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SANTOS Conferências de desenvolvimento sustentável, de Estocolmo à COP 20 e o papel do Brasil

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CONFERÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DE ESTOCOLMO À 
COP 20 E O PAPEL DO BRASIL
1
 
 
João Vinícius dos Santos
2
 
RESUMO: Este trabalho tem como principal objetivo apresentar a emergência e o aumento 
gradativo da importância da questão ambiental na pauta da Política Externa Brasileira. Nesse 
sentido, abordaremos o debate promovido pela Organização das Nações Unidas, 
demonstrando a importância das principais conferências realizadas no âmbito dessa 
organização e suas contribuições para a análise da atuação internacional brasileira no que diz 
respeito à questão ambiental. Discutiremos as conferências ambientais para finalmente 
debater o impacto dos encontros sobre a Política Externa Brasileira indicando o 
desenvolvimento do posicionamento nacional. Para tanto, acompanharemos brevemente o 
marco histórico do tratamento da temática ambiental sob a égide do organismo nos seguintes 
eventos: Conferência sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo 1972; Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92; Cúpula Mundial sobre o 
Desenvolvimento Sustentável 2002 – Joanesburgo; Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável 2012 – Rio +20; e finalmente a Convenção de Mudanças 
Climáticas da ONU 2014 – COP 20. 
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável; Meio Ambiente; Organização das 
Nações Unidas; Conferências Ambientais; Desenvolvimento; Brasil. 
 
ABSTRACT: This paper aims to present the emergence and gradual increase in the 
importance of environmental issues on the agenda of Brazilian Foreign Policy. Regard, 
discuss the debate promoted by the United Nations, showing the importance of the major 
conferences in the framework of this organization and their contributions to the analysis of the 
brazilian international proceeding regard to environmental issues. We will discuss the 
environmental conferences to finally debate the impact of meetings on Brazilian Foreign 
Policy indicating the development of the national position. To do so, briefly we are going to 
pass to the main point of treatment in the environmental issues under the aegis of the agencies 
in the following events: Conference on the Human Environment - Stockholm 1972; United 
Nations Conference on Environment and Development - Rio 92; World Summit on 
 
1
 Este artigo foi elaborado no âmbito do projeto de pesquisa “Declaração de Nova York Sobre Florestas: Uma 
análise acerca do papel do Brasil no novo contexto ambiental e geopolítico mundial”, realizado pelo Centro de 
Direito Internacional – CEDIN com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico - CNPq (Processo nº471502/2014-6). 
2
 Aluno da Faculdade Mineira de Direito – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerias. 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 51 
Sustainable Development 2002 - Johannesburg; United Nations Conference on Sustainable 
Development 2012 - Rio +20; and finally the Lima Climate Change Conference 2014 - COP 
20. 
KEYWORDS: Sustainable Development; Environment; United Nations; Environmental 
Conferences; Development; Brazil. 
 
INTRODUÇÃO 
Os impactos da ação humana sobre o meio ambiente, trazem como consequência o 
comprometimento da qualidade de vida, configurando um problema de âmbito global que 
gera preocupações cada vez maiores e envolve todas as esferas da sociedade. A questão 
ambiental tem ganhado mais importância nas últimas décadas, tendo se tornado 
historicamente relevante a partir do século XX, quando a humanidade tomou consciência de 
que a vida no planeta depende de um equilíbrio ecológico. A sociedade industrial moderna 
interfere nesse equilíbrio ambiental, comprometendo os recursos naturais que são necessários 
para a vida. 
Através de um sistema produtivo voraz, alimentado por uma crescente demanda de 
consumo da sociedade moderna, os recursos naturais do planeta têm se tornado cada vez mais 
escassos. Como resposta à destruição ambiental acentuada, movimentos de proteção 
ambiental começaram a surgir, principalmente em países industrializados, questionando o 
modelo industrial vigente. 
Nos demais países, no entanto, a questão a ser tratada ainda era a do desenvolvimento 
industrial e econômico como forma de solucionar sua situação de miséria e atraso. Assim, a 
questão ambiental se tornou presente nesses países em meados da década de 80, estando 
associados o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. 
Os governos de vários países, diante da gravidade dos problemas ecológicos e 
pressionados pela sociedade, foram, gradativamente, incorporando as questões ambientais em 
suas agendas políticas e econômicas. Uma das medidas adotadas foi a proposta internacional 
emergente de criação da educação ambiental elaborada pela UNESCO. Houve o 
reconhecimento de que a sociedade deveria ser informada sobre os problemas ambientais 
criando assim uma espécie de consciência ambiental para que seu comportamento perante os 
recursos naturais ocorresse de forma adequada. 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 52 
 
Com a crescente preocupação ambiental, a sociedade passou a pressionar instituições 
públicas e privadas para que fossem feitos investimentos para solucionar a questão ambiental. 
No Brasil, foram criadas diversas instituições para gerir o meio ambiente, como uma forma de 
atrair maiores investimentos. No entanto, a ideia de criação de uma consciência ambiental 
coletiva demonstrou ser insuficiente para neutralizar o cenário. 
A questão do meio ambiente tem um escopo amplo, interligando áreas como a política, 
econômica e social. O tema, portanto, começou a ser tratado em âmbitos interdisciplinares e 
multilaterais, sendo alvo de constantes discussões, cujos cinco marcos principais foram, as 
Conferências de Estocolmo, Rio92, Joanesburgo, Rio+20 e a COP20. Cada uma dessas 
conferências ajudou a cunhar o Direito Ambiental Internacional que possuímos atualmente. 
O Brasil, um dos países mais atuantes no contexto das Nações Unidas, desde o 
primeiro momento, ocupou posição de particular importância nas discussões sobre o meio 
ambiente. O Brasil é alvo de constante atenção internacional por conter uma das maiores 
reservas de recursos naturais, entre elas a maior reserva de água potável do mundo, e por 
possuir a maior compilação de biodiversidade do planeta. Por esta razão, durante todas as 
conferências, o Brasil buscou dar ênfase às questões que considerava fundamentais para o seu 
desenvolvimento. 
Tais negociações passaram a ter impactos sobre negociações internacionais, 
principalmente aquelas ligadas a comércio e financiamentos. Desta forma, o tema adquiriu 
especial relevância para países como a China, a Índia, o Brasil e demais economias em 
desenvolvimento, que viam tais negociações como uma possível barreira para o seu 
desenvolvimento econômico. 
Nesse contexto, abordaremos os impactos que tais Conferências tiveram no cenário 
mundial, assim como, examinaremos a atuação brasileira nas cinco conferências das Nações 
Unidas que tratam da temática do meio ambiente. Levaremos em consideração a evolução da 
agenda ambiental e as mudanças políticas e econômicas que as mesmas vieram a causar no 
contexto mundial. 
 
BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439,vol.18, 2016, p.50-75. 53 
A Educação Ambiental é um conceito que tem seu surgimento na segunda metade do 
século XX. Sua ocorrência, basicamente, se dá como uma “estratégia” para estimular uma 
consciência ambiental global, fazendo com que a sociedade adquira percepção a respeito dos 
problemas ambientais a serem enfrentados. Ganhando cada vez mais espaço no cenário 
político e pedagógico, a educação ambiental é considerada um elemento básico para a 
resolução de problemas ambientais. Juntamente com a sua evolução está o surgimento de 
iniciativas sociais que visam a proteção ao meio ambiente, assim como o desenvolvimento de 
ações públicas e privadas que visem a sua preservação. 
A conferência de Estocolmo (1972) já vinculava a educação ambiental à promoção de 
determinados valores e atitudes, modificando assim a intervenção do indivíduo na natureza e 
no meio ambiente para que o mesmo possa ser preservado. Isto é, ela deve ser capaz de 
transformar as interações do homem com o ambiente. Através de propostas e programas 
internacionais, a educação ambiental vem ganhando mais relevância, servindo como suporte 
técnico e teórico para diversas atividades desenvolvidas na área ambiental. 
A atual Constituição brasileira prescreve o ensino da educação ambiental em todos os 
níveis escolares. No entanto, Ramos afirma que, sendo o ensino público brasileiro precário, 
houve a redução de grande parte do conteúdo que inicialmente deveria ser abordado. Nessa 
concepção, a educação quando bem executada: 
pode, paradoxalmente ser entendida como um dos mais poderosos instrumentos, 
tanto da estabilização, como de mudança das pessoas e da ordem socioeconômica e 
cultural. Nesse sentido, ela, por promover valores, desenvolver habilidades, torna-se 
um fator de intervenção psicossocial eticamente aceitável. A educação, ao invés de 
receber as interferências da sociedade, é ela que interfere, quase que de forma 
absoluta nos destinos do todo social, curando-o de suas mazelas. (RAMOS, 1996. p. 
95) 
 
A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO 1972. 
 O governo sueco, no início dos anos 70, apresentou à Organização das Nações Unidas 
uma proposta para a realização de uma Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente. O que 
de fato, veio a se concretizar em junho de 1972, em Estocolmo. Conhecida como a 
Conferência de Estocolmo, foi a “primeira vez na história da Humanidade em que políticos, 
especialistas e autoridades de governo, representando 113 nações, 250 organizações não 
governamentais e diversas unidades da própria ONU” (STRONG, 1992, p.13) se reuniram 
para discutir a questão ambiental. 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 54 
 
 Lago afirma que: 
Sua convocação foi consequência da crescente atenção internacional para a 
preservação da natureza, e do descontentamento de diversos setores da sociedade 
quanto às repercussões da poluição sobre a qualidade de vida das populações. 
(LAGO, 2013, p. 14). 
 Sendo a primeira vez que países desenvolvidos e em desenvolvimento se reuniam para 
discutir sobre a temática ambiental, ocorreram divergências explícitas. As nações já 
industrializadas traziam os problemas ambientais como uma realidade a ser enfrentada, 
diferentemente dos países que ainda não tinham passado por um intenso processo de 
industrialização. Essa dessemelhança acabou por dividir a Conferência em dois blocos de 
países que mantiveram suas posições radicalmente. 
 Em concordância com a Conferência, foram criados vários programas como, por 
exemplo, o UNEP (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas) com a tarefa de difundir 
informações para a capacitação, educação e orientação preferencialmente às pessoas 
responsáveis pelo gerenciamento das questões ambientais. Os governos participantes, em sua 
maioria, instituíram ministérios ou agências para lidar com as questões ambientais. Foram, em 
muitos casos, promulgadas legislações e regulamentos para tratar a questão ambiental. Nos 
países desenvolvidos, principalmente, houve o surgimento de organizações não 
governamentais e grupos que visavam a preservação do meio ambiente, sendo também 
estimulada a criação de unidades governamentais de controle de poluição. Entre as medidas 
analisadas, constava também a responsabilização do ser humano em sua relação com o meio 
ambiente, onde a educação adquire grande relevância para a solução deste problema. 
 A Conferência de Estocolmo teve como tema central o meio ambiente e o 
desenvolvimento, porém, sem que houvesse uma integração entre eles. Havia, naquele 
momento, uma visão conservacionista da natureza, e as questões ambientais eram incidentais 
no tratamento de problemas como da poluição do ar e da água e a escassez de recursos 
naturais. No entanto, essa ideia tinha seu foco apenas na questão da proteção ambiental, 
havendo assim uma separação entre os problemas ambientais e a economia. Não havia 
reflexão que relacionasse os problemas ambientais aos econômicos. O assunto seria retomado 
em futuras Conferências como veremos posteriormente. 
 Estocolmo foi a primeira tentativa de vincular a problemática ambiental, embora de 
maneira não tão eficaz, ao ambiente social. Porém, não foram enfatizadas questões como o 
problema do desenvolvimento ou formas de desenvolvimento alternativo. Foi problematizado 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 55 
que as ações do homem, principalmente aquelas que degradam o meio ambiente, são 
condicionadas por fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. 
Nesse contexto, a Conferência de Estocolmo constituiu etapa histórica para a 
evolução do tratamento das questões ligadas ao meio ambiente no plano 
internacional e também no plano interno de grande número de países. O tema, no 
entanto, ao ganhar crescente legitimidade internacional, passou a ser discutido cada 
vez menos do ponto de vista científico, e cada vez mais no contexto político e 
econômico. (LAGO, 2013, p. 28). 
 Visto que a questão ambiental agora se encontrava no contexto global, a tentativa de 
encontrar responsáveis se tornou cada vez mais complexa. O tema passou a sofrer fortes 
manipulações uma vez que passou a lidar com interesses econômicos e objetivos políticos. 
Segundo Lago, “a Conferência de Estocolmo contribuiu significativamente para que o meio 
ambiente conquistasse a atenção da comunidade internacional, como desejavam os mais 
fervorosos ambientalistas” (LAGO, 2013, p. 29). 
 
O BRASIL NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO 
 Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, os países 
desenvolvidos tinham como intenção impedir a deterioração dos recursos naturais, 
incentivando ações de controle demográfico nos países periféricos ao invés de tentar repensar 
o problema do subdesenvolvimento. Essa iniciativa provocou a reação adversa dos países em 
desenvolvimento durante a Conferência de Estocolmo. Esses entenderam que a imposição 
dessa agenda ambiental seria uma manobra de congelamento da ordem internacional, pois eles 
detinham o direito natural de se desenvolver e alcançar o patamar dos países, até então ditos, 
de Primeiro Mundo. Sendo assim, o desenvolvimento foi considerado por esses países com o 
mecanismo necessário para solucionar a crise ambiental. 
 Nesse contexto, André Aranha Corrêa do Lago acrescentou que: 
no momento da realização da Conferência de Estocolmo, o Brasil vivia seu “milagre 
econômico”, com taxas de crescimento até superiores a 10% ao ano. O período 
correspondia, igualmente, ao de maior repressãopolítica na história do País. Como 
diversos outros governos autoritários de importantes países em desenvolvimento, o 
Governo brasileiro dependia, para manter o apoio que recebia de setores influentes 
da sociedade, de bons resultados econômicos - medidos pelo crescimento do PIB, e 
não pela distribuição de renda. (LAGO, 2013, p.30). 
 Em matéria ambiental, durante esse período, o Brasil já enfrentava problemas 
ecológicos motivados pelo rápido crescimento econômico e pelas desigualdades sociais, como 
poluição nas cidades, contaminação dos rios e a falta de saneamento básico. Apesar disso, 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 56 
 
