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Resumo: Antropologia

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Ementa da disciplina 1
Enfoques teóricos da Sociologia da Educação.
A importância da Sociologia da Educação na formação do educador. 
A função social da escola e o papel do educador. 
Educação e trabalho.
Educação formal/ informal/ popular. 
Educação e a realidade nacional.
Sociedade, Educação e Cultura.
Antropologia
A Antropologia é uma ciência bastante jovem (ela surgiu em meados do século XIX, na Europa, em plena efervescência da Revolução Industrial) e que vem contribuindo muito com as inúmeras questões que envolvem o homem na sua interação com o mundo e com os demais (portanto, o homem que vive em sociedade), considerando-se sua diversidade biológica, social e cultural, e seu desenvolvimento ao longo da História.
CONTRIBUIÇÃO DA ANTROPOLOGIA
Relativismo cultural X Etnocentrismo
Etnocentrismo: 
- o grupo se considera superior aos outros. 
- o indivíduo ou grupo social toma a si próprio como ponto de referência pra avaliar outros grupos.
Relativismo: 
- todos os sistemas culturais são iguais em valor.
- as características de cada um são avaliadas de acordo com o sistema em que estão inseridos.
Em que medida a diversidade cultural contribui ou prejudica as relações sociais?
Contribui com a cultura, com o fortalecimento da unidade do homem, com a dinamização das relações sociais. Prejudica dificuldades de aceitação, na intolerância, no preconceito.
Gilberto Freyre, autor de Casa Grande & Senzala.
Depois dessa fase, entre os anos 30 e 40, antropólogos e sociólogos brasileiros passaram a estudar a identidade nacional e o povo brasileiro, com ênfase na questão das relações raciais. Entre esses se destaca Gilberto Freyre, autor de Casa Grande & Senzala e outras obras de referência, e sua concepção de "democracia racial”. 
- Gilberto Freyre descreve um processo de formação nacional e miscigenação com uma forma harmonizada. 
Etnologia Indígena, através de pesquisas com enfoque político;
Os etnólogos que se dedicaram aos índios nesse período (60 e 70) passaram a enfatizar em suas obras os conflitos entre esses povos e o restante da população não indígena. Entram em cena, portanto, os seguintes temas: identidade étnica; diversidade sociocultural das etnias indígenas; relações do índio com a sociedade brasileira; 
A Antropologia passa, então, a defender as causas indígenas, contribuindo diretamente com o estabelecimento de leis de proteção à diversidade sociocultural dessas etnias brasileiras. Os povos indígenas começam a ser reconhecidos como “totalidades culturais”, com o direito de existirem, de preservarem sua cultura, bem como de terem a posse de suas terras – o chamado Direito Indígena.
Entretanto, a visão dos brasileiros ainda se mantém como a descrição do escrivaninha Pero Vaz de Caminha, um olhar eurocêntrico sobre as populações indígenas e suas diversas culturas. Outra realidade contraditória em relação às leis são os conflitos entre índios e latifundiários por terras. A Constituição Federal de 1988 garante o reconhecimento e a demarcação das terras ocupadas pelos povos em questão, porém sofrem com a falta de fiscalização e são vítimas de ataques dos grandes latifundiários que buscam espaços para a agropecuária. 
No período seguinte os antropólogos brasileiros passaram a se dedicar também à Antropologia Urbana, com foco nas dinâmicas socioculturais dos grupos que vivem nas cidades. Os temas da Antropologia Urbana procuram contemplar os valores do homem urbano, as representações sociais, a questão da cultura capitalista e seus desdobramentos nas relações sociais.
“Os antropólogos, após constituírem suas teorias, conceitos e métodos em sociedades observadas na escala da aldeia, defrontaram-se com o problema de abordar agrupamentos humanos situados em sociedades complexas, marcadas por uma história de longa duração, por transformações aceleradas em seus sistemas simbólicos e estilos de vida e pela onipresença da cidade, como o locus onde enraízam sua memória e experiências coletivas.” Bernardo Lewgoy (1997, p. 248).
Você consegue perceber o quanto esses estudos antropológicos têm a ver com a educação no Brasil nos dias de hoje? Basta pensar que a educação tem que estar atrelada às diversidades socioculturais do país, bem como com as demandas sociais, políticas e econômicas que fazem parte da sociedade.
As diferenças entre os povos e o direito à diversidade
ONU – 1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos O Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos.
Gênese, evolução e universalidade dos direitos humanos frente à diversidade de culturas.
“Os direitos humanos correspondem a certo estado da sociedade. Antes de serem inscritos numa constituição ou num texto jurídico, anunciam-se sob a forma de movimentos sociais, de tensões históricas, de tendência insensível das mentalidades evoluindo para outra maneira de sentir e pensar.” 
 “O direito à existência, à vida, à integridade física e moral da pessoa e à não-discriminação [...], são normas imperativas da comunidade internacional [...]”
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Temas Transversais: PLURALIDADE CULTURAL;
“Para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação.”
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“Ao tratar este assunto, é importante distinguir diversidade cultural, a que o tema se refere, de desigualdade social.”
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“As culturas são produzidas pelos” grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada grupo social.
“A desigualdade social é uma diferença de outra natureza: é produzida na relação de dominação e exploração socioeconômica e política.”
A DIVERSIDADE HUMANA E A PRÁTICA DOCENTE: A ESCOLA E AS DIFERENÇAS
- Necessário que o educador aprenda a lidar com a questão das diversidades no contexto escolar, não somente no sentido teórico-técnico-pedagógico, mas, sobretudo no sentido pessoal.
- O educador deve reconhecer o limite entre a tolerância e o respeito às diversidades humanas e a não aceitação às desigualdades existentes entre os indivíduos, grupos e povos Diversidade sim, desigualdade não!
