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TRF Processo Civil Novo CPC

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TRF - Processo Civil - Novo CPC - Aula 000.pdf
Aula 00
Conforme Novo CPC - Direito Processual Civil p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário-
Área Judiciária)
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 2ª REGIÃO 
 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 2ª REGIÃO 
PROCESSO CIVIL PARA ANALISTA JUDICIÁRIO ² ÁREA JUDICIÁRIA 
Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar este desafio 
com vocês. Faremos um curso de teoria e exercícios voltado para o concurso 
do TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 2ª REGIÃO. 
Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem 
excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: 
marcadores de texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da 
aula, bem como ao final. 
As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas 
(elaboradas pelo próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para 
AULA 00: DA JURISDIÇÃO 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 02 
2. Cronograma 03 
3. Capítulo I: Da Jurisdição 05 
4. Resumo 43 
5. Questões comentadas 46 
6. Lista das questões apresentadas 57 
7. Gabarito 61 
8. Bibliografia 62 
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resolução de questões no grau de complexidade que a banca tem atribuído aos 
certames mais concorridos. 
O curso visa a preparar os candidatos para o cargo de ANALISTA 
JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA. Iremos trabalhar todo o conteúdo de Direito 
Processual Civil exigido no último edital, por meio de teoria e exercícios de 
concursos anteriores e tendo como base a Lei nº 13. 105/2015 ± NOVO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL. Será um curso de 11 encontros, além deste, em que iremos 
trabalhar o conteúdo de modo objetivo e com o foco na sua aprovação. 
x Sobre o Prof. Gabriel Borges 
O Professor Gabriel Borges é Consultor Legislativo do Senado Federal; pós-
graduado em Direito e Relações Internacionais; e leciona a matéria de Direito Processual 
Civil para concursos desde 2010. Até tornar-se Consultor, foi aprovado em vários 
concursos públicos. 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza 
e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram 
os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site 
Estratégia Concursos. 
 
¾ Vamos ao nosso cronograma 
DISPONÍVEL CONTEÚDO 
Disponível DA JURISDIÇÃO. 
Aula 01 
Disponível em 26/05/2016 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL. 
SOBRE A AÇÃO. 
Aula 02 
Disponível em 31/05/2016 
DA COMPETÊNCIA. 
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Aula 03 
Disponível em 02/06/2016 
DOS SUJEITOS DO PROCESSO; DO 
LITISCONSÓRCIO; DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS; 
Aula 04 
Disponível em 07/06/2016 
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. 
Aula 05 
Disponível em 08/06/2016 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO; DA ADVOCACIA PÚBLICA; 
DA DEFENSORIA PÚBLICA. 
Aula 06 
Disponível em 09/06/2016 
DOS ATOS PROCESSUAIS. 
Aula 07 
Disponível em 17/06/2016 
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO 
PROCESSO; DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E 
DO SANEAMENTO; DO JULGAMENTO CONFORME O 
ESTADO DO PROCESSO. 
Aula 08 
Disponível em 24/06/2016 
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DAS 
PROVAS. DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA; DA 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA; DO CUMPRIMENTO DA 
SENTENÇA. 
Aula 09 
Disponível em 01/07/2016 
DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE 
IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS/DOS 
RECURSOS; DA AÇÃO RESCISÓRIA. 
Aula 10 
Disponível em 03/07/2016 
DO PROCESSO DE EXECUÇÃO. 
Aula 11 
Disponível em 08/07/2016 
TUTELAS PROVISÓRIAS. DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA E 
AÇÃO POPULAR. EXECUÇÃO FISCAL. EXECUÇÃO 
CONTRA A FAZENDA PÚBLICA, REMIÇÃO, 
ADJUDICAÇÃO. JUIZADO ESPECIAL FEDERAL: LEI Nº 
10.259, DE 12/07/2001, PRINCÍPIOS, COMPETÊNCIA, 
TURMAS RECURSAIS. 
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CAPÍTULO I: DA JURISDIÇÃO 
 