assim como outros países em desenvolvimento, o Estado brasileiro via com preocupação o 
aumento de um movimento a favor das questões ambientais questionando as políticas 
econômicas que sustentaram o país, e que, consequentemente, poderiam dar início a uma 
desestabilização política. 
 Apesar de reconhecer a necessidade de haver uma discussão em âmbito global para 
desencadear medidas cooperativas sobre a temática ambiental, o governo brasileiro acreditou 
que a crescente atenção internacional às questões ambientais prejudicaria o país em termos de 
crescimento econômico. Nesse sentido, Lago (2013) afirma que existia uma dupla 
preocupação por parte de países em desenvolvimento com regimes totalitários como o Brasil: 
temia-se, por um lado, o questionamento de políticas econômicas que sustentavam o regime e, 
por outro, a possibilidade de criação de novo fator de desestabilização política. 
 Portanto, para o Brasil interessava assegurar o desenvolvimento e garantir a projeção 
do país como potência internacional. E qualquer outra iniciativa que impusesse restrições ao 
crescimento não seria aceita. Desse modo, as propostas dos países desenvolvidos sobre 
controle do uso de recursos, o acesso a tecnologias nucleares e da industrialização eram 
entendidas como uma tentativa de “congelamento do poder mundial” (GUIMARÃES, 1994, 
212). 
 Foi nesse contexto que, em 1998, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a 
resolução 44/228
3
 que convocou uma nova Conferência para tratar da temática ambiental, 
cujo objetivo inicial seria revisar os sucessos e fracassos ocorridos desde Estocolmo (1972). 
Esta resolução também instituiu a realização de cúpulas regionais para tratar do assunto, 
formulando medidas, metas e objetivos específicos na definição da reunião. Por fim, 
estabeleceu o Brasil como país sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. 
 
A CONFERÊNCIA DO RIO 1992 
 
3
 A Resolução 44/228 também definiu 23 objetivos para a Conferência, os quais foram divididos em quatro 
grupos. O primeiro versou sobre a identificação de estratégias regionais e globais, cuja finalidade era 
restabelecer o equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social. O segundo tratou sobre 
a relação entre degradação ambiental e o quadro econômico mundial, enfatizando a necessidade do aumento de 
recursos financeiros. O terceiro grupo discutiu sobre as questões de educação ambiental, cooperação técnica e 
intercâmbio de informação. Por fim, o quarto grupo abordou aspectos institucionais relacionados ao 
cumprimento das disposições de Conferências. 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 57 
A Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que foi 
realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, conhecida como Eco 92, constituiu-se numa 
Conferência de Estocolmo. Teve como objetivo estabelecer acordos e estratégias 
internacionais, partindo do princípio do desenvolvimento mundial. Este evento, assim como 
em Estocolmo, trouxe também as divergências e interesses contraditórios entre os países 
desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Foi notória a falta de compromisso por parte 
dos países desenvolvidos que não assumiram responsabilidades diferenciadas quanto aos 
recursos financeiros para viabilizar o desenvolvimento sustentável. 
A Conferência do Rio traz como seu ponto de partida a desigualdade que vem 
crescendo globalmente, trazendo como consequência o agravamento da pobreza, das doenças, 
do analfabetismo e o contínuo exaurimento dos recursos naturais dos quais dependem o bem-
estar da humanidade. Esse evento proporcionou também, a ampliação do leque de temas 
propostos para a agenda de discussão em relação a Estocolmo, incluindo: combate ao 
desmatamento, à desertificação, à seca, às mudanças climáticas, à poluição transfronteiriça; 
conservação da diversidade biológica; controle da biotecnologia, de dejetos químicos e 
tóxicos; erradicação de agentes patogênicos e proteção das condições de saúde da população 
(DUARTE; 2003, p.40). 
Enquanto Estocolmo foi o anúncio da crise ambiental e da necessidade de se pensar 
um novo modelo desenvolvimentista, a Conferência do Rio foi entendida como o ápice da 
política ambiental global. Ela reforçou a ideia de interesse comum da humanidade e a de 
consolidar a premissa de que o planeta não suportaria a expansão do estágio de 
desenvolvimento dos países centrais para periféricos. Sendo assim, nessa reunião foi 
concretizada a necessidade de repensar a crise a partir da ótica do desenvolvimento, 
incorporando as premissas que equilibrassem a gestão de recursos naturais e o crescimento 
econômico dos países, o que foi analisado pelos postulados do desenvolvimento sustentável. 
Os países de Primeiro Mundo, nesse evento, desejaram criar uma ação interacional que 
abarcasse os problemas ambientais em escala mundial, o que os levou a apoiar alguns 
princípios como os da precaução, do poluidor pagador e para ampliar os estudos dos impactos 
ambientais. Enquanto isso, os países em desenvolvimento problematizaram as questões de 
desenvolvimento, reforçando a necessidade de pensar um modelo que abarcasse as 
contradições entre gestão ambiental e crescimento econômico. Nesse sentido, eles defenderam 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 58 
 
os princípios da soberania, do direito em se desenvolver e da ajuda financeira, o que culminou 
na oposição da implementação da Convenção sobre Florestas e da Carta da Terra. 
De modo geral, as discussões foram lideradas por Estados Unidos e Japão pelo lado 
dos países do Norte, e pelo Brasil, pelo dos países do Sul. Os Estados Unidos, em alguns 
casos, adotaram “uma atitude defensiva, suas propostas ambientais foram muito seletivas e só 
estiveram de acordo com medidas que não implicaram uma modificação de suas políticas 
industriais e econômicas” (LE PRESTES, 2000, p.217). Durante a cúpula, as alianças que 
esse país mantinha com outros países desenvolvidos se dissolveram devido ao abrandamento 
da posição japonesa e da Comunidade Europeia em relação às questões financeiras e outros 
temas que não faziam parte da agenda americana. 
Como resultado dessas discussões ocorreu a consolidação e disseminação do conceito 
de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável tornou-se a alternativa do 
Relatório Nosso Futuro Comum (CMMAD, 1988), considerado como ponto de partida para 
aplicação de uma estratégia ecológica mundial. Após a Conferência do Rio, esse termo foi 
amplamente disseminado e aprovado por inúmeros organismos não governamentais, Estados 
Nacionais, agências multilateraise novas práticas de gestão no setor privado. 
Esse relatório entendeu que esses postulados de desenvolvimento abarcaram a 
necessidade de diminuir as disparidades e as desigualdades de poder entre as nações do Norte 
e do Sul. Também traçou as diretrizes de contenção populacional e da preservação dos 
recursos florísticos e faunísticos, e alterou as matrizes energéticas e tecnológicas por 
alternativas mais sustentáveis. Em resumo, o corpo do relatório enfatizou que esse modelo 
envolvia a dimensão social, econômica e ambiental. 
O relatório também afirmou que o mercado seria o meio pelo qual se implantaria o 
crescimento econômico com a sustentabilidade. No entanto, não foram traçados os parâmetros 
e “os mecanismos de que o mercado se utiliza para se adequar aos ciclos de funcionamento da 
natureza e das comunidades que dela dependem” (RIBEIRO, 2012, p.219). Portanto, 
enfatizou-se o desenvolvimento econômico e a necessidade de manutenção dos níveis de 
consumo, relegando a proteção do meio ambiente a uma consequência do modelo vigente. 
Assim, os países de Terceiro Mundo deveriam se desenvolver economicamente para eliminar 
essa condição, ascendendo ao patamar dos países em desenvolvimento por meio da criação de 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 59 
“novas tecnologias” – insumos energéticos mais econômicos e eficientes -, que equilibrariam 
as questões ambientais e econômicas. 
Além disso, a ECO 92 também reuniu um fórum paralelo, no Aterro do Flamengo, o 
qual envolveu entidades da sociedade civil organizada, movimentos sociais e ONGs, 
indicando a necessidade de ampliar a participação democrática desses atores na formulação 
das decisões da política ambiental. Como resultado das discussões sobre a proteção ambiental 
e desenvolvimento aprovaram se os seguintes documentos: a Convenção sobre Mudanças 
Climáticas
4
, a Convenção sobre Diversidade Biológica
5
, a Declaração sobre Manejo das 
Florestas
6
, a Declaração do Rio
7
e a Agenda 21
8
. 
 
