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Aula 2: Origens da Enfermagem ● História da Enfermagem na Idade Média: - Segundo Lima (2001), os saberes relacionados ao cuidar eram passados de mãe para filha, de geração para geração, de comunidade para comunidade. - Desde a Idade Média, algumas mulheres destacavam-se nesse cuidado, e eram apontadas como sábias, feiticeiras ou impostoras para algumas pessoas. - Para a implantação desse cuidado, faziam uso empírico de ervas e drogas, proporcionando resultados satisfatórios a ponto de chamar a atenção de Paracelso (1493-1541), médico estudioso da Farmacologia a partir do conhecimento das ervas. (É de Paracelso a frase: “Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio.”) ● Período Pré-Cristão: - Neste período, as doenças eram vistas como castigos de Deus ou consequências do poder do demônio. Por causa deste entendimento, os sacerdotes ou feiticeiros eram vistos como médicos e enfermeiros. - O cuidado era limitado a afastar os maus espíritos por meio de sacrifícios ou do uso de massagens, banhos de água fria ou quente, purgantes e substâncias que provocavam náuseas. - Com o tempo, os sacerdotes foram adquirindo conhecimentos das ervas medicinais, através das práticas, e passaram a ensinar a outras pessoas. Ao delegar essas ações, surgem as primeiras funções de enfermeiros e farmacêuticos. A morte era vontade dos Deuses — inquestionável e inevitável. ● Civilizações envolvidas: - Egito: Os egípcios praticavam a hipnose e a interpretação dos sonhos. Acreditavam que algumas pessoas interferiam na saúde de outras. Seus ambulatórios eram gratuitos, e lá se praticava o auxílio aos desamparados. Para eles, as receitas médicas, descritas em pergaminhos, deveriam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas. - Índia: Já no século VI a. C., os hindus conheciam músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo. Já realizavam procedimentos de suturas, amputações, trepanações e correção de fraturas. Outra contribuição importante deixada pelos hindus foi a criação de hospitais — eles foram os únicos, na época, a citar os cuidados exercidos pelos enfermeiros e a exigir valores morais e conhecimentos científicos desses trabalhadores. Em seus hospitais, usavam músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes. Entretanto, o Bramanismo (exagerado respeito ao corpo) aparece como responsável por atrapalhar o desenvolvimento científico, pois proibia a dissecação de cadáveres e o derramamento de sangue. As doenças eram consideradas castigo. - Palestina/povo hebreu: Moisés foi o grande precursor das noções de higiene, pois estabeleceu para seu povo a realização do exame físico, diagnóstico, desinfecção, afastamento de objetos contaminados e leis sobre o sepultamento de cadáveres para que não contaminassem a terra. Os viajantes enfermos hospedavam-se gratuitamente. - Assíria e Babilônia: Os povos assírios e babilônios estabeleceram penalidades para médicos incompetentes, tais como amputação das mãos, indenização etc. Acreditavam que a Medicina era baseada em magia. Doenças como a lepra dependiam do milagre de Deus para a cura, e sete demônios eram considerados os causadores das patologias. Os sacerdotes médicos vendiam talismãs com orações usadas contra os ataques. Como exemplo, temos o episódio bíblico do rio Jordão: "Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa" (II Reis: 5, 10-11). - China: Os sacerdotes cuidavam dos doentes e classificavam as patologias em benignas, médias e graves. A divisão dos sacerdotes era estabelecida pela categoria de complexidade da doença da qual se ocupavam. Os chineses já conheciam algumas doenças, como varíola e sífilis. Realizavam cirurgias de lábio e tratamento de anemias, indicando ingestão de ferro através do alimento (fígado); as verminoses eram tratadas com determinadas raízes; para sífilis, prescreviam mercúrio e nas doenças da pele aplicavam o arsênico. Nos templos, eram cultivadas plantas medicinais. Usavam ópio como anestésico e construíram alguns hospitais de isolamento e casas de repouso. Também na China, a cirurgia não evoluiu, devido à proibição da dissecação de cadáveres. A eutanásia era um ato culturalmente aceito. - Japão: A Medicina no Japão era fetichista. Os japoneses aprovavam e estimulavam a eutanásia. O uso de águas termais era a única terapêutica adotada. - Grécia: Nesta época, a Medicina era exercida pelos sacerdotes médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. As primeiras teorias eram fundamentadas na Mitologia — Apolo, o deus sol, era o deus da saúde e da Medicina. Construíram casas para o tratamento dos doentes e usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos. Tinham como tratamento medicinal banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro e água mineral. A importância dada à beleza física, cultural e a hospitalidade contribuíram para o progresso da Medicina e da Enfermagem. Entretanto, o excesso de respeito ao corpo também atrasou os estudos anatômicos. O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando desprezo pela obstetrícia e abandono de doentes graves.Graças a Hipócrates, a Medicina tornou-se científica, deixando de lado a crença de que as doenças eram causadas por maus espíritos. Por este motivo, ele foi considerado o Pai da Medicina. A partir de então, passou a ser realizado o diagnóstico, prognóstico e a terapêutica adequada ao enfermo. Além disso, foram reconhecidas as patologias: tuberculose, malária, histeria, neurose, luxações e fraturas. O princípio fundamental era "não contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir". Eram utilizados como terapêutica: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias, ventosas, vomitórios, purgativos, calmantes, ervas medicinais e medicamentos minerais. - Roma: Devido à tradição do povo romano, essencialmente guerreiro, a medicina não teve êxito em Roma. Foi exercida durante um longo tempo, por escravos ou estrangeiros. O Estado cuidava dos enfermos, baseados na medicina do povo grego, com o intuito de tornarem-se guerreiros, heróis e vigorosos. Entretanto, Roma foi exemplo de limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto. Os romanos criaram na via Ápia, fora da cidade, um local específico para sepultar seus mortos. * É possível conciliar o uso das ervas (fitoterapia) no cuidado em Enfermagem? Resposta: O uso da fitoterapia e de outras práticas complementares em saúde vem obtendo resultados significativos em todo o mundo. Atualmente, a Enfermagem no Brasil vem utilizando a educação popular em saúde, para desenvolver esse cuidado.
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