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Direito da Criança e do Adolescente com ECA Resumo Compacto para Provas

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Direito da Criança e do
Adolescente com ECA - Resumo
Compacto para Provas
Direito da Criança e do Adolescente com ECA – Resumo Compacto
para Provas
Fonte: Universidade Estácio de Sá
É muito comum nos referirmos à disciplina Direito da Criança e
do Adolescente como ECA.
Na verdade, isto é um erro, já que ECA se trata do Estatuto da
Criança e do Adolescente, a base normativa legal mais
importante desta disciplina, mas não a única.
Além do ECA, temos as demais legislações, tais como a
Convenção Internacional dos Direitos da Criança, a
Constituição Federal brasileira de 1988, o Código Civil
brasileiro, o Código Penal brasileiro etc., além de
legislações extravagantes.
Ao longo da história, é possível observar que crianças e
adolescentes não possuíam direitos. A mudança iniciou com caso
da menina Mary Ellen em 1874, dando origem ao 1º Tribunal de
Menores. Com a 1ª Guerra Mundial, que deixou muitos órfãos,
intensificou-se uma maior necessidade de proteção em relação à
infância.
Declaração dos Direitos da Criança de Genebra em 1924,
promovida pela liga das nações. Declaração Universal dos
Direitos das Crianças, ONU em 1959. Convenção dos Direitos das
Crianças, subscrita pelo governo brasileiro e aprovada pelo
Congresso Nacional em 1990 (ECA).
ECA se funda em 6 Princípios norteadores:
Prioridade Absoluta
Melhor Interesse
Municipalização
Cidadania
Bem comum
Desenvolvimento
 
Introdução ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
Conceito de criança e adolescente: Criança até doze anos de
idade incompletos, e adolescente entre doze e dezoito anos de
idade.
Aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade.
Aquele que completa 18 anos passa a ter plena capacidade tanto
na esfera cível quanto também na penal, podendo ser
considerado imputável.
Interpretação do ECA: Uma determinada disposição do ECA não
pode ser utilizada, no caso concreto, para prejudicar os
interesses da criança ou adolescente. Levando em conta que o
objetivo precípuo da lei é proteger de forma integral,
assegurando com absoluta prioridade a efetivação de todos os
direitos da pessoa humana e ainda os inerentes à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento, todos os dispositivos
devem ser interpretados em favor do superior interesse do
menor.
Deve garantir os direitos previstos na Convenção
Internacional dos Direitos da Criança.
 
Direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à
dignidade:
Proteção indireta ao nascituro, garantindo à gestante o
atendimento pré e perinatal.
A Lei 12.010/09 concedeu ainda à gestante, a assistência
psicológica nos períodos pré e pós-natal.
Direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9º, que
abrange, inclusive, os filhos de mães detentas, garantia esta
também assegurada pelo artigo 5º, inciso L da CF.
Estabeleceu também cinco obrigações aos hospitais públicos ou
particulares visando a efetividade do direito à vida e à saúde
do recém-nascido.
Manter o registro do prontuário até os 18 anos
Identificação do recém nascido por meio da impressão
plantar ou digital
Realização do teste do pezinho
Fornecer a declaração de nascido vivo com as
intercorrências do parto
Alojamento conjunto com mãe
Garantir as crianças e adolescentes tratamento médico
universal e igualitário
Direito de permanência de um dos responsáveis para acompanhar
o menor enfermo.
Obrigou todos os hospitais a comunicar suspeitas ou caso de
maus tratos
Campanha de Educação Sanitária e Educação
 
Artigo 16, I – O direito de liberdade consiste no direito de
ir, vir e estar nos logradouros públicos. Comentário: Este
direito encontra limitação no caso de crianças ou adolescentes
em situação de risco e/ou perigo (art. 98 ECA), em que o
recolhimento é autorizado e tem fim assistencial. Nesse caso,
não há violação ao direito à liberdade e sim uma proteção.
Art. 16, IV – Brincar, praticar esporte e divertir-se.
Art. 16, V– Participar da vida familiar sem discriminação.
Art. 16, VI – Participar da vida política. Somente a partir
dos 16 anos de idade
Art. 16, VII – Buscar refúgio, auxílio e orientação.
Sempre que um menor procurar um adulto como fonte de apoio,
inclusive no caso de violência e de maus tratos, deverá ser
ouvido por quem quer que seja. Tal obrigação é então de todos.
 
Direito à dignidade e ao respeito: Proteção a integridade
física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e
objetos pessoais.
Assegurar a dignidade da criança e do adolescente: Todos em
zelar pelo mesmo.
 
Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Toda criança e
adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada
a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da
presença de pessoas dependentes de drogas
A regra é a família natural ou extensa/ampliada; e a exceção,
a família substituta.
A criança ou adolescente deve ser mantido em sua família de
origem, em regra. Desta forma, a condenação criminal do pai ou
da mãe nao implicará na destituição do poder familiar, exceto
na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de
reclusão, contra o próprio filho ou filha.
A Lei 12.010/09, reconhece duas formas de acolhimento da
criança e do adolescente, quando estes não puderem permanecer
junto à sua família natural ou extensa/ampliada, que são o
acolhimento institucional e o acolhimento familiar.
Acolhimento Institucional: Esta forma se refere ao antigo
abrigamento. A permanência da criança e do adolescente neste
programa de acolhimento não se prolongará por mais de 2 (dois)
anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse.
Acolhimento Familiar: Esta forma se refere a um programa em
que famílias dispostas a receber e proteger crianças e
adolescentes que não possam permanecer junto a suas famílias.
A expressão “pátrio poder” foi substituída por “poder
familiar”.
A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas
judicialmente, nos casos previstos na lei e na hipótese de
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações.
Família substituta: guarda, tutela ou adoção.
Adoção: É ato jurídico que estabelece o estado de filiação e
paternidade, condicionada à chancela judicial.
Guarda: A guarda destina-se a regularizar a convivência de
fato, atribuindo ao guardião vínculo e representação jurídica
em relação a criança ou adolescente.
Tutela: Pressupõe, ao contrário da guarda, a prévia
destituição ou suspensão do poder familiar dos pais (família
natural).
 
A alienação parental ofende o direito à convivência familiar.
Um dos cônjuges tenta, a qualquer preço, afastar a criança ou
adolescente do convívio do outro genitor.
 
Procedimento de Destituição da Tutela: Será decretada
judicialmente, nos casos previstos na lei e na hipótese de
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações
inerentes ao instituto.
 
Para a colocação de crianças e adolescentes em família
substituta na modalidade de adoção, é necessário que os
pretendentes a adotantes se habilitem em um procedimento
próprio.
 
Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer:
A educação é uma obrigação conjunta do Estado e da família.
 
Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho: Não
vale mais o que está previsto no art. 60 do ECA. Desta forma,
quanto ao trabalho do menor, podemos afirmar que ao menor de
18 anos é vedado o trabalho noturno, insalubre e perigosoe
que ao menor de 16 anos é vedado qualquer trabalho, salvo a
partir dos 14 anos na condição de aprendiz.
 
Prevenção: Consiste em um dever de todos impedir que se
prejudique o bom desenvolvimento de crianças e adolescentes, o
descumprimento das normas de prevenção sempre importará em
responsabilidade da pessoa física ou jurídica.
 
Produtos e Serviços: O legislador criou algumas restrições com
o objetivo de evitar que certos produtos considerados
perigosos e inadequados possam ser por eles adquiridos.
 
Política de Atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e
controladores das ações em todos os níveis,
III – criação e manutenção de programas específicos, observada
a descentralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social,
preferencialmente em um mesmo local
VI – integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de
assistência social
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos 
Este processo de construção de participação popular na área da
infância e adolescência deve ser realizado com a colaboração
dos Conselhos Tutelares
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: IX – assessorar
o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária
para planos e programas de atendimento dos direitos da criança
e do adolescente;
Conselho Tutelar: É um órgão de natureza administrativa, da
esfera do Poder Público Municipal, permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente,
definidos nesta Lei.
Composição do Conselho: “Em cada Município e em cada Região
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1
(uma) recondução, mediante novo processo de escolha.” A nova
lei também alterou as prerrogativas e garantias.
Escolha dos Membros – Art. 139: Será estabelecido em lei
municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a
fiscalização do Ministério Público.
Atribuições do Conselho – Artigo 136 do ECA
I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
nos arts. 98 e 105
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
medidas previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para
tanto:
a) requisitar serviços nas áreas de saúde, educação,1.
serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos2.
de descumprimento de suas deliberações.
IV – encaminhar ao MP notícia de fato que constitua infração
contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de
criança ou adolescente quando necessário;
IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
proposta orçamentária para planos e programas de atendimento
dos direitos da criança e do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a
violação dos direitos previstos no art. 220
Competência: É determinada pelo domicílio dos pais ou
responsáveis, ou, na falta destes, pelo local onde se encontre
a criança ou o adolescente ou onde houve o ato infracional
XI – representar ao MP para efeito das ações de perda ou
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades
de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
natural.
XII – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.
 
