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PINTO O Direito Internacional Humanitário, a procura por uma alternativa eficaz à prática humanitária

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O Direito Internacional Humanitário: a procura por uma alternativa 
eficaz à prática humanitária**1 
 
Catarina Araújo Silveira Woyames Pinto* 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem o escopo de elaborar um breve estudo sobre a procura por uma 
alternativa eficaz à prática humanitária. Para tanto, iremos, primeiramente, elencar as 
bases jurídicas do Direito Internacional Humanitário, demonstrando a sua evolução 
normativa. Exemplificando as nossas críticas ao novo tipo de pensar o humanitarismo, 
iremos abordar o caso do Haiti e a nova forma de proteção de pessoas: as que sofreram 
algum tipo de desastre natural. A procura por uma forma válida de assistência 
humanitária neste caso tem sido estudada pela Comissão de Direito Internacional das 
Nações Unidas e acreditamos que tal ato seja de suma importância, pois, através da 
definição do âmbito e objeto, seria mais possível assistir as pessoas que tanto 
necessitam de ajuda. 
 
Palavras-chave: Direito Internacional Humanitário – Assistência humanitária – 
Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas. 
 
ABSTRACT 
 
The present work has the scope to develop a brief study on the search for an effective 
alternative to humanitarian practice. To do so, we will, first, list the legal basis of 
international humanitarian law, demonstrating the irregulatory evolution. Exemplifying 
our criticism of the new type of thinking humanitarianism, we discuss the case of Haiti 
 
** Artigo elaborado para apresentação em aula de Mestrado em Direito Internacional Público e Europeu 
na cadeira de Filosofia dos Direitos Humanos. 
* Doutoranda em Direito Público Faculdade de Direito de Coimbra. 
and the new form of protection of people: those who have suffered some kind of natural 
disaster. The search for a valid form of humanitarian assistance in this case has been 
studied by the International Law Commission of the United Nations and we believe that 
such action is of paramount importance since, by definition of the scope and object, it 
would be possible to watch the people who so desperately need help. 
 
Keywords: International Humanitarian Law – Humanitarian Assistance - International 
Law Commission of the United Nations. 
 
 
Introdução 
 
 
 A evolução do Direito Internacional relativo à proteção das vítimas da guerra e 
à condução da guerra foi profundamente afetada pela elaboração de normas de proteção 
jurídica em matéria de direitos humanos após a Segunda Guerra Mundial. A adoção de 
importantes instrumentos internacionais em matéria de direitos humanos – tais como a 
Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), a Convenção Europeia dos 
Direitos do Homem (1950) e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos – 
contribuiu para a consagração da ideia de que todos têm o direito a usufruir os direitos 
humanos, tanto em tempo de paz como em tempo de guerra. 
Entretanto, em tempo de guerra ou nos casos de perigo público excepcional, o gozo de 
certos direitos humanos pode ser limitado em circunstâncias especiais. O artigo 4º do 
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos autoriza os Estados a adotar 
medidas a título temporário que derroguem as obrigações previstas nos Pactos, em 
tempo de uma emergência pública que ameace a existência da nação, mas unicamente 
na estrita medida em que a situação o exigir. 
 Já o artigo 15º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem contém uma 
disposição similar. Todos os anos a Sub-Comissão de Luta contra as Medidas 
Discriminatórias e Proteção das Minorias2 examina os estados de exceção e o respeito 
 
2 O sistema das Nações Unidas tem proporcionado um dos mais amplos sistemas de proteção às minorias, 
apesar do fato de que, até o presente momento, não estar inteiramente desenvolvido e inobstante o fato de 
que muitos grupos minoritários e muitos direitos das minorias ainda estão fora do âmbito de proteção das 
provisões normativas existentes. Esse sistema teve desenvolvimento como herança da atuação sob a Liga 
das Nações. Com efeito, embora a história registre vários tratados internacionais concluídos, com vistas à 
proteção das minorias, aqueles não formavam propriamente um conjunto sistemático de proteção efetiva. 
Foi no pós 1a Guerra Mundial que ganhou consistência. MAIA, Luciano Mariz. Os Direitos das Minorias 
Étnicas. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/lucianomaia/lmaia_minorias.html. 
Data de acesso: 29 de fevereiro de 2012. 
pelos direitos humanos durante este tipo de situações. Contudo, a necessidade de 
proteger os direitos humanos mesmo em tempo de guerra foi plenamente reconhecida, 
prevendo o artigo 3º comum às quatro Convenções de Genebra de Direito Internacional 
Humanitário de 1949 que, em caso de conflitos armados, as pessoas protegidas pelas 
Convenções serão em todas as circunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma 
distinção de caráter desfavorável baseada na raça, cor, religião ou crença, sexo, 
nascimento ou fortuna, ou qualquer critério análogo. 
O presente trabalho irá demonstrar a importância das Organizações nãogovernamentais 
para definir e executar medidas de proteção a pessoas vítimas de desastres, tendo em 
vista que as relações internacionais foram edificadas a partir de grandes princípios do 
Direito Internacional como a igualdade soberana dos Estados, a reciprocidade nos seus 
compromissos mútuos, a não ingerência e a proibição do recurso à força. 
 Neste sentido, ainda há uma vertente humanitária cuja aplicação e reações à 
respectiva violação escapam aos princípios relacionais, uma vez que se situa entre a 
ordem nacional e a internacional, merecendo deste modo, um tratamento diferenciado. 
 Os Estados, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, as Sociedades da Cruz 
Vermelha e do Crescente Vermelho, ou seja, todas estas Organizações Humanitárias 
não governamentais sentiram-se impotentes perante a intransigência dos Estados em que 
se desenvolviam situações extremas de sofrimento humano. 
 Com o intuito de superar a paralisia imposta pela barreira da soberania, as 
Organizações não governamentais criaram uma ética de urgência, transpondo essa 
barreira prática. 
 Espera-se que haja uma tendência maior a afirmar o direito de assistência 
humanitária nos casos em que ela seja necessária, respeitando-se a ordem jurídica. 
 Através deste trabalho tentarei demonstrar a imprescindibilidade das 
Organizações não governamentais para as vítimas, através de um caso concreto, o 
desastre que houve no Haiti em janeiro de 2010. 
Entretanto, não tenho a pretensão de finalizar a discussão acerca da problemática do 
tema, mas de tentar começar uma reflexão acerca deste, tendo em vista que há 
aproximadamente 30 textos internacionais em matéria de Direito Internacional 
Humanitário, contudo, deve haver ver uma “humanização” dos envolvidos em conflitos 
armados ou em catástrofes naturais para que seja realmente efetivado. 
 
