Buscar

Baratta Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal Capt VII Rotulacionismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

i\.L
l...'~
A
N
L
JK
V
1
-,,,N
\1
1
1
\
V
II.
O
N
O
V
O
PA
R
A
D
IG
M
A
C
R
IM
IN
O
L
Ó
G
IC
O
:
"L
A
B
E
L
IN
G
A
pPR
O
A
C
H
",
O
U
E
N
FO
Q
U
E
D
A
R
E
A
Ç
Ã
O
SO
C
IA
L
.
N
E
G
A
Ç
Ã
O
D
O
PR
IN
C
ÍPIO
D
O
FIM
O
U
D
A
PR
E
V
E
N
Ç
Ã
O
1.
"LA
IJE
LlN
G
A
I'P
N
..O
A
C
H
":
U
M
A
R
E
V
O
LU
Ç
Ã
O
C
IE
N
T
ÍF
IC
A
N
O
Â
M
-
IJIT
O
D
A
.';oC
lO
LO
(;fA
C
R
IM
IN
A
L
A
s
teorias
sum
ariam
ente
exam
inadas
nos
últim
os
capítulos
apresentam
,
apesar
das
diferenças
que
as
dividem
,quatro
m
otivos
com
uns
que
devem
sersublinhados
com
o
alternativa
crítica
à
con-
cepção
da
relação
entre
delinqüência
e
valores,própria
da
ideolo-
gia
penal
da
defesa
social.Em
prim
eiro
lugar,elascolocam
a
ênfa-
se
sobre
as
características
particulares
que
distinguem
a
socializa-
çãoe
os
defeitos
de
socialização,
às
quais
estão
expostos
m
uitos
dos
indivíduos
que
se
tornam
delinqüentes.
Em
segundo
lugar,
elas
m
ostram
com
o
esta
exposição
não
depende
tanto
da
disponibilida-
de
dos
indivíduos,quanto
das
diferenciações
doscontatos
sociais
e
da
participação
na
subcultura.
Em
terceiro
lugar,estas
dependem
,
por
sua
vez,em
sua
incidência
sobre
a
socialização
do
indivíduo
segundo
o
conteúdo
específico
dos
valores
(positivo
ou
negativo),
das
norinas
e
técnicas
que
as
caracterizam
,
dos
fenôm
enos
de
estratificação,
desorganização
e
conflitualidade
ligadosà
estrutura
social.Enfim
,estas
teorias
m
ostram
tam
bém
que,pelo
m
enos
den-
t~.ode
certos
lim
ites,a
adesão
a
valores,norm
as,definições
e
o
uso
de
técnicas
que
m
otivam
e
tornam
possívelum
com
portam
ento
"crim
inoso",
são
um
fenôm
eno
não
diferente
do
que
se
encontra
no
caso
do
com
p0l1am
ento
conform
e
à
lei.
A
distinção
entre
osdoistipos
de
com
p0l1am
ento
depende
m
e-
nos
de
um
a
atitude
interior
intrinsecam
ente
boa
ou
m
á,
socialou
85
•
A
LESSA
N
O
R
O
B
A
R
A
ITA
C
R
IM
IN
O
LO
G
IA
C
R
ITIC
A
E
C
R
ITIC
A
D
O
D
IR
EITO
rEN
A
L
anti-social,
valorável
positiva
ou
negativam
ente
pelos
indivíduos,
do
que
da
definição
legal
que,
em
U
ITLÇ
1ad9m
<?!.!len.!º-disti~e,
em
de-
tenninada
sociedade,
o
cO
~!!:l~nt<:J
c~m
inoso
do
com
portam
ento
lícito.Por
debaixo
do
problem
a
da
legitim
idadedosisten~ade
vãfore;
recebido
pelo
sistem
a
penal
com
o
critério
de
orientação
para
o
com
-
portam
ento
socialm
ente
adequado
e,portanto,
de
discrim
inação
en-
tre
confoenidade
e
desvio,
aparece
com
o
determ
inante
o
problem
a
da
definição
do
delito,
com
:-as
inlplicações-pofítiêo-~Sõciãis-qü~-;eve~
la,
quando
este
problem
a
não
seja
tom
ado
por
dado,
m
as
venha
tem
atizado
com
o
centro
de
um
a
teoria
da
crim
inalidade.
Foi
isto
o
que
aconteceu
com
as
teorias
da
"reação
social",
ou
labeling
approach,
hoje
no
centro
da
discussão
no
ãm
bito
da
sociologia
crim
inaP.
Esta
direção
de
pesquisa
parte
da
consideração
de
que
não
~~
pode
cO
l!!2reender
a
crim
iD
alida~e
não
se
estuda
a
ação
do
sis_-
kID
a
penal,
~
a
defin~~xs;a$-e---º-ºJlt(ª-ela,
com
eçando
pelas
nor-
m
as
abstratas
até
a
ação
das
in~!~nct~~_oficiai~
(polícia,
juízes,
ins-
"-
tituições
penitenciárias
que
as
aplicam
),
e
que,
por
isso,-º
statu~
-SQ
cialde_ç,e1inqjj...enkp-r.e~JJp-~)-ll~c.e_s..s_ªrj-ªID
el].~.9_dejj-º-da.ativi
-
~~~~
~_~~i!:~~!~_t.!~i~~_Q
º-~_tai~
__4~_~<:J_t.!tr:g~~_~<:J~i~l
daÊ~l!~_q~ê~~!l:t,
en-
Q
uanto
não
adquire
esse
status
aquele
que,
apesar
de
ter
realizado
I_Q
)~!!:!~L~0l).1P--ºrtam
e!1J:2
P\l_t.!jy'~ILt.!.i'!g~__alc_~r.t£~~gLtg9avia,
pe~_
ação
daquelas
instãncias.
Portanto,
este
não
é
considerado
e
trata-
do
pela
_sociedade
com
o
"delinqüente".
N
este
sentido,
o
labeling
approach
tem
se
ocupado
principalm
ente
com
as
reações
das
ins-
tâncias
oficiais
de
controle
social,
consideradas
na
sua
função
constitutiva
em
face
da
crim
inalidade.
Sob
este
ponto
de
vista
tem
estudado
o
efeito
estigm
atizante
da
atividade
da
polícia,
dos
órgãos
de
acusação
pública
e
dos
juíze..s.
O
que
distingue
a
crim
inologia
tradicional
da
nova
sociologia
crim
inal
é
visto,
pelos
representantes
do
labeling
approach,
princi-
palm
ente,
na
consciência
crítica
que
a
nova
concepção
traz
consigo,
em
face
dz.definição
do
próprio
objeto
da
investigação
crim
inológic~
e
em
face
do
problem
a
gnosiológico
e
de
sociologia
do
conhecim
enro
que
está
ligado
a
este
objeto
(a
"crim
inalidade",
o
"crim
inoso"),
quan-
do
não
o
consideram
os
com
o
um
sim
ples
ponto
de
partida,
um
a
entidade
natural
para
explicar,
m
as
com
o
um
a
realidade
socialque
não
se
coloca
com
o
préconstituída
à
experiência
cognoscitiva
e
prá-
tica,
m
as
é
construída
dentro
desta
experiência,
m
ediante
os
proces-
86
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
~
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
I
sos
de
interação
que
a
caracterizam
.
