existência de uma faculdade reconhecida", afirma Caio Mário. Para Kelsen o direito subjetivo será, como conceito oposto ao dever jurídico, pois o direito subjetivo de um pressupõe o dever subjetivo de outro, parte integrante do direito objetivo ou norma. CRÍTICA As concepções negativistas peca segundo Caio Mário, pois: "não conseguem os eminentes juristas abstrair-se da existência de um aspecto individual do jurídico, que será o substitutivo do direito subjetivo ou compreenderá a denominada ‘situação jurídica’, já que a existência da norma em si, ou do direito objetivo só, conduz à existência de deveres exclusivamente". DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, sendo desconhecida na Idade Média, e recuperada pelo Direito liberal burguês. Vale lembrar que esta divisão variava de intensidade conforme o país e o regime, no Direito Socialista, por exemplo, houve a hipertrofia do Direito Público. Dois critérios são utilizados, atualmente, para a divisão destes dois ramos: 1º Critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica(Teoria dos Interesses em jogo): Quando prevalece o interesse geral o direito é público, quando prevalece o particular o direito é privado. A única diferença deste critério para o dos romanos é que estes não mencionam a expressão interesse prevalecente. 2º Critério relativo à forma da relação jurídica(ou Teoria da natureza da relação jurídica): Se a relação é de coordenação(partes envolvidas no mesmo patamar), trata-se, em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação, trata-se, em regra de Direito Público. Estado é o Subordinante(em regra) Outra parte é o Subordinado Diferença entre Direito Público e Direito Privado Enquanto o direito privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla (o que não é vedado, é permitido, salvo se afrontar os bons costumes e preceitos de ordem pública), o direito público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade (o agente público só pode agir se, quando e como a lei prescrever). As cláusulas de um contrato são normas de Direito Privado, sendo normas individuais, pois não derivam diretamente do Estado, mas sim da vontade dos particulares. Teorias Monistas (a existência de somente 1 direito) Existência exclusiva do Direito Público (Hans Kelsen) – Todo Direito é público porque todas as relações jurídicas se apóiam na vontade do estado, já que este é o responsável direto e imediato pela segurança e harmonia social. Existência exclusiva do Direito Privado ( Rosmini e Ravà) - Pois sempre foi o único durante séculos e seu nível de aperfeiçoamento não foi atingido ainda pelo Direito Público. Direito Público e Direito Privado e suas Teorias. • Teoria do interesse em Jogo (ou teoria Clássica ou teoria Romana)- o direito será público ou privado de acordo com a predominância dos interesses. • Teoria do Fim – Quando a finalidade do direito for o Estado, o Direito é Público, quando for o indivíduo, Direito Privado. • Teoria do Titular da ação - Quando a iniciativa da ação for o estado, o Direito é Público, quando for o particular, teremos o Privado. • Teoria da Natureza da Relação Jurídica- Quando o Poder Público participa da relação jurídica, impondo sua vontade“imperium”,em uma relação de subordinação, o Direito é Público. Quando for a relação entre particulares, num plano de igualdade, o Direito é Privado. Teorias Dualistas (a existência de 2) Teorias Trialistas Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto. A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é privado, outros, porém, dizendo público e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação não é resolvido dizendo-se que o Direito do Trabalho é Direito Misto. Teorias Trialistas Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto. A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é privado, outros, porém, dizendo público e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação não é resolvido dizendo-se que o Direito do Trabalho é Direito Misto. A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. A clássica bipartição romana do direito em público e privado não corresponde mais à realidade jurídica e não atende mais à complexidade das relações da sociedade moderna. Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristas pretendem dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo. Como decorrência, tem-se como exemplo o Direito Civil que engloba tanto princípios de direito privado como de direito público. Em que pesem encontrar-se no direito civil aquelas normas cogentes, de ordem pública, é nesse ramo do direito que as partes encontram extenso campo para expandir sua vontade, são as normas dispositivas, às quais as partes se prendem se não desejarem dispor diferentemente. PÚBLICO INTERNO 1) CONSTITUCIONAL: estrutura básica, diretrizes, organização, poderes, funções, limites. CF. Princípios. 