 
 
 
Parte I: Direito Internacional Humanitário e sua evolução normativa 
 
 
Inscrita em Convenções Internacionais, a assistência humanitária e, em geral, os direitos 
mínimos à vida e à integridade física do ser humano, deixaram de fazer parte do 
domínio de competência nacional dos Estados, que aceitam a sua internacionalização. 
Assim, o respeito devido às normas internacionais deveria ser suficiente para garantir a 
sua eficácia.3 
 Como tal não corresponde ao que se passa na realidade, foi preciso que o 
Conselho de Segurança e a Assembleia Geral implementassem o direito de assistência 
humanitária, fazendo-opassar pelos mecanismos políticos de decisão que relevam suas 
competências no domínio da manutenção e do restabelecimento da paz.4 
 
 
 
 
 
 
3 Há também quem diga que: A origem do Direito Internacional Humanitário remonta aos primeiros 
estudos e debates acerca do Direito Internacional e de suas consequências em relação às situações de 
guerra. As primeiras análises e propostas são de São Tomas de Aquino, classificando como 
imprescindível a uma guerra justa, que o beligerante proceda com reta intenção3; e de Hugo Groccio, que 
sublinha a necessidade de introduzir restrições às situações de conflitos, protegendo a vida e a integridade 
física das pessoas inocentes ou não envolvidas deliberadamente. No século XVIII, Rosseau, ao 
desenvolver suas análises, aproxima-se mais do princípio da dignidade humana. Segundo ele, “Os 
Estados só podem ter como inimigos outros estados e não homens”. Sua idéia resumia-se ao fato de que, 
numa guerra, não se deveria atacar os civis, a não ser que fossem os próprios combatentes. SANTOS. 
Herta Rani Teles.Breve estudo sobre o Direito Internacional Humanitário- A proteção do ser humanos 
em situações de conflitos armados internacionais.Disponível em: 
http://www.juspodivm.com.br/i/a/%7B3FFFA58C-C558-4195-BF6F-
B8926A8E92EB%7D_Breve_Estudo_Sobre_o_Direito_Internacional_Humanitario.doc. Data de acesso: 
29 de fevereiro de 2012. 
4 O Direito Internacional Humanitário como disciplina, ramo do Direito de carácter universal, e instituto 
jurídico que rege a conduta das partes num conflito armado, tem origem moderna. O seu marco histórico 
inicial foi a Batalha de Solferino de 1859. Henry Dunant, um jovem suíço, chega a Solferino no dia 24 de 
junho de 1859 com o intuito de receber ajuda de Napoleão III para investimentos na Argélia. Nesse 
preciso dia desenrola-se a batalha entre os exércitos austríaco e francês. Dunant presencia os horrores 
desta batalha e da sua indignação, quando retorna a Genebra, escreve o seu Souvenir de Solferino, cujas 
propostas são lançadas na Conferência Internacional de Genebra, em 1863, com a participação de 
representantes governamentais, culminado na Convenção de Genebra para a Protecção das Vítimas da 
Guerra de 1864. A ideia central de Dunant era a criação de um tratado internacional vinculativo de 
carácter universal, que desse força de lei às suas propostas para se garantir a protecçao dos feridos de 
guerra. Posteriormente, a Convenção de 1864 foi revisada em 1906, 1929, 1949 e 1977, fazendo nascer o 
corpo jurídico do uis in bello: as Quatro Convenções de Genebra de 1949 e seus Protocolos Adicionais (I 
e II) de 1977. Dentre as grandes inovações, o Protocolo Adicional II torna os grupos insurgentes 
(governos de facto) – desde que com um determinado grau de organização militar e controlo do território 
– partes num conflito armado interno, submetendo-se à observância das regras do Direito Internacional 
Humanitário. MORIKAWA, Márcia Mieko. Repensar o Direito Internacional Humanitário e o 
Humanitarismo: da ingenuidade do bem à consciência (humanista) do mal. Boletim da Faculdade de 
Direito, vol. LXXXII. Coimbra: 2006. p.535-536. 
1. Bases jurídicas 
 
A proteção do ser humano constitui o nexo entre ambos direitos, sendo que o Direito 
Internacional Humanitário pode ser compreendido como um âmbito especializado do 
Direito Internacional dos Direitos Humanos.5 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos busca proteger o indivíduo em qualquer 
tempo, lugar ou situação, enquanto o Direito Internacional Humanitário orienta-se 
essencialmente para o amparo da pessoa humana atingida em situações de graves 
hostilidades, como nos embates armados, incluindo, portanto, a população civil, feridos, 
doentes, prisioneiros de guerra ou detidos civis; médicos, religiosos, e os membros da 
Cruz Vermelha. 
 O reconhecimento de um direito à assistência humanitária6 encontra-se 
presente no artigo 28º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: Toda pessoa 
tem direito a que reine no plano social e no plano internacional uma ordem capaz de 
tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciados na presente 
Declaração.7 
Neste mesmo sentido, o preâmbulo da Carta das Nações Unidas e o seu primeiro artigo 
indicam a assistência humanitária: Nós, os povos das Nações Unidas, decidimos (...) a 
reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da 
pessoa humana (...) resolvemos conjugar os nossos esforços para a consecução desses 
objetivos. E, no mesmo entendimento, o artigo 1º da Organização das Nações Unidas 
enumera: Realizar a cooperação internacional resolvendo os problemas internacionais 
de ordem (...) humanitária. 
Os convênios seguintes foram a Convenção de S.Petersburgo de 1868, 
proscrevendo, em tempo de guerra, o uso de projéteis explosivos ou inflamáveis; o 
Convênio de Haia de 1899 e o de 1907, referentes às leis e usos de guerra terrestre e a 
aplicação à guerra marítima dos princípios da Convenção de Genebra. Esta, revisada em 
 
5O Direito Internacional Humanitário orienta-se para o amparo da pessoa humana atingida em situações 
de graves hostilidades, como em embates armadas ou desastres e inclui: a população civil, feridos, 
doentes, prisioneiros de Guerra ou detidos civis, médicos, religiosos, membros da Cruz Vermelha, entre 
outros. 
6 Deve-se levar em consideração que o humanitarismo foi inicialmente concebido dentro da “teoria da 
guerra” e foi, sem dúvidas, fruto da concepção da soberania do Estado da época. Com o fim da Guerra 
Fria, sobretudo após a queda do muro de Berlim, surge uma nova fase. O humanitarismo deixa de ser 
concebido apenas como “enfermagem de guerra” e passa a ser inserido em projetos de reconstrução, 
adentrando nas agendas políticas dos governos. MORIKAWA, Márcia Mieko.op.cit. p.535. 
7Entre os direitos e liberdades cujo efetivo gozo esta disposição visa assegurar figuram o direito à vida 
(artigo 3) e à integridade física (artigo 5). RAIMUNDO, Isabel. Imperativo Humanitário e não-
ingerência: os novos desafios do Direito Internacional.Edições Cosmos Instituto da Defesa Nacional. 
Lisboa: 1999. 
1906, passou a estender sua proteção também aos embates marítimos. A proteção aos 
civis permanecia muito limitada porque os métodos de ofensiva empregados em guerra 
ainda eram bastante restritos, não atingindo grande parcela da população civil.8 
 
1.2 Convenção de Genebra de 1949 
 
 
As Convenções de Genebra9 de 1949 que fazem parte 168 Estados e os respectivos 
Protocolos Adicionais I e II, de 1977, reconhecem o direito a assistência comunitária 
atribuído ao Comitê Internacional da Cruz Vermelhae qualquer outro organismo 
humanitário que seja imparcial aos conflitos armados internacionais ou não 
internacionais, como mesmo disciplina o artigo 3º, que é comum à todas as Convenções. 
 
As Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais são a 
essência do Direito Internacional Humanitário (DIH), o conjunto de 
leis que rege a conduta dos conflitos armados e busca limitar seus 
efeitos. Eles protegem especificamente as pessoas que não participam 
dos conflitos (civis, profissionais de saúde e de socorro) e os que não 
mais participam das hostilidades (soldados feridos, doentes, 
náufragos e prisioneiros de guerra).10 
 
A Convenção I Convenção de Genebra para Melhorar a Situação dos Feridos e 
Doentes das Forças Armadas em Campanha foi adotada em 12 de Agosto de 1949 pela 
Conferência Diplomática destinada a Elaborar as Convenções Internacionais para a 
Proteção das Vítimas da Guerra, que reuniu em Genebra de 21 de Abril a 12 de Agosto 
 
8Duas correntes legais separadas têm, desde 1977, contribuídopara a evolução do Direito Internacional 
Humanitário: o direito de Genebra, basicamente preocupado com a proteção das vítimas de conflitos 
armados – i.e., os não-combatentes e aqueles não mais envolvidos com as hostilidades; e o direito de 
Haia, cujas disposições se relacionam às limitações e proibições de meios e métodos específicos de 
guerra. Essas duas correntes legais tornaram-se uma só com a adoção dos dois Protocolos Adicionais de 
1977. 
9 A respeito do “Direito de Genebra”, a primeira Convenção multilateral de 1864 foi ampliada em 1906 
na forma de uma nova Convenção de Genebra com o mesmo propósito de proteger os feridos militares no 
campo de batalha adaptando as regras anteriores a certas disposições da codificação de Haia em 1899. 
Uma nova aplicação teve lugar com a aprovação em 1929 da Convenção a favor da proteção dos feridos e 
enfermos militares. Também foram aprovadas pela mesma Conferência diplomática, por primeira vez, as 
regras de proteção a uma nova categoria de vítimas dos conflitos armados, que são os prisioneiros de 
guerra, sob a forma de uma convenção separada sobre o tratamento destes últimos (frequentemente 
denominada“código dos prisioneiros de guerra”). A última codificação completa do Direito Humanitário 
em seu ramo denominado “de Genebra”, que contém o conjunto de normas da proteção das vitimas dos 
conflitos bélicos, consta atualmente de quatro Convenções de Genebra de 12 de agosto de 1949. 
SWINARSKI, Chistophe. Direito Internacional Humanitário como sistema de proteção internacional 
da pessoa humana (principais noções e institutos). Editora Revista dos Tribunais LTDA. São Paulo: 
1990.p. 37. 
10Comitê Internacional da Cruz Vermelha.As Convenções de Genebra. Disponível em: http://www.icrc. 
org/por/war-and-law/treaties-customary-law/geneva-conventions/index.jsp. Data de acesso: 11 de 
fevereiro de 2012. 
de 1949 e teve sua entrada em vigor na ordem internacional no dia 21 de Outubro de 
1950. 
 A Convenção I de Genebra trata no seu Capítulo I: das disposições gerais; no 
Capítulo II: dos feridos e dos doentes; no Capítulo III: das formações e 
estabelecimentos sanitários; no Capítulo IV: do pessoal; no Capítulo V: dos edifícios e 
material; no Capítulo VI dos transportes sanitários; no Capítulo VII: do sinal distintivo, 
no Capítulo VIII, da execução da Convenção, no Capítulo IX: da repressão dos abusos e 
das infrações. 
 No que tange à Convenção II, Convenção de Genebra para melhorar a 
Situação dos Feridos, Doentes e Náufragos Das Forças Armadas no Mar, de 12 de 
Agosto de 1949, foi adotada a 12 de Agosto de 1949 pela Conferência Diplomática 
destinada a Elaborar as Convenções Internacionais para a Proteção das Vítimas da 
Guerra, que se reuniu em Genebra de 21 de Abril a 12 de Agosto de 1949 e teve sua 
entrada em vigor na ordem internacional no dia 21 de Outubro de 1950. 
Em seu Capítulo I, encontram-se suas disposições gerais; no Capítulo II: dos feridos e 
doentes e dos náufragos; Capítulo III: dos navios-hospitais; Capítulo IV: do pessoal; 
Capítulo V: dos transportes sanitários; Capítulo VI: do sinal distintivo; Capítulo VII: da 
execução da convenção; Capítulo VIII: da repressão dos abusos e das infrações. 
Já a Convenção III, Convenção de Genebra Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de 
Guerra de 12 de Agosto de 1949, adotada em 12 de Agosto de 1949 pela Conferência 
Diplomática destinada a Elaborar as Convenções Internacionais para a Proteção das 
Vítimas da Guerra, que se reuniu em Genebra de 21 de Abril a 12 de Agosto de 1949, 
teve sua entrada em vigor na ordem internacional no dia 21 de Outubro de 1950. 
 No Título I, trata das disposições gerais, no Título II: proteção geral aos 
prisioneiros de guerra, o Título III: Cativeiro divida em IV Seções (Início do cativeiro, 
internamento dos prisioneiros de guerra, trabalho dos prisioneiros de guerra, recursos 
pecuniários dos prisioneiros de guerra, relação dos prisioneiros de guerra com o exterior 
e relação dos prisioneiros de guerra com as autoridades). O Título IV diz respeito ao fim 
do cativeiro e é dividido em III Seções (repatriamento direto e concessão de 
hospitalidade em países neutros, libertação e repatriamento dos prisioneiros de guerra 
no fim das hostilidades e morte aos prisioneiros de guerra). Já no Título V: 
departamento de informações e sociedades de auxílio respeitantes aos prisioneiros de 
guerra. No Título VI: execução da Convenção, que é dividida em II Seções 
(Disposições gerais e disposições finais). Há também V anexos (acordo-tipo relativo ao 
repatriamento direito e concessão de hospitalidade em país neutro aos prisioneiros de 
guerra feridos e doentes, regulamento relativo às comissões médicas mistas, 
regulamento relativo aos auxílios coletivos aos prisioneiros de guerra e regulamento-
tipo relativo aos pagamentos enviados pelos prisioneiros de guerra para o seu próprio 
país. 
 A Convenção IV, Convenção de Genebra Relativa à Proteção das Pessoas Civis 
em Tempo de Guerra, de 12 de Agosto de 1949 foi adotada a 12 de Agosto de 1949 pela 
Conferência Diplomática destinada a Elaborar as Convenções Internacionais para a 
Proteção das Vítimas da Guerra, que se reuniu em Genebra de 21 de Abril a 12 de 
Agosto de 1949. A sua entrada em vigor na ordem internacional no dia 21 de Outubro 
de 1950. 
 No Título I, há as disposições gerais; no Título II: proteção geral das 
populações contra determinadas consequências da guerra; no Título III: estatuto e 
tratamento das pessoas protegidas que foi dividido em V Seções (disposições comuns 
nos territórios das partes no conflito e aos territórios ocupados, estrangeiros no território 
de uma Parte no conflito, territórios ocupados, regras relativas ao tratamento de 
internados e departamentos e agência central de informações); Título IV: execução da 
Convenção e foi dividido em II Seções (disposições gerais e disposições finais). 
 Há também 3 Protocolos Adicionais de 1977 e mais um artigo 3º, comum a 
todas as Convenções de Genebra.11 
 