Medidas de Proteção: Rol Exemplificativo das Medidas, no
artigo 101 do ECA:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento
oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à
família, à criança e ao adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos;
VII – abrigo em entidade (medida provisória e excepcional);
VIII – colocação em família substituta.
VII – acolhimento institucional;
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX – colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)
Quem aplica essas medidas? As medidas dos incisos I a VII
podem ser aplicadas também pelo Conselho Tutelar, entidades
que mantenham programa de acolhimento poderão, acolher
crianças e adolescentes, fazendo comunicação do fato em até 24
horas ao Juiz da Infância e da Juventude
Nas demais hipóteses, a aplicação da medida é judicial.
 
Critérios de aplicação das medidas de proteção: As medidas de
proteção podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo. Levar-se-ão em conta as
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
Das medidas aplicáveis aos pais e responsáveis: Quando
praticam atos infracionais, muitas vezes é imprescindível
alguma intervenção em suas famílias. Assim, o ECA prevê a
aplicação de medidas também aos pais ou responsáveis destes
menores, a fim de proteger o ambiente familiar. Verificada a
hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos
pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá
determinar o afastamento do agressor da moradia comum, com a
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança
ou o adolescente dependentes do agressor.
Medidas socioeducativas: São aplicáveis somente aos
adolescentes que praticam atos infracionais (conduta descrita
como crime ou contravenção penal, praticado por menores de 18
anos de idade). Crianças (menores de 12 anos de idade) também
praticam atos infracionais. Porém a elas são aplicáveis
somente medidas de proteção
MEDIDAS
PROTETIVAS
MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS
DESTINATÁRIOS
Crianças e
adolescentes
Adolescentes(adolescente em
conflito com a lei)
HIPÓTESES DE
CABIMENTO
Situações de
risco (artigo 98)
Prática de ato infracional
ROL exemplificativo taxativo
AUTORIDADE
COMPETENTE
Em regra o
Conselho Tutelar
Justiça da Infância e
Juventude
 
Medida Socioeducativa de INTERNAÇÃO:
A internação é a última do rol das medidas socioeducativas,e é
a única das medidas socieducativas que implica na privação da
liberdade do adolescente, que, apesar disso, pode realizar
atividades externas a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
 
Justiça da Infância e da Juventude e Proteção Judicial dos
Interesses Individuais, Difusos e Coletivos: O 1º Juizado de
Menores do Brasil e da América Latina foi criado em 20 de
dezembrode 1923, no Rio de Janeiro, Com o ECA, cada Estado e
o Distrito Federal puderam criar varas especializadas e
exclusivas da infância e da juventude.
Cabe ressaltar que as Varas da Infância e da Juventude não
integram a denominada Justiça Especializada, e sim são uma
especialização da justiça comum, o Poder Judiciário Estadual
tem atribuição de criação e instalação destes órgãos,
Do acesso à Justiça da Infância e da Juventude: À toda criança
ou adolescente, sem distinção, é garantido o acesso à Justiça
da Infância e da Juventude.
Alguns exemplos das regras para garantir o acesso:
– Garantia de assistência judiciária gratuita aos que dela
necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
– Isenção de custas e emolumentos para as ações judiciais e da
sua competência e recursos.
– As crianças e adolescentes devem ser devidamente
representados ou assistidos por seus pais ou responsáveis ou
curadores nomeados, nos processos judiciais.
– Garantia de sigilo de atos judiciais, policiais e
administrativos
Quem compõe a Justiça da Infância e da Juventude?
O Juiz da Infância e da Adolescência e uma equipe de
assessores (psicólogos, assistentes sociais, etc)
Competência em Razão do Lugar ou Territorial: A competência do
juízo será fixada pelo domicílio dos pais ou responsáveis,
desde que a criança ou o adolescente esteja na companhia dos
genitores ou acolhido em entidade. E, não havendo pais ou
responsável, ou estando eles em local incerto e não sabido, o
foro competente será o do local onde se encontra a criança ou
adolescente.
Competência em Razão da Matéria: Os incisos I a VII são
aplicáveis a crianças e adolescentes em qualquer situação:
regular ou não.
I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério
Público, para apuração de ato infracional atribuído a
adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção
do processo;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209;
V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de
infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
aplicando as medidas cabíveis.
Recursos: Não possuem preparo: isto reduz custos e incentiva o
acesso à justiça
– O prazo para interposição e resposta dos recursos é sempre
de 10 dias, para o MP e para a defesa, com exceção dos
embargos de declaração, que é de 48h: isto proporciona maior
celeridade aos processos.
– Os recursos serão processados com prioridade absoluta,
– O recurso de apelação só será recebido no duplo efeito
(devolutivo e suspensivo) se tratar-se de adoção internacional
ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação ao adotando
– O Juiz da Infância e da Juventude pode exercer o juízo de
retratação, ao receber o agravo ou a apelação, reformando
assim sua decisão, sem remeter os autos à instância superior.
 