Portanto,
esta
realidade
deve
antes
de
tudo,
ser
com
preendida
criticam
ente
em
sua
construção
'
2
.A
O
R
IE
N
TA
Ç
Ã
O
SO
O
O
LÓ
C
;IC
A
E
M
C
IU
E
SE
SITU
A
o
"LA
J3E
LlN
G
A
pP
R
O
A
C
H
"
.
.
O
h~rizvnte
de
pesquisa
dentro
do
qual
o
fabeling
approach
se
sItua
e,
el:l
grande
m
edida,
dom
inado
por
duas
correntes
da
sociologia
am
ericana,
estreitam
ente
ligadas
entre
si.
Em
prim
eiro
lug~r,
realm
e~t~,
t~lenf~q.ue
rem
onta
àquela
direção
da
psicologia
SO
C
Ial
e
da
.so~lO
hnguIStIca
inspirada
em
G
eorge
H
.
M
ead
2,
e
com
um
e~~te
m
dlcada
com
o
"int~~~'!'?!9.11is~110sim
bólico".
Em
segundo
h:-g~r,
a
etnom
etodologia",
inspirada
pela
sociologia
fenom
eno-
10~lca
de
,A
~fred
Schutz
3,
concorre
para
m
odelar
o
paradigm
a
~plsten:ol~glco
~ara~t~rístico
~as
teorias
do
fabeJing,
Segundo
o
m
t~raclO
n~s~o
slm
bo!~~~L~.i'_~~!~da9~_=_0~_~~_~,a
realidade
social
-
e
C
O
B
Stltuíd~"pº_l:~:lm
~infinidªclecle
interações-concretas
entre
--l~divídl::l_os,-ªQ
~1:!~il>_!l!:t.1P!<:)c_esso_ge_tipific~ç~~
c;;;f~r~-~~
siZ;;i~
V
ftcado
flue
se
afast
d
't
-
--------------------
~-------:J______
.....~..as
SIuaçoesc<:)l'lc:!etas
e
continua
a
estender-
se
~través
da
linguagen!:.
Tam
bém
segundo
~et~~;n~t~d~l~i~
a
SO
C
Iedade
não
é
um
a
realidade
que
se
possa
conhecer
sobre
opla-.
no
objetivo,
m
as
o
prodl}J~_~~_':l:!E~_'~g!:__~tEl}9ão~9..cial"4,obtida
?ra7~s
a
um
processo
de
definição
e
de
tipificação
por
parte
de
~ndIvld~os.
e
de
grupos
diversos.
E,
por
conseqüência,
segundo
o
m
teraC
lom
sm
o
e
a
etnom
etodologia,
estudar
a
realidade
social
(por
exem
plo~
o
desvio)
significa,
essencialm
ente,
estudar
estes
proces-
sos,
partm
do
dos
que
são
aplicados
a
sim
ples
com
portam
entos
e
chegando
até
as
construções
m
ais
com
plexas,
com
o
a
própria
con-
cepção
de
orc.em
social.
A
crim
inologia
positivista
e,
em
boa
parte,
a
crim
inologia
li~
ber~l
c~ntem
porãnea
tom
am
por
em
préstim
o
do
direito
penal
e:
dosJunstas
(com
o
se
disse
nocapítulo
I)
as
suas
definições
de
com
-
•
portam
ertto
crim
inoso,
e
estudam
este
com
portam
ento
com
o
se
sua
qualidade
crim
inal
existisse
objetivam
ente.
D
o
m
esm
o
m
odo
e
ao
m
esm
o
tem
po,
tom
am
por
evidente
que
as
norm
as
e
os
valores
so-
cia~s
que
os
indivíduos
transgridem
,
ou
dos
quais
desviam
,
são
u.m
ve~salm
em
e
com
partilhados,
válidos
a
nível
intersubjetivo,
ra-
clO
naIs,
presentes
em
todos
os
indivíduos,
im
utáveis
etc.
87
C
R
IM
IN
O
LO
C
IA
C
R
iT
IC
A
E
C
R
iT
IC
A
D
O
D
IR
E
IT
O
rE
N
A
L
V
ice-versa,
segundo
o
interacionism
o
sim
bólico,a
coordena-
ção
dos
com
portam
entos
em
relação
a
certas
norm
as
não
se
efetua
de
m
aneira
autom
ática,
m
as
depende
de
algum
as
condições
e,por
isso,deve
ser
considerada
com
o
um
a
operação
problem
ática:
É
útil
sublinhar,
a
partir
de
agora,a
im
portância
de
duas
dis-
tinções
conceituais,
fundam
entais
para
o
m
odo
em
que
a
teoria
do
desvio
tem
sido
desenvolvida,no
quadro
do
interacionism
o
sim
bó-
lico
(com
o
tam
bém
no
quadro
da
fenom
enologia
e
da
etnom
etodo-
logia).A
prim
eira
distinção
é
a
que
se
opera
entr~
e
ação.
O
com
portam
ento
encontra
na
estrutura
m
aterial
da
ação
o
próprio
referente
necessário;
a
ação
é
o
conW
Q
rtall1entQ
_~.çLQ
1iªl
se
atribui
um
sentido
ou
1:1I}lsigpificado
social,dentro
4ª
im
~m
ç.ãQ
,
Esta
atribuição
de
significado
que
"transform
a"
o
com
portam
ento
em
ação
se
produz
segundo
algum
as
norm
as.
A
quiintervém
a
se-
gunda
distinção.
Existem
norm
as
sociaisgerais,com
o
por
exem
plo,
as
norm
as
éticas
ou
as
norm
as
jurídicas.
M
as
existem
,
tam
bém
,
norm
as
ou
práticas
interpretativas
("interpretatives
procedures"),
que
determ
inam
a
interpretação
e
a
aplicação
das
norm
as
gerais
a
situações
particulares.
Estas
norm
as
ou
práticas
intepretativas
e
aplicativas
estão
na
base
de-quâlqü-er
interação
sociál
e
determ
i-
nam
o
"sentidod~nrtu-i:a-sõcial"5:R
eferindo--=seaunladistinção
análoga,
introduzida
no
cam
po
linguístico
por
N
oam
C
hom
ski G,
A
aron
V
.C
icoureF
denom
ina
as
prim
eiras
surface
rules
(ou
gene-
ralrules),
as
segundas,
basic
rules.
O
utros
autores
falam
,para
in-
dicar
esta
distinção,
de
unlsecond
code,não-escrito,
que
funciona,
no
processo
de
im
putaçã~.]~~_t:.~~'pons<lbll1daae-
e
de
atribuiçã<?_de
etiquetas
de
crim
inalidade,
ao
lado
do
código
oficial 8
,e
outros,en-
fim
-
com
o
se
dirá
no
próxim
o
capítulo
-,
de
norm
as
e
de
m
etanorm
as'J.
---------
O
s
crim
inólogos
tradicionais
exam
inam
problem
as
do
tipo
"quem
é
crim
inoso?",
"com
)
se
torna
desviante?",
"em
quais
con-
dições
um
condenado
se
to~'nareincidente?",
"com
que
m
eios-se
pode
exercer
controle
sobre
o
crim
inoso?".