 
 
 
 
 
11 No que refere-se a conflito armado que não apresente um caráter internacional e que ocorra no 
território de uma das Altas Partes contratantes, cada uma das Partes no conflito será obrigada aplicar, pelo 
menos, as seguintes disposições: 1) As pessoas que não tomem parte diretamente nas hostilidades, 
incluindo os membros das forças armadas que tenham deposto as armas e as pessoas que tenham sido 
postas fora de combate por doença, ferimentos, detenção, ou por qualquer outra causa, serão, em todasas 
circunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma distinção de caráter desfavorável baseada na 
raça, cor, religião ou crença, sexo, nascimento ou fortuna, ou qualquer outro critério análogo. Para este 
efeito, são e manter-se-ão proibidas, em qualquer ocasião e lugar, relativamente às pessoas acima 
mencionadas: a) As ofensas contra a vida e a integridade física, especialmente o homicídio sob todas as 
formas, mutilações, tratamentos cruéis, torturas e suplícios; b) A tomada de reféns; c) As ofensas à 
dignidade das pessoas, especialmente os tratamentos humilhantes e degradantes; d) As condenações 
proferidas e as execuções efetuadas sem prévio julgamento, realizado por um tribunal regularmente 
constituído, que ofereça todas as garantias judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos povos 
civilizados. 2) Os feridos e doentes serão recolhidos e tratados. Um organismo humanitário imparcial, 
como a Comissão Internacional da Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às partes no conflito. 
As Partes no conflito esforçar-se-ão também por pôr em vigor, por meio de acordos especiais, todas ou 
parte das restantes disposições da presenteConvenção. A aplicação das disposições precedentes não 
afetará o estatuto jurídico das Partes no conflito. Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Artigo 3º 
comum às quatro Convenções de Genebra de 12 de agosto de 1949 Tratado Fonte: Gabinete de 
Documentação e Direito Comparado. Disponível em: http://www.icrc.org/por/resources/documents 
/treaty/treaty-gc-0-art3-5tdlrm.htm. Data de acesso: 11 de fevereiro de 2012. 
1.3 Assembleia Geral das Nações Unidas 
 
Durante a preparação dos Protocolos Adicionais de 1977, o Comitê Internacional da 
Cruz Vermelha apresentou um projeto de artigos. Somente em 1987, Paris acolheu o 
pedido e convocou diversas personalidades, bem como representantes de Organizações 
não governamentais e Organizações Intergovernamentais para refletir a respeito do 
direito que cada homem tem de receber assistência humanitária. 
 
Este colóquio teve como resultado material uma resolução 
surlareconnaissancedudevoir d’assistancehumanitaire et dudroit à 
cetteassistance, adotada por unanimidade. Era o princípio de um 
movimento político e diplomático de defesa da ideia. Foi, aliás, o que 
o então Presidente da República François Mitterrand fez em Outubro 
de 1987, aderindo publicamente ao direito das vítimas, nas situações 
de extrema urgência, de serem socorridos por voluntários que sejam 
profissionalmente neutros.12 
 
 
Houve, desta forma, um crescente movimento para a preparação de um projeto de 
resolução que foi adotado pela Assembleia Geral em 8 de dezembro de 1988.13 Esta 
resolução consagrou o princípio do livre acesso às vítimas, o papel das Organizações 
não-governamentais de caráter imparcial e humanitário ao lado dos Estados e das 
Organizações Intergovernamentais, em casos em que a urgência reclame a necessidade 
de uma assistência humanitária; não somente reduzindo seu âmbito de atuação em 
conflitos armados, mas igualmente em situações de catástrofe natural e outras situações 
de emergência da mesma ordem. 
 Leva-se em conta que as condições para a sua implementação são: a urgência, a 
gravidade, a abstenção em relação às vítimas por parte do Estado em cujo território a 
situação esteja acontecendo. Todavia, a resolução não diz concretamente a respeito da 
exigência do consentimento do Estado afetado.14 
 
2.4 A Comissão de Direito Internacional e o Direito Internacional Humanitário 
 
 
 A assistência humanitária foi sendo inscrita em convenções internacionais ao 
longo dos anos com o intuito de garantir direitos mínimos à vida e à integridade física 
do ser humano. Entretanto, como na realidade os Estados não aceitaram a sua 
 
12 RAIMUNDO, Isabel.op.cit..p. 44-45. 
13 Tal Resolução foi chamada de: Assistanceauxvictimes de catastrophesnaturellesetautressituations 
d’urgencedumêmeordre- Resolução 43/431. 
14Neste caso, usa-se o princípio da subsidiariedade no sentido de que quando o Estado não preencher a 
obrigação, que os outros Estados e as organizações façam de tudo para poder ajudar as vítimas. 
internacionalização, o que não deu ensejo à sua eficácia plena, o Conselho de Segurança 
e a Assembleia Geral tiveram que implementar a assistência humanitária através de 
resoluções. 
In general terms, non-governmental organizations are not granted 
privileges and immunities under international law and the extension 
of such privileges and immunities by a State to a foreign non-
governmental organization remains an exceptional occurrence. 
However, the relevant provisions of some international instruments 
on disaster relief have been interpreted in such a way as to include 
non-governmental organizations among the beneficiaries of 
privileges, immunities and facilities.15 
 