Nos últimos anos, ganhou força no Direito a ideia de que a Constituição 
deve ser mais efetiva do que em seus primeiros anos de vigência, mas o que 
isso quer dizer? 
Quer dizer que os princípios e regra constitucionais devem e podem 
ser aplicados de modo direto pelo juiz (órgão singular) e pelos demais órgãos 
jurisdicionais (colegiados), não somente pelo Supremo Tribunal Federal ± STF. 
Logo no artigo 1º, o Novo CPC deve ser interpretado, ordenado e 
pensado de maneira integrada à Constituição. Evidentemente, este tipo de 
previsão não seria sequer necessária em razão da supremacia das normas 
constitucionais, mas não deixa de simbolizar uma nova e importante didática 
e, acima disso, a tendência contemporânea de atribuir aos princípios valor 
diretivo aos operadores do Direito. A previsão serve, inclusive, para rebater 
aqueles que se equivocam ao restringir o Direito Processual Civil à leitura dos 
dispositivos do Código, como se não houvesse outra fonte de Direito 
Processual Civil. 
Falamos do artigo 1º do CPC/2015, então vamos citá-lo: 
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado 
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição 
da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste 
Código. 
Há, nesse contexto, uma nova hermenêutica, consubstanciada no § 1º 
do artigo 5º da Constituição da República, a saber: 
Art. 5º [...] § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Cumpre-se
interpretar a Constituição como um todo normativo, no qual 
o Novo CPC é recepcionado e, com base nos preceitos fundamentais, deve-se 
evitar qualquer tipo de antinomia entre as normas. 
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¾ A partir dessas linhas introdutórias, passemos ao estudo do instituto da 
Jurisdição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não 
havia um Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos 
próprios interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade 
vencia a disputa. A solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por 
instrumentos parciais. 
Vencia o mais forte mesmo, estamos falando de situações, inclusive, 
de chegar-se às vias de fato para fazer valer seu Direito. 
Com o desenvolvimento das relações de comércio e consumo, a 
sociedade começou a demandar maior grau de segurança jurídica. Imaginem 
que um comerciante ou investidor necessita de previsibilidade para se motivar 
a crescer. Nesse sentido, começou-se a perceber que a solução pela força não 
representava a forma mais justa de resolução de conflitos. Na mesma direção, 
a sociedade e as populações de diversas regiões começavam a se organizar 
em torno de um único poder. 
Assim, a partir da consolidação do Estado, passou a existir o poder 
central para a solução dos conflitos, o poder estatal. Ao poder judiciário, não 
participante do litígio, portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, 
em regra abstrata, em busca da pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado 
poder jurisdicional. 
LIVRO I: DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS 
TÍTULO ÚNICO: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
CAPÍTULO II: DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições 
específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as 
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
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Percebam, então, que a consolidação de um poder central veio 
acompanhada de um sistema que pretendia dar segurança jurídica à sua 
população. 
São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) e 2) a 
instituição de um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. 
Imaginem, agora, a existência de uma sociedade onde não há segurança 
jurídica, onde não se sabe ao certo como garantir a propriedade sobre seus 
bens e a justeza no conflito com seus pares... Esse cenário impediria os 
indivíduos de buscarem prosperidade porque estariam voltados, a todo 
momento, para questões de segurança. A jurisdição veio dar ao Estado a 
legitimidade para agir em nome do interesse público e ao jurisdicionado a 
segurança jurídica para prosperar. 
Em seu conceito tradicional, jurisdição é o poder de resolver um conflito 
entre as partes, substituindo a vontade delas pela da lei. Ela tem como 
característica a substitutividade, que consiste em dizer que o Estado, na 
figura do juiz, ao solucionar a lide, estaria substituindo a vontade das partes, 
proibindo a elas de estarem, em regra, fazendo valer a justiça do mais forte. No 
entanto, não é somente quando há conflito entre as partes que o poder estatal 
atua, nem é sempre que há substituição da vontade das partes. 
Na concepção moderna, jurisdição é a atuação estatal ao caso 
