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ANOTAÇÕES DE ALGUNS CAPÍTULOS DO LIVRO PSICODIAGNÓSTICO V Otniel Cabral Ramos Psicologia 7º período Cap. 2 Fundamentos do psicodiagnóstico Cap. 3 O problema Cap. 4 O CONTATO COM O PACIENTE Cap.5 A ENTREVISTA CLÍNICA CAP. 6 A história do examinando Cap. 10 Entrevista lúdica Cap. 2 Fundamentos do psicodiagnóstico Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, propósitos clínicos. “É processo que visa a identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia” (p. 23). Sua origem é de Lighter Witmer (1896) Outra definição para psicodiagnóstico: “é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso” (p. 26). O que o caracteriza como científico é o levantamento prévio de hipótese O plano de avaliação, ou seja, como vai se dá o processo avaliativo? Quais instrumentos e técnicas vão usar? Os dados obtidos devem ser relacionados com a historia clínica, história pessoal ou com a cultura. O psicodiagnóstico pode ter um ou vários objetivos, tudo depende dos motivos ou a queixa do sujeito ou do encaminhamento. Alguns objetivos de uma avaliação psicológica clínica Classificação simples: é comparativa, tomando por base outros sujeitos e é de caráter quantitativo. Descrição: vai além da anterior, ou seja, interpreta os dados. Classificação nosológica: testes de hipótese, tendo por base critérios diagnósticos. Diagnóstico diferencial: “São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou natureza da patologia”. Avaliação compreensiva. Levam em consideração vários aspectos psicológicos, exemplo, personalidade. Entendimento dinâmico: vai além dá anterior, integrando os dados com as teorias. Prevenção Prognóstico: “Determina o curso provável do caso” Perícia Forense: elementos que podem estar relacionado à infração da lei. Quem pode realizar o diagnóstico psicológico Psicólogo ou psiquiatra Pelo psicólogo clínico exclusivamente Pela equipe multiprofissional Comportamentos específicos do psicólogo 1. Determinar quais os motivos do encaminhamento, queixas e outras dificuldades; 2. Levantar dados de todo o contexto (Escola, médico, família etc...) em que o sujeito de encontra, inclusive, buscando dados suplementares. 3. Busca conhecer a história clínica e pessoal 4. Realiza exame do estado mental do sujeito 5. Levantar hipótese e definir o objetivo do exame 6. Ter um plano de avaliação 7. Estabelece um contrato de avaliação 8. Administrar testes 9. Procurar levantar dados qualitativos e quantitativos 10. Selecionar e Integrar todos os dados. 11. Comunicar o resultado 12. Encerrar o processo Passos do diagnóstico: 1. Levantamentos de perguntas, tomando por base a queixa e as hipóteses. 2. Planejamento, seleção e utilização de instrumentos de exame psicológico. 3. Levantamento quantitativo e qualitativo 4. Integração dos dados e inferências 5. Comunicação de resultados, orientação sobre o caso e encerramento do processo. Cap. 3 O problema A avaliação decorre de um problema prévio Os pais muitas vezes negligenciam o comportamento dos filhos, justificando que é da fase mesmo. “Quando um problema ocorre com um adulto, pode-se verificar uma tendência a enfrenta-lo sem ajuda, ou uma tentativa de explica-lo em termos de fatores circunstâncias e, assim, talvez resolvê-lo através de mudanças externas” (p.32). É importante buscar conhecer a pré-história de um estudo de caso Sinais e sintomas, termos oriundos da medicina. Sinal é referido, para diagnosticar comportamentos observáveis. Sintomas são experiências do sujeito, o que é por ele sentido. “Entretanto, essa diferenciação se torna vaga ou praticamente inexistente no âmbito da doença mental, porque esta envolve estados internos, psicopatologia subjetiva, difícil d e descrever” (p. 33). “Parece que, se tomarmos num sentido amplo, a distinção torna-se uma questão de ponto de vista. Shaw (1977), por exemplo, afirmava que „sintoma é uma sinal‟ (p.8), porque se torna significativo na medida em que evidencia uma perturbação” (p.33). Critérios usuais de definição de um problema O problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças no padrão de comportamento comum. Alterações autolimitadas, “que se verificariam pela presença de um exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual, dito normal” (p.33). Critérios de intensidade e/ou persistência Nem um sintoma por si só tem valor diagnósticos é preciso levar em considerações outros sintomas e o contexto e isto durante certo