Nesse sentido, a Comissão de Direito Internacional realizou um estudo acerca da 
problemática que envolve as pessoas que passaram por algum tipo de desastre e 
necessitam de ajuda humanitária.16 
 De acordo com estudos sobre o tema, algumas situações que se pode invocar a 
ratione temporis,como forma de aplicabilidade do Direito Internacional Humanitário. A 
primeira diz respeito ao começo da sua aplicabilidade que se inicia com as hostilidades 
entre as partes em embate e estende-se até o término da ocupação militar. Na segunda 
categoria das regras aplicáveis, encontram-se as normas que não possuem, por vontade 
dos próprios Estados acordantes desses tratados, uma temporalidade limitada. São 
aquelas regras aplicáveis permanentemente desde a entrada em vigor dos convênios.17 
Já a terceira categoria das regras impõe que em virtude de sua finalidade jurídica, ou 
seja, da ratio legis, devem surtir efeitos até que seus propósitos sejam alcançados. 
 
15Comissão de DireitoInternacional.Protection of persons in the event of disasters. Memorandum by the 
Secretariat: Sixtieth session,Geneva, 5 May-6 June and 7 July-8 August 2008. Disponível em: 
http://www.un.org/law/ilc/. Data de acesso: 21 de fevereiro de 2012. p. 96. 
16 The present study aims to provide an overview of existing legal instruments and texts applicable to a 
variety of aspects of disaster prevention and relief assistance, as well as of the protection of persons in 
the event of disasters, focusing primarily on natural disasters. Although no generalized multilateral treaty 
on the topic exists, a number of relevant rules have been codified in some multilateral treaties (mostly 
sectoral), both at the global and regional levels, as well as in over 150 bilateral treaties and 
memorandums of understanding. In addition, over 100 national laws directly concerning the topic, and 
countless national laws which relate to a specific aspect of the topic, have been identified. The topic is 
further contextualized by a series of significant resolutions including General Assembly resolution 
46/182, which, together with other instruments such as the resolution of the International Conference of 
the Red Cross on measures to expedite international relief and the Hyogo Framework for Action, 
constitute the central components of an expanding regulatory framework. In a significant recent 
development, the International Conference of the Red Cross and Red Crescent adopted the Guidelines 
for the Domestic Facilitation and Regulation of International Disaster Relief and Initial Recovery 
Assistance in 2007. In addition, various non-binding and expository texts have been formulated by a 
number of other bodies.Comissão de DireitoInternacional.Protection of persons in the event of 
disasters.op.cit. 
17 Como exemplo destas regras, poder-se-ia citar os compromissos dos Estados em matéria de difusão do 
direito internacional humanitário, que obriga “... em tempo de paz e de guerra...” a dar a conhecer o 
conteúdo dos tratados a todos os que possam padecer da ignorância na matéria. Compromissos estes, 
dificilmente cumpridos. 
 No que diz respeito à aplicabilidade pessoal, a ratione personae,os destinatários 
das normas de Direito Humanitário Internacional são, como em todos os tratados 
internacionais, os próprios Estados Partes e, neste caso específico, também o Comitê 
Internacional da Cruz Vermelha. Já os beneficiários destas disposições são as vítimas, 
que infelizmente não gozam da possibilidade de acionar seus mecanismos de proteção, 
salvo em raras circunstâncias muito particulares. 
 A ratione materiae traz a concepção de que as pessoas vítimas de desastres têm 
necessidades específicas e precisam de resposta, alívio e assistência. Tal proteção deve 
ser estendida à propriedade e ao meio ambiente, com igual grau de especificidade. 
 O Comitê Internacional da Cruz Vermelha já vinha apoiando a Cruz Vermelha 
Haitiana há muitos anos18,motivo pelo qual quando o terremoto atingiu o país, o 
Comitê e a Cruz Vermelha Haitiana tiveram a vantagem de já estar no local, o que 
permitiu que as duas organizações agissem rapidamente. Em conjunto com outros 
membros do Movimento Internacional da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente 
Vermelho, foram distribuídos comida, água e outros artigos essenciais, prestaram 
primeiros socorros, apoiaram estabelecimentos médicos e possibilitaram que pessoas 
contatassem suas famílias por meio de telefones via satélite ou da internet. 
 
Parte II: O âmbito e o objeto da assistência 
 
 
O humanitarismo se insere no Direito como uma atividade que presta assistência 
humanitária e trabalha em prol dos direitos humanos e sua proteção. Assim, a vítima da 
assistência não deve ser considerada como mero objeto de caridade, mas sujeito 
portador de direitos. 
 
Trata-se do direito à assistência humanitária, que é reconhecido desde 
1949 pelas Convenções de Genebra, mas que, na ausência de uma 
aplicação regular e obrigatória, renasceu recentemente nas 
consciências dos Estados e das organizações internacionais, como se 
se tratasse de algo novo. A Assembléia Geral das Nações Unidas 
adoptou resoluções declarando princípios de acção humanitária e 
prevendo corredores de urgência humanitária, o Conselho de 
 
18 Em 2004, a violência interna ameaçava se transformar em um conflito armado e, em resposta, o Comitê 
aumentou sua presença. A organização começou a fornecer água potável a 200 mil habitantes na 
comunidade carente de Cité Soleil, umas das áreas urbanas mais pobres. Desde então, o Comitê tem 
trabalhado com as autoridades e as agências responsáveis pelo abastecimento de água em obras nas 
estações de bombeamento e na reforma da gestão da água. Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O CICV no 
Haiti. Disponível em: http://www.icrc.org/por/where-we-work/americas/haiti/overview-haiti.htm. Data de acesso: 14 de fevereiro 
de 2012. 
Segurança aplicou-a em situações específicas, a doutrina e a 
jurisprudência manifestam-se a seu favor.19 
 
 
 O Direito Internacional Humanitário é altamente operacional e deve receber a 
ajuda das Organizações não governamentais, entre outras Organizações Internacionais 
para conseguir chegar até esta operacionalidade protegendo assim, as vítimas de um 
conflito armado ou um desastre natural. 
 