A
o
contrário,
os
interacionistas,cC
'm
oem
geralosautores
que
seinspiram
no
labeling
approach,
se
perguntam
:
~uem
édefinido
com
o
desviante?",
"que
efeito
deçorre
desta
definição
sobre
o
indivíduo?",
"em
que
condi-
.
ções
este
indivíduo
pode
se
tornar
objeto
de
um
a
definição?"
e,
..enfim
,
"quem
define
quem
?".---
..----
..-.--...-
88
A
lE
S
S
A
N
D
R
O
B
A
R
A
T
T
A
A
pergunta
relativa
à
natureza
do
sujeito
e
do
objeto,na
defini-
ção
do
com
portam
ento
desviante,orientou
a
pesquisa
dosteóricosdo
labeling
approach
em
duasdireções:um
a
direção
conduziu
ao
estudõ
da
form
ação
da
"identidade"
desviante,edo
que
sedefinecom
o
"des-
vio
~undário"1.~~.~~u~j-~,..<:'~feitoda
aplicaçãoda
etiqueta
de
"cri~!~_
noso
(ou
tam
bém
de
doente
m
ental")
11sobre
a
pessoaem
quem
se
..aplica
a
etiqueta;a
outra
direção
conduz
ao
problem
a
da
definiçã-o,-dã,
constituição
do
desviocom
o
qualidade
atribuída
a
com
portam
entõs
e
•.
a
indivíduos,no
curso
da
interação
e,por
isto,conduz
tam
bém
~~
;-.
problem
a
da
distribuição
do
poderde
definição,para
o
estU
dodõsque
.detêm
,em
m
aiorm
edida,na
sociedade,o
poderde
definição,ou-seJi:ç-
para
o
estudo
das
agênciasde
controle
social.
---.--~.~~
3.
O
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
D
E
W
IA
N
T
E
C
O
M
O
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
R
O
-
T
U
LA
D
O
C
O
M
O
T
A
L
A
prim
eira
direção
de
pesquisa
prevalece
entre
osautores
que
seocuparam
particularm
ente
da
IdenfJdadee
das.~im
.s.deSY
.Íantes
com
o
H
ow
ard
S.B
ecker,Edw
in
M
.Lem
erte
Edw
inM
.Schur.B
eck~~:'
por
exem
plo,apesar
de
ter
contribuído
de
m
odo
decisivo
ao
des~-~~
volvim
ento
da
segunda
direção
de
pesquisa,particularm
ente
no
que
concerne
à
definiçãoL~~~~t~.Y
_~y;:i!!c::jp.<l:I}ne_~~_
sobre
os
efeitos
da
estigm
atização
na
form
açãO
do
status
S9cialde
desviante12~Ã
nali-'-
sando
a
típica
carreira
dos
fum
adores
de
m
arijuana
nos
Estados
U
nidos,B
~~kerm
ostrou
que
a
m
aisim
portante
consegü~nciada
a12li-
c~.9
de
sanções
consiste
em
um
a
decisiva
m
udança
da
identi~h'
..
sociaLdo..in.clM
dU
tr,um
a
m
udança
que
ocorre
l~non~;~t;~~'
.que
é
introduzido
no
status
de
deJ;via
u te
13,
-.--
---
--
Segundo
Lem
ert 1\
central
para
um
a
teoria
do'desvio
baseada
na
perspectiva
da
reação
social(socialreacliol1)é
a
distinção
entre
delinqüência
"prim
ária"
e
delinqüência
"secundária;'.
Lenlert-ci"e~
senvolve
particularm
ente
esta
distinção,de
m
odo
a
m
ostrar
com
o
a
reação
social
~~_pt:t:l1içào
de
_:U
I!1..p'rj!!.1_e!r<.?_
com
IJortam
e;t~
desviante
tem
,
freqüentem
ente,
a
função
de
um
'-"Z~~I~~it~~e~t-t~-
d.eyiance':'.gerando,
através
de
um
a
m
udança
da
identidad~w
ci~T
do
indiví~uo
assim
estign~atiza~o,u:na
t~ndência
a
perm
anecer
no
\\
~
f
papelSO
C
Ialno
qual
a
estlgm
atlzaçao
o
m
troduziu.
.
89
•
C
R
IM
IN
O
LO
G
IA
C
R
ITIC
A
E
C
R
ITIC
A
D
O
D
IR
E
ITO
rE
N
A
L
Em
alternativa
à
teoria
m
ertoniana,
Lem
ert l5
sustenta
que
são
doisos
principais
problem
as
de
um
a
teoria
da
crim
inalidade:
o
pri-
m
eira
é
"com
o
surge
o
com
portam
ento
desviante";o
segundo,"com
o,
os
atos
desviantes
são
ligados
sim
bolicam
ente,
e
as
consegüência_~
efetivasdesta
ligação
para
osdesviossucessivospor
parte
da
pessoa".
Enquanto
o
desvio
prim
ário
se
re~rta,
~,
a
um
contexto
de
f!l.!9:.
res
sociais,culturais
e
psicológic_Q
.~L9.!:!~
não
se
centram
sobre
a
es~
trutura
psíquica
do
indivíduo,e
não
conduzem
,
por
sim
esm
os,~..
um
a
"reorganização
da
atitude
que
o
individuo
tem
para
consigo
m
esm
o,e
do
seu
papel
social",os
desviossucessivosà
reação
social
(com
preendida
a
incrim
inação
e
a
pena)
são
fundam
entalm
ente
de-
term
inados
pelosefeit~"'p"sicológicosque
talreação
produz
no
indi-
víduo
objeto
da
m
esm
a;o
com
portam
ento
desviante
(eo
papelsocíal
c.ºq~~ºndente)
sucessivoà
reação
~~Q
.D
'la-se
um
m
eio
de
defesaLf!~_.
ataque
ou
deadaptação
em
relação
aosproblem
asm
anifestoseocultos
.
criados
pela
reação
socialao
prim
eiro
desvio".Tam
bém
SC
hur lGse
reporta
à
distinção
entre
desvio
prim
ário
e
secundário,desenvolvida
por
Lem
ert,e
considera
esta
distinção
"central"
para
a
construção
de
um
a
teoria
da
crim
inalidade
baseada
no
labeling
approach.
Para
osfinsde
nosso
discurso
sobre
a
relação
entre
a
crim
ino-
logia
liberal
contem
porânea
e
a
ideologia
penal,
destaca-se
que
os
resultados
desta
prim
eira
direção
de
pesquisa,na
crim
inologia
ins-
pirada
no
labeling
approach,
sobre
o
desvio
secundário
e
sobre
car-
reiras
crim
inosas,põem
em
dúvida
oprincípio
do
fim
ou
da
preven-
ção
e,em
particular,
a
concepção
reeducativa
da
pena.N
a
verdade,
essesresultados
m
ostram
que
a
intervenção
do
sistem
a
penal,espe-
cialm
ente
as
penas
detentivas,antes
de
terem
um
efeito
reeducativo
sobre
o
delinqüente
determ
inam
,
na
m
aioria
doscasos,um
a
conso-
lidação
da
identidade
desviante
do
condenado
e
o
seu
ingresso
em
um
a
veretadeirae
própria
carreira
crim
inosa.