período de tempo. PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS E AMBIENTAIS: ACONTECIMENTOS DA VIDA AVALIAÇÃO DA PSICOPATOLOGIA “Num sentido lato, psicodiagnóstico consiste, sobretudo, na identificação de forças e fraquezas no funcionamento psicológico”. O modelo categórico enfoca o qualitativo e exemplificado pelo julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos Modelo dimensional enfoca o quantitativo e é exemplificado pela medida da intensidade sintomática. “Embora o psicodiagnóstico tenha uma domínio próprio, o seu foco na existência ou não de psicopatologia torna essencial à manutenção de canais de comunicação com outras áreas, precisando o psicólogo estar atento para questões que são fundamentais na determinação de um diagnóstico” (p.36). TRANSTORNOS MENTAIS E CLASSIFICAÇÕES NOSOLÓGICAS Novo dicionário Aurélio, Transtorno é sinônimo de perturbação mental. A utilização do DSM V Cap. 4 O CONTATO COM O PACIENTE “A expressão contato, da raiz latina contactum (Carvalho, 1955), quer dizer exercitar o tato, com vistas ao toque dentro de uma relação de influência e de proximidade (Ferreira, 1986)” (p.38). “Tatear, então, é lidar com as inúmeras resistências ao processo, sentimentos ambivalentes e situações desconhecidas” (p. 38). A pessoa que se encontra em sofrimento chega até psicólogo com a necessidade de ser ajudada, de rendição e de entrega. “A atitude de respeito do psicólogo, ou seja, o “olhar de novo”, com o coração, em conjunto com o paciente para a sua conflitiva, livre de críticas, menosprezo e desvalia, é basilar no exercício de tocar a psique, para uma ligação de confiança” (p. 38). É preciso ter o acolhimento e o estabelecimento do contato MOTIVOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES A marcação da consulta já é em si um processo de trabalho psicológico, precedido de intensa angústia e ambivalência. Quando o paciente vem encaminhado ou incentivado por terceiros ele pode ter uma noção vaga de seu real problema. Ele pode então negar a realidade do problema e depositá-la em um terceiro, ou seja, o que encaminhou ou os que incentivaram. Observar quando a criança ou adolescente é direcionado para a consulta ele pode ser o incluído ou excluído É importante que o sujeito saiba por que está ali, seja criança, adolescente, adulto ou idoso. O motivo ou a queixa exposta nem sempre é a verdadeira 1. Se o psicólogo não consegue identificar a real queixa, o processo de avaliação pode ser comprometido. 2. “O paciente percebe a discrepância e projeta no material de testes suas dificuldades, enquanto o psicólogo „ finge estar investigandouma coisa, mas sorrateiramente explora outra socialmente rejeitada‟ (Ocampo & Arzeno, 1981, p.37)” (p.39). 3. Dificuldades que podem ocorre no momento da devolução: a. No caso do parecer técnico estar contaminado e distorcido; b. Porque o psicólogo entra em aliança com os aspectos patológicos; c. Por adotar uma atitude ambígua, não sendo devidamente explicito; ou, ainda. d. Deixando claros somente os pontos tolerados pelo paciente e por seu grupo familiar. 4. As autoras salientam o comprometimento que pode sofrer a indicação para a terapia, visto que o paciente temerá repetir o mesmo vínculo dúbio e falso. É preciso deixar claro ao sujeito as motivações conscientes e inconscientes INDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Saber quem é o verdadeiro paciente É preciso saber se o sintoma trazido pela família é coerente ou não “O psicólogo começa a conhecer “quem é” o seu paciente, por meio de perguntas iniciais do primeiro contato” (p. 40). Dinâmica da interação clínica Aspectos inconsciente e consciente A interação entre o psicólogo e o paciente Atitude: O psicólogo com sua função de examinador e clínico O paciente com sua sintomatologia e necessidade de ajuda Motivações: O psicólogo e o paciente com seus aspectos inconscientes, assumindo papéis de acordo com seus sentimentos primitivos e sias fantasias. Inconsciente: Têm-se os fenômenos de transferência e contratransferências. “O fenômeno transferencial não tem um caráter só positivo ou negativo, mas consiste na „recriação dos diversos estágios do desenvolvimento emocional do paciente ou reflexo de suas complexas atitudes para com figuras-chave de sua vida” (MacKinnon & Michels, 1981, p. 22). (p. 41) Observar se o paciente está tentando agradar o psicólogo Observar se há sentimentos de competitividades O silêncio o falar sem parar são manifestações