 
 
3.Pessoas protegidas em caso de conflito armado ou outros desastres20 
 
 
 O papel do Direito Humanitário deve ser inserido no contexto da reconstrução 
de sociedades que foram destruídas, seja por um conflito armado ou por algum desastre 
natural. Sendo que, deve-se levar em consideração que o Humanitarismo foi 
inicialmente concebido dentro da “teoria da guerra”. Sobretudo após a Guerra Fria, 
passou a ser inserida em projetos de reconstrução, adentrando nas agendas políticas dos 
governos. 
O conceito mais amplo e atualizado, empregado por diversos autores, 
é o que concebe esse direito como um conjunto de normas 
internacionais, convencionais ou consuetudinárias, vale dizer, fruto 
de um hábito não normalizado, que regulam o comportamento dos 
beligerantes, partes em um embate armado, quer seja uma disputa 
internacional ou interna, com o propósito de salvaguardar os direitos 
das pessoas que não participaram das hostilidades e mitigar, na 
medida do possível, seus sofrimentos, restringindo os meios e 
métodos de guerra. Dir-se-á que se trata de um conjunto de normas 
centradas na proteção e dignidade do ser humano, frente a uma luta 
armada. Normas estas inspiradas em um sentimento humano de 
rechaço a atos brutos e cruéis e de solidariedade a pessoas que sofram 
com os conflitos armados.21 
 
 Assim, as razões pelas quais as Organizações não governamentais e as 
Organizações locais ganharam espaço depois da resolução 43/431 da Assembleia Geral 
foi pela possibilidade de dar mais rapidez e eficácia ao atendimento às vítimas. 
 
19RAIMUNDO, Isabel.op.cit.p. 36. 
20 2. While disasters frequently occur entirely within States, in some instances they lead to large-scale 
suffering across multiple States. Nowhere was this more evident than with the tsunami of 26 December 
2004, which killed approximately 240,000 people in 12 States and left over 1 million people displaced. 
In 2006, there were 427 natural disasters affecting approximately 143 million people and resulting in 
over 23,000 deaths worldwide. 6 Natural disasters have caused an average of $70 billion in damage each 
year between 1987 and 2006, excluding the significant economic costs associated with setbacks to 
development efforts. Comissão de DireitoInternacional.Protection of persons in the event of 
disastes.op.cit. 
21 SANTOS. Herta Rani Teles.op.cit.p. 5. 
 
Limitando, porém, às limitações de conflito armado (internacional e 
não internacional), pois que nascido de um campo de batalha – a 
Batalha de Solferino –, o Direito Internacional Humanitário não 
oferece respostas suficientes àquelas situações que não chegam a ser 
qualificadas como conflitos armados – nomeadamente os distúrbios 
internos e situações de violência generalizada.A mudança da natureza 
dos conflitos armados desde o fim da Guerra Fria, as guerras da 
descolonização, os novos conflitos étnico-culturais, e até mesmo o 
avanço tecnológico dos armamentos de guerra, desafiam o conceito 
clássico de Direito Internacional Humanitário, construído na ideia da 
guerra tradicional.22 
 
 
 De acordo com o código de conduta de socorro em caso de desastres para o 
Movimento do Crescente Vermelho e as Organizações não governamentais, as 
Organizações não governamentais são: “todas as organizações, tanto nacionais quanto 
internacionais, construídas separadamente do governo do país que tenham sido 
fundadas.” 
 Já as Organizações não governamentais Humanitárias podem ser conceituadas 
como sendo “as de caráter humanitário e seus componentes do movimento 
internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho que são: o Comitê 
Internacional da Cruz Vermelha, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do 
Crescente Vermelho e as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente 
Vermelho.” 
 E os desastres são: “acontecimentos externos que provocam mortes humanas, 
além de grande sofrimento, angústia e grande prejuízo material.” 
 Com relação ao controle feito pelas Organizações não governamentais 
Humanitárias, o Comitê Humanitário Internacional que deve fazer este controle. 
 Entretanto, deve-se deixar claro que a finalidade dessa ação empreendedora é 
estritamente humanitária e deve respeitar os princípios do Direito Internacional 
Humanitário23. Tais princípios são: neutralidade, distinção, responsabilidade, igualdade 
entre os beligerantes ou da não discriminação e inalienabilidade.24 
 
22MORIKAWA, Márcia Mieko.op.cit. p.537-538. 
23Estes princípios são os mesmos invocados pela Vigésima Conferência Internacional da Cruz Vermelha 
24 De acordo com o princípio da neutralidade, os mecanismos e órgãos de assistência humanitária são 
imprescindíveis no amparo das vítimas da guerra, portanto seus atos jamais devem ser enxergados como 
espécies de intromissão na guerra. Em compensação, todas as categorias de indivíduos protegidos devem 
abster-se de qualquer ato hostil. Já o da distinção enumera que as operações bélicas hão de cingir-se aos 
alvos militares, ou seja, pessoas e bens estritamente vinculados aos objetivos militares. Assim sendo, faz-
se imprescindível distinguir os alvos militares dos sujeitos e os dos bens civis, à margem dos propósitos 
bélicos. O da responsabilidade indica que oresponsável pela sorte dos indivíduos salvaguardados e pela 
fiel execução das regras convencionais é o Estado preponente, e não o corpo da tropa. O da igualdade 
entre os beligerantes ou da não-discriminação disciplina que o Direito Internacional Humanitário aplica-
4. O caso apresentado como exemplo da importância da assistência humanitária 
 
 
A Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente 
Vermelho25foram fundadas em 1919 por iniciativa de Henry Davison (presidente do 
Comitê de Guerra da Cruz Vermelha Americana). Trata-se de uma Organização não 
governamental Internacional26 cuja missão genérica é de facilitar e fazer progredir a 
ação humanitária das Sociedades Nacionais, nomeadamente em favor das populações 
mais vulneráveis. 
 
A implementação do Direito Internacional Humanitário é um objetivo 
essencial do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do 
Crescente Vermelho e as Sociedades Nacionais encontram-se 
particularmente bem situadas para promover esta questão no interior 
dos seus próprios países. Os Estatutos do Movimento reconhecem o 
papel que elas desempenham, cooperando com os respectivos 
governos no sentido de garantir o cumprimento do Direito 
Internacional Humanitário e de proteger os emblemas da cruz 
vermelha e do crescente vermelho. Os contactos das Sociedades 
Nacionais com as autoridades nacionais e com outras entidades 
interessadas e ainda, em muitos casos, a sua própria competência em 
 
