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03/05/2012 1 SOLUÇÕES Aulas 22 e 23 Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Exatas e Tecnologia – CCET Departamento de Química INTRODUÇÃO Solução é o nome dado a dispersões cujo tamanho das moléculas dispersas é menor que 1 nanômetro. A solução ainda pode ser caracterizada por formar um sistema homogêneo (a olho nu e ao microscópio), por ser impossível separar o disperso (soluto) do dispersante (solvente) por processos físicos. As soluções são compostas por moléculas ou íons comuns. Podem envolver sólidos, líquidos ou gases como solutos ou solventes. A solução também pode apresentar-se nesses três estados da matéria. É importante destacar que soluções gasosas são formadas apenas por solvente e soluto gasosos. 2 03/05/2012 2 CLASSIFICAÇÕES 1. De acordo com a condução de corrente elétrica: soluções eletrolíticas (compostas por íons) soluções não-eletrolíticas (compostas apenas por moléculas) 2. De acordo com o estado da matéria: Soluções sólidas Soluções líquidas Soluções gasosas 3 Tipos de soluções Exemplo Gás Gás dissolvido em gás Oxigênio dissolvido em nitrogênio Líquido dissolvido em gás Clorofórmio dissolvido em nitrogênio (vaporizado) Sólido dissolvido em gás Gelo seco dissolvido em nitrogênio Líquido Gás dissolvido em líquido Dióxido de carbono dissolvido em água Líquido dissolvido em líquido Etanol (álcool de cereais) dissolvido em água Sólido dissolvido em líquido Açúcar dissolvido em água Sólido Gás dissolvido em sólido Hidrogênio dissolvido em paládio Líquido dissolvido em sólido Mercúrio dissolvido em ouro Sólido dissolvido em sólido Cobre dissolvido em níquel Classificações 4 03/05/2012 3 CLASSIFICAÇÕES 3. De acordo com as quantidades proporcionais de soluto e solvente : Solução concentradaSolução diluída 5 SOLUÇÕES SATURADAS, INSATURADAS E SUPERSATURADAS Para entendermos esses conceitos, primeiramente precisamos saber o que é Coeficiente Solubilidade. É a máxima quantidade de soluto que uma quantidade fixa de solvente pode dissolver, a uma determinada temperatura. Solução InsaturadaSolução Saturada Solução Supersaturada Em alguns casos especiais é possível manter uma solução com quantidade de soluto acima daquela que pode ser dissolvida em condições normais. Nesse caso fala-se em solução supersaturada, que é instável 6 03/05/2012 4 MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO No estudo das soluções vamos empregar essencialmente três medidas de concentração: 1. Concentração Molar, [J] ou cj: �� = �ú��� �� � �� � ��� � ���� �� ��çã = �� � Exemplo: Para preparar uma solução 1,0 M (mol/L) de C6H12O6(aq), devemos dissolver 180g de glicose em água suficiente para produzir 1 L de solução. 7 EXERCÍCIO 1 Que massa de glicina, NH2CH2COOH, deve ser usada para preparar 250 mL de uma solução de NH2CH2COOH (aq) 0,015M? 8 03/05/2012 5 2. Molalidade, bj: Exemplo: Para preparar uma solução 1 m (mol/kg) de C6H12O6(aq), devemos dissolver 180g de glicose em 1,0 kg de água. �� = �ú��� �� � �� � ��� �� � � ������ = �� � ������ 3. Fração Molar, xj: �� = �ú��� �� � �� �� � �ú��� � ��� �� � �� = �� � Uma distinção entre concentração molar e molalidade é que a primeira varia com a temperatura devido à expansão ou contração do volume da solução, enquanto a molalidade é independente da temperatura. 9 GRANDEZAS PARCIAIS MOLARES Uma grandeza parcial molar é a contribuição (por mol) que uma substância faz a uma propriedade total da mistura. A grandeza parcial molar mais fácil de visualização é o volume parcial molar, Vj, de uma substância J. Ele representa a contribuição que J faz ao volume total da mistura. � = ���� + ���� 10 03/05/2012 6 EXEMPLO 2 Qual é o volume total de uma mistura de 50,0 g de etanol e 50 g de água a 25 oC? 11 GRANDEZAS PARCIAIS MOLARES Entretanto, a grandeza parcial molar mais importante do ponto de vista termodinâmico é a energia de Gibbs parcial molar, GJ, de uma substância J, que é a contribuição (por mol) de J para a energia de Gibbs de uma mistura. � = ���� + ���� A energia de Gibbs parcial molar é tão importante em química que a ela foi dado um nome e um símbolo especial. � = ��µ� + ��µ� onde µA é o potencial químico de A na mistura e µB é o potencial químico de B na mistura. 