Proteção dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos:
Correspondem à terceira geração de direitos fundamentais.
Assim, na defesa dos direitos previstos no ECA, cabem todas as
espécies de ações
IMPORTANTE: MP tem o prazo em dobro para recorrer e em
quádruplo para contestar. A Defensoria também goza de prazo em
dobro.
O Ato Infracional e a sua Apuração: Na verdade, o ato
infracional não é crime nem contravenção, mas sim um ato
análogo a estes. Isto porque os menores de 18 anos de idade
são inimputáveis segundo a CRFB, o Código Penal e o próprio
ECA, que neste caso é a legislação especial que prevê medidas
aplicáveis aos autores desses atos.
– Crime permanente: a conduta se protrai no tempo. Dessa
maneira, é como se o crime estivesse sendo praticado a cada
momento. Por exemplo, o agente, contando com 17 anos e 10
meses, sequestra uma pessoa. Se, ao completar 18 anos, ele
ainda não tiver liberado a pessoa, a ele não serão aplicadas
as normas do Estatuto, mas sim as do Código Penal
– Momento da maioridade: é necessário que se saiba exatamente
o momento em que é completada a maioridade. A questão é
controvertida: 1) No primeiro minuto da data de seu
aniversário, independente da hora em que nasceu. 2) após o
horário em que se completaria, realmente, 18 anos. 3) Que a
maioridade apenas se daria após o dia do aniversário.
 
– Prova da menoridade: Pela certidão de nascimento. Ressalte-
se que a jurisprudência tem aceitado prova idônea, desde que
documental.
 
Dos Direitos Individuais e das Garantias Processuais do
Adolescente Infrator: São direitos fundamentais e as garantias
processuais do cidadão comum, acrescidos do status de
prioridade absoluta e adequados à condição de pessoa em
desenvolvimento do adolescente.
Objetivando dar mais visibilidade à apreensão do adolescente,
determinou o legislador que o delegado deverá comunicar a
chegada do adolescente à Delegacia Especializada, ao juiz e
também à sua família ou à pessoa por ele indicada.
Considerando-se que a privação da liberdade constitui uma
medida excepcional, deverá o Delegado verificar imediatamente
se é ou não cabível a liberação imediata do adolescente. Essa
verificação será feita com base nas regras contidas no art.
122 do ECA.
Previu o legislador a garantia de que nenhum adolescente possa
ser apreendido senão em flagrante delito ou por ordem do Juiz
da Infância e da Juventude. É assegurado ainda ao adolescente
infrator, o direito de saber quem são os responsáveis pela sua
apreensão, e determina o ECA que o mesmo seja informado acerca
dos seus direitos, inclusive o de permanecer calado em sede
policial.
A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Para concluir o rol das garantias individuais, estende-se ao
adolescente infrator o direito constitucional a não
identificação datiloscópica (“dedinhos”) na Delegacia, salvo
em caso de dúvidas decorrentes
O legislador prevê que nenhum adolescente poderá ser privado
de sua liberdade, sem o devido processo legal. Para cada
conduta, garantiu ao adolescente infrator, o direito de
citação, igualdade na relação processual, defesa técnica por
advogado, assistência judiciária gratuita, bem como o direito
de ser ouvido pessoalmente e de solicitar a presença de seus
pais em qualquer fase do processo.
O legislador garantiu ainda, alguns direitos ao adolescente
infrator já privado de sua liberdade pela medida
socioeducativa de internação.
 