se por igual a todas as partes em disputa, sejam elas autoridades governamentais ou não, 
independentemente das razões e motivos do enfrentamento bélico.Por último, o princípio da 
inalienabilidade, informa que os indivíduos resguardados não podem, em hipótese alguma, renunciar, 
parcial ou integralmente, aos benefícios a eles concedidos pelas Convenções e pelos Protocolos 
Internacionais. Este alcança a todas as normas protetoras das vítimas dos enfrentamentos armados, 
constituindo, portanto, um elemento essencial deste sistema internacional de proteção. 
25 Privileges and immunities similar to those enjoyed by intergovernmentalorganizations are sometimes 
recognized bilaterally, in particular with respect to the International Federation of Red Cross and Red 
Crescent Societies (IFRC). The legal status agreements concluded by the Federation and receiving States 
usually recognize the former’s status as an international organization in the host country, enjoying 
privileges and immunities based on the provisions of the 1947 Convention on Privileges and Immunities 
of Specialized Agencies. For example, the 1997 Agreement on the Legal Status of the International 
Federation and its Delegation in Nepal grants the Federation facilities, privileges and immunities that 
include freedom of movement, except as restricted by the Government, inviolability of premises, assets 
and archives, freedom of financial transactions, exemptions from taxes and customs duties, freedom 
of communication and immunities and tax exemptions for members of the delegations and officials of the 
Federation during the conduct of their official duties.Similar legal status agreements have been concluded 
by the Federation with various countries in South Asia, Southern Africa and Central America.Comissão 
de DireitoInternacional.Protection of persons in the event of disasters.op.cit.p.97. 
26 De acordo com o 5 Código de Conduta Relativo ao Auxílio em Casos de Desastre para o Movimento 
Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e das Organizações Não-Governamentais 
(NGOs), que foi elaborado em conjunto pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e 
do Crescente Vermelho e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, para efeitos deste documento, o 
termo Organizações Não- Governamentais de Caráter Humanitário (ONGHs) foi criado para designar os 
membros do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho - o Comitê 
Internacional da Cruz Vermelha, a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do 
Crescente Vermelho e as Sociedades Nacionais que a constituem - e as ONGs acima definidas. Este 
Código refere-se em particular às organizações não- governamentais de caráter humanitário que se 
ocupam da prestação de assistência em situações de desastre. 5 Código de Conduta Relativo ao Auxílio 
em Casos de Desastre para o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e 
das Organizações Não-Governamentais (NGOs) Disponível em: 
http://www.ifrc.org/Global/Publications/disasters/code-of-conduct/code-portuguese.pdf. Data de acesso: 
14 de fevereiro de 2012. 
Direito nacional e internacional, proporcionam-lhes um papel chave a 
desempenhar nesta área. Dispõem igualmente da possibilidade de 
utilizar, ou fornecer, conselhos e apoio no seio do Movimento 
Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Encoraja-
se as Sociedades Nacionais a utilizarem estes recursos o mais 
largamente possível para promover a implementação do Direito 
Humanitário a nível nacional.27 
 
 
Através de um acordo celebrado a 20 de Outubro de 1989 entre o Comitê Internacional 
da Cruz Vermelha e a Federação, as competências de ambas as instituições foram 
definidas da seguinte forma: a Federação coordena as ações internacionais de socorro às 
vítimas de catástrofes naturais aos refugiados e às pessoas deslocadas fora das zonas de 
conflitos. Por seu lado o Comitê assegura a direção geral da ação internacional da Cruz 
Vermelha e do Crescente Vermelho dentro das zonas de conflito.28 
Apesar disso, dada a sua crescente intervenção nos palcos 
internacionais (facto que, de resto, se vem exaltando através de um, 
quiçá, exagerado luzimento mediático...) – o que propicia um cada 
vez mais estreito relacionamento com os restantes sujeitos de Direito 
Internacional –, não mais se pode contestar serem, actualmente as 
ONG titulares de uma gama de capacidades jurídicas, direitos e 
obrigações que, não cabe dúvida, comprovam a existência de uma 
personalidade jurídica internacional, posto que derivada, limitada e 
funcional.29 
 
 Como exemplo desta ajuda humanitária das Organizações não governamentais 
Internacionais do Comitê Internacional da Cruz Vermelha o terremoto que ocorreu em 
12 de janeiro de 2010 no Haiti que matou centenas de milhares de pessoas e deixou 1,5 
milhões de pessoas desabrigadas. Deve-se ressaltar que a delegação regional do Haiti 
cobre o Haiti e a República Dominicana e dedica seus esforços para ajudar as pessoas, 
vítimas deste desastre. 
 
Parte III: A procura por uma alternativa eficaz à prática humanitária 
 
 
 A assistência humanitária foi sendo inscrita em Convenções Internacionais ao 
longo dos anos com o intuito de garantir direitos mínimos à vida e à integridade física 
do ser humano.30 Entretanto, como na realidade os Estados não aceitaram a sua 
 
27 Comitê Internacional da Cruz Vermelha. As Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente 
Vermelho e a implementação do direito internacional humanitário - Diretivas de atuação. Data de 
acesso: 14 de fevereiro de 2012. 
28 Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Disponível em: 
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/dih/dih/03.html. Data de acesso: 14 de fevereiro de 2012. 
29 ALMEIDA. Francisco Ferreira de. Direito Internacional Público. Ed. Coimbra: 2003. p. 354. 
30 The international law governing disaster response has developed into acomplex set of rules governing 
the initiation of relief, questions of access, issues of status and the provision of relief itself. The process of 
relief assistance is typicallyinitiated on the basis of a requestfor assistance issued by the affected State, 
internacionalização, o que não deu ensejo à sua eficácia plena, o Conselho de Segurança 
e a Assembleia Geral tiveram que implementar a assistência humanitária através de 
resoluções. 
Longe da “pureza apolítica” originária, as actividades de assistência 
humanitária são gradualmente impregnadas pelo político (as próprias 
resoluções do Conselho de Segurança da ONU neste sentido são 
inegáveis decisões políticas, às quais o Direito Internacional Público 
empresta-lhes legitimidade jurídica; o “novo” humanitarismo com 
vertente amada (intervenção militares humanitárias); o apoio 
financeiro público às organizações humanitárias não-governamentais; 
o budget de origem governamental do ACNUR – Alto Comissariado 
das Nações Unidas para os Refugiados). Nesta esteira de pensamento, 
com um humanitarismo “ingênuo” (fincado nos princípios da 
neutralidade, imparcialidade e humanidade), como fazer face aos 
novos problemas de nossos tempos, nomeadamente aos “senhores da 
guerra”, que não pensam duas vezes ao cometer atrocidades e 
violações maciças e sistemáticas de direitos humanos sem um 
programa político sólido, eficaz, e juridicamente legítimo para a 
assistência humanitária? 31 
 
 
Neste mesmo sentido, entende-se que a segurança humana atualmente não passa tão 
somente pela boa vontade em ajudar, mas sim, em um humanitarismo inserido em um 
projeto de construção de sociedades estáveis e de desenvolvimento sustentável. 
 