12 03/05/2012 7 POTENCIAL QUÍMICO O nome “potencial químico” é muito apropriado, pois µJ mede a potencialidade de J em produzir transformações físicas e/ou químicas. Uma substância com elevado valor do potencial químico tem uma grande capacidade de impulsionar uma reação química ou outro processo físico qualquer. onde é o potencial químico padrão do gás J, que é idêntico à sua energia de Gibbs molar padrão, ou seja, o valor de Gm para o gás puro à pressão de 1 bar �� = �� � + � �� !� �� � 13 POTENCIAL QUÍMICO O nome “potencial químico” é muito apropriado, pois µJ mede a potencialidade de J em produzir transformações físicas e/ou químicas. Uma substância com elevado valor do potencial químico tem uma grande capacidade de impulsionar uma reação química ou outro processo físico qualquer. onde é o potencial químico padrão do gás J, que é idêntico à sua energia de Gibbs molar padrão, ou seja, o valor de Gm para o gás puro à pressão de 1 bar �� = �� � + � �� !� �� � 14 03/05/2012 8 EXEMPLO 3 Admita que a pressão parcial de um gás perfeito caia de 1,00 bar para 0,50 bar, quando um gás é consumido numa reação a 25 oC. Qual é a variação do potencial químico da substância? 15 FORMAÇÃO ESPONTÂNEA DE MISTURAS Todos os gases se misturam espontaneamente, pois as moléculas de um gás podem se misturar com as moléculas de um outro gás. Mas, como podemos mostrar que o processo de mistura dos gases é termodinamicamente espontâneo? Precisamos mostrar que, a temperatura e pressão constantes, ∆G < 0. 16 03/05/2012 9 Deduzindo a fórmula para o cálculo da energia de Gibbs de uma mistura chegaremos à seguinte equação: ∆� = � #������ + ������$ ∆� = �� #������ + ������$ O ponto crucial é que, como xA e xB são ambas menores que 1, os dois logarítimos são negativos ( lnx < 0 se x < 1), o que torna ∆G < 0 para todas as composições. Portanto, gases ideais se misturam espontaneamente em todas as proporções. 17 SOLUÇÕES IDEAIS Em química, estamos interessados tanto em líquidos como em gases. Assim, precisamos de uma expressão para o potencial químico de uma substância numa solução líquida. Químico francês François Raoult (1830 – 1901): “A pressão parcial do vapor de uma substância numa mistura é proporcional à sua fração molar na solução e à sua pressão de vapor quando pura” Em termos matemáticos: pj = xjpj* 18 03/05/2012 10 EXEMPLO 4 Uma solução é preparada dissolvendo-se 1,5 mol de C10H8 (naftaleno) em 1,00 kg de Benzeno. A pressão de vapor do benzeno puro é de 94,6 Torr, a 25oC. Qual é a pressão parcial de vapor do benzeno na solução? 19 A ORIGEM MOLECULAR DA LEI DE RAOULT: EFEITO DO SOLUTO NA ENTROPIA DA SOLUÇÃO. No solvente puro, as moléculas têm uma certa desordem e uma entropia correspondente; a pressão de vapor representa uma tendência do sistema e de suas vizinhanças em alcançar uma entropia maior. 20 03/05/2012 11 A ORIGEM MOLECULAR DA LEI DE RAOULT: EFEITO DO SOLUTO NA ENTROPIA DA SOLUÇÃO. Quando um soluto está presente, a solução tem uma desordem maior do que a do solvente puro, pois não podemos garantir que uma molécula escolhida ao acaso será a do solvente. Sendo: Ssolução > Ssolvente puro, então a solução apresenta uma tendência menor de aumentar a sua entropia pela vaporizaçãodo solvente. Ou seja, Pvapor (solvente na solução) < Pvapor (solvente puro). 21 SOLUÇÕES IDEAIS Uma solução hipotética que obedece a lei de Raoult em toda a faixa de composição, de A puro até B puro, é chamada de solução ideal. Nenhuma solução é perfeitamente ideal e as soluções reais apresentam desvios em relação à lei de Raoult. Entretanto, os desvios são pequenos para o componente que está em grande excesso (o solvente) e se tornam menores à medida que a concentração do soluto diminui. A importância teórica da lei de Raoult é que, como ela relaciona a pressão de vapor com a composição e como sabemos relacionar a pressão ao potencial químico, podemos usá-la para relacionar o potencial químico à composição de uma solução. Assim, para calcular o potencial químico de um solvente podemos utilizar a seguinte equação: �� = �� ⊝ + � ���� 22 03/05/2012 12 EXEMPLO 5 De quanto é reduzido o potencial químico do benzeno a 25oC, pela presença de um soluto com fração molar 0,1? 