O BRASIL NA CONFERÊNCIA DO RIO 
 No que se refere às conquistas da Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, Duarte Afirma que 
Para o Brasil, a Conferência do Rio permaneceu como um marco das relações 
multilaterais e um êxito diplomático que correspondeu às expectativas e objetivos. 
Para o movimento ambientalista, evidenciou-se que nem mesmo a participação 
 
4
 A Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que começou a vigorar em maio de 
1994, foi criada sob o princípio da precaução, no qual os países signatários comprometeram-se a desenvolver 
uma estratégia global que viabilizasse a proteção do sistema climático para as gerações presentes e futuras. Essa 
Convenção objetivou equilibrar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que a 
interferência do homem deixasse de prejudicar o sistema climático. 
5
 A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) foi um dos documentos mais importantes relacionados ao 
meio ambiente aprovado durante a Cúpula da Terra, tornando-se, posteriormente, um fórum mundial para 
discussão de questões relacionadas ao tema. Esse acordo entrou em vigor em dezembro de 1993 com mais de 
160 países signatários. Ela tem como objetivos “a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável 
de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos 
genéticos” (ONU, 1992: 9), levando em consideração os direitos sobre os recursos, tecnologias e financiamentos 
envolvidos. 
6
 A Declaração de Princípios sobre as Florestas foi considerado o documento mais fraco dentre os assinados no 
Rio. Ela abarcou quinze princípios de caráter não obrigatório sobre a gestão e a conservação das florestas, ou 
seja, os países poderiam se negar a assinar esse documento, e uma vez signatários poderiam decidir se deveriam 
cumprir o que foi acordado sem que nenhuma sanção lhes fosse apregoada. Esses princípios, de modo geral, 
afirmaram “a soberania dos Estados sobre a exploração de seus recursos florestais, juntamente a uma 
recomendação de levar em conta a importância mundial, regional e local das florestas” (Le Preste, 2000: 223). 
7
 A Declaração do Rio foi um documento político aprovado por consenso, composto por um preâmbulo e 27 
artigos. Ela objetivou nortear o comportamento dos Estados, informar sobre suas interações e mobilizar as 
sociedades sob o princípio da soberania e outros que foram utilizados pelos países de Terceiro Mundo em 
Estocolmo e que continuou no Rio. 
8
 A Agenda 21 foi considerada o documento de maior relevância da Conferência do Rio. Ela buscou definir uma 
parceria mundial para implementação do desenvolvimento sustentável durável, principalmente, entre os países 
de primeiro e terceiro mundo. Nesse documento foram tratados os interesses políticos dos Estados, fornecendo 
uma base para as ações desses atores e das ONGs. Apesar disso, ela não teve o caráter de um mecanismo 
juridicamente imposto, mas identificou as questões de importância política e da implementação de um plano de 
ação para proteção dos recursos naturais. 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 60 
 
maciça de chefes de Estado conseguiu ofuscar o brilho dos grupos não-
governamentais (DUARTE, 2003, p.43). 
Portanto, essa autora acredita que o evento foi um sucesso na opinião do país sede e 
das organizações não governamentais que tratam dessa temática, pois destacou o Brasil no 
cenário internacional como o principal ator em termos ambientais e abrangeu a participação 
na tomada de decisão das ONG’s. 
O interesse brasileiro em sediar a Conferência foi motivado por circunstâncias 
internas, em função da redemocratização e da nova Constituição, assumindo para a sociedade 
civil a importância dos problemas ambientais e a dificuldade de combatê-los. Assim, “o 
desprezo pelo meio ambiente acabou sendo associado aos males do período militar e a 
questão passou a adquirir dimensão politicamente importante, que se fortaleceria no Governo 
do Presidente Fernando Collor de Mello” (LAGO, 2013, p.158). No entanto, o país 
permaneceria defendendo o desenvolvimento econômico como melhor solução para lidar com 
os problemas ambientais e o princípio da soberania absoluta sobre seus recursos naturais. 
De modo geral, a atuação brasileira na Conferência Rio-92, baseou-se em dois 
princípios: 1) A comunidade internacional deveria tratar com prioridade os problemas 
ambientais globais devido a sua importância; 2) A responsabilidade das causas e soluções dos 
problemas ambientais era diferenciada e cabia aos países desenvolvidos maior parcela de 
culpa, arcando com as maiores despesas. Essa última foi modificada momentos antes da 
realização da Conferência, levando o Brasil a assumir maior responsabilidade sobre o assunto, 
o que facilitou, posteriormente, a aprovação da Convenção de Biodiversidade e da Agenda 21. 
(VIOLA, 2004, p.35). 
A delegação brasileira para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento foi composta por 150 membros oficiais, entre eles estavam representantes 
dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, Parlamentares e de entidades não 
governamentais. No início da Conferência, os trabalhos foram divididos em oito grupos para 
negociação, os quais tratavam sobre questões como: Finanças, Transferência de Tecnologia, a 
Declaração de Florestas e Diversidade Biológica. 
O Brasilteve ativa participação na elaboração de cinco dos documentos resultantes da 
Conferência, que trataram de assuntos, como: pobreza, poluição, biodiversidade, população, 
seca, entre outros. De modo mais específico, no tocante à Convenção-Quadro sobre Mudança 
do Clima, o país liderou a retirada do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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(PNUMA) dessas negociações, alocando-as sob a supervisão da Assembleia Geral. Ao fazer 
isso o país promoveu uma desburocratização técnica e científica desse programa, enfatizando 
seu caráter político. Além disso, procurou impedir a ênfase das discussões sobre o papel das 
florestas como sumidouros de CO2, pois isso desviava a responsabilidade das emissões dos 
países industrializados. 
Assim como na Conferência de Estocolmo-72, o Brasil também defendeu no Rio-92 o 
princípio de soberania nacional, o direito de uma nação de explorar seus recursos naturais de 
acordo com suas prioridades. Além das Conferências serem consideradas o lócus da política 
ambiental global, elas também deram início ao questionamento do modelo de 
desenvolvimento, incorporando a necessidade de se pensar um mecanismo de equilíbrio entre 
a gestão de recursos nacionais e o crescimento econômico dos países, o que deu origem aos 
postulados de ecodesenvolvimento e, posteriormente de desenvolvimento sustentável. Sendo 
assim, o papel desempenhado pelo Brasil foi pioneiro ao defender essas premissas em seus 
posicionamentos durante esses eventos, o que, consequentemente, levou-o implementar um 
arcabouço legal para gestão e proteção do meio ambiente nacional, o qual serviu de exemplo 
para a construção de programas e ações em nível internacional sobre essa temática. 
 