Procedimento de Apuração do Ato Infracional:
FASE POLICIAL: Inicia-se com a apreensão em flagrante do
adolescente, seguida de seu encaminhamento à delegacia de
polícia especializada (se houver), a fim de ser lavrado ou o
auto de apreensão em flagrante ou o boletim de ocorrência
circunstanciado, conforme a natureza do ato infracional
praticado. Ao chegar à delegacia, a autoridade competente deve
comunicar imediatamente a apreensão ao juiz, aos pais ou
responsável do adolescente ou pessoa por ele indicada
a) Auto de apreensão em flagrante – Se o ato foi1.
praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
b) Boletim de ocorrência – Se o ato não foi praticado2.
com violência ou grave ameaça à pessoa.
Ainda nessa fase, previu a possibilidade de liberação ou não
do infrator pela autoridade policial.Para tanto, o delegado e
as demais autoridades terão que se pautar pelas regras do art.
122do ECA, que admite a internação quando o ato infracional
for cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa.
A internação admitida antes da sentença, baseada em indícios
de autoria e materialidade e necessidade imperiosa da medida,
com prazo máximo será de 45 dias. Prevê que não sendo o
adolescente liberado e não podendo ser apresentado no prazo de
24 horas ao Promotor de Justiça, ele deverá ser encaminhado a
uma entidade adequada ou, na falta desta entidade, deverá ser
mantido em cela separada dos adultos
FASE DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: Verificando-se não ser
o caso de liberação imediata do adolescente, este deverá ser
encaminhado pelo delegado ao MP, juntamente com a providência
adotada na Delegacia, no prazo de 24 horas.Deverá ser ouvido
informalmente o adolescente acerca dos fatos que lhe são
imputados, bem como seus pais e as testemunhas, se for
possível. Se o adolescente for liberado e não se apresentar
espontaneamente, na data constante do termo de compromisso
firmado na Delegacia, o representante do Ministério Público
deverá notificar seus pais para apresentá-lo, podendo
inclusive requisitar força policial. Após ouvir o adolescente
infrator, o representante do Ministério Público poderá optar
por três alternativas previstas pelo art. 180 do ECA:
a) promover o ARQUIVAMENTO dos autos1.
b) conceder REMISSÃO como forma de exclusão do processo:2.
A remissão tem natureza de perdão e faz parte do elenco
de providências que o MP poderá optar, com certa
discricionariedade.
c) Remissão aplicada no curso do procedimento judicial –3.
Aquela oferecida pela autoridade judiciária, e após
início do procedimento judicial. A conseqüência desta
remissão é a suspensão ou extinção do processo. Nesta
modalidade de remissão é possível a cumulação da mesma
com a aplicação de medida socioeducativa.
d) ou REPRESENTAR: A ação socioeducativa tem início com4.
o recebimento da peça técnica denominada de
“representação” pelo legislador estatutário. As
características dessa ação (representação) são:
Natureza pública incondicionada, independentemente do5.
tipo do ato infracional praticado.
A legitimidade é exclusiva do Ministério Público, assim6.
a ação socioeducativa de natureza privada.
A ação socioeducativa é regida pelo princípio da7.
disponibilidade,
 
Ação Socioeducativa: É necessária a promoção da ação
socioeducativa, não podendo o juiz aplicar diretamente tal
medida sem prévio procedimento judicial.
O MP é o legitimado exclusivo para a propositura da ação
socioeducativa. Não pode o juiz, de ofício, dar início ao
procedimento judicial.
Ressalte-se que a ação socioeducativa é modalidade de ação
pública incondicionada, não havendo necessidade de
representação do ofendido. O principal objetivo é a aplicação
de medida socioeducativa, que visa, acima de tudo, à
recuperação e orientação do adolescente.
Hipótese na qual o Magistrado de 1º grau rejeitou a1.
representação oferecida contra o adolescente, por
entender que a ausência de laudo de constatação impede o
prosseguimento do feito
O Colegiado de origem deu provimento ao apelo2.
ministerial, com base no art. 182, § 2º, do ECA, que
afirma ser desnecessária a produção de prova pré-
constituída de autoria e materialidade da conduta
infracional para o oferecimento de representação.
Tratando-se de ato infracional, torna-se ainda mais3.
relevante a exigência do referido laudo, em virtude em
observância ao próprio espírito do Estatuto da Criança e
do Adolescente, o qual visa à reintegração do jovem à
sociedade, restando caracterizada a afronta aos
objetivos do sistema.
Caso seja reconhecida a desnecessidade do laudo4.
preliminar, estar-se-ia admitindo a sujeição do jovem a
procedimento de apuração de prática de ato infracional,
muitas vezes em regime de internação provisória, sem que
haja sequer prova inicial da materialidade da conduta, o
que é vedado na ações penais, devendo ser tal
entendimento estendido aos feitos que tramitam perante o
juízo menorista, com maior razão
 
Prazo para conclusão do procedimento: Quando o adolescente se
encontrar preso provisoriamente, o prazo para encerramento do
procedimento é de 45 dias (igual ao da internação provisória).
 
Os Crimes: O ECA prevê infrações de duas espécies: penais e
administrativas. Podemos perceber que a distinção se encontra
na gravidade das condutas praticadas. As condutas descritas
como crime são bem mais ofensivas ao bem jurídico tutelado e
por isso são alvo do Direito Penal.

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