23 SOLUÇÕES DILUÍDAS IDEAIS A lei de Raoult → boa descrição da pressão de vapor do solvente numa solução muito diluída. Entretanto, não podemos esperar que ela forneça uma boa descrição da pressão de vapor do soluto, pois o mesmo está muito longe de ser puro numa solução diluída. Numa solução diluída, cada molécula do soluto está envolvida pelo solvente quase puro, o que torna o seu ambiente químico bastante diferente daquele onde o soluto está puro. 24 03/05/2012 13 SOLUÇÕES DILUÍDAS IDEAIS Willian Henry (1775 – 1836) Verificou experimentalmente que, em soluções diluídas, a pressão de vapor do soluto é, de fato, proporcional a sua fração molar em solução, tal como para o caso do solvente. lei de Henry: “A pressão de vapor de um soluto volátil B é proporcional à sua fração molar na solução.” Em termos matemáticos: pB = xBKB onde KB é chamada de constante da lei de Henry e é característica de cada soluto 25 SOLUÇÕES DILUÍDAS IDEAIS Soluções que estão suficientemente diluídas para que o soluto obedeça a lei de Henry são chamadas de soluções diluídas ideais. A lei de Henry é normalmente obedecida apenas em concentrações baixas do soluto (próximas de xB = 0). A lei de Henry nos permite escrever uma expressão para o potencial químico de um soluto em solução: �� = �� ⊝ + � ���� 26 03/05/2012 14 SOLUÇÕES DILUÍDAS IDEAIS É comum exprimir a concentração de uma solução em termos da concentração molar do soluto, [B], em vez da fração molar. A fração molar e a concentração molar são proporcionais em soluções diluídas, o que nos permite escrever: xB = constante x [B] Desse modo, a equação anterior pode ser reescrita da seguinte forma: �� = ��⊝ + � �� &� � �����' + � ��[�] Podemos combinar os dois primeiros termos dessa expressão numa única constante, que também representaremos por , de modo que: �� ⊝ �� = �� ⊝ + � ��[�] 27 EXEMPLO 6 A concentração necessária de O2 na água para manter a vida aquática é cerca de 4 mg.L-1. Qual é a pressão parcial mínima do oxigênio na atmosfera que permite atingir essa concentração a 25oC? Tabela 1. Constantes da lei de Henry a 25 oC, (K/Torr) Solvente Água Benzeno Metano, CH4 3,14 x 10 5 4,27 x 105 Dióxido de Carbono, CO2 1,25 x 10 6 8,57 x 104 Hidrogênio, H2 5,34 x 10 7 2,75 x 106 Nitrogênio, N2 6,51 x 10 7 1,79 x 106 Oxigênio, O2 3,30 x 10 7 28 03/05/2012 15 EXEMPLO 7 Qual é o valor da pressão parcial do metano necessária para dissolver 21 mg de metano em 100 g de benzeno a 25oC? Tabela 1. Constantes da lei de Henry a 25 oC, (K/Torr) Solvente Água Benzeno Metano, CH4 3,14 x 10 5 4,27 x 105 Dióxido de Carbono, CO2 1,25 x 10 6 8,57 x 104 Hidrogênio, H2 5,34 x 10 7 2,75 x 106 Nitrogênio, N2 6,51 x 10 7 1,79 x 106 Oxigênio, O2 3,30 x 10 7 29 SOLUÇÕES REAIS: ATIVIDADES A atividade, aj, de uma substância é definida de forma que a expressão: �� = �� ⊝ + � �� �� é sempre verdadeira em qualquer concentração, tanto para o solvente quanto para o soluto. Nenhuma solução é, na realidade, ideal, e muitas soluções se desviam do comportamento de solução diluída ideal quando a concentração do soluto atinge um pequeno valor. Para soluções ideais, aA = xA, a atividade de cada componente é igual à sua fração molar. Para soluções diluídas ideais, aA = [B], e a atividade do soluto é igual ao valor numérico de sua concentração molar. Para soluções não ideais escrevemos: �� = *��� �� = *�[�] onde * é o chamado coeficiente de atividade. 30 03/05/2012 16 PROPRIEDADES COLIGATIVAS Um Soluto ideal não produz nenhum efeito na entalpia de uma solução. Entretanto, ele afeta a entropia da solução, induzindo um grau de desordem que não está presente no solvente puro. Podemos, portanto, esperar que um soluto modifique as propriedades físicas da solução. Além de baixar a pressão de vapor do solvente, um soluto não-volátil produz três efeitos principais: (i) eleva o ponto de ebulição de uma solução; (ii) abaixa o ponto de congelamento da solução; (iii) dá origem a pressão osmótica. 31 elevação do ponto de ebulição de uma solução; abaixamento do ponto de congelamento da solução; pressão osmótica. propriedades que surgem de variações na desordem do solvente Como o aumento da desordem independente da natureza da espécie química do soluto Conclui-se então que esses efeitos dependem apenas do número de partículas presentes e não da sua natureza química 32 03/05/2012 17 ELEVAÇÃO EBULIOSCÓPICA E ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO O efeito de um soluto é o de elevar o ponto de ebulição de um solvente e de baixar o seu ponto de congelamento. 