A CÚPULA DE JOANESBURGO 2002 
 A Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 
Joanesburgo em 2002 foi convocada pela ONU com o objetivo de promover uma revisão 
decenal do progresso alcançado na implementação dos resultados da Rio 92. O consenso 
político obtido dez anos antes em torno do conceito de desenvolvimento sustentável parecia 
haver criado uma sólida base para a colocação em prática das recomendações da Agenda 21. 
Verificavam-se avanços nas áreas de conhecimento científico, progresso tecnológico e 
envolvimento do setor privado. Além disso, na maioria dos países, fortalecia-se a legislação 
ambiental a crescia a informação e a participação da sociedade civil. 
 No entanto, Lago acrescenta: 
Diante das expectativas em torno da reunião, o Secretário-Geral das Nações Unidas 
reconheceu, um mês antes da Conferência, que o período entre a Rio 92 e 
Joanesburgo testemunhou um progresso lento e o aprofundamento da crise 
ambiental. Apesar do enriquecimento do arcabouço jurídico negociado no âmbito da 
ONU, com consequências diretas ou indiretas sobre o desenvolvimento sustentável, 
a dificuldade de implementação dos compromissos era inegável. O sistema 
João Vinícius dos Santos 
 
 
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multilateral, que parecia ter saído fortalecido no Rio, tornara-se referência de 
insucesso pela falta de resultados (LAGO, 2013). 
 
 Nesse âmbito, cabe ressaltar a recusa dos Estados Unidos da América à ratificação dos 
documentos acordados em foros multilaterais no que se refere a questões ambientais. Não 
obstante, o ano de 2001 teria sido largamente responsável pela guinada isolacionista da 
política externa americana em função dos fenômenos ocorridos em Nova Iorque e 
Washington (RIBEIRO, 2002). 
 O processo preparatório da Cúpula de Joanesburgo foi, desde o início, menos 
ambicioso que o do Rio: não havia processos de negociação para Convenções a serem 
assinadas na Conferência, nem se pretendia elaborar um documento da complexidade e 
abrangência da Agenda 21. O desafio do processo preparatório era progredir onde, no Rio, se 
havia verificado impasse ou não se lograra cumprimento, e encontrar caminhos realistas para 
que o acordado no Rio fosse implementado. 
 Diante disso, Silva apresenta o seguinte relato: 
Ante os diversos impasses verificados às vésperas da Conferência, a África do Sul, 
sede da reunião, manejou com habilidade a mudança do foco da Cúpula para o tema 
do combate à pobreza. O foco sobre a pobreza era bem visto pelos países 
desenvolvidos, que, ao fortalecê-lo, podiam satisfazer importantes setores da 
sociedade civil de seus países que queriam ver atitudes que demonstrassem algum 
progresso na mitigação dos impactos negativos da globalização. 
Contudo, mesmo trinta anos após a Conferência de Estocolmo, a relação entre 
pobreza e meio ambiente continuava a ser interpretada de maneiras diferentes por 
países desenvolvidos e em desenvolvimento. Para estes, o combate à pobreza é o 
principal caminho, ou condição essencial, para o desenvolvimento sustentável. Por 
outro lado, se em 1972 os países desenvolvidos acreditavam que a diminuição da 
poluição passa pela diminuição da população pobre, via controle de natalidade (e 
não via desenvolvimento), em 2002 sua interpretação era de que os principais 
problemas do meio ambiente estão ligados à pobreza e, portanto, aos países em 
desenvolvimento (SILVA,2011). 
 Diante de um quadro de insatisfação com os resultados das iniciativas multilaterais, a 
Cúpula de Joanesburgo enfatizou projetos que independem de entendimentos entre governos e 
que estimulam a relação direta entre governos locais, comunidades, entidades e empresas ou 
ONGs (LAGO, 2013). Alguns países interpretam esse fato como uma forma de “privatizar” as 
Nações Unidas, diminuindo a intervenção governamental e dando à iniciativa privada, às 
ONGs, enfim, à sociedade civil a capacidade de efetivamente acelerar os avanços na área 
ambiental. Isso demonstra, porém, a crescente aceitação, por parte significativa de ONGs, das 
forças de mercado como aliado da proteção ao meio ambiente. Essa perspectiva revelou-se 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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essencial nos países desenvolvidos, onde se começou a reconhecer os limites do sistema de 
comando e controle. (LAGO, 2013). 
Os mais significativos resultados da Cúpula de Joanesburgo incluem a fixação ou a 
reafirmação de metas para a erradicação da pobreza, água e saneamento, saúde, produtos 
químicos perigosos, pesca e biodiversidade; a inclusão de dois temas de difícil progresso em 
inúmeras negociações anteriores (energias renováveis e responsabilidade corporativa); a 
decisão política de criação de um fundo mundial de solidariedade para erradicação da 
pobreza; e o fortalecimento do conceito de parcerias entre diferentes atores sociais para a 
dinamização e eficiência de projetos (LAGO, 2013). 
Nesse contesto, Silva afirma que: 
As críticas à reunião foram infinitamente mais numerosas do que as menções às suas 
conquistas. Os resultados demonstraram, no entanto, que persiste considerável 
consistência no tratamento das questões ligadas ao meio ambiente, e não se pode 
minimizar a importância da manutenção da continuidade do caminho traçado no 
Rio, apesar dos obstáculos econômicos e políticos da década que separa as duas 
Conferências (SILVA,2011). 
 
O BRASIL NA CÚPULA DE JOANESBURGO 
 O movimento que o Brasil adotou para a preparação da CNMDS (2002) contou com a 
instituição, no ano de 2001, da Comissão Interministerial para a Preparaçãoda Participação 
do Brasil na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável. Não obstante, foi criado o 
Grupo de Trabalho Rio+10 Brasil, responsável pelo estabelecimento de atividades 
preparatórias à Conferência (RIBEIRO, 2002). No que diz respeito ao último, o GT Rio+10 
foi responsável pela organização do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento 
Sustentável: de Estocolmo a Joanesburgo – Rio+10 Brasil, em junho de 2002, que contou com 
representantes dos governos da Suécia, Brasil e África do Sul. O seminário gerou como 
resultado o documento intitulado “A caminho de Joanesburgo”, que indicaria a posições 
debatidas ao longo do encontro, bem como a proposta que seria defendida pelo Brasil em 
torno do potencial de geração de energia oriunda de meios alternativos. (RIBEIRO, 2002). 
 A “Iniciativa Brasileira de Energia”, como ficou conhecida, estabelecia como meta 
para 2010 que 10% da energia consumida fosse originada de fontes renováveis. Neste sentido 
a proposta ia ao encontro do modelo já aplicado no país, segundo o qual cerca de 70% da 
energia consumida tem por característica ser renovável, na medida que é gerada 
João Vinícius dos Santos 
 
 
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majoritariamente por hidrelétricas (RIBEIRO, 2002). Nesse sentido, o Brasil alcançou em 
2002 o reconhecimento internacional por ser, entre os países em desenvolvimento, o Estado 
que obteve os maiores avanços na área ambiental nos anos que se seguiram a CNUMAD 92 
(LAGO, 2013). De acordo com Lago (2013), o exemplo deste progresso encontra-se na 
conscientização interna dada a complexidade científica e as implicações econômicas e sociais 
da questão ambiental. Ademais, a chamada “Agenda 21” proposta pelo Brasil configurou-se, 
de acordo com os analistas do tema, com um instrumento de peso apresentado pelo país na 
Cúpula. 
 Cabe ressaltar ainda o caráter participativo da formulação da agenda, que consistiu em 
um trabalho com duração de cinco anos e que contou com diversas consultas à sociedade civil 
(LAGO, 2013). Segundo Fabio Feldmann, Representante Especial do Presidente da República 
para a participação da Sociedade Brasileira na Cúpula, em entrevista a Lago, “Joanesburgo foi 
a única das três conferências das Nações Unidas sobre o meio ambiente na qual o Brasil 
chegou de cabeça erguida”. Como ressalta Pereira Jr. (2002), “para a delegação brasileira, foi 
especialmente frustrante a rejeição dos termos da proposta do Brasil de estabelecer a meta de 
10% de energia renovável nas matrizes energéticas de todos os países do mundo até 2010” 
(PEREIRA JR, 2002). Embora não tenha alcançado o êxito esperado, a iniciativa brasileira 
cumpriu o papel de pôr a temática em pauta (PEREIRA JR. 2002). 
 
