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Aula5 Imunologia

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Aula 5 - Antígenos e anticorpos 
 
● Introdução 
No início dos anos 1900, Paul Ehrlich, importante pesquisador alemão, postulou que as células imunes utilizavam 
receptores para reconhecer toxinas microbianas e secretar, subsequentemente, esses receptores para combater 
os microrganismos. 
Criou o termo ​anticorpos para designar as proteínas séricas que ​se ligam às toxinas ​, e ​antígenos para as 
substâncias que ​estimulavam ​ a produção desses anticorpos. 
 
● Antígenos 
Antígenos são substâncias que estimulam respostas imunológicas e reagem com produtos de uma resposta 
imune específica. 
Alguns termos importantes: 
- Imunógeno: ​ Uma substância que induz uma resposta imune específica; 
- Antigenicidade: ​Capacidade de uma substância se ligar a anticorpos ou células do sistema 
imunológico; 
- Imunogenicidade​: Capacidade de uma substância induzir uma resposta imune. Logo, uma substância 
é um imunógeno quando estimula uma resposta imune; 
- Hapteno​: Uma substância não imunogênica sozinha, mas quando acoplada a uma molécula 
carreadora, torna-se apta a estimular uma resposta imunológica; 
- Epítopo ou determinante antigênico: Porção de um antígeno que se liga com produtos de uma 
resposta imunológica específica. 
 
● Natureza química dos imunógenos 
Moléculas ou partículas estranhas de um microrganismo costumam ser considerados antígenos. Em geral, 
proteínas são melhores antígenos que carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos. 
- Proteínas: ​São os principais imunógenos. Podem ser puras ou combinadas, como as glicoproteínas e 
lipoproteínas. 
- Peptídeos: Os peptídeos são fragmentos de proteínas, resultantes do processamento de proteínas, 
que podem possuir dois ou mais aminoácidos em sua composição, podendo ser: Dipeptídeo: cadeia com 
dois aminoácidos; Oligopeptídeo: de 3 a 50 aminoácidos; Polipeptídeo: 51 ou mais aminoácidos. 
- Carboidratos: Os polissacarídeos puros e os lipopolissacarídeos são os imunógenos de estrutura 
glicídica mais conhecidos. 
- Lipídeos: Em geral, não são bons imunógenos. Podem ser haptenos e, caso ligados a um carreador, 
estimulam uma resposta imunológica específica. 
- Ácidos Nucleicos: Não costumam ser imunogênicos, mas podem se tornar quando em fita simples ou 
associados á proteínas. Para saber sobre Antígenos T-dependentes e T-independentes e 
Superantígenos, confira o pdf que preparamos para você. 
 
● Antígenos endógenos e exógenos 
No processamento da resposta imunológica, os antígenos podem ser: 
Endógeno - São considerados endógenos quando são produzidos no interior da célula hospedeira, como em 
caso de célula tumoral ou infectada por vírus. Nesses casos, a célula sintetiza proteínas que irão se associar ao 
MHC de classe I. 
Exógenos - São aqueles em decorrência da fagocitose e fragmentação do microrganismo, em geral bactérias, 
no interior da célula. Estes antígenos irão se associar ao MHC de classe II. 
 
● Anticorpos 
Anticorpos são imunoglobulinas (Ig), glicoproteínas produzidas pelos plasmócitos em resposta à exposição a 
antígenos. 
A ativação dos linfócitos B e sua diferenciação em células secretoras de anticorpos é iniciada pelo antígeno e 
requer a participação dos linfócitos T auxiliares (TCD4+). 
As imunoglobulinas podem existir em duas formas principais: ligados à membrana na superfície de células como 
receptores de antígenos, e como anticorpos secretados, dispostos intra e extravascularmente. 
São produzidas pelos plasmócitos (linfócitos B ativados) e se apresentam em diversas classes e subclasses, cada 
qual com capacidade diferenciada de reconhecimento de estruturas moleculares. 
 
● Função dos anticorpos 
As principais funções dos anticorpos são de eliminar microrganismos e neutralizar toxinas microbianas. 
A ativação da função efetora ocorre após a ligação do antígeno à molécula de anticorpo. O anticorpo facilita a 
fagocitose, visto que os fagócitos expressam receptores para a função Fc do anticorpo.Nesses casos, o 
reconhecimento não é diretamente ao antígeno, à função Fc do anticorpo. O complexo será fagocitado e 
destruído. 
São três os tipos de função efetora: 
- Neutralização: Os anticorpos se ligam a toxinas ou a microrganismo intracelulares, como os vírus. Na 
neutralização, o complexo antígeno-anticorpo impede que a toxina ou vírus, por exemplo, adsorva no 
receptor da célula e penetre na mesma. A porção Fc dos anticorpos é ativada e se liga ao receptor no 
fagócito. O complexo será fagocitado e destruído. 
- Opsonização: É o processo no qual os anticorpos recobrem todo o patógeno, facilitando a fagocitose 
pelos fagócitos. As substâncias envolvidas na fagocitose, como os anticorpos, são chamadas de 
opsoninas. 
- Ativação da via clássica do sistema complemento: Esta função efetora ocorre no meio 
intravascular. Ao se ligar ao antígeno, dentro da corrente sanguínea, a porção Fc do anticorpo se torna 
ativa, e a proteína plasmática C1 se liga a essa porção. A ativação do sistema complemento leva à 
destruição do patógeno por formação de poros na membrana e posterior fagocitose do mesmo. Vamos 
estudar o sistema complemento na aula 7. 
 
● Imunização 
A presença de anticorpos indica imunidade frente a um dado antígeno/ microrganismo. A imunização pode ser: 
- Ativa​ (quando há memória imunológica): por doença ou por vacina; 
- Passiva (quando não há memória imunológica, caracterizando a utilização de anticorpos produzidos em 
outro ser vivo, como nos casos de imunoterapias): por amamentação, por anticorpo materno ou por 
soroterapia (ex: soro antiofídico). 
 
Diferencie a imunização ativa da passiva e exemplifique. 
Na imunização ativa, há produção de anticorpos por toda a vida do indivíduo. Por exemplo: o objetivo de uma 
vacina é promover a produção de anticorpos específicos contra os antígenos de um microrganismo ou frações 
deste. A produção de anticorpos será contínua, por toda a vida. 
Na imunização passiva, utilizam-se anticorpos de outro ser vivo. Por exemplo: na amamentação e durante a 
gestação, anticorpos da mãe imunizam temporariamente o bebê. 
Outro exemplo é a produção de soro antiofídico, antiaracnídico etc., contra peçonha de serpentes, escorpiões e 
aranhas. Nesses casos, não há memória imunológica e produção de anticorpos.

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