concreto; uma atuação com caráter de definitividade ± diz respeito à 
imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material ±, objetivando a 
pacificação social. 
Assim, a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio 
dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que 
não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da 
intervenção do estado para que o conflito estabelecido seja solucionado. 
De modo sucinto, Marcus Vinícius R. Gonçalves define Jurisdição 
FRPR�D��³Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos 
de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos 
concretos que lhe são submetidos´���'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO�(VTXHPDWL]DGR�� 
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Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se 
restringe a dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito 
(juris-satisfação). Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado 
apenas diga o caminho a ser trilhado, espera-se que o poder estatal faça 
o direito ser efetivamente aplicado. Por isso, o Estado-juiz, por meio do seu 
poder jurisdicional, tem a capacidade de impor suas decisões. É um poder 
coativo. 
Dúvida: Qual dos três poderes, da clássica divisão montesquiana, é 
responsável pela jurisdição? A função jurisdiconal é atribuída ao poder 
judiciário como função típica, mas também a outros poderes, como função 
atípica. Exemplo: processo de impeachment, que pode ser conduzido pelo 
legislativo, ou das sindicâncias, pelo poder executivo. 
Fredie Didier Jr. mantém o conceito abrangente e inovador à Jurisdição 
em seu novo Curso de Direito Processual Civil, a saber: 
³$�MXULVGLomR�p�D�IXQomR�DWULEXtGD�D�WHUFHLUR�LPSDUFLDO��D��GH�UHDOL]DU�R�
Direito de modo imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c), 
reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas 
(concretamente) deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle 
externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível (g). (Curso de 
'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO´��YRl. I, 17ª ed. p. 153) 
Esse conceito moderno apresentado por Didier deve ser analisado, 
pois está de acordo com a realidade das transformações por que passou o 
Estado. (Trabalharemos cada um desses elementos expressos no conceito de 
Jurisdição). 
A inovação mais relevante neste conceito é apontar o exercício
da 
jurisdição a terceiro imparcial, não considerando o Estado detentor exclusivo 
desse poder/dever. Importante salientar que a imparcialidade não se confunde 
com a neutralidade. Não existe juiz neutro, pois todo ser humano tem vontade 
inconsciente, formada por suas experiências ao longo da vida, por sua 
vivência, traumas, medos, preferências. 
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Sobre a questão, importante registrar que o tema gerou polêmica no 
Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC)1, sendo que dois 
enunciados (4 e 5) que tratavam da questão foram posteriormente revisados e 
cancelados porque consideravam que árbitro também poderia ser detentor de 
jurisdição: 
Os enunciados sobre arbitragem foram aprovados por aclamação no 
FPPC de Salvador; por isso, no FPPC-Rio, tiveram de passar por uma 
reavaliação criteriosa da assembleia. Disso resultou que alguns foram 
FDQFHODGRV�� �� 5HGDomR� RULJLQDO�� ³2� iUELWUR� p� GRWDGR� GH� MXULVGLomR� SDUD�
SURFHVVDU�H� MXOJDU�D�FRQWURYpUVLD�D�HOH�DSUHVHQWDGD��QD� IRUPD�GD�OHL´�� �*UXSR��
$UELWUDJHP�����5HGDomR�RULJLQDO��³2�iUELWro é juiz de fato e de direito e como tal 
H[HUFH� MXULVGLomR� VHPSUH� TXH� LQYHVWLGR� QHVVD� FRQGLomR�� QRV� WHUPRV� GD� OHL´��
(Grupo: Arbitragem) 
Ainda mais convincente a parte do conceito expresso por Fredie Didier 
que considera o aspecto de criação e reconstrução do exercício de se dizer o 
direito, já que o sistema normativo tende, como temos visto, a uma dimensão 
mais aberta, transferindo ao órgão jurisdicional a tarefa de completar o sentido 
da norma, a criação do direito. 
Feitas essas considerações, vejamos cada elemento elencado no 
conceito de Jurisdição ± GD�OHWUD�³D´�DWp�³J´. 
a) Terceiro imparcial: na solução da lide utiliza-se a técnica de 
heterocomposição ± o conflito é solucionado por um agente exterior à 
relação conflituosa original. Os sujeitos do processo submetem a terceiro 
seu conflito, em busca de solução. Chiovenda chama essa 
heterocomposição de substutividade, sendo esta a característica que diferencia 
jurisdição das outras funções estatais. 
Ok! E o que é a substutividade? Bem pessoal, como falamos há pouco 
a substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao 
solucionar a lide, está substituindo a vontade das partes, já que elas estariam 
 