5. Repensar o humanitarismo 
 
 
O sentimento de compaixão ao sofrimento humano é um sentimento universal que é 
encontrado em todas as civilizações. Inicialmente contornado apenas por esse 
“sentimento primitivo” do homem comum, mais tarde ganhou racionalidade e 
maturidade e passou, assim, para o campo jurídico, ganhando autonomia. 
 
and is based on the consent of the affected State. Although any “duty” to provide assistance is limited to 
specific agreements, some recognition exists of the “right” of assistingactors to make unsolicited offers 
(subject to the consent of the affected State). Numerous instruments cover the question of the entry of 
disaster relief personnel into the territory of the receiving State, including the facilitation of entry visas for 
those personnel; the acquisition of work permits, or authorization; and recognition of their professional 
qualifications. Similarly, a number of instruments provide for the admission of goods for use in disaster 
relief, as well as for the facilitation of customsclearance procedures, and in some cases, requiring 
exemption from import duties, taxes and restrictions. The question of freedom of movement within the 
receiving State is addressed in instruments related to disaster relief, although provisions wereidentified 
both facilitating and restricting such movement. A number of multilateraltreaties, bilateral treaties and 
national laws include a provision to facilitate overflightand landing rights.Comissão de 
DireitoInternacional.Protection of persons in the event of disasters.op.cit.p.98. 
31 MORIKAWA, Márcia Mieko.op.cit. p.543. 
 A expressão “humanidade”encerra diversos conteúdos. Por um lado, 
o sentimento geral empresta-lhe um carácter de filantropia, de 
caridade, de racionalismo, de rejeição ao sofrimento gratuito e de 
altruísmo. Por outro lado, alude a um acervo de regras que traduzem 
uma determinada ordem moral. Por outro lado ainda, a expressão 
tendo a ser reconhecida como “fonte” do Direito Internacional, com 
base na interpretação da Declaração de São Petesburgo de 1868.32 
Tal sentimento deve ser inserido no contexto de reconstrução de sociedades estáveis e 
de desenvolvimento sustentável. 
A questão da segurança humana no mundo actual não passa apenas 
pelo humanitarismo emergencial e pela mera “boa vontade”. Não se 
trata apenas de “fazer algo”. Para muito além disso, requer um 
humanitarismo inserido num projecto de construção de sociedades 
estáveis e de desenvolvimento sustentável.33 
Esta resposta deve ser inserida em projetos devidamente pensados e estruturados de 
desenvolvimento para a paz, ou seja, deve ser seguida de medidas políticas e legislativas 
eficazes. 
6. Considerações finais 
 
 
 Concluindo, o sonho de Dunant era a criação de um tratado internacional 
vinculativo de caráter universal que tivesse força de lei às suas propostas para garantir a 
proteção dos feridos de guerra. 
 Entretanto, nos conflitos armados atuais, o desafio de defender os valores 
humanitários não se deve à falta de normas, mas sim a falta de respeito às mesmas. 
 Existe atualmente uma grande quantidade de desafios para o Direito Internacional 
Humanitário que precisam ser resolvidos pela comunidade internacional em áreas como 
terrorismo, detenções, conduta de hostilidades, ocupação e sanções. 
 Apesar do lapso temporal, Ciro que foi rei da Pérsia entre 559 e 530 a. C., e 
Dunant, no século XIX tinham o mesmo sonho haja vista que Ciro, no século VI a. C. 
havia colocado na entrada da cidade da Babilônia um cilindro (conhecido por cilindro 
de Ciro) que diz: 
Eu sou Ciro, Rei da Babilônia, Rei da Suméria, Rei da Acádia, Rei de 
quatro países (…). O meu grandioso exército entrou pacificamente 
em Babilônia e não deixei que nenhum mal chegasse à terra da 
Babilônia e ao seu povo. Os modos respeitosos dos babilônios 
 
32LEANDRO. Francisco da Silva. As armas das vítimas: um novo prisma sobre o Direito Internacional 
Humanitário e dos Conflitos armados. Edições Cosmos. Instituto da Defesa Nacional. Lisboa:2005. p.55. 
33 MORIKAWA, Márcia Mieko.op.cit.p. 543. 
 
ensinaram-me (…) e eu ordenei que todos devem ser livres de adorar 
o seu deus sem prejuízo algum. Ordenei que nenhum lar fosse 
destruído e que nenhuma propriedade fosse tomada.34 
 
 Posto isto, considero que o sonho da paz é inerente ao ser humano, antigo e 
necessita de pessoas de boa vontade e de planejamento para ser concretizado. 
 
7. Referências 
 
 
ALMEIDA. Francisco Ferreira de. Direito Internacional Público. Ed. Coimbra: 2003. 
 
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funcionamento no Brasil e atuação no sistema das Nações Unidas. Copendi.p.3. 
Disponível em: http://www.conpedi.org.br/ 
manaus/arquivos/anais/campos/gislaine_caresia.pdf. Data de acesso: 14 de fevereiro de 
2012. 
 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha. As Convenções de Genebra. Disponível em: 
http://www.icrc. org/por/war-and-law/treaties-customary-law/geneva-
conventions/index.jsp. Data de acesso: 11 de fevereiro de 2012. 
 
________________________________Artigo 3º comum às quatro Convenções de 
Genebra de 12 de agosto de 1949 Tratado Fonte: Gabinete de Documentação e 
Direito Comparado. Disponível em: http://www.icrc.org/por/resources/documents 
/treaty/treaty-gc-0-art3-5tdlrm.htm. Data de acesso: 11 de fevereiro de 2012. 
 
________________________________As Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e 
do Crescente Vermelho e a implementação do direito internacional humanitário - 
Diretivas de atuação. Data de acesso: 14 de fevereiro de 2012 
 
_____________________________________O CICV no Haiti. Disponível em: 
http://www.icrc.org/por/where-we-work/americas/haiti/overview-haiti.htm. Data de 
acesso: 14 de fevereiro de 2012. 
 
 
5 Código de Conduta Relativo ao Auxílio em Casos de Desastre para o Movimento 
Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e das Organizações Não-
Governamentais (NGOs) Disponível em: 
http://www.ifrc.org/Global/Publications/disasters/code-of-conduct/code-portuguese.pdf. 
Data de acesso: 14 de fevereirode 2012. 
 
Comissão de DireitoInternacional.Protection of persons in the event of disaster.s 
Memorandum by the Secretariat: Sixtieth session,Geneva, 5 May-6 June and 7 July-8 
August 2008. Disponível em: http://www.un.org/law/ilc/. Data de acesso: 21 de 
fevereiro de 2012. 
 
34 FARNDON John. Tudo o que precisa saber sobre o Irão. Portugal: 2007.p. 33. 
 
 
 
FARNDON John. Tudo o que precisa saber sobre o Irão. Portugal: 2007. 
 
GUERRA, Sidney César Silva. Direito Internacional Público. 3 edição. Freitas Bastos 
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