2) ADMINISTRATIVO: consecução dos fins sociais e políticos, regulamenta a ação governamental; execução de serviços públicos, administração dos bens públicos... 3) TRIBUTÁRIO: instituição, arrecadação e fiscalização de tributos, impostos, taxas e contribuições. Tudo para atingir os fins sociais do Estado 4) FINANCEIRO: normas disciplinadoras da atividade financeira, equilibrando despesa/receita, visando a regulação destas. 5) PROCESSUAL: atividade do Judiciário. Juízes, tribunais. Pode ser: Civil/Penal, conforme a matéria da lide a compor. 6) PREVIDENCIÁRIO: previdênciae assistência social 7) PENAL: função repressiva e punitiva. Nullun crimen sine lege. Nulla poena sine lege. (p. da reserva legal) Crimes e penas correspondentes. Pode fixar penas repressivas (privativas de liberdade), restritivas de direitos (perda de bens, serviços à comunidade); pena de multa, medidas de segurança (para os inimputáveis: internação, tratamento ambulatorial) PÚBLICO EXTERNO 1) INTERNACIONAL PÚBLICO: relações entre os Estados e organismos internacionais (ONU, UNESCO, OIT, OMS...). MHD: “objeto é a organização jurídica da solidariedade entre nações, atendendo ao interesse público, visando a manutenção da ordem social que deve haver na comunidade internacional”. Fontes: convenções (geram tratados internacionais), usos e costumes jurídicos internacionais. 3) DIREITO COMERCIAL/EMPRESARIAL: lucro x estrutura x circulação de crédito. 4) DIREITO DO TRABALHO: organização e produção, relações entre empregador e empregado. (salário, subordinação) 5) DIREITO DO CONSUMIDOR: lei 8078/90, relações de consumo entre fornecedor e consumidor, destinatário final dos bens ou serviços. DIREITO PRIVADO 1) INTERNACIONAL PRIVADO: Estado x cidadãos pertencentes a outros Estados, dando soluções aos conflitos de leis no espaço ou aos atos de jurisdição. Soberania, território, jurisdição. Ex. casamento. 2) DIREITO CIVIL: direitos e deveres, relações entre particulares. Regula: pessoas, bens, fatos jurídicos, nulidades, prescrição, obrigações, contratos, família, sucessões... A segurança jurídica existe para que a justiça, finalidade maior do Direito, se concretize. SEGURANÇA JURÍDICA Vale dizer que a segurança jurídica concede aos indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das conseqüência dos atos praticados. A segurança jurídica depende da aplicação, ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Miguel Reale, discorrendo acerca da obrigatoriedade ou a vigência do Direito, afirma que a idéia de justiça liga-se intimamente à idéia de ordem. No próprio conceito de justiça é inerente uma ordem, que não pode deixar de ser reconhecida como valor mais urgente, o que está na raiz da escala axiológica, mas é degrau indispensável a qualquer aperfeiçoamento ético. Com efeito, vislumbramos que a obrigatoriedade do direito compõe a segurança jurídica, estando a mesma vinculada ao valor de justiça da cada sociedade. • Júlio foi atropelado quando seguia de bicicleta em pista própria, por um ônibus que invadiu a ciclovia para fazer uma ultrapassagem. Requer na Justiça uma indenização em face da Empresa de ônibus Estrela do Sul. Fundamenta seu pedido com base na regra do art. 43 do Código Civil que assim dispõe:Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. • O pedido formulado por Júlio está fundamentado com apoio no: • a) direito positivo; • b) direito natural; • c) direito processual; • d) direito autoral; • d) costume. CASO CONCRETO Direito e Moral . A Moral • - Regras de conduta que orientam o comportamento dos indivíduos e servem para avaliação da conduta humana. • Primeiramente no capítulo, a Moral é abordada como sendo o conjunto de convicções de uma pessoa, de um grupo ou da sociedade inteira sobre o bem e o mal. O Direito • O conceito de moral varia muito de pessoa para pessoa, de um grupo social para outro, e por esta razão é muito difícil criar uma legislação puramente baseada nos conceitos morais. • O direito nesse contexto fica a par de regulamentar o convívio social, resolver os possíveis conflitos das sociedades modernas, sem se envolver com os diversos sistemas morais. “Mantida decisão que condena música de Tiririca por racismo O Tribunal de Justiça do Rio manteve anteontem decisão que condena a gravadora Sony Music por causa da música ‘Veja