1
 O Fórum Permanente de Processualistas Civis emitiu vários enunciados com o intuito de facilitar a 
interpretação do CPC/2015. Esses enunciados serão citados ao longo de nosso curso. 
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proibidas de, em regra, fazer valer a justiça do mais forte (característica do 
conceito de jurisdição tradicional). 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
 
 
Destaque-se, uma vez mais, que é importante não se confundir 
neutralidade com imparcialidade. Neutralidade é o mito que se sustenta na 
possibilidade de o juiz não ter vontade inconsciente; segundo a qual 
predominaria a vontade dos sujeitos processuais e não o interesse geral da 
justiça. 
A imparcialidade, por seu turno, determina que o magistrado não pode 
ter interesse na lide, bem como possui o dever de tratar as partes com 
igualdade, garantindo o contraditório em paridade de armas. 
b) Manifestação de Poder: a jurisdição coloca-se de modo imperativo, 
aplicando o direito a situações que são levadas ao Estado (ao órgão 
jurisdicional). 
c) Atividade criativa: ³FULD-se a norma jurídica do caso concreto, bem 
como se cria, muitas vezes, a própria regra abstrata que deve regular o caso 
FRQFUHWR�´� �&XUVR� GH� 'LUHLWR� 3URFHVVXDO� &LYLO�� YRO�� ,�� 'LGLHU� -U��� )UHGLH��� $V�
normas não são capazes de impor todas as decisões a serem tomadas pelos 
Tribunais. Há necessidade de interpretação ou confirmação da consistência 
dos textos normativos quando aplicados ao caso concreto. Dessa forma, cabe 
aos Tribunais interpretar, construir e distinguir os casos para formulação da 
decisão. Há um papel singular na produção normativa exercido pela 
interpretação da norma. 
(TJ ES) Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue o item seguinte. 
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a vontade privada por uma 
atividade pública. 
Gabarito: Certo 
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d) Técnica de tutela: a jurisdição é considerada uma importante técnica de 
tutela de direitos. A proteção jurídica deve contemplar todas as situações 
jurídicas. 
e) Situação jurídica concreta: a jurisdição atua em situações concretas. 
Exemplo: ameaça de lesão a direitos (em que se requer uma tutela inibitória). 
f) Impossibilidade de controle externo da função jurisdicional: uma 
das características da função jurisdicional é a capacidade de produzir a última 
decisão sobre o caso concreto deduzido em juízo: ao caso aplica-se o Direito 
sem que aja possibilidade de apreciação, controle de outro poder. A jurisdição 
é controlada, somente, pela própria jurisdição. 
g) Aptidão para tornar-se indiscutível: sabemos que a coisa julgada é 
uma situação jurídica referente às decisões jurisdicionais, exclusivamente. Só 
uma decisão judicial pode vir a ser indiscutível e imutável pela coisa julgada 
material. No entanto, não podemos deduzir que somente haverá jurisdição se 
houver possibilidade de coisa julgada, pois esta é uma opção política do 
Estado. Há casos em que o legislador retira das decisões a aptidão de 
submeter-se à coisa julgada, mas isso não aniquila a jurisdicionalidade das 
decisões. Ora, a coisa julgada é um elemento a posteriori da decisão e, 
portanto, não pode ser elemento ou característica de existir da decisão. É fato 
que somente a jurisdição tem a característica da definitividade ± diz respeito ao 
caráter de imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material 
(característica do conceito moderno de jurisdição), mas nem toda decisão 
judicial em exercício de jurisdição será passível de tornar-se imutável. 
No intuito de preencher todas as possíveis formas de ser cobrado o 
conceito de jurisdição, vamos compreendê-lo de uma outra perspectiva. A 
doutrina diz que a jurisdição é o poder que o estado
avocou para si de dizer o 
direito, de fazer justiça, em substituição aos particulares. Podemos, na 
realidade, dizer que a jurisdição é poder, função e atividade. 
É poder devido à capacidade de imposição das decisões às partes 
pelo Estado ± o poder decorre da potestade (força para impor sua decisão) do 
Estado exercida de maneira definitiva sobre as partes litigantes. Função por 
cumprir a finalidade de fazer valer a ordem jurídica em face de um conflito. Por 
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último, é atividade por consistir em uma série de manifestações (atos) 
externas e ordenadas que resultam na declaração do direito e na concretização 
do que foi pleiteado. 
Atente-se para o fato de que o poder da jurisdição se subdivide em três 
espécies: o poder de decisão, o de coerção e o de documentação. No 
poder de decisão, o Estado-juiz deve conhecer a controvérsia judicial, colher 
provas e decidi-la. É o poder do Estado- juiz de analisar, verificar e decidir o 
litígio ± poder de decisão. O segundo [de coerção], diz respeito ao poder do 
Estado-juiz em impor à parte vencida o cumprimento da decisão por ele 
proferida. O poder de documentação, por sua vez, ocorre quando o Estado-juiz 
documenta os atos processuais. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(DPE BA) No Direito Processual Civil Brasileiro, a jurisdição compreende três poderes, que são o de 
a) decisão, o de coerção e o de documentação. 
b) coerção, o de documentação e o de exposição. 
c) documentação, o de exposição e o de disposição. 
d) exposição, o de disposição e o de decisão. 
e) disposição, o de decisão e o de coerção. 
Gabarito: A 
 