A RIO +20. 2012 
 Em referência ao aniversário de vinte anos da histórica Rio 92, foi realizado durante o 
mês de junho de 2012, também na cidade do Rio de Janeiro, a reunião Rio + 20. Entre os 
vinte anos que separam o evento original de seu correspondente, diversas outras reuniões 
sobre a temática “Desenvolvimento Sustentável”, mudanças climáticas e biodiversidade 
aconteceram, algumas mais bem sucedidas que outras. Vale ressaltar o protocolo de Kyoto, 
ratificado em 1997 e transformado em Tratado de Kyoto, o qual determina que haja uma 
redução de 5% de gases do efeito estufa emitidos na atmosfera por países industrializados. 
 Proposta em 2007 pelo Brasil, a conferência teve como objetivo reafirmar o 
compromisso político com as propostas apresentadas pelas outras conferências anteriores, 
bem como renovar algumas metas que são mutáveis com o tempo. A conferência teve como 
temas “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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pobreza” e a “estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”. Através de comitês 
preparatórios formados por coordenadores de diferentes países, escolhidos pela ONU, foram 
feitas as programações buscando contribuições e propostas tanto da sociedade civil, quanto de 
organismos governamentais e não governamentais (PINTO; ALVES, 2013). 
 Afirmando-nos assim, Pinto e Alves: 
Algumas pautas da Rio +20 foram acrescentadas em relação a original. Por exemplo, 
a questão da pobreza e da fome como sendo de responsabilidade conjunta de todos 
os países e precisando, portanto, de uma cooperação internacional para tal. Além 
disso, uma estratégia que não seja para frear o crescimento, mas que ele ocorra com 
melhorias de saúde, educação, direitos civis, e outras medidas que façam parte do 
que realmente serias sustentabilidade. O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban 
Ki-moon disse antes da Conferência que “O desenvolvimento sustentável é um 
conceito que reconhece que nossos objetivos econômicos, sociais e ambientais não 
são metas que competem entre si, mas sim objetivos interconectados que são mais 
efetivamente buscados juntos de uma forma holística” (PINTO; ALVES, 2013). 
 Conforme, também, nos afirma Lago: 
A Rio +20 distinguiu-se em vários aspectos da Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Na Rio-92, foram adotados 
instrumentos internacionais negociados nos anos anteriores e que se tornaram 
fundamentais para o tratamento de mudanças do clima e de diversidade biológica, 
além da Agenda 21. Foram lançadas também negociações que resultaram na 
Convenção de Combate à Desertificação. A Rio -92 consagrou igualmente o 
conceito de desenvolvimento sustentável, que se consolidou ao longo dos anos como 
a integração dos três pilares do desenvolvimento: econômico, social e ambiental. A 
Rio-92 constitui, assim, um ponto de chegada de processos multilaterais já maduros, 
em contexto político que coincidiu com o fim da Guerra Fria e com a afirmação do 
liberalismo econômico no plano global. (LAGO, 2013). 
 O evento foi alvo de diversas críticas que relacionavam as conferências com fracassos, 
por não terem chegado a resultados práticos. Contudo, um documento final foi produzido e 
redigido pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, chamado “O futuro que nós queremos”, 
sendo comemorado por não apresentar retrocessos, mas tampouco permitiu grandes avanços, 
tornando decisões importantes a serem tomadas no futuro de médio prazo. Uma decepção do 
evento foi a não aprovação de um Fundo Monetário de US$ 30 bilhões para o financiamento 
de ações voltadas para a sustentabilidade. A recusa da proposta que Brasil e China lideravam 
por meio do G77, países em desenvolvimento, foi um sinal claro de que os países mais 
desenvolvidos foram os que não concordaram com a criação do fundo. 
 Independentemente das disposições do documento final, a Conferência deixou como 
legado para o Brasil a criação do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável 
(Centro Rio+), com sede no Rio de Janeiro, projeto conjunto do Governo G=Federal e do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Governo 
João Vinícius dos Santos 
 
 
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do Estado e Prefeitura, o setor privado, instituições acadêmicas e outras entidades da 
sociedade civil (LAGO, 2013). 
 
O BRASIL NA RIO+20 
Após a importante função desempenhada pelo Brasil na conferência de Estocolmo em 
1972, foi criada uma Secretaria Especial do Meio Ambiente
9
, subordinada ao Ministério do 
Interior, demonstrando uma já preocupação com a conservação domeio ambiente e uso 
racional dos recursos naturais (PINTO; ALVES, 2013). Após o sucesso da realização da Rio 
92, a ONU concordou em realizar novamente no Rio de Janeiro o mesmo evento vinte anos 
depois (PINTO; ALVES, 2013). 
O Brasil elaborou uma Comissão Nacional
10
 co-presidida pelo ministro de Relações 
Exteriores, Antônio de Aguiar Patriota e pela ministra do Meio Ambiente Izabelle Teixeitr. 
Conforme demonstrado por Pinto e Alves: 
outros 28 ministérios, bem como a Prefeitura e o Governo do estado do Rio de 
Janeiro, representantes do Congresso Nacional, Poder Judiciário, e da sociedade 
civil, subdividida em diversos setores. Uma verdadeira força-tarefa para articular os 
eixos da participação do Brasil na Conferência (PINTO; ALVES, 2013). 
O Brasil estava preparando um papel ainda mais importante do que havia sido na Rio 
92. No texto oficial do “Documento de Contribuição Brasileira à Rio +20” é dito que “a 
reconfiguração geopolítica do mundo é marcada pelo maior dinamismo econômico dos países 
emergentes, impulsionados pelo êxito das políticas de redução da pobreza e de ampliação 
massiva dos mercados consumidores”. Segundo Noel Castree, 2003, essa reconfiguração 
política, cada vez mais interestatal representa um recrudescimento do discurso geopolítico, 
agora sob a ótica ambiental, que vai lentamente se solidificando. Para exemplificar tal 
situação Lago nos afirma que: 
O arranjo político na época dos fatos, com a emergência dos países conhecidos 
como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) associada à crise 
econômica dos países europeus e norte-americanos permitiu ao Brasil um papel de 
protagonismo em blocos de poder internacional, como o Mercosul e a Unasul, e o 
G77 (LAGO, 2013). 
 