os cabelos dela’, composta pelo agora deputado Tiririca (PR-SP). A decisão confirma sentença de 2004 que estipulava indenização de R$ 300 mil (…) Trecho da música diz ‘Essa nega fede’. A ação foi movida pelas ONGs Centro de Articulação das Populações Marginalizadas, Instituto das Pesquisas das Culturas Negras, Grupo de União e Consciência Negra e Instituto Palmares. A gravadora, com quem Tiririca não tem mais contrato, diz que vai recorrer da decisão”. Diferenças sob cinco diferentes pontos de vista: • -Finalidade; • -Fonte e critérios de reconhecimento; • -Tipos de sanções; • -Conteúdo; • -Conhecimento por parte dos destinatários; A influência da moral no direito: • Os legisladores que criam novas normas, levam em conta os princípios morais da população. Eles evitam elaborar normas que contrariam a moral, pois sabem que isso criará conflitos sérios, diminuindo a legitimidade e a eficácia do direito. • Neste sentido podemos dizer que existe um núcleo comum de regrais morais e jurídicas, aquilo que corresponde a moral é frequentemente positivado como direito. • Mas a moral não é única, e isso acarreta discussões. A influência do direito na moral: • A aplicação cotidiana do direito, efetua uma propaganda moral, induzindo seus destinatários a aceitar como moralmente correto aquilo que é legalmente estabelecido. • Um bom exemplo são os direitos humanos, estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia desrespeitar os direitos humanos é visto não só como uma violação de regras jurídicas mas como um ato de imoralidade. Possíveis relações • Existem cinco teses sobre a relação entre direito e moral: • -Tese da identidade; • -O direito como mínimo ético; • A moral como mínimo jurídico; • Tese da conexão; • Tese da separação; • (Dimoulis, 2011, p. 62) • (DIMOULIS, 2011, p, 64) • (DIMOULIS, 2011, p. 65) • (DIMOULIS, 2011, p. 66) • (DIMOULIS, 2011, p. 66) Direito e Justiça 1. A justiça no mundo jurídico Qual a diferênça entre DIREITO e JUSTIÇA ? Exercer poder e aplicar regras Segurança e bem estar de todos Estado O quê é JUSTIÇA, o que é justo? 1. A justiça no mundo jurídico O quê é JUSTIÇA, o que é justo? RESP - CIVIL - LOCAÇÃO - ALUGUEL - REVISÃO - A lei locatícia visa a favorecer o inquilino. O DIREITO É INDISSOCIÁVEL DO JUSTO. O 'pacta sunt servanda' deve conciliar-se com a cláusula 'rebus sic stantibus'. A referida proteção não pode converte-se em enriquecimento sem justa causa. Urge, então, nesse quadrante, promover a revisão de aluguel. (STJ - REsp: 36279 SP 1993/0017683-8, Relator: Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, Data de Julgamento: 09/05/1994, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 05.04.1999 p. 155) 1. A justiça no mundo jurídico Definições de JUSTIÇA: - Justiça Absoluta: Valores fundamentais, mandamentos que indicam o justo; - Historicismo: Valores de justiça aceitos pela sociedade apesar das evoluções; - Relativismo: Cada pessoa possui seu senso de justiça. Variantes: Nível social, história e espaço. Indefinição de justiça Aplicação de leis • Normas concretas; • Teorias do justo; • Representantes do povo. Leis 2. Estado de direito. Justiça ou formalidade? Estado Constitucional: Poder legislatico submetido à Constituição e às fiscalizações do poder judiciário. Tipos de Estado: Estado de Polícia: Estado autoritário e soberano; Cria leis para reger a sociedade Objetivo: Segurança política; limitar e regular o poder do Estado. Estado legal: Poder Executivoe Poder Judiciário submetidos às leis; Poder legislativo soberano: cria e transforma as leis. Objetivo: Limitar o poder do Legislativo; dificultar mudanças na Constituição. Estado de Juízes? 2. Estado de direito. Justiça ou formalidade? O Estado de Direito é um Estado ou organização político- estatal com tarefas e atividades limitada pelo direito. CARACTERISTÍCAS: Poder público definido e controlado por uma Constituição Separação dos poderes Prevalência dos direitos fundamentais (indivíduo, social e coletivo) Conceito Formal: - Organização política e social - Segurança política - Não necessariamente justo Conceito Material: - Estado de justiça - Instabilidade de leis - Imprevisibilidade 3. Direito natural como garantia da justiça? Definição do Direito Natural: • Vem da natureza; • Intrínseco; • Estável e imutável. Fontes do Direito Natural: • A natureza; • Jusnaturalismo teológico; • Jusracionalismo. Objetivo: Direito Positivo Direito Natural Aplicação de leis JUSTAS ? Qual prevalece? 