33 ELEVAÇÃO EBULIOSCÓPICA E ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO A elevação do ponto de ebulição, ∆Teb, e o abaixamento do ponto de congelamento, ∆Tf ,são ambos proporcionais à molalidade, beb , do soluto: ∆Teb = Kebbeb ∆Tf = Kfbeb onde Keb é a constante ebulioscópica e Kf é a constante crioscópica do solvente. As duas constantes podem ser calculadas a partir de outras propriedades do solvente, mas é melhor considerá-las como constantes empíricas. 34 03/05/2012 18 ELEVAÇÃO EBULIOSCÓPICA E ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO A origem das propriedades coligativas é a diminuição do potencial químico do solvente devido à presença do soluto. Em misturas: energia de Gibbs parcial molar = potencial químico do solvente Interseção líquido/sólido = Tfusão Interseção líquido/gás = Tebulição 35 EXEMPLO 8 Estime o abaixamento crioscópico da solução preparada pela dissolução de 3,0 g (um tablete) de sacarose em 100g de água. 36 03/05/2012 19 ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO - APLICAÇÕES Uma solução de sal e água tem um ponto de fusão (congelamento) menor do que a água pura. Quando se coloca sal em um gelo formado por água pura diminui-se o ponto de fusão. O gelo derrete, (processo endotérmico - absorve calor do meio para poder ocorrer). Uma vez que o gelo é derretido pela adição do sal, este processo rouba calor do meio externo, fazendo com que a temperatura do recipiente diminua abaixo de zero. Ela pode chegar a -19°C Resumindo: o sal funciona como um elemento que faz com que o gelo tenha um derretimento mais rápido, com uma velocidade de retirar energia do sistema (no caso, o da bebida) também aumentada. 37 ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO - APLICAÇÕES Em países de clima muito frio (como o Canadá), o acumulo de gelo nas pistas e rodovias é um sério problema! Site do Ministério dos Transportes do Canadá 38 03/05/2012 20 ABAIXAMENTO CRIOSCÓPICO - APLICAÇÕES Basicamente o que eles fazem é raspar o “grosso” da neve (jogando pro lado) e ao mesmo tempo jogar sal na rua… O sal faz com quea neve não se acumule tão facilmente e se transforme em água. Entretanto, o sal só funciona ate -12 graus Celsius. Espalha-se sal nas rodovias para retardar o início do congelamento das pistas. 39 OSMOSE Consideremos um sistema constituído por uma solução separada do solvente puro por uma membrana semipermeável. O fenômeno da osmose é a passagem do solvente puro para a solução através da membrana semipermeável. Essa membrana é permeável ao solvente mais não ao soluto. 40 03/05/2012 21 A PRESSÃO OSMÓTICA A pressão osmótica, Π (letra pi maiúscula), é a pressão que deve ser aplicada à solução para interromper o fluxo de entrada do solvente. 41 EM OUTRAS PALAVRAS… Pressão osmótica é a pressão que deve ser aplicada sobre uma solução a fim de impedir a passagem do solvente para o meio mais concentrado. 42 03/05/2012 22 PRESSÃO OSMÓTICA A pressão osmótica de uma solução é proporcional à concentração do soluto. A expressão da pressão osmótica (equação de Van’t Hoff) de uma solução ideal tem uma semelhança inesperada com a expressão da pressão de um gás perfeito, como pode ser observado abaixo: Equação de Van’t Hoff: Π V = nBRT Equação do gás perfeito: pV = nRT Como nB/V = [B] podemos reescrever a equação de Van’t Hoff da seguinte forma: Π = [B]RT 43 OSMOMETRIA A osmose também é a base da técnica denominada osmometria, através da qual a massa molar, principalmente de macromoléculas, é determinada pela medição da pressão osmótica. 44 03/05/2012 23 EXEMPLO 9 As pressões osmóticas de soluções de uma enzima em água, a 298 K, são dadas abaixo. As pressões estão expressas em termos das alturas de solução (de densidade ρ = 0,9998 g.cm-3) em equilíbrio com a pressão osmótica. Determine a massa molar da enzima. c/(g.dm-3) 1,00 2,00 4,00 7,00 9,00 h/cm 0,28 0,71 2,01 5,17 8,00 45 EXEMPLO 9 46
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