9
 A Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) foi criada pelo Decreto nº 73,030, de 30 de outubro de 1973 
e extinta pela Medida Provisória nº 34, 1989. 
10
 Criada pelo Decreto nº 7.495, de 7 de junho de 2011. 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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Assim como ocorreu nas discussões acerca do meio ambiente, por que essa está 
atrelada às discussões de crescimento econômico, Silva nos apresenta a seguinte perspectiva 
em relação ao papel do Brasil nas negociações: 
Embora muitos ainda critiquem esse papel de liderança, afirmando que ela é 
exercida pelo fato do Brasil dispor de um grande número de recursos naturais e 
demográficos e não pela política externa, propriamente dita. É inegável que o 
fortalecimento da economia brasileira nos 20 anos observados foi facilmente 
observável e possibilitou uma maior influência nas decisões internacionais (SILVA, 
2013). 
Nesse contexto, Pinto e Alves afirmam que: 
A diplomacia brasileira ainda é conhecida por uma atitude de “não arriscar”. No 
momento, China e Estados Unidos surgem no cenário das discussões ambientais 
trocando acusações. O primeiro acusa o segundo de poluir inconsequentemente e 
querer, no século XXI, boicotar o crescimento chinês com o argumento de que são 
tão poluidores quanto e devem reduzir os níveis de degradação ambiental em igual 
número. O Brasil surge com o discurso de sua presidente Dilma Rousseff, durante o 
Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2012, de que “é possível crescer e 
incluir, proteger e conservar”. Diversos outros documentos internacionais apontam 
na mesma direção da centralidade exercida pelo Brasil no momento, e salientam a 
importância que o país tem alcançado ou exercer a sua soberania e exemplaridade na 
política ambiental internacional. Detentor de grades recursos naturais, energéticos, 
grande biodiversidade, de uma economia cada vez mais consolidada e com um 
empresariado mais competitivo a cada ano. Com setores científicos, com a 
biotecnologia, em franca expansão e com maior prestígio internacional a cada 
avanço, fora tantos outros fatores que motivam a dilatação da figura brasileira no 
cenário internacional (PINTO; ALVES, 2013). 
Porém, o governo brasileiro ainda se encontra em uma contradição fundamental que 
atinge os governos de esquerda desde o século XX. O programa máximo da ideologia é 
subjugado em função da governabilidade, da necessidade de mediações, concessões e pactos 
(MEDEIROS, 2012). 
Dessa forma Pinto e Alves concluem que: 
No caso brasileiro, devido a todas as suas condições históricas da natureza e das 
políticas diplomáticas aqui já apresentadas, essas contradições ficam mais latentes e 
acabam por influenciar ainda mais a postura pouco agressiva do Brasil, ainda que 
com um cenário amplamente favorável 
Enfim, são todos estes fatores que levaram a crer que o Brasil exerceria um papel 
mais incisivo durante os debates da Rio +20. O que resta saber é se a política de 
“aversão a riscos” da diplomacia brasileira terá uma mudança brusca para ocupar um 
papel de ainda maior destaque no mundo, ou se manterá nessa política uma nova 
forma de exercer influência ostensiva favorável à elevação do Brasil à condição de 
potência mundial (PINTO; ALVES, 2013). 
 
A COP-20. 2014 
João Vinícius dos Santos 
 
 
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 A 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudança do Clima – COP-20, foi realizada em Lima, Peru. A Conferência contou com a 
participação de mais de 10 mil delegados de 195 países e foi aberta pelo presidente da COP-
19, Marcin Korolec (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). O objeto da 
conferência era tentar chegar a um consenso de objetivos e compromissos sobre a redução de 
emissões de gases de efeito estufa, para combater as alterações climáticas e os fenômenos 
meteorológicos extremos. Resultando, assim, na preparação de um novo acordo global, a ser 
assinado na Conferência de Paris. Esse acordo vai substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 
2020. 
O documento final chamado de “Lima para Ação Climática”, aprovado pela COP-20, 
também conhecido como “Rascunho Zero”, é um acordo para a redução de emissões de gases 
de feito estufa, que é a base para um novo pacto global de clima (FERRETTI, 2014). Também 
objetiva o processo de submissão de revisão de INDC (intended nationally determined 
contributions). O INDC representa os compromissos que cada país pretende assumir 
nacionalmente, ao determinar suas próprias metas de redução de gases de efeito estufa, e as 
negociações que pretendem ampliar a ambição pré-2020. As delegações de 195 países 
apresentaram, seus compromissos para reduzir as emissões globais entre 40% e 70% até 2050 
e implementar ações de adaptação à mudança climática, com finalidade de limitar o aumento 
da temperatura do planeta a 2ºC (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2014). 
Ademais, foram aprovadas 19 decisões que, têm entre outros objetivos: ajudar a operar 
o Mecanismo Internacional de Varsóvia por Perdas e Danos, estabelecer o programa de 
trabalho em Lima sobre gênero, e adotar a Declaração de Lima sobre Educação e 
Conscientização (FERRETTI, 2014). 
Em um olhar mais apurado sobre a Conferência, Ferretti nos aponta que: 
O grande desafio da questão climática, e de um acordo internacional relacionado a 
ela, une diversos setores da sociedade, pois todos eles são impactados pela forma 
como essas questões são solucionadas. Por isso, discussões abertas e movimentações 
políticas eram importantíssimas para o desafio que tinha a COP-20. Algum avanço 
foi alcançado, mas há uma opinião quase que generalizada de que é preciso se 
trabalhar muito até alcançaro resultado que foi almejado. 
Na COP-20 ficou evidente que as diferenças que dificultaram as negociações nas 
últimas duas décadas continuam presentes, sendo determinantes para o progresso ou 
não das negociações. Países em desenvolvimento esperam por redução de emissões 
mais efetivas dos países desenvolvidos, assim como financiamento de ações de 
adaptação às mudanças climáticas e de desenvolvimento de baixo carbono 
(FERRETTI, 2014). 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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Por fim, vários eventos ocorreram paralelamente à realização da COP-20, promovidos 
por universidades, entidades de governos subnacionais, ONGs, movimentos sociais, 
cientistas, empresas, políticos, entre outros, para os mais de 10 mil participantes. Os temas 
apresentados giravam em torno dos impactos de episódios climáticos extremos, ações de 
mitigação e adaptação às mudanças climáticas em todo o planeta (MINISTÉRIO DAS 
RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). 
O BRASIL NA COP 20. 
 O Brasil foi representado pela Ministra do Meio Ambiente e a delegação brasileira foi 
integrada por profissionais do Ministério das Relações Exteriores e outros órgãos do Governo 
Federal, além de observadores do Legislativo, Judiciário, governos estaduais e municipais, 
sociedade civil, setor produtivo, movimentos sociais e juventude (MINISTÉRIO DAS 
RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). Em especial, acolheu-se, no rascunho, a proposta 
brasileira das “diferenciações concêntricas” entre os diferentes níveis de desenvolvimento das 
nações. Pretende-se expandir esta proposta para as negociações de 2015, com o intuito de 
permitir que todos os países aumentem gradualmente seus esforços, bem como representar a 
implementação do princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, e respectivas 
capacidades (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). 
 Conforme afirmado pelo Ministério das Relações Exteriores, no discurso do 
Embaixador Sérgio Danese: 
O Brasil participou da negociação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a 
partir de uma posição privilegiada, por três razões principais: 
 Fomos os anfitriões da Rio + 20, a maior Conferência na história das Nações 
Unidas, que chamou a atenção do mundo para a importância de pensar o 
desenvolvimento de forma integrada e consolidou a noção de que não pode haver 
prosperidade sem respeito à dignidade humana e ao nosso próprio planeta, ou seja, 
de que não pode mais haver desenvolvimento que não seja sustentável. Para o 
Brasil, o acordo da Rio + 20 foi ponto de partida e pedra fundamental na construção 
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; 
 Fomos também um dos países que incorporaram de forma mais consistente a 
estratégia dos Objetivos do Milênio a suas políticas públicas nacionais e obtiveram 
os mais significativos resultados em termos de inclusão social e melhoria das 
condições de vida das populações mais vulneráveis. Nossa experiência concreta não 
só tem servido de exemplo para outros países, mas também nos conferiu forte 
legitimidade nas discussões sobre um novo modelo de desenvolvimento; 
 Finalmente, contamos com um esforço amplo e participativo de coordenação 
nacional para a formação da posição brasileira. Em seus dois anos de 
funcionamento, este Grupo de Trabalho envolveu amplamente o Executivo federal e 
recebeu decisivas contribuições dos Estados e Municípios, da sociedade civil, de 
João Vinícius dos Santos 
 