LIVRO II: DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO I: DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, 
conforme as disposições deste Código. 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial. 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
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EQUIVALENTES JURISDICIONAIS 
O Estado detém exclusividade de Jurisdição, mas não detém 
exclusividade na solução de conflitos. Existem formas alternativas: autotutela, 
autocomposição, arbitragem. Depois da centralização do poder no Estado, e da 
atribuição ao Estado-juiz da função jurisdicional, não quer dizer que somente o 
Estado possa resolver os conflitos, nem que tenham se extinguido todas as 
formas de resolução de controvérsia pela força ou pela astúcia. Vejamos nas 
próximas linhas: 
A autotutela (autodefesa) é a forma mais antiga de se resolver 
conflitos. Ocorre o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso 
da força da outra parte. Assim, a autotutela ocorre quando a própria parte 
busca afirmar seu interesse impondo-o à parte contrária. Podemos considerar 
que a autotutela, de certo modo, permite o exercício de coerção por um 
particular em defesa de seus interesses. Modernamente, tem-se buscado 
restringir as formas de exercício da autotutela, transferindo para o Estado as 
diversas formas de coerção. O Direito prevê casos excepcionais em que pode 
ser empregada: legítima defesa (art. 188, I, do CC), desforço imediato no 
esbulho (art. 1.210, parágrafo 1o do CC). A autotutela pode ser totalmente 
revista pelo poder judiciário. 
A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no 
conflito para se chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas 
partes sem que um agente externo defina o resultado de pacificação da lide. A 
autocomposição ocorre quando há o despojamento unilateral em favor de 
outrem (da vontade por este almejada); quando há aceitação ou resignação de 
um dos sujeitos aos interesses do outro ou quando há concessão recíproca 
efetuada pelas partes. Em tese, não há de se falar em coerção dos indivíduos. 
As modalidades de autocomposição são três: renúncia, aceitação 
(resignação/submissão) e a transação. A renúncia ocorre quando o titular do 
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direito, unilateralmente, dele de despoja em favor de outrem. A aceitação, por 
sua vez, ocorre quando um dos sujeitos reconhece o direito do outro, passando 
a guiar-se pela plena consonância com este reconhecimento. Já a transação 
ocorre quando os sujeitos que se consideram titulares do direito pleiteado 
solucionam a lide por meio de concessões recíprocas. 
A arbitragem (modalidade de heterocomposição) é uma técnica de 
solução de conflitos em que as partes buscam em uma terceira pessoa a 
solução do litígio, por isso, classificada como modalidade de 
heterocomposição. Dessa forma, a arbitragem ocorre quando a fixação da 
solução da lide entre as partes é entregue a um terceiro, denominado árbitro, 
em geral escolhido pelas partes. 
No direito brasileiro, a arbitragem somente pode se dirigir a 
acertamento de direitos patrimoniais disponíveis. É o que aduz o art. 1º da Lei 
���������TXH� UHJXOD�D�DUELWUDJHP�� ³as pessoas capazes de contratar poderão 
valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais 
disponíveis.´� 
A arbitragem possui caráter voluntário podendo ser de direito ou de 
equidade, a critério das partes, que poderão escolher, livremente, as regras de 
direito que serão aplicadas (1), desde que não haja violação aos bons 
costumes e à ordem pública. Igualmente, poderão as partes convencionar que 
a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito (2), nos 
usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. 
As partes interessadas podem, por exemplo, submeter a solução de 
seus litígios ao juízo arbitral
mediante convenção de arbitragem, assim 
entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
A cláusula compromissória (prévia e abstrata) é a convenção por 
meio da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à 
arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. Deve 
ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em 
documento apartado (separado) que a ele se refira. 
Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se 
o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, 
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expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento 
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa 
cláusula. 
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que 
estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, 
a nulidade da cláusula compromissória. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou 
por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e 
eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula 
compromissória. 
Já o compromisso arbitral (posterior e concreta) é o 
estabelecimento posterior ao conflito que esse será solucionado por meio da 
arbitragem. 
Art. 6º da Lei 9.307/96: Não havendo acordo prévio sobre a forma de 
instituir a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua 
intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer 
de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, 
em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. 
O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial. O 
compromisso arbitral judicial celebra-se por termo nos autos, perante o juízo ou 
tribunal, onde tem curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial é 
celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por 
instrumento público. 
A mediação é uma conduta pela qual um terceiro coloca-se entre as 
partes e tenta conduzi-ORV� j� VROXomR� DXWRFRPSRVWD�� 'LGLHU� DGX]� ³WUDWDU-se de 
XPD� WpFQLFD� SDUD� FDWDOLVDU� D� DXWRFRPSRVLomR´� �&XUVR� GH� 'LUHLWR� 3URFHVVXDO�
Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie). Na mediação, diferentemente do que ocorre na 
conciliação, o foco não recai no conflito propriamente, mas se desloca para as 
causas desse conflito. 
A mediação surge como um instrumento de pacificação social, uma vez 
que há a perspectiva de solução da lide sem qualquer decisão impositiva e 
busca-se a preservação do interesse das partes litigantes. 
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O mediador tem a função de conduzir, e não propor soluções ao 
conflito das partes como o conciliador faz. Os litigantes devem discutir as 
causas do conflito e chegar a uma solução. Assim, a função do mediador é de 
LQGX]LU�DV�SDUWHV�D�FKHJDU��SRU�HODV�PHVPDV��j�VROXomR�GD�OLGH��³2�VHQWLPHQWR�
de capacidade que certamente será sentido pelas partes também é aspecto 
que torna a mediação uma forma alternativa de solução de conflitos bastante 
DWUDHQWH�´� �1HYHV�� 'DQLHO� $PRULP� $VVXPSomR�� SJ�� ��� 0DQXDO� GH� 'LUHLWR�
Processual Civil) 
 
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (Tabela com artigos do CPC) 
AUTOCOMPOSIÇÃO 
A solução negocial, além de ser um meio efetivo de resolução de 
conflitos, é um elemento de desenvolvimento da cidadania. As partes passam a 
ser protagonistas na solução do litígio. A autocomposição, assim, pode ser 
compreendida como um reforço do poder das partes em regular suas relações 
conflitantes. Vê-se, nestes meios de solução alternativos de conflito, um forte 
caráter democrático. 
A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça normatizou 
a mediação e a conciliação até a edição do Novo CPC, que dedica um capítulo 
inteiro a estes meios de solução de controvérsias. 
Dessa forma, pode-se dizer que o sistema brasileiro vem se 
estruturando no sentido de estimular a autocomposição. Vejamos o que diz o 
artigo 3º do CPC/2015. 
CPC/2015: 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso 
do processo judicial. 
 