- A prática docente deve orientar-se no sentido de recusar a visão do senso comum e o pensamento naturalizado acerca dessa questão (diversidades X desigualdades).
- A democratização do país é fundamental para se conhecer e respeitar o conjunto da sociedade brasileira em sua diversidade, bem como defender e garantir, por meio de políticas públicas, os direitos e a cidadania de todos os que se encontram em condição minoritária, de sofrimento, discriminação, pobreza ou exclusão social.
- O homem é um sujeito social, coletivo, que constrói e reconstrói cotidianamente sua história, sua cultura e, portanto, a realidade social (modos de pensar, de sentir e de agir).
ENTRE LEIS, TEORIAS E PRÁTICAS.
Por lei, é preciso inserir a temática das diversidadese das desigualdades nas disciplinas e atividades escolares.
 Não há consenso entre os pesquisadores e especialistas da educação acerca do modo exato como os professores devem trabalhar a prática docente.
 Melhor fórmula: conhecimento + informação atualizada + “abertura” pessoal + criatividade na elaboração de práticas.
A QUESTÃO DOS AFRODESCENDENTES NO BRASIL
Nosso país se formou a partir da união de diferentes povos e culturas, sendo que os de origem africana, que aqui chegaram pelas vias da escravidão, promoveram ao longo da história uma infinidade de costumes e saberes que muito contribuíram com o desenvolvimento de nossa sociedade. Entretanto, essa mesma história foi marcada por práticas de dominação de outros povos que haviam chegado anteriormente – os de origem europeia – e que ao longo de séculos mantiveram os demais em condição de servidão (na base da força), fazendo com que nossa história ficasse marcada pela produção de profundas desigualdades e preconceitos.
O período da escravidão no Brasil foi marcado pela separação de famílias vindas da África e pela mistura de povos que habitavam aquele continente, fato que resultou em uma imensa pluralidade étnica e cultural. Apesar disso, esses povos conseguiram preservar muito de suas culturas de origem, adotando a aculturação como estratégia de manutenção de suas tradições, crenças, saberes e práticas.
Esse longo processo de dominação foi marcado também pela resistência e pela luta contra a escravidão e a discriminação, o que não impediu que um grande conjunto da sociedade desenvolvesse atitudes de racismo. Aliás, ao contrário do que muitos pensam, o Brasil é um país bastante preconceituoso e racista, na medida em que ainda trata desigualmente indivíduos de determinadas origens étnicas (basta ver as disparidades entre os chamados “brancos” e “negros” no mercado de trabalho, nas universidades, no nível de renda, entre outros).
Desde a abolição da escravatura no Brasil, um longo caminho tem sido trilhado pelos afrodescendentes com a finalidade de promover maior igualdade no país, um amplo movimento de reconhecimento das desigualdades históricas, de valorização das diversidades e de afirmação das identidades afro-brasileiras.
Diversos autores vêm defendendo que é necessário fomentar o debate sobre o direito à identidade étnico-cultural no Brasil e no mundo, bem como ampliar a compreensão, em todos os setores da sociedade brasileira, sobre as experiências históricas dos afrodescendentes no país e seus desdobramentos.
Décadas de 80 e 90: afirmação da diferença e reconhecimento da identidade afro-brasileira.
Necessidade de fomentar o debate sobre o direito à identidade étnico-cultural no Brasil e no mundo. 
Necessidade de ampliar a compreensão, em todos os setores da sociedade brasileira, sobre as experiências históricas dos afrodescendentes no país e seus desdobramentos (CARVALHO, 2000).
LILIA SCHWARCZ
- As teorias raciais e racistas dos séculos XVIII e XIX influenciaram o pensamento das elites brasileiras nesse período. 
- Ausência do debate sobre a cidadania das populações negras e mestiças nesse período.
Povos Indígenas no Brasil: Três dimensões. No Brasil
Histórica: comunidades pré-colombianas já habitavam o território que, após a dominação europeia, passou a se chamar “Brasil”. Nesse sentido, há que se levar em conta o modo como os povos da Europa estabeleceram contato e dominaram as populações nativas. 
Cultural: no Brasil, segundo dados mais recentes do IBGE e da FUNAI, há mais de 200 etnias indígenas diferentes entre si, com uma imensa diversidade de línguas, de conformação social, de tradições e costumes. Trata-se, sem dúvida, de uma grande riqueza cultural, que muito influencia na cultura brasileira como um todo.
Sociopolítica: desde a década de 70, lideranças indígenas no Brasil, com apoio de antropólogos e defensores da causa, passaram a se organizar e a lutar por direitos exclusivos das populações indígenas, afirmando o papel e o lugar dos índios na sociedade brasileira.
Como definir quem é índio no Brasil hoje?
- Critério de auto identificação étnica. 
- É índio todo indivíduo que se reconhece como parte de um grupo indígena e que é reconhecido por ele.
FUNAI
IBGE – Censo 2010:
 817 mil índios (0,4% da população brasileira)
 Distribuídos em 688 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas.
 82 referências de grupos não contatados, mas só 32 confirmadas.
 Há ainda grupos requerendo o reconhecimento de sua condição indígena (ASSIRATI, 2014).
E como é ser índio no Brasil, hoje?
Recuperação demográfica.
 Direitos especiais reconhecidos.
 Luta pela compensação de dívidas históricas e pelo reconhecimento das identidades indígenas. 
Conflitos de interesses quanto à posse de terras e ao uso dos recursos naturais. 
Ação política mediada pela Constituição e por organismos internacionais: ONU, OIT e OEA.
“É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias” (POVOS, 2014, p. ).

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