;
I
N
ão
nos
deterem
os
posteriorm
ente
sobre
osvários
desenvol-\';
vim
entos
experim
entados
pela
perspectiva
do
labeling
approach,
no
interior
da
prim
eira
pesquisa.
A
quiim
porta,
sobretudo,
subli-
nhar
que
um
a
teoria
da
crim
inalidade
centrada
sobre
talperspec-
tiva,
assim
com
o
está
desenvolvida
na
literatura
anglo-saxõnica
originária
e,em
boa
parte,tam
bém
da
Europacontinental,não
cons-'\
titui,necessariam
ente,um
a
negação,m
aspode
serum
com
plem
ento
).
da
investigação
etiológica
sobre
o
desvio
crim
inal.
'
90
(.
A
LE
S
S
A
N
D
R
O
B
A
R
A
TTA
D
iante
deste
tipo
de
indagação,
em
substância,
os
autores
que
m
encionam
os
desenvolvem
um
a
polêm
ica,
m
as
um
a
polê-
m
ica
dirigida
a
superar
a
exclusiva
acentuação
da
perspectiva*
etiológica,
não
a
negar
sua
função
no
ãm
bito
de
um
a
teoria
da
,..:'j
crim
inalidade.
D
e
resto,
pode-se
observar,
as
teorias
do
labeling'-']
CF
'
baseadas
sobre
a
distinção
entre
desvio
prim
ário
e
desvio
se-J".:i
"I
'
cundário,
não
deixaram
de
considerar
a.~m
atização
O
C
Ji.SÍQ
::
nada
pelo
desvio
.JJlt~,!!~rLº-!~unb_~D
}S.Q
!no
um
a
causa,
que
tem
seus
efeitos
~~p.,Ç
.çífiços
na
identidade
soci~L~}}-ª_,ªutºf.!.~i!1J.çªo
das
pessqas
.obj~tº..4~X
~i:l,ç_~_soci~LPor
isto,tam
bém
na
litera-
tura
de
língua
alem
ã,
a
discussão
crítica
seguida
à
recepção
do
labeling
approach
na
teoria
interacionista
de
Fritz
Sack
-
re-
cepção
que
exam
inarem
os
no
próxim
o
capítulo
-,
é
caracteri-
zada
pela
alternativa
entre
um
em
prego
m
enos
rigoroso
do
novo
paradigm
a,
ou
seja,pela
tendência
a
superar
a
"unilateralidade"
\i:""""
da
teoria
interacionista,
e
a
m
ostrar
com
o
a
perspectiva
do
labeling
é
com
patível
com
a
pesquisa
etiológica
sobre
o
com
-
portam
ento
crim
inalizado
-
neste
sentido,
as
contribuições
de
G
ünter
Endruw
eit
e
de
K
arl
K
unz
l7
-,
e
um
em
prego
radical
dela,representado
principalm
ente
por
Fritz
Sack
e
por
W
olfgang
K
eckeisen.
Este
últim
o
-
em
um
livro
verdadeiram
ente
digno
de
m
enção
l8
-
aplica
ao
deslocam
ento
do
objeto
da
pesquisa,
do
estudo
dos
fatores
da
crim
inalidade
para
o
estudo
da
reação
social,
a
teoria
de
Thom
as
K
uhn
sobre
a
estrutura
das
revolu-
ções
científicas
e
sobreas
m
udanças
de
paradigm
a
na
ciência.
D
efine
o
paradigm
a
etiológico
e
o
paradigm
a
do
controle
(labeling
approach)
com
o
dois
paradigm
as
incom
patíveis,con-
siderados
no
seu
m
odelo
Ideal,
ou
seja,
na
sua
expressão
m
ais
conseqüente
e
radical.
"O
problem
a
fundam
ental
do
paradigm
a
etiológico
-
escreve
eleH
>,-,
ao
qual
a
m
aior
parte
da
ciência,com
o
tam
bém
do
senso
com
um
,perm
anece
fiel,pode
seridentificado
na
interrogação:
quais
são
as
condições
que
podem
ser
atribuídas
a
um
fato
precedente-
li
m
ente
existente,ou
seja,o
com
portam
ento
desviante?"
A
sim
plica-
ções
deste
paradigm
a
são:.-&
JJ11L.'i.ÍS.t~l1m
..Q
bjeJ.i.vº_,~.ººj~ti'yª-!].J~nt~
reconhecíveldeX
lQ
l:Jl1aS_p-ré,Ç
onstituídas;
b.ta.exiÂ
t~nciªdeduasclasse.s.,
distintas
de__ç91TIP-ºrt.ª-m
~ntº~_~.g~.~1J.j~ij-º~;º$Ç
9m
P9rtm
]J~tlJ()$.~-ºs
..m
i~iiº,$,.n2X
!l1~i.$
..e...9,$._d~$.Y
.Ü
tn.t~s;
çl,fL
gç:stjna,窺,..:~t~çnis::.9.~"
91
C
R
IM
IN
O
LO
C
IA
C
R
iT
IC
A
E
C
R
iT
IC
A
D
O
D
IR
E
IT
O
P
E
N
A
L
intervel)cioni~tª-'.~.;Lt~Q
ria,
.ou
.seja,aquelatípica.
da.crim
inulO
$ia.
Q
ositivista,de
l:iJ.U
i.z..ªI_ªçQJ;:lyorrênciadosJatores
do
.desvio
para
in
-
~..rvi.uQ
.l?l'~_~l~.$,..m
ºªifiº-ªnqº~.Q
S.(Ç
Q
rr~cionID
isrnº)_,
A
o
contrário,
o
paradigm
a
do
controle
parte
de
um
a
problem
atização
da
suposta
validade
dos
juízos
sobre
desvio.
Este
paradigm
a
se
articula
em
duas
ordens
de
questões:
"1)
Q
uais
são
as
çJlndi.~da
intersubje.tiY
i.da.d.e...daatribuição
de~nificadosJ,
em
geral,
e
pal1iç...u.larm
ente..do..desy.io-(com
o
significado
atribuído
a
com
portam
entos
e
a
indivíduos).
2)Q
!:!.at~Q
.p.94~r.m
!ecQ
nfer e
a
c~rtas
defüli.ç.Q
e.U
U
llª.Y
aJiqadereal.(no
caso
em
que,
a
certas
defi=-
J1iç.ões,sejam
Jjzadas
ªH
'=:teJªs'H
çºnseq~~nçjªs..práticasque
são
as
sanções)"zo.
N
o
paradigm
a
do
controle,
a
prim
eira
pergunta
forne-
ce
a
dim
ensão
dEjde(ilJM
qa
segunda,
a.Jiim
ensãº-ªº
..]2Q
çf~.T.
4.A
s
D
lR
E
Ç
Ô
E
,.j
TE
Ó
R
IC
A
S
Q
U
E
C
O
N
TR
IlJU
ÍR
A
M
P
A
R
A
O
D
£<
iE
N
V
O
L-
V
IM
E
N
TO
D
A
S
D
U
A
S
J)IM
E
N
W
.'jE
~'D
O
P
A
R
A
D
IG
M
A
D
A
R
£u'À
n
SO
C
IA
L
A
form
ulação
acim
a
sintetizada
não
deriva
nem
da
som
a
das
diferentes
teorias
que
adotaram
o
labeling
approach,
nem
de
um
a
generalização
baseada
sobre
elem
entos
com
uns
a
todas
estas
teori-
as,m
as,
antes,
de
um
a
estilizaç.lo
que
objetiva
acentuar
a
quintes-
sência
do
paradigm
a
do
controle,
consideradas,
na
form
a
m
ais
pura
e
rigorosa
possível,
a
identidade
e
a
originalidade
teórica
que
o
distinguem
de
outros
m
odelos.