3. Direito natural como garantia da justiça? Crítcas ao Direito Natural : Vagueza: Faltam normas, regras claras e determinação de conduta. Subjetivismo: Oportunismo, justificativa para injustiças. Conservadorismo: Nega a transformação da sociedade. Irrelevância: Submetido a uma vontade política, não é natural. 4. Conclusões Definição de JUSTIÇA: Abstrata e dinâmica Necessário: Regras claras para reger a sociedade Segurança Jurídica Problema das leis: Por vezes injustas Definição de Direito: Aplicação de LEIS e não de justiça. Escolas do Direito IED ESCOLAS Direito possui várias divisões e sub-divisões. A primeira grande divisão que pode ser apresentada para o Direito é a que classifica em Direito Natural e Direito Positivo. AULA 1 DIREITO NATURAL Moral O direito natural deriva da essência de algo imaterial,ou divino; Para os chamados jusnaturalistas (adeptos dessa teoria do direito ) a fonte do Direito natural se origina da natureza, dos deuses ou de Deus, ou do pensamento racional do ser humano. Há a suposição da existência de certos princípios como uma idéia superior de Justiça, aos quais os homens não se podem contrapor. No direito natural, as normas não são escritas, são de conhecimento com base na moral e no bom senso. É o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e suprema. O direito natural, portanto, é um conjunto de normas cuja observância é necessária, mas insuficiente para garantir a justiça na convivência humana. DIREITO NATURAL O DIREITO NATURAL não depende, para a sua existência, de qualquer convenção, positividade. É algo que existe naturalmente, podendo ser realizado das mais variadas formas possíveis. Tem a mesma eficácia em toda parte, prescrevendo ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas tenha o sujeito, tendo existência independente do fato de parecerem boas a alguns e más a outros. A IDEIA DO DIREITO NATURAL. O JUSNATURALISMO. AULA 1 T É corrente tradicional do pensamento jurídico, que defende a vigência e a validade de um direito superior ao direito positivo. Tem-se mantido de pé, apesar das várias crises por que tem passado, e apesar de criticada, mantém-se fiel ao menos a um princípio comum: a consideração do direito natural como direito justo por natureza, independente da vontade do legislador, derivado da natureza humana (jusnaturalismo) ou dos princípios da razão (jusracionalismo), sempre presente na consciência de todos os homens. O JUSNATURALISMO TEOLÓGICO E RACIONALISTA 112 Moral As duas correntes admitem um Direito segundo a natureza do homem que preexiste as suas diferentes organizações políticas e sociais (instituições) e que não coincide necessariamente com o direito das convenções, dos acordos, do entendimento. - TEOLÓGICOS - direito é revelação divina e transcendente aos próprios homens. O homem é mero portador dos princípios revelados da vontade divina (São Tomás de Aquino). 113 RACIONALISTAS - para eles existe um Direito imanente à natureza do homem e que as organizações políticas e sociais são formas especialíssimas de concretizar o direito natural (Hugo Grotius). Partem do pressuposto de que existe uma verdadeira identidade entre o Direito e a Justiça, o que significa que não existe Direito injusto. O injusto é o antijurídico, e a sanção é o instrumento da restauração da expectativa de justiça. 114 O ponto comum entre as diversas correntes do direito natural tem sido a convicção de que, além do direito escrito, há uma outra ordem, superior àquela e que é a expressão do Direito justo. É a idéia do direito perfeito e por isso deve servir de modelo para o legislador. É o direito ideal, mas ideal não no sentido utópico, mas um ideal alcançável. A divergência maior na conceituação do Direito natural está centralizada na origem e fundamentação desse direito. Os jusnaturalistas nunca dissociaram ou distinguiram, mesmo nas formulações mais modernas, realidade e valor. A Revolução Francesa vai levar à contraposição entre direitos revelados e as convenções escritas como novas formas de transcrição dos valores racionais naturais diversamente dos valores divinos naturais. A necessidade de se reforçar a razão convencional em detrimento do ideal absolutista revelado, superestimou os documentos escritos – a lei e o contrato – e criou as condições históricas e políticas para o desenvolvimento do legalismo positivista, caracterizado no Code Napóleon. DIREITO POSITIVO É o ordenamento jurídico (conjunto de normas jurídicas) em vigor num determinado país e numa determinada época. (Washington de Barros Monteiro) O direito positivo, assim criado, é fruto da vontade soberana da sociedade, que deve impor a todos os cidadãos normas voltadas para assegurar às relações interpessoais a ordem e a estabilidade necessárias para a construção de uma sociedade justa. • Precisando o pensamento do Prof. Paulo Dourado de Gusmão o direito positivo “é o direito vigente, histórico, efetivamente observado passível de ser imposto coercitivamente, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes, resoluções, regulamentos, decretos, decisões dos tribunais, etc.”