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MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
Mediação e conciliação são, igualmente, formas de solução de conflitos 
em que um terceiro intervém no processo conflituoso com o intuito de auxiliar 
as partes envolvidas a chegar à autocomposição. Aqui não cabe ao terceiro 
resolver o litígio, como ocorre na arbitragem. Cabe a ele exercer um papel 
estimulante na solução negocial do litígio. Por isso, não estamos diante de uma 
espécie de heterocomposição, mas, sim, diante de exemplos de 
autocomposição, com a integração de um terceiro. 
As duas formas são os principais exemplos de resolução alternativa de 
controvérsias. A diferença entre elas é sutil, mas a doutrina as considera 
técnicas distintas de autocomposição. 
O conciliador participa da negociação de modo mais ativo. Pode ele, 
inclusive, sugerir às partes soluções para o litígio. É indicada, com mais 
frequência, na solução de conflitos em que as partes não tenham tido vínculo 
anterior. 
O mediador, por seu turno, já tem um papel mais amplo. Exerce uma 
atividade de comunicador das partes, é um facilitador do diálogo. Auxilia os 
envolvidos a compreender as questões do conflito, para que possam chegar a 
soluções consensuais. É mais indicada quando já existe uma relação anterior 
entre as partes, como nas relações familiares e societárias. A mediação atinge 
êxito quando as partes chegam a um resultando que gere benefícios mútuos. 
Neste sentido é importante ler o artigo 165 do CPC/2015. 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis 
pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento
de programas 
destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas 
as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior 
entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de 
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as 
partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que 
eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que 
gerem benefícios mútuos. 
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As duas modalidades podem ocorrer judicial ou 
extrajudicialmente. Judicialmente, o mediador e o conciliador serão auxiliares 
da justiça, o que implica dizer que a eles serão aplicadas as regras relativas a 
este tipo de sujeito processual, inclusive no que tange às questões de 
impedimento e suspeição. 
A mediação e a conciliação podem ocorre em câmaras públicas, em 
câmaras privadas ou em ambientes mais informais, como nos escritórios de 
advocacia. 
CPC/2015: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão 
inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que 
manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e 
conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais 
como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no 
âmbito da administração pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação 
extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais 
independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de 
conciliação e mediação. 
 
Vejamos agora quem pode exercer o papel de mediador ou conciliador. 
Podem exercer essa função tanto funcionários públicos como profissionais 
liberais. 
CPC/2015: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão 
inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que 
manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. 
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade 
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credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com 
o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua 
inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao 
diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os 
dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição 
alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos 
os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso 
ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o 
tribunal julgar relevantes. 
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os 
publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação 
da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e 
dos mediadores. 
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão 
impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser 
preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. 
 
Quanto à remuneração ou não dessas atividades, o CPC/2015 prevê 
tanto a remuneração como atuação voluntária. É importante destacar que a 
remuneração dessas atividades ajuda no aprimoramento e capacitação destes 
auxiliares de justiça. 
CPC/2015: 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu 
trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo 
Conselho Nacional de Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a 
legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser 
suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que 
deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. 
Dúvida: Quem escolhe esses auxiliares? Consensualmente, as partes 
podem escolher o mediador e o conciliador e a câmara privada para a 
realização da autocomposição. Se a escolha recair sobre um profissional não 
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cadastrado no tribunal, deverá ser realizado o devido cadastro deste para que 
se habilite a participar. 
CPC/2015: 
Art. 168 do NCPC. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a 
câmara privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou
não estar cadastrado no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles 
cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 
§ 3° Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
A jurisdição é una e indivisível, mas é comum dividi-la para efeitos 
didáticos e para definição do sistema de competências, quanto ao objeto, à 
hierarquia, ao órgão. Também é possível classificá-la em contenciosa e 
voluntária. 
Quanto ao objeto, a jurisdição pode ser civil ou penal. São de 
natureza civil todas as que não tenham caráter penal. Há doutrinadores que 
discordam da limitação a essas duas espécies e incluem as outras esferas 
jurisdicionais na classificação: trabalhista, militar, eleitoral. 
Quanto à hierarquia, classifica-se em inferior ou superior. Inferior é a 
que tem a chamada competência originária, ou seja, que recebe o processo 
primeiro; a superior tem atuação recursal. 
Relativamente ao órgão que a exerce, poderá ser especial e comum. 
Especial é definida pela Constituição Federal com base na matéria a ser 
tratada: Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar; sendo a comum 
todo o restante (daí, falar-se em competência residual). A Justiça Comum é 
composta pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual. 
x JURISDIÇÃO: pode ser nacional ou internacional. Vejamos: 
 