Poder-se-ia
afirm
ar,
segundo
a
aná-
lise
que
K
eckeisen
faz
das
duas
dim
ensões
do
paradigm
a,
que
para
o
seu
desenvolvim
ento
contribuíram
,
de
diferentes
m
odos,autores
que
podem
ser
classificados
conform
e
três
direções
da
sociologia
contem
porânea:
o
interacionism
o
sim
bÓ
licQ
.(H
.B
ecker,E.G
offm
an,
J.K
itsuse,
E.M
.Lem
ert,
E.M
.Schur,
F.Sack)i
a
fenom
enolQ
$ia
e
a
etnom
etodologia
(P.B
erger
eT.Luckm
ann,
A
.C
icourel,
H
.G
arfinke1,
P.M
cH
ugh,
T.].SchefO
e,enfim
,
a
sociolO
$iado
conflitQ
.(G
.B
.V
old,
A
.T.Turk,
R
.Q
uinney,
K
.F.,Schum
ann).
Enquanto
os
autores
per-
tencentes
à
prim
eira
e
à
segunda
direção
teórica
desenvolveram
principalm
ente
a
dim
ensão
da
definição,
osautores
que
utilizaram
o
paradigm
a
do
controle
no
quadro
da
sociologia
do
conflito,
ela-
borado
sobretudo
por
C
oser
e
D
ahrendorf,
desenvolveram
particu-
larm
ente
a
dim
ensão
do
poder.
92
É
precisam
ente
a
estilização
do
paradigm
a
do
controle,derivada
dessa
particular
utilização
sua,
que
perm
ite
a
K
eckeisen
afirm
ar
a
existência
de
incongruências
internas
nas
teorias
de
B
ecker,Lem
erte
Schur.R
ealm
ente,segundo
W
olfgang
K
eckeisen,estas
apresentam
,
na
sua
realização
não
rigorosa
do
paradigm
a,
resíduos
do
m
odo
com
o
o
problem
a
do
desvio
era
colocado
pelo
paradizm
a
etiolá$iço
-
com
as
conseqüentes
im
plicações
teóricas
negativas
decorrentes
daquele
1110-
delo
de
enfoque
-,
ou
seja,a
consideração
do
desvio
com
o
um
a
qua-
lidade
objetiva
do
com
portam
ento
e
do
sujeito
e,com
o
conseqüência
disto,a
"reificação"
do
conceito
de
desviQ
.M
ostrem
os
um
exem
plo:o
teorem
a
de
W
.I.Thom
as,que
pode
serconsiderado
com
o
um
teorem
a
fundam
ental
para
o
interacionism
o
sim
bólico
epara
o
próprio
labeling
approach,se
enuncia,
na
sua
form
ulação
original,do
seguinte
m
odo:
"se
algum
as
situações
são
definidas
com
o
reais,elassão
reais
nas_.SlJas
conseqüências".
Schur
m
odifica
o
teorem
a
de
Thom
as
sob
a
convic-
ção,errônea
segundo
K
eckeisen,de
apresentar
a
quinteSSência
do
labeling
approach,da
seguinte
m
aneira:
"setratam
os
com
o
crim
inosa
um
a
pessoa,é
provável
gue
ela
se
torne
crim
inosa".
Em
relação
a
tal
afirm
ação,
K
eckeisen
observa:
"a
guestão
de
com
o
alguém
se
tO
IJlª
crim
inoso
não
éaform
ulação
dealgodiverso
do
pa~rna
e.ti.Q
li:~$içº".
Tam
bém
neste
caso,continua
K
eckeisen 21,"o
que,
segundo
B
eckere
Schur,deve
produzir-se
no
plano
da
realidade
da
ação,considerada
com
o
o
desenvolvim
ento
condicionado
da
interação,encontra
o
pró-
prio
cO
lTespondentena
teoda
com
o
reifiC
açãodo
C
.Q
lli;eitode
desvio".
Estareificação
do
conceito
dedesvio
seria,PQ
is,o
"resíduo
objetiyj~t£I.~,
que
invalida
tam
bém
a
teoria
de
B
eckere
que
desrada
º-P~sso
dQ
labelinga
um
a
m
era
repetição
do
qL!~_~j~~9adº".É
esta
a
fundam
en-
tal
objeção
levantada
por
K
eckeisen 2zà
teoria
de
B
eckerZ
3:segundo
esteúltim
o,no
processo
do
labeling,um
"com
portam
ento
h'ansgressor
da
norm
a"
(rule
breakingbehavior)
torna-se
um
"com
portam
ento
desviante"
(deviant
behavior).
O
"com
portam
ento
transgressor
da
norm
a"
seria
um
com
portam
ento
já
qualificado
de
m
odo
valorativo
e
considerado
com
o
tendo
um
a
qualidade
própria,
quase
com
o
se
fosse
já
dada,
de
que
o
processo
do
labelingnão
fossesenão
a
sim
ples
con-
firm
ação.
Tal
crítica
se
volta
globalm
ente
contra
toda
direção
de
pes-
quisa
que,
pretendendo
aplicar
o
labeling
lipproach,
se
ocupa
da
form
ação
das
carreiras
desviantes
e
que,com
o
se
notou,
perm
ane-
93
I"L'._.'
C
R
IM
IN
O
LO
G
IA
C
R
ITIC
A
E
C
R
ITIC
A
D
O
D
IR
E
ITO
I'E
N
A
L
ce
no
exterior
da
form
ulação
"rigorosa"
deste
paradigm
a,
fornecida
por
K
eckeisen.
R
ealm
ente,
adotando
esta
form
ulação,
o
m
odelo
da
carreira
se
revelaria
com
o
um
exem
plo
de
"interferência"
entre
o
~o~~Ó
~g_
~~d~lo
do
£Q
x~trol~
decorrente
do
abandono
de
um
princípio
fundam
ental
do
paradigm
a
do
controle,
substituí-
do
por
um
a
perspectiva
tipicam
ente
etiológica.
A
lém
das
considerações
críticas
que
alguns
poderiam
apre-
sentar
diante
de
sem
elhante
im
postação,
certam
ente
podem
os
aceitar
a
afirm
ação
de
K
eckeisen
segundo
a
qual
o
problem
a
da
definição,
ou
seja,
o
problem
a
da
validade
do
juízo
pelo
qual
a
qualidade
de
desviante
é
atribuída
a
um
com
portam
ento
ou
a
um
sujeito,
é
o
problem
a
centraLd.e...um
a
teoria
do
desvio
e
da
erim
inalidade
ade_,:"
_rrut~
ao
Jabe1ing!lJ?Pl~'-ºªC
2h.
.
5.O
s
PRO
C
ES,';'O
S
D
E
D
EFIN
IÇ
ÃO
D
O
SEN
SO
C
O
M
U
M
N
A
AN
ÁLISE.
