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Fontes de DIP

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FONTES DE DIP
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CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (CIJ)
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FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL
A Corte Internacional de Justiça julga litígios entre Estados membros da ONU (art. 93 da Carta da ONU) com base nas seguintes fontes previstas no seu Estatuto (art. 38 do ECIJ):
1) os tratados internacionais (ou convenções internacionais), 
2) as costumes internacionais; 
3) os princípios gerais do Direito;
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Se os Estados acordarem, pode ser utilizada a:
ex aequo et bono (equidade);
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Quais são os meios auxiliares previstos no art. 38 do Estatuto da CIJ?
A doutrina e a jurisprudência também estão previstas no art. 38, porém, tecnicamente a doutrina e a jurisprudência internacional são meios auxiliares e não são fontes de Direito Internacional.
Assim, as decisões dos tribunais nacionais não são fontes de DIP.
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Estatuto da CIJ (ECIJ):
Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam submetidas, deverá aplicar;
2. as convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito;
4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das diversas nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et bono, se convier às partes.
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Em razão de sua natureza descentralizada, o direito internacional público desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de direito diferentes daquelas admitidas no direito interno.
Que fonte, entre as listadas a seguir, não pode ser considerada fonte de direito internacional?
A) Tratado.
B) Decisões de tribunais constitucionais dos estados.
C) Costume.
D) Princípios gerais de direito.
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Gabarito
1. B
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Tratados Internacionais
São documentos internacionais celebrados por Estados e por Organizações Internacionais.
É a fonte de DIP mais utilizada pelos tribunais internacionais.
Podem ser celebrados por:
Estados e Estados;
Estados e Organizações Internacionais;
Organizações Internacionais e Organizações Internacionais.
Não podem celebrar tratados:
Os indivíduos.
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Características
Os tratados internacionais são regidos pelo Direito Internacional.
Tem que ser escrito, não pode ser verbal.
Podem assumir nomenclaturas diversas: tratado, convenção, pacto, Estatuto, etc.
São as fontes mais seguras.
Podem ser bilaterais ou multilaterais.
Os tratados podem proibir expressamente a formulação de reservas.
A Convenção de Viena não prevê o recurso aos trabalhos preparatórios como Regra Geral de Interpretação. 
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Vídeo – Realplayer
“Programa Cortes Supremas destaca caso das papeleras 3/3”. Mostra como se resolvem conflitos envolvendo tratados.
“Congresso da ONU discute tráfico de seres humanos 1/3”.
Mostra o funcionamento dos Congressos da ONU, os quais, culminam em tratados internacionais sobre os temas discutidos.
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Costume Internacional
É uma das fontes de Direito Internacional mais antigas. 
Ele possui dois elementos que fazem com que se configure como costume internacional, quais sejam:
1) Objetivo;
2) Subjetivo.
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Elemento Objetivo
É uma prática generalizada (dos Estados).
“O comportamento dos Estados” (Shaw, 2010).
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Elemento Subjetivo
..aceita como Direito pelos outros Estados e/ou
tida como uma obrigação legal pelo Estado que a realiza (opinio juris). É o fator psicológico (Shaw, 2010). 
Assim:
Autorizar turistas estrangeiros a entrar no país, por exemplo, se faz por se entender que é bom para a economia e não por se pensar que há uma obrigação legal de recebê-los, logo, não se trata de costume internacional, mas sim de boa vontade dos Estados.
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Opinio Juris
É a crença de que uma atividade estatal é legalmente obrigatória, é o fator que transforma o uso num costume e o inscreve no corpo normativo do direito internacional.
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Caso Lotus – Lotus Case
Princípio Lotus
Em agosto de 1926, uma embarcação francesa chamada Lotus colidiu com uma embarcação turca em alto mar. Muitos turcos morreram. Assim, o francês responsável por guiar a embarcação francesa foi preso pelos turcos sob acusação de homicídio culposo.
A França levou o caso para a Corte Permanente de Justiça, alegando que a Turquia não tinha competência para julgar o oficial francês. 
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Argumentos Franceses no Lotus Case
Os franceses alegaram, entre outras coisas, a existência de costume internacional, eis que nunca tinha ocorrido na história um julgamento de caso semelhante no país das vítimas. Assim, segundo os francês, havia o costume internacional de não julgar no país das vítimas.
A alegação francesa não foi aceita.
Segundo a Corte:
“só seria possível falar de um costume internacional se essa abstenção fosse baseada na consciência, por parte deles (Estados), do dever de abster-se”.
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A tendência é que os costumes terminem sendo disciplinados por escrito através de Tratados Internacionais.
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Princípios Gerais do Direito
São aqueles princípios que são aceitos e adotados pela grande maioria dos Estados.
Exemplos: 
Não lesar o outro, dê a cada um o que é seu.
Princípio da Pacta sunt servanda;
Princípio da Boa-fé;
Princípio da Coisa julgada.
Princípio da Reciprocidade.
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Vídeo - Realplayer
Para mostrar o princípio da reciprocidade:
“Extradição no quadro direito comparado”.
Mostra o caso Ronald Biggs, em que não havendo tratado, poderia ser realizado o pedido com base no princípio da reciprocidade.
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NOVAS FONTES DE DIP
O artigo 38 é exemplificativo e não taxativo, assim, as fontes ali previstas são exemplos, não são as únicas fontes.
As fontes do art. 38 são as fontes clássicas, mas existem também as chamadas NOVAS FONTES DE DIP.
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Não há hierarquia entre as fontes de DIP.
Assim, costume internacional e tratados internacionais estão no mesmo nível, por exemplo.
O costume derroga tratado e o tratado derroga o costume.
O art. 38 não estabelece nível de hierarquia.
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NOVAS FONTES DE DIP
Analogia;
Atos unilaterais dos Estados (são declarações de vontade unilaterais perante a sociedade internacional e que vinculam os Estados);
Decisões das Organizações Internacionais (CIJ, ONU, OEA) - de âmbito externo, não as administrativas internas da organização;
Soft Law;
Jus Cogens.
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Soft Law
Recente fonte do DIP ligada ao Direito Internacional do Meio Ambiente.
Significado: Direito Flexível.
Respeita o estágio em que o país está.
São tratados que dão um programa para atuação/implementação dos Estados.
Podem ser anos ou décadas;
Exemplo: Agenda XXI (programa de ação para a proteção do meio ambiente) e Objetivos do Milênio da ONU.
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Jus Cogens
É o oposto de direito flexível (soft law).
O jus cogens é direito rígido, imperativo.
Está previsto na Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 (arts. 53 e 64).
Principal exemplo: Os tratados internacionais sobre Direitos Humanos e a Carta das Nações Unidas.
Em regra não existe hierarquia entre as fontes de DIP. A única exceção é o jus cogens que trata principalmente sobre Direitos Humanos.
Uma regra de jus cogens só poderá ser derrogada por outra fonte jus cogen.
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Estado de Direito Global
Governança Internacional
Vivemos hoje em uma sociedade que está cada vez mais globalizada.
Os temas internos passam a assumir uma proporção internacional. Problemas internos necessitam de solução internacional.
O Estado de Direito Global valoriza os órgãos supranacionais, como o TPI para resolução destes problemas.
TPI julga: crimes de guerra, genocídio, crimes contra a humanidade e de agressão.
Outros tipos que necessitam ser julgados por órgãos internacionais:
lavagem de dinheiro, tráfico internacional de órgãos, crianças, mulheres, problema ambiental, etc.
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Meios Auxiliares
Decisões dos tribunais internacionais
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Não são fontes de DIP
Decisões dos tribunais constitucionais dos Estados
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Atos Unilaterais
Os atos unilaterais representam um tipo de ato jurídico que cria algum tipo de obrigação, dividindo-se em notificações que impõem uma obrigação de comportamento, protesto que apresenta um cunho de oposição de um governo às condutas que colidam com seus interesses, renúncia, reconhecimento ou abdicação de certa ordem jurídica. 
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: Curso elementar. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 165-166.
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Requisitos e Fundamento do ato unilateral
Mazzuoli aponta que:
 
Portanto, quando assumido publicamente, mesmo quando não efetuado no contexto das negociações internacionais, um tal compromisso manifestado unilateralmente será obrigatório para o Estado, que deverá cumpri-lo de boa-fé. Não é necessário, pois o aceite da declaração por parte de outros Estados para que a mesma possa ter valor jurídico, bastando a declaração unilateralidade do Estado que juridicamente se obriga, em respeito à norma pacta sunt servanda.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito Internacional Público: Parte Geral. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p. 41-42.
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Exemplo de Ato Unilateral
Um exemplo “[...] é a lei Canadense de 1970, para prevenir a poluição das águas do Ártico até a distância de 100 milhas da costa [...]”.
MELLO, Celso Duvivier de Alburquerque. Curso de direito Internacional Público. 13. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 289-290.

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