de resistências O paciente pode usar mecanismos de intelectualização Outras formas de resistências é o sujeito só procurar falar sobre sintomas ou ao contrário falar sobre as banalidades A conduta de atuação é algo a ser observado Contratransferência O psicólogo pode ficar dependente do afeto do paciente A contratransferência é importante para poder perceber o inconsciente do paciente Atitude de estímulo Rapport Definição de problemas e necessidades do psicólogo O psicólogo sofre pressão por parte daqueles que solicitam os seus serviços “Sua percepção de como exerce e maneja sua tarefa também é um fator de pressão sobre a sua auto-imagem” (p. 42). O psicólogo pode ser driblado por sua própria expectativa Variáveis psicológicas do psicólogo e do paciente Constantes relativas ao papel de psicólogo são as seguintes: a) Aspecto “voyeurista”, ou seja. “O psicólogo examina e perscruta com „ vários olhos”. b) Aspectos autocráticos (o tudo pode) c) Aspecto oracular (o tudo saber) d) Aspecto santificado (assumir papel de salvador) Constante do paciente na interação clínica e) “auto-exposição, com ausência de confiança; intimidade violada”. f) “perda de controle sobre a situação” g) “perigos de autoconfrontação” h) Tentativa de reagir de forma regressiva i) Ambivalência diante da liberdade Importância para o psicodiagnóstico Cap.5 A ENTREVISTA CLÍNICA DEFININDO A ENTREVISTA CLÍNICA “... é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (individuo, casal, família, rede social), em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas” (p. 45). Técnica série de processo que possibilita a investigação A investigação possibilita alcançar os objetivos primordiais da entrevista, que são descrever e avaliar. Esta investigação tem por base os constructos teóricos, exemplo psicologia do desenvolvimento. A entrevista é parte de um processo É dirigida, ou seja, é preciso reconhecer quais são os objetivos da entrevista. É uma relação profissional, é ele que tem a responsabilidade de conduzir o processo. O entrevistado deve ser um participante colaborativo O principal beneficiado deve ser o entrevistado É importante delimitar o tempo da entrevista TIPOS E OBJETIVOS DA ENTREVISTA CLÍNICA CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ASPECTO FORMAL As entrevistas podem ser divididas em estruturadas, semiestruturadas e de livre estruturação. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS OBJETIVOS Até certo ponto é difícil eleger apenas um objetivo, devido à dissociação entre abordagem e objetivo. Um objetivo comum é que: a finalidade maior de uma entrevista é sempre a de descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno Existem objetivos instrumentais Avaliar um quadro psicopatológico – exame detalhado dos sintomas apresentados Na entrevista psicodinâmica, é importante a investigação do Desenvolvimento psicossexual. Alguns tipos de entrevista devem ser mencionados quanto a sua finalidade: De triagem, objetivo principal avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento. De anamnese, tem por objetivo primordial o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, principalmente na infância. Diagnóstica, é bem verdade que toda entrevista clínica contém um elemento diagnóstico, só que de maneira mais específica, é o exame e a análise explicita ou cuidadosa de uma condição na tentativa de compreendê-la, explica-la e possivelmente modifica-la. Implica descrever, avaliar, relacionar e inferir, tendo em vista a modificação daquela condição; Sistêmicas, podem focalizar a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar. Podem também avaliar aspectos importantes da rede social de pessoas e famílias e; De devolução tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado da avaliação, outro objetivo importante, é permitir ao sujeito expressar seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e recomendações do avaliador. COMPETÊNCIAS DO AVALIADOR E A QUALIDADE DA RELAÇÃO Antes de ser visto como uma técnica é preciso vê-la como um contato social Aspectos necessários para que o entrevistador realize um bom processo 1. Estar presente, ou seja, se mostrar inteiramente disponível. 2. Ajudar o paciente a se sentir a vontade 3. Facilitar a expressão dos motivos 4. Buscar esclarecimentos para colocações vagas ou incompletas; 5. Gentilmente, confrontar esquivas e contradições; 6. Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista; 7. Reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente 8. Compreender seus processos contratransferências 9. Assumir a iniciativa em momentos de impasse 10. Dominar as técnicas que utiliza CAP. 6 A história do examinando Em muitos casos os psicólogos não pode se valer dos testes, pois o examinando, pode possuir suas funções do ego e cognitivas comprometidas. Dependendo dos objetivos o psicólogo pode se restringir à história e ao exame do paciente, visando uma melhor compreensão. HISTÓRIA CLÍNICA “Pretende caracterizar a emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais, numa determinada época, e a sua evolução até o momento atual, que habitualmente é entendido como ocasião em que o exame foi solicitado” (p 58). Como nem sempre o sujeito consegue determinar o início de seus problemas, busca-se a compreensão através da história pessoal. Depois de determinado o início da história clinica ainda se faz necessário um levantamento da sintomatologia e das condições de vida do paciente,no momento atual, além de sua história psiquiátrica pregressa. Também é importante uma exploração na área sexual Há casos em que a entrevista pode ser mais ou menos diretiva HISTORIA PESSOAL OU ANAMNESE “a historia pessoal pressupõe uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação”. Tópicos que podem servir como pontos de referência para a exploração da vida do paciente Contexto familiar História pré-natal e perinatal A primeira infância (até os 3 anos) Infância intermediária (3 a 11 anos) Pré-puberdade, puberdade e adolescência. Idade adulta Fontes subsidiárias AVALIAÇÃO DINÂMICA Não é uma sessão de psicanálise Modo dinâmico de compreender os fatos Enfoque especial no caso do adolescente Enfoque especial no caso da criança Cap. 10 Entrevista lúdica Freud e o caso do pequeno Hans acabam por abrir as portas para a aplicação da psicanálise em crianças “A partir do pequeno Hans, Hermine Von Hug Hellmuth observou que o jogo fornecia excelentes possibilidades de compreensão dos fantasmas, instituindo uma primeira forma de análise infantil que se vinculou primeiro a educação” (p. 96). Melanie Klein acreditava que as crianças poderiam sim ser analisadas. “Neste sentido, Klein pode ser considerada como a iniciadora da técnica psicanalítica para crianças, preconizando a aplicação do jogo, por entendê-lo como o equivalente a um fantasma masturbatório (p.96)”. Mais, contudo Freud foi o primeiro a refletir sobre a função e o mecanismo psicológico da atividade lúdica infantil, como, vemos no fort (fora) da (aqui). Através desta brincadeira Freud compreendeu que era uma maneira de controlar a angústia da mãe. Então segundo Freud as crianças brincam para fazer alguma coisa, que na realidade, fizeram com elas. O brinquedo é um meio de comunicação que tem por finalidade ligar o mundo externo e o interno, a realidade objetiva e a fantasia. O brincar é uma maneira de elaborar circunstâncias traumáticas O brinquedo tanto serve para fins terapêuticos como para diagnostico, que é o caso aqui explorado. Qualquer brinquedo serve, pois eles oferecem possibilidades lúdicas projetivas para o diagnóstico. Ao término da sessão o psicólogo junto com a criança deverá guardar todo o material utilizado dentro de uma caixa que ficará fechada. A criança deve saber por qual motivo foi levada ao psicólogo “As instruções específicas para uma entrevista lúdica consistem em oferecer à criança a oportunidade de brincar, como deseje, com todo o material lúdico disponível na sala, esclarecendo sobre o espaço onde poderá brincar, sobre o tempo disponível, sobre os papéis dela e do psicólogo, bem como sobre os objetivos dessa atividade, que possibilitará conhece- la mais e, assim, poder posteriormente ajudá-la” (p. 98-9). O material lúdico não deve ser apresentado em uma ordem aparente “A escolha do brinquedo e jogos está relacionada com o momento evolutivo emocional e intelectual em que a criança se encontra” (p. 100). Observar quando a criança fixa em apenas uma brincadeira pode ser consequência de um ego pobre frente à ansiedade e a dificuldade para aproveitar e/ou modificar os atributos do brinquedo A criança que demonstram através do brincar necessidades de ordem e perfeccionismo Pode-se avaliar a motricidade, a personificação e a tolerância à frustração e a adequação à realidade. Referência CUNHA, Jurema Alcides et al. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artmed, 5ª ed 2007.
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