D
O
S
IN
TERAC
lO
N
ISTAS
E
D
05;
FEN
O
M
EN
Ó
LO
G
O
S
O
s
processos
de
definição
que
se
tornam
relevantes
dentro
do
m
odelo
teórico
em
exam
e
não
podem
se
lim
itar
àqueles
realizados
pelas
instâncias
oficiais
de
controle
social,
m
as,
antes,
s~
identifi-
cam
,
em
prim
eiro
lugar,
com
os
processos
de
definição
do
senso
com
um
,
os
quais
se
produzem
em
situações
hão-oficiais,
antes
m
esm
o
que
as
instâncias
oficiais
intervenham
,
ou
tam
bém
de
m
odo
inteiram
ente'
independente
de
sua
intervenção.
Sob
este
ponto
de
vista,
os
estudos
de
John
L
K
itsuse
e
os
estudos
de
Peter
M
cH
ugh-
entre
os
fenom
enólogos
-
têm
sido
m
uito
im
portantes
para
os
de-
senvolvim
entos
do
paradigm
a
do
controle.K
itsuse
24
form
ulou
o
problem
a
nos
seguintes
term
os:
o
desvio
é
um
processo
no
curso
do
qual
alguns
indivíduos,
pertencentes
a
al-
gum
grupo,
com
unidade
e
sociedade
a)
interpr~tam
tIm
com
p-ºr.ta.:
_m
_e_n_t._o_c_o_n_l_o_d_e_s_V
1-.,.'
a_n_t~pJ_d_efin_e_11l.!!.m
ª
pessº~_çJJjo
com
portam
ento
corr~onda
a
esta
irl~~etação,
cQ
m
o
faz~do_~rt~_ª-~_~.m
::l
c.er: ta
cateQ
'oria
de
desviantes
c)
t:>õem
em
açãp
um
_trat~m
c:.~!o
ap-!'~P!1~9:~
___=_.
.......__
:2
..__
..
.--
d
~ID
1ª,Ç
_~..d~tª
..P_e-ssoª'C
om
o
K
itsuse
e
vários
outros
não
se
cansam
e
repetir,
não
é
o
com
portam
ento,
por
sim
esm
o,
que
desencadeia
um
a
reação
segundo
a
qual
um
sujeito
opera
a
distinção
entre
"norm
al"
e
"desviante",
m
as
som
ente
a
sua
interpretação,
a
qual
torna
este
com
-
94
III.1"i:1
A
LE
$S
A
N
D
R
O
H
A
R
A
TIA
.portam
ento
um
a
ação
provida
de
significado,
Por
isto,
em
determ
i-
nado
sentido,
o
com
portam
ento
é
indiferente
em
relação
às
reações
possíveis,
na
m
edida
em
que
é
a
interpretação
que
decide
o
que
é
qualificado
desviantee
o
que
não
o
é.E
se
não
é
possível
estabelecer,
de
m
odo
arbitrário,
que
um
com
portam
ento
qualquer
é
um
com
-
portam
ento
de
tipo
crim
inoso,
isto
se
explica
pelo
papel
decisivo
que,
a
tal
respeito,
desem
penham
as
condições
que
acom
panham
a
rea-
ção
ao
próprio
com
portam
ento.
Por
conseqüência,
todas
as
questões
sobre
as
condições
e
as
causas
da
crim
inalidade
se
tansform
ám
em
interrozações
sobre
as
condiç~~~~_,Ç
_ª1!~ª~_çl£LÇ
_rim
i.nªlizªçãQ
,s.ejª
na
perspectiva
da
elaboraçã.Q
.._dªs.re.gr.çtS__(p~nªlizª-çãQ
e.despenª-
lização,
ou
seja,
crll!.l.!n~U
.~?.,Ç
ão_.Prh.1J_ª_Jial,_~~jª_!lª_.P.~:m
~çtiyª_ªª
aplicação
das
regras
k1,.inlÜ
1~JizflÇ
ão_~~C
l,1ncfária:_proç~SSQ
_de
ap1i:-
cação
das
regras
ger~i~:
A
m
aneira
segundo
a
qual
os
m
em
bros
da
sociedade
definem
um
certo
com
portam
ento
com
o
com
portam
ento
de
tipo
crim
inoso
faz
parte,
por
isso,do
quadro
de
definição
socioló-
gica
do
com
portam
ento
desviante,
e
o
seu
estudo
deve,
precisam
ente
por
esta
razão,
preceder
o
exam
e
da
reação
social
diante
do
com
por-
tam
ento
desviante.
O
que
é
a
crim
inalidade
se
aprende,
de
fato,
pela
observação
da
reação
social
diante
de
um
com
poliam
ento,
no
contexto
da
qual
um
ato
é
interpretado
(de
m
odo
valorativo)
com
o
crim
inoso,
e
o
seu
au-
tor
tratado
conseqüentem
ente.
Partindo
de
tal
obervação
pode-se
facilm
ente
com
preender
que,
para
_çi_~sel!~ª.9:c;ar_-ª_n!:~_ªçfi_º
__~º_ciª.l,..º
com
portam
ento
deye
s~£..~ª£'.l~..9.~._P~~~!t.:t.£pa~:
__a.J?~~~<;~.l2ç~~}la.~i~~_a.I,
de
routine,ªª-__':t~ªE(tªgetom
ada
..P()~~qélda'.'(tf!k~l!~[qF~g!.a..nt~çI
realitv),
ou
seia,_gl!~
..~1,!~ç.ita,entre
as
pes~()a~
inw
licaqas,illdignação
m
oral,
em
baraço,
irritação,
sentim
ento
de
culpa
e
outros
sentim
en-
tos
análogos.
Tal
com
portam
ento
é,antes
de
tudo,
percebido
com
o
o
oposto
do
com
portam
ento
"norm
al",
e
a
119rn1fllidlliie~.J'~12rese.!1ta-
da
por
um
C
O
lllP.9..rID
n~lltopre.cteterJl}Ü
m
gº_m
~Iª-~._P_rQ
m
:i.a.s-e-str!l.tli~
~
segundo
celios
m
odelos
de
com
portam
ento,
e
correspondente
ao
papel
e
à
posição
de
quem
atua.
I
Portanto,
a
análise
do
processo
de
etiquetam
ento
dentro
do
senso
com
um
m
ostra
que,
para
que
um
com
portam
ento
desviante
seja
im
-
putado
a
um
autor,
e
este
seja
considerado
com
o
violador
da
norm
a,
para
que
lhe
seja
atribuída
um
a
"responsabilidade
m
oral"
pelo
ato
que
infringiu
a
rO
l/tine
(é
neste
sentido
que,
no
senso
com
um
,
a
defi-
95
C
R
IM
IN
O
LO
G
IA
C
R
iT
IC
A
E
C
R
ÍT
IC
A
D
O
D
IR
E
IT
O
rE
N
A
L
nição
de
desvio
assum
e
o
caráter
-
poder-se-ia
dizer
-
de
um
a
definição
de
cdm
inabdade),
é
neces"ário
que
desencadeie
um
a
rea-
ção
social
correspondente:
o
sim
ples
desvio
objetivo
em
relação
a
um
m
odelo,
ou
a
um
a
norm
a,
não
é
suficiente.