. É, desta forma, o direito determinável na história de um país com pouca margem de erro, por se encontrar em documentos históricos (códigos, leis, compilações de costume, repertórios de jurisprudência, tratados internacionais, etc.). É portanto, o direito vigente ou que teve vigência. É direito positivo tanto vigente como o que vigorou no passado longínquo, como, por exemplo, o Código de Hamurabi ou o Direito Romano. • Paulo Nader, Curso de Direito Civil, vol I Quando se emprega, isoladamente, o vocábulo Direito, via de regra a referência se faz ao Direito Positivo. O termo positivo às vezes induz o estudioso ao erro de imaginar que o Direito Positivo limita-se ao conjunto de normas escritas. A positividade se identifica, sim, mas com a chancela do Estado. Ou seja, o Direito Positivo possui a estatalidade ou estadualidade como uma de suas notas fundamentais. As normas costumeiras, que por natureza não são escritas, quando previstas como fonte no sistema jurídico, configuram também o Direito Positivo. Este pode se expressar por diferentes fontes, desde que estabelecidas na lei de introdução ao sistema. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO As primeiras noções de Direito Natural e Direito Positivo surgem na Antiguidade, principalmente com os estudos do filósofo Aristóteles, que definiu as concepçõesde justo legal (díkaion nomikón) e de justo natural (díkaion physikón). O primeiro é constituído por disposições criadas pelos cidadãos da pólis, com vigência definida por um órgão legislativo. Escolhe-se uma conduta como modelo, dentre várias possíveis, sendo, a partir deste momento, convencionada a obrigatoriedade de adequação dos cidadãos a tal padrão de comportamento, sob pena de infringência da ordem estabelecida e conseqüente aplicação de pena. DIFERENÇAS ENTRE DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO DIREITO POSITIVO DIREITO NATURAL Temporal Existe em Determinada Época Atemporal Vigência Oservância pela sociedade e aplicação pelo Estado Independe de vigência Formal Informal Depende de formalidades para sua existência Hierárquico Não hierárquico Ordem de importância estabelecida pelas regras DIREITO POSITIVO DIREITO NATURAL Dimensão Espacial Independente Local Vigência em local definido Criado pelo Homem Emerge Espontâneamente da Sociedade Fruto da vontade do homem Escrito Não Escrito Códigos , leis, jurisprudências Mutável mediante a vontade humana Existe em deteminada época Atemporal DIREITO NATURAL E POSITIVO • O Direito Natural revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção ao homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se tenha um ordenamento jurídico substancialmente justo. O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado. (...) É um Direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação de experiência e razão. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável. (Paulo Nader). O POSITIVISMO LEGALISTA 125 A positivação dos jusnaturalismo racionalista provocou o desenvolvimento do mais sólido movimento jurídico da história do pensamento jurídico contemporâneo. A legalidade, a ordem escrita, se sobrepôs a todos os padrões de legitimidade e justiça: o justo e o legítimo são valores que a lei transcreve e prescreve, e aquilo que a lei não alcança não é Direito. A é igualdade perante a lei; a liberdade é a que a lei permite; o crime é crime se a lei o define como crime; ninguém deve fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei; nenhuma lei pode modificar direito (legalmente) adquirido, coisa julgada ou ato jurídico perfeito. O código passa a representar para toda a vida moderna o modelo de organização civil da sociedade. A perfeição do Código não admitia qualquer leitura que fugisse ao seu sentido literal – a verba legis – o sentido filológico e gramatical de suas palavras. 126 127 Para os juspositivistas o Direito é a lei – “eu não conheço o direito Civil, eu ensino o Code Napoléon” (Bugnet) Este positivismo de características aplicativas, silogista e mecanicista será a tendência dominante: legal, estatal e avalorativo. Todavia, não há como negar a importância dos juspositivistas na sociedade contemporânea.. O legalismo positivista guarda a profunda defesa da ordem posta e o seu pressuposto é o pressuposto de sua aplicação. 