 
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movimentos sociais, do setor privado e da academia. Essa ativa participação da 
sociedade singularizou a atuação brasileira. A firme defesa, pelo Brasil, de um 
Objetivo que tratasse da redução das desigualdades dentro dos países e entre eles – 
hoje o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10 – é o exemplo mais evidente 
dessa contribuição (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). 
 A proposta brasileira, chamada de “Diferenciação Concêntrica”, sugeria uma nova 
metodologia, para o acordo climático e teve boa aceitação entre as delegações, servindo como 
um pontapé inicial para um processo mais focado na negociação do texto (CASTRO, 2014). 
 Segundo o Ministério das Relações Exteriores: 
O Brasil reduziu suas emissões de gases de efeito estufa em mais de 41% (GWP-
100) entre 2005 e 2012. Esta é a maior redução alcançada por um país até o 
momento. A matriz energética limpa, o uso de biocombustíveis e a queda expressiva 
do desmatamento já puseram o Brasil no rumo da economia de baixo carbono. A 
iNDC brasileira parte desses resultados positivos e estabelece compromissos ainda 
mais rigorosos. O Brasil está adotando uma meta de redução de emissões de 37% 
(GWP-100) em 2025, em relação aos níveis de 2005, e está indicando que as 
emissões poderão ser reduzidas em até 43% (GWP-100) em 2030 (MINISTÉRIO 
DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2015). 
 O Brasil é um dos únicos países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de 
redução de emissões. O objetivo do Brasil é tão ou mais ambicioso que as metas de muitos 
países desenvolvidos (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2015) 
Além disso, o Brasil também defendeu que ações antecipadas e voluntárias, que 
promovam o aumento da ambição no período pré-2020, devem ser reconhecidas e 
economicamente, bem como seus co-beneficios, como base para a mobilização de fluxos 
financeiros para o desenvolvimento sustentável (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES 
EXTERIORES, 2015). 
 
CONCLUSÃO 
Como demonstrado, é possível perceber como o Brasil é um ator de destaque quando 
se trata da agenda ambiental, e vem sendo por muitas décadas. Com a crescente 
institucionalização da agenda ambiental espera-se que os entes estatais participem cada vez 
mais do processo decisório. Por seu tamanho, variedade de reservas nacionais e 
posicionamento sobre o assunto, a posição do País no que diz respeito aos temas em 
discussão, tem grande relevância (LIMA, 2015). 
Dessa forma Lima nos afirma que: 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 71 
Sua postura quanto a relação entre desenvolvimento econômico e a preservação 
ambiental é notória e vem sendo afirmada por várias décadas. Isso coloca o Brasil 
como importante porta voz dos países em desenvolvimento nas questões que 
envolvem sustentabilidade. Além disso, o fato de querer sedias múltiplas 
conferências ambientais demonstra não só a disposição, mas o interesse do Brasil 
em ter uma voz relevante na agenda ambiental. Entretanto, não há como isso 
acontecer se o país adotar uma postura unilateral. Como já visto, o Brasil além de 
predisposto, incentiva e clama por uma maior cooperação internacional para facilitar 
a busca pelo desenvolvimento sustentável. O país se mostra disposto também a ter 
uma relação mais próxima e dinâmica com a sociedade civil, fator essencial para o 
cumprimento dos ODS. As conferências sediadas colocam vários setores da 
sociedade em proximidade com as discussões, entretanto, a maneira como eles são 
incorporados no processo decisório ainda tem que ser aperfeiçoada (LIMA, 2015). 
A elaboração do documento “Elementos Orientadores da Posição Brasileira11” mostra 
que há interesse brasileiro em implementar os ODS. Mais que isso, traçar um caminho de 
como o país pretende alcançá-los e destacar suas prioridades, criando expectativas tanto no 
plano nacional quanto internacional para a atuação brasileira nesse futuro próximo. Esse 
documentotambém é uma forma de cobrança do governo brasileiro, pois constitui uma 
promessa de ação que, se não cumprida, poderá ser usada como exigência por atores internos 
e externos (LIMA, 2015). 
Conforme nos afirma Lago: 
Neste contexto, o Brasil sendo um dos pioneiros no desenvolvimento de energias 
renováveis, enfrenta vários empecilhos para que elas sejam desenvolvidas de 
maneira ideal, sendo estas barreiras tecnológicas, de custo ou políticas. Há, 
entretanto, um claro objetivo de dobrar a participação de fontes renováveis na matriz 
energética até 2030 e garantir sua acessibilidade. Existem investimentos voltados 
para a área, e o Brasil já se destaca internacionalmente pela sua produção de etanol e 
energia eólica. Todavia, isso não deve ser realizado em detrimento da preservação 
ambiental e o Plano Nacional de Educação 2030 deve ser revisto para se adequar ao 
conceito de desenvolvimento sustentável (LAGO, 2013). 
Tudo isso mostra que, apesar de enfrentar dificuldades, o Brasil já possui um status 
relevante na área ambiental, sendo um pioneiro regional em várias matérias, e pretende 
continuar se aprimorando em tais questões (LIMA, 2015). Ocupa importante posição na 
cooperação pelo desenvolvimento sustentável, e, mais especificamente, pelo uso energias 
renováveis. O país, dessa maneira, tem a potencialidade de se tornar uma liderança regional 
na coordenação de ações e na cooperação entre várias esferas governamentais e não-
governamentais para o implemento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nessa 
agenda Pós-2015. Deve, entretanto se esforçar para superar suas defasagens e contradições no 
 
11
 Elementos Orientadores da Posição Brasileira é um documento elaborado com o objetivo de orientar os 
negociadores brasileiros nas discussões do Grupo de Trabalho Aberto sobre Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (GTA-ODS), constituído no âmbito da Assembleia-Geral das Nações Unidas, cujas atividades foram 
concluídas em julho de 2014. O conteúdo deste documento reúne as contribuições dos 27 Ministérios e órgãos de 
governo que integram o Grupo de Trabalho Interministerial sobre a Agenda Pós-2015 (ITAMARATY,2014). 
João Vinícius dos Santos 
 
 
Rev. Eletrônica de Direito Internacional, Ed. Esp. Meio Ambiente, ISSN 1981-9439, vol.18, 2016, p.50-75. 72 
 
cumprimento de seus objetivos para que possa ter credibilidade para conduzir a sociedade 
internacional nessa nova etapa (LIMA, 2015). 
Conferências de Desenvolvimento Sustentável: de Estocolmo à COP 20 e o Papel do Brasil 
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