D
e
fato,
aqui
existem
condições
-
que
se
referem
ao
elem
ento
interior
do
com
portam
ento
(ã
intenção
e
à
consciência
do
autor)
-
cuja
inexistência
justifica
um
a
exceção;
ou
seja,
im
pede
a
definição
de
desvio
e
a
correspon-
dente
reação
social.
Estas
condições,
que
podem
se
cham
ar
condi-
ções
de
atribuição
da
responsabilidade
m
oral,
no
senso
com
um
,
têm
sido
analisadas
por
Peter
M
cH
ugh
25
•Ele
as
reagrupa
em
duas
cate-
gorias:
a)
a
convencionaljªªd~'-ªSdU
i
S_~_P~!:g!!D
ta~.~Jl.sçirçU
ll$.tãnçjas.
teriam
podido
perm
itir
um
cO
I!!p9rtam
ento
diferente,
ou
seja,
se
a
vontade
e
a
intenção
estão_==J}ºÇ
ª~º_::=.~l}volvidas,
ou
se,ao
con-
trário,
a
ação
foi
fortuita,
ou
devida
a
um
constrangim
ent~
~~-;~~
evento
excepcional;
bt~Je.ºrfç/çj!!ª5!,:~gJ.:ü_$~.1?~.rg1JJlm
.s.ç._Q
_ªY
Jºrti-
_._!1h~_<?~.nS<j~!1<::i'!_<io_B
lÀ
e
fazia,~e
s<l:.1::>tagl:!eag!~cºntr~~s
n()J:"lllas.
A
s
condições
gerais
que
determ
inam
a
aplicação
"com
suces-
so"
da
definição
de
desvio,
dentro
do
senso
com
um
,
isto
é,a
atribui-
ção
de
responsabilidade
m
oral
e
um
a
reação
social
correspondente,
são,
pois:
1)
um
com
port,!~l~~~~()._q!:!~infril}ja
a
rou(ine,_di_sta.ncian-
_do-se
dos
m
ode!Q
.~.gª~_!.lºr1l1~S
_~ta~leçiç1-ª~
2)
um
autor
que.-se
tivesse
querido,
teria-p-oqid-º-ªZi~.lLS.eja,
..d.e..acordo
com
as
norm
as;
3)Jilllautor
qu~b~va
fazendo_C
om
o
se
pode
ver,
as
categoria~LPB
~~~n...t~SJJª-atribJJiçãO
de
re-spo1\s_abiUda-
de
m
oral
e
de
desvio
crim
inal,
dentro
do
senso
com
um
,
correspon-
dem
exatam
ente
às
três
categorias
construidas
pela
ciência
jurídica,
que
determ
inam
a
im
putação
de
um
delito
a
um
sujeito,
segundo
o
pensam
ento
jurídico:
violação
da
norm
a,
consciência
e
vontade.
M
as,
atenção:
este
processo
de
atribuição
não
deve
ser
confudido
com
um
processo
de
descrição,
erro
m
uito
freqüente,
na
realidade
2G•
6.
O
fJR
O
C
E
S
S
O
D
E
TlIJIFIC
A
('Ã
O
D
A
S
ITU
A
('Ã
O
.
A
A
N
Á
LIS
E
IX
)S
P
R
O
-
C
E
S
S
O
SD
E
IJE
FIN
lÇ
Ã
O
IX
)
.\E
M
O
C
O
M
U
M
N
O
S
IN
TE
R
A
C
IO
N
lS
TA
S
E
N
O
S
<
FE
M
)M
E
N
<)L()C
()S
A
s
categorias
da
convencionabdadee
da
teoricidadeconstitu-
em
o
fundam
ento
da
tipologia
das
inum
eráveis
novas
situações
per-
cebidas
com
o
problem
áticas
e
negativas,m
ediante
um
processo
96
1
A
I.E
S
S
A
N
D
R
O
B
A
R
A
T
T
A
analógico
de
tipificação.
R
ealm
ente
1
o
processo
de
definiç_~_o,assim
com
o
se
apresenta
concretam
ente
na
realidade
de
todos
os
dias ,
encontra-se
constantem
ente
condicionado
pelo
resultado
du..px.o.-
cesso
de
definição
exercido
em
situações
precedentes,
e,se
realiza
em
função
de
standards
e
de
referentes
sim
bólicos.
A
lfred
Schutz
27
analisa
a
estrutura
associativa
de
tal
processo,
e-o
descreve
com
o
um
processo
de
tipificação.
O
tipo
de
pesquisa
desenvolvido
pelos
etnom
etodólogos,
sobre
a
base
de
tal
indicação,
consiste
em
per-
guntar-se,
antes
de
tudo,
m
ediante_g!1.:ªj_$__!~grª~jbasicLl!lesl,
um
a
nova
situação,
diante
da
qual
os
m
em
bros
do
grupo
se
encontram
em
um
dado
m
om
ento,
é
assim
ilada
a
situações
precedentes.
C
olo-
cando
o
acento
sobre
estes
tem
as
de
análise,
os
interacionistas
~~
fenom
enólosos
consideram
que
as
definições
jfÜ
1ª-dª-$._.!1ãiLde-yem
ser
sem
pre
inteiram
ente
revistas,
m
as
illJ_e,antes,A
ling!!a.$~J:l1
sim
-
bólica
na
qual
os
resultados
das
int~raç.9~s
p'r~cedentes
estã~~~i;-
talizados,
constitui
o
fundam
ento
da
intel~çi~
ªi~ªi--E~t;-~ã~-d~-
pende,
portanto,
som
ente
de
situações
particulares:
só
sobre
a
base
daquela
realidade
já
preconstituída
e
tom
ada
por
dada
é
possível
"reconhecer"
um
a
situação
e
atribuir-lhe
um
significado
desviante.
Isto
se
produz,
por
outro
lado,
segundo
o
que
se
poderá
cham
ar
um
processo
de
"negociação"
(bargain),
no
qual,
partindo
de
defini-
ções
pr~lim
inares
~
~e
~onvenções
provisórias
(w
orldng
agreem
ent),
se
reahzam
redefuuçoes
e
se
chega,
finalm
ente
a
um
a
definição
"definitiva".
É
possível,
por
exem
plo,
que
um
ce:to
com
portam
en-
t.),com
base
em
um
processo
de
w
orking-agreem
ent,
seja
parcial-
m
ente
declarado
"crim
inoso",
m
as
que,
em
seguida,
seja
debatido
o
problem
a
da
exatidão
da
hipótese.
A
ssim
,
sob
este
ponto
de
vista
o
processo
de
definição
intenlO
ao
senso
com
um
corresponde
a~
~ue
se
produz
no
âm
bito
jurídico.
A
"espiral
her1l1enêutica'~_q:u.e
hga,
no
pr~~esso
de--ªpli~ªçfio
9º_g.ir.~tQ
J2~1ª$
insj:-ª.nçil:l~91i.çiai.s~
__
novas
.dcllill~Làs
_<:ldiniç-º.e.$.._pxeçe.de..ntes_d.e.situações
análogas
-
aSSIm
com
o
a
presença
de
"negociações"
e
de
redefinições
no
p~ocesso
-
é
bem
conhecida
pelos
estudiosos
do
pensam
ento
jurí-
dlco
e
do
direito
processual.