128 A Teoria Pura do Direito (Normativismo Jurídico) No início do século XX, Hans Kelsen apresenta, na sua obra Teoria Pura do Direito, uma concepção de ciência jurídica com a qual se pretendia finalmente ter alcançado, no Direito, os ideais de toda a ciência: objetividade e exatidão. É com esses termos que o autor apresenta a primeira edição de sua obra mais conhecida. Para alcançar tais objetivos, Kelsen propõe uma depuração do objeto da ciência jurídica, como medida, inclusive, de garantir autonomia científica para a disciplina jurídica, que, segundo ele, vinha sendo deturpada pelos estudos sociológicos, políticos, psicológicos, filosóficos etc. 129 A ousadia do pensamento kelseniano, desqualificando a importância do jusnaturalismo como teoria válida para o direito e pretendendo dar caráter definitivo ao monismo jurídico estatal, fez de Kelsen o alvo preferido das teorias críticas no Direito, inconformadas com os déficits éticos do pensamento jurídico assim purificado e com o consequente desinteresse dos juristas em realizar cientificamente um direito atrelado a critérios de legitimidade não apenas formais A moldura interpretativa kelseniana 130 A moldura interpretativa é a maior criação do pensamento kelseniano nessa matéria e foi elaborada para solucionar os casos de indeterminação das leis. Segundo Kelsen, o Direito a aplicar forma, em todas estas hipóteses, uma moldura dentro da qual existem várias possibilidades de aplicação, pelo que é conforme ao Direito todo ato que se mantenha dentro desse quadro ou moldura, que preencha esta moldura em qualquer sentido possível?. Kelsen considera que a norma superior forma uma moldura determinante de um campo de ação para a norma inferior, onde há várias possibilidades legais de aplicação do direito. Pode-se visualizar a moldura como uma figura geométrica, dentro da qual cabe ao órgão aplicador do direito escolher dentro das possibilidades oferecidas previamente pela norma superior. A moldura interpretativa kelseniana 131 Em suma: num primeiro momento, o intérprete manter-se-ia neutro, realizando um ato meramente cognoscitivo (desprovido de vontade) para conhecer a moldura e as possibilidades de sua ação. Posteriormente, através de uma volição, o intérprete escolheria qual o caminho a seguir e aplicaria o direito. Teoria Tridimensional do Direito 132 Nas lições de Reale, há um mundo do ser que aprecia a realidade social como ela de fato é; há um quadro de idéias e valores; e, finalmente, um modelo de sociedade desejado (mundo do dever- ser) à medida que a norma deseja reproduzir o ser podemos afirmar que nos encontramos diante de uma sociedade de essência conservadora; ao contrário, quando o dever-ser procura modificar o ser, pode ser entendida como verdadeira à afirmativa de que nos confrontamos com uma sociedade eminentemente progressiva. Teoria Tridimensional do Direito 133 Conseqüentemente, o Direito não é puro fato, não possui uma estrutura puramente factual, como querem os sociólogos; nem pura norma, como defendem os normativistas; nem puro valor, como proclamam os idealistas. Essas visões são parciais e não revelam toda a dimensão do fenômeno jurídico. O Direito congrega todos aqueles elementos: “é fato social na forma que lhe dá uma norma segundo uma ordem de valores”. O aborto constitui crime contra a vida, punível segundo o art. 124 do Código Penal, com até três anos de prisão! A condenação não foi justa, a lei sobre o aborto quase nunca é aplicada! O problema é de cunho filosófico, que envolve reflexões sobre o moralmente certo e o errado. • Esfera da Validade (Normativa, Dogmática, do dever ser); • Esfera da Realidade (Fática, Sociológica, do ser); • Esfera da idealidade-legitimidade (Axiológica, Filosófica, do querer ser). As Esferas do Direito Teoria Tridimensional do Direito 137 Buscou o jurista demonstrar, em sua tese, que o Direito é uma realidade tridimensional, compreendida, através das seguintes dimensões básicas: fato, valor e norma. O “Fato”, é o acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem e que por isso enquadra-se dentro dos assuntos regulados pela ordem jurídica. O “Valor” é o elemento moral do Direito se toda obra humana é impregnada de sentido ou valor, que protege e procura realizar valores fundamentais da vida social, notadamente, a ordem, a segurança e a justiça. A “Norma” é o padrão de comportamento social imposto aos indivíduos, quedevem observá-la em determinadas circunstâncias. 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