 
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Jurisdição Nacional: UNA 
 
Jurisdição Internacional 
 
x Jurisdição UNA: Adotada no Brasil: Poder Judiciário exerce a jurisdição com exclusividade (causas comuns 
e administrativas). As causas que envolvem o Estado são julgadas pelo Poder Judiciário. 
x Jurisdição DUAL: Adotada, por exemplo, na França. Tribunais Judiciários (causas comuns) e Tribunais 
Administrativos (causas administrativas). As causas que envolvem o Estado são julgadas pelo Poder 
Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jurisdição Comum: Jurisdição Federal e Estadual. 
Dividem-se em jurisdição civil e penal. 
Jurisdição Especial: Jurisdição trabalhista, eleitoral e 
militar. 
LIVRO II: DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO II: DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
CAPÍTULO I: DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa 
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou 
obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
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A jurisdição também, como já se mencionou, poderá ter natureza 
contenciosa ou voluntária. Contenciosa é a rotineira, a conflitual, por meio da 
qual a parte vai a juízo para requerer tutela de seu Direito; enquanto a 
voluntária se caracteriza por apresentar, em tese, conflito de interesses 
(exemplo: homologação de acordo previamente firmado entre as partes). Nesta 
espécie (voluntária), o interessado ou interessados buscam a prestação 
jurisdicional do Estado quando não podem alcançar seus objetivos sozinhos, 
ainda que não haja conflito. Muitos autores questionam a natureza de 
Jurisdição da espécie voluntária, classificando-a como simples administração 
de interesses particulares. 
 
 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no 
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de 
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando 
houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na 
contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste 
Capítulo. 
 
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COMENTÁRIOS: 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(TJ ² CE/ Adaptada) Sobre jurisdição e ação é correto dizer que: 
Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional apenas no território 
nacional. Essa atividade é repartida de acordo com as regras de competência. 
COMENTÁRIOS: 
A questão está correta. Percebam
que o princípio da aderência ligado ao princípio 
internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe os limites territoriais do 
País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz nacional. 
Gabarito: Certo 
(TST) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de 
interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser 
classificada em comum ou especial. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Certo 
 
(TST) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição comum. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Errado 
 
(TST) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em federal 
e estadual. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Certo 
 
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JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA VERSUS JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em 
todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. (Novo CPC) 
A jurisdição pode ser: contenciosa ou voluntária. Vejamos cada uma 
delas. 
Em regra, a jurisdição contenciosa decorre de processo judicial. Ela 
é marcada pelo litígio entre as partes, que, por sua vez, termina com a 
sentença de mérito. Sua decisão pode ser, e comumente o é, traumática 
porque beneficia uma das partes somente, causando prejuízo à outra. 
A jurisdição voluntária, também conhecida como administrativa ou 
integrativa, é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Em verdade, 
não é voluntária: há obrigatoriedade, em regra, de participação do Poder 
Judiciário para integrar as vontades e, dessa maneira, tornar apta a produção 
de seus efeitos. 
As garantias fundamentais do processo são aplicadas à jurisdição 
voluntária e também aos magistrados, que estão atrelados a dois elementos: 
a) Inquisitoriedade: o magistrado poderá decidir de modo contrário 
à vontade das partes. A inqusitoriedade ocorre na Jurisdição contenciosa, 
apenas, excepcionalmente, porque nela (contenciosa) a regra é o princípio do 
dispositivo. 
b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (art. 723 do 
CPC): não se observa na decisão a legalidade estrita. A sentença é baseada 
nos critérios de conveniência e oportunidade. O órgão jurisdicional tem ampla 
discricionariedade na condução e na decisão do processo em jurisdição 
voluntária. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO 
VOLUNTÁRIA 
Não é muito comum a cobrança dessa classificação em prova, 
mas façamos uma rápida e resumida análise das seguinte espécies: 
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1 ± Receptícios: a atividade judicial limita-se a registrar, documentar 
ou comunicar manifestações de vontade. Exemplo: notificações, protestos. 
2 ± Probatórios: a atividade jurisdicional limita-se à produção da 
prova. Exemplo: justificação. 
3 ± Declaratórios: o magistrado limita-se a declarar a existência ou 
inexistência de uma situação jurídica. Exemplo: da posse em nome do 
nascituro. 
4 ± Constitutivos: a criação, modificação ou extinção de uma situação 
jurídica dependem da concorrência da vontade do magistrado, por meio de 
autorizações, homologações, aprovações. Exemplo: interdição. 
5 ± Executórios: o magistrado deve exercer uma atividade prática que 
modifica o mundo exterior. Exemplo: alienações de coisas. 
6 ± Tutelares: a proteção de interesses de determinadas pessoas que 
se encontram em situação de desamparo é confiada ao Poder Judiciário ± 
poderá instaurar os procedimentos ex officio. Exemplo: Nomeação de 
curadores. 
 