.
~ão
é
surpreendente,
portanto,
que
um
a
boa
parte
-
talvez
a
m
alO
na
-
das
análises
de
tipo
interacionista
e
etnom
etodológica
dos
processos
de
definição
do
com
portam
ento
desviante
assum
am
com
o
objeto
próprio
precisam
ente
os
processos
de
defini~ão
nas
si-
97
•
C
R
IM
IN
O
LO
G
IA
C
R
iTIC
A
E
C
R
ITIC
A
00
D
IR
C
ITO
P
E
N
A
L
tu
ações
oficiais
e,particularm
ente,
osprocessos
realizados
pelas
agên-
cias
do
sistem
a
penal
(polícia,
m
agish<atura,
órgãos
de
controle
da
delinqüência
juvenil),
ou
seja,
os
processos
de
crim
inalização
secun-
dária.
N
ecessário
sublinhar,
de
resto,
a
não
desdenhável
im
portância
que
estes
últim
os
revestem
para
o
desenvolvim
ento
do
estudo
dos
procesos
de
definição
internos
ao
senso
com
um
,
para
o
aperfeiçoa-
m
ento
do
m
odelo
teórico
utilizado
na
análise
das
definições
"infor-
m
ais".
Por
outro
lado,
o
estudo
destas
últim
as
e
a
análise
das
defini-
ções
de
senso
com
um
têm
um
a
outra
razão,
ou
seja,
que
não
só
o
pensam
ento
jurídico
se
apresenta,
no
que
se
refere
às
categorias
com
as
quais
trabalha,
com
o
estreitam
ente
ligado
ao
senso
com
um
,
m
as
que
o
sistem
a
jurídico,
com
o
tal,
funciona
de
m
odo
que
entre
os
processos
de
definição
form
al
e
os
processos
de
definição
e
de
reação
inform
al
não
existe,
verdadeiram
ente,
solução
de
continuidade.
R
e-
alm
ente,
por
um
ladoLas
definições
inform
ais
prepararl1,
às
vezes,
as
definicões
form
ais
~pense-se,
por
exem
plo,
nas
querelas)
e,por
outro
lado,
os
resultados
concretos
das
definições
form
ais
não
são
devidos,
som
ente,
à
ação
das
instâncias
oficiais
que
aquelas
provocam
.
Por
exem
plo,
a
distânciti
social
e
o
isolam
ento
de
um
indivíduo
é
um
a
__Leaç-ªº__ºfiçiill_.9.!!~__P-O
ªe_~eLde~llcad.e_ª-cl~LllãlLSm
nente--p-O
Lde£ini-
Sº~
s.inform
ais,
m
as
~__muito
freqüe.ntem
ente
um
efeito
indireto
da_
P~l!-ª,--~~p~<:j~h~~en~~.Ji~_PEi_~~o,
inflig~9~_a
U
].l1indi.vic!~~:_
-
A
inda
que
um
a
crítica
eloslim
ites
das
teorias
do
labelingdeva
ser
form
ulada
depois
de
se
ter
com
pletado
sua
sum
ária
resenha,
pode-se,
desde
já,
notar
que
est<lsteºr.iª_s.lX
_~duzindo,com
o
se
viu,
a
crim
inalidade
à
d~fini.ç.~gJ~~.L~
aQ
_~fetivo
etÍilll-etam
ento,
exaltam
-~
-~~~;~~~~ntoda
crim
inaliz<lçãg,_~_ç!~i_~_ªg!fo}~
da--ªnálise
a
realidade_
..d:~-_~~~1~P.~~~t.;_m
~:ntQ
;j~;iyoSde.jnteresse.s.JJleX
eçegpre,s
deJJJ1e.la,
ou
__seJª_,._ªq.Y
.eleS---º-()Jl1l2.ºxtªIn~11
t93iJçriD
Ü
l}illi~À
Q
~_-º!:l:
l_"!..~º-Lg!leaqui
cl~Jlºm
i!m
m
9S
_~:f-ºn1P.º.rtªm
~J1.tº~_.~º.çiª"lm
ent~
__negª.tiYQ~",em
rell!:...
_Ç
.ãQ
_àsm
ais
relev'lntes
necessidades
individuais
e
co}etivas 28•
A
qua-
lidade
de
desvio
efetivo
que
tais
com
portam
entos
problem
áticos
têm
em
face
do
funcionam
ento
do
sistem
a
sócio-econõm
ico,
ou
a
sua
natureza
expressiva
de
reais
contradições
daquele
sistem
a,
perm
a-
nece
inteiram
ente
obscurecida,
reduzindo-se
o
seu
significado
ao
efeito
das
definições
legais
e
dos
m
ecanism
os
de
estigm
atização
e
de
controle
social:
a
análise
das
relações
sociais
e
econõm
icas,
que
deveria
fornecer
a
chave
das
diversas
dim
ensões
da
questão
crim
i-
98
rII!Ii;i1r.,.IIII\I1IIII!!!!!I,III
A
LE
S
S
A
N
D
R
O
B
A
R
A
TrA
nal,
é
desenvolvida
em
um
nível
Í1}sufiçientw
Ü
~i~º--gª~J~..Q
ria~g~_
m
édio
alcunce,
ou
seja,
das
teO
l:ia~~fª-~~.!-11
do~~t9.£
daxeªEetack_
social
exam
inada
não
só
Q
2º!!t<2..-ª~_Ç
h~.$élg.ª,--..D
lél:.?,Jª-!lÜ
2~}ll,-ºpºn~
to
de
partida
da
análise.
Estas
rem
etem
,
pois,
a
um
a
teoria
global
da
sociedade,
em
que
a
análise
do
setor
específico
pode
encontrar
o
seu
verdadeiro
quadro
explicativo,
m
as
sem
oferecer
um
a
tal
teo-
ria,
ou
sim
plesm
ente
indicando-a
de
m
odo
aproxim
ativo.
O
cará-
ter
de
m
édio
alcance
próprio
destas
teorias,
enquanto
as
torna
va-
gam
entefungíveis
a
um
ulterior
enquadram
ento
em
teorias
m
ais
com
preensívas,
não
de
todo
identificadas,
perm
ite-lhes
fornecer
um
a
série
de
elem
entos
descritivos,
indubitavelm
ente
úteis,
da
superfície
fenom
ênica
de
um
ou
de
outro
aspecto
da
questão,
m
as
não
de
apreendê-los
em
suas
raízes,
de
m
odo
contextual
e
orgânico.
Só
descendo
do
nível
fenom
ênico
da
supcrficiedas
relações
sociais,
ao
nível
da
sua
lógica
m
aterial,
é
possivel
um
a
interpretação
contextual
e
orgânica
de
am
bos
os
aspectos
da
questão.
M
as
isto
ultrapassa
os
lim
ites
das
teorias
de
m
édio
Lilc,i17ce,e
im
plica
um
deslocam
ento
do
ponto
de
partida
para
a
interpretação
do
fenõm
eno
crim
inal,
do
próprio
fenõm
eno
para
a
estrutura
social,
historicam
ente
determ
i-
nada,
em
que
aquele
se
insere.
99

Outros materiais

Outros materiais