Quanto à natureza da jurisdição voluntária, há divergência se ela é de 
administração pública de interesses privados ou se de atividade jurisdicional. 
a) Como administração pública ± linha que tem crescido na doutrina 
brasileira ± parte-se do pressuposto de que a jurisdição voluntária não é jurisdição, 
mas sim administração pública de interesses privados. 
Isso porque não existe lide a ser resolvida nem a possibilidade de 
substitutividade ± o magistrado insere-se entre as partes do negócio jurídico e não as 
substitui. Além disso, por não ocorrer a jurisdição, não se falaria em coisa julgada, 
mas em preclusão. 
b) Como atividade jurisdicional: a jurisdição voluntária tem natureza de 
atividade jurisdicional. Pode ocorrer relação conflituosa nessa modalidade de 
jurisdição. 
Os casos de jurisdição voluntária são conflituosos em potencial e, por isso, 
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JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA COMO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE 
INTERESSES PRIVADOS 
Na doutrina brasileira, discute-se se a questão de que a jurisdição 
voluntária não seria jurisdição, mas administração pública de interesses 
privados realizada pelo Poder Judiciário. Essa construção doutrinária parte 
da premissa, como exposto no quadro acima, de que a jurisdição voluntária, 
por não possuir lide a ser solucionada, não pode ser considerada jurisdição. 
Também não poderíamos falar em substitutividade uma das 
características da jurisdição, porque o juiz não substitui a vontade dos sujeitos 
processuais, e, sim, insere-se entre os participantes do negócio jurídico. Desse 
modo, porque não há conflito, não existiriam sujeitos processuais, só meros 
interessados. 
Não havendo jurisdição, não haveria que se falar em ação nem em 
processo, mas em requerimento e procedimento. Igualmente, não existindo 
jurisdição, não há coisa julgada, mas preclusão. 
Nessa modalidade de Jurisdição, a Voluntária, o juiz não é obrigado a 
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução 
que considerar mais conveniente ou oportuna. 
Da sentença, é bom mencionar, caberá, assim como no caso da 
Contenciosa, o recurso da apelação. 
Processar-se-á na forma de Jurisdição Voluntária, o pedido de: 
I - emancipação; 
II - sub-rogação; 
submetem-se ao poder judiciário. 
Vamos, logo abaixo, analisar um pouco mais sobre esse assunto: jurisdição 
voluntária como administração pública de interesses privados e jurisdição voluntária 
como atividade jurisdicional. 
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III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou 
adolescentes, de órfãos e de interditos; 
IV - alienação, locação e administração da coisa comum; 
V - alienação de quinhão em coisa comum; 
VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do 
usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, 
quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que 
caracterizar a condição resolutória; 
VII - expedição de alvará judicial; 
VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer 
natureza ou valor. 
 
DIFERENÇAS DOUTRINÁRIAS ACERCA DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
J
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Doutrina majoritária (clássica) Doutrina minoritária (moderna) 
Não há jurisdição Há jurisdição 
Não existem partes no processo, meros 
interessados 
Há partes 
Não há ação nem processo, mas 
requerimento e procedimento 
Há processo 
Não faz coisa julgada, mas preclusão Há coisa julgada 
É uma atividade administrativa É uma atividade jurisdicional 
Não há substutividade; juiz é administrador Há substutividade: juiz é juiz. Decide sobre a lide no 
exercício do poder que é investido de Jurisdição. 
 
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(TJ - ES) A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também denominada 
graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por juízes, cuja atividade 
é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a jurisdição voluntária se 
caracterize pela administração de interesses privados pelos órgãos jurisdicionais, ou seja, 
não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Correto. Percebam que a banca considerou correta a questão da 
ausência de litígio na jurisdição, um elemento que destacamos em nossa aula, 
mas que tem sido combatido pela doutrina moderna. Existe, sim, a 
possibilidade de ide, embora não seja a regra. 
Portanto, se na sua prova for mencionado que é possível a verificação 
GH� FRQIOLWR� QD� -XULVGLomR� 9ROXQWiULD�� VXD� UHVSRVWD� VHUi� ³FRUUHWR´�� PDV�� VH� D�
menção for de que há uma lide para ser resolvida em substituição da vontade 
das partes pela atuação do Estado-MXL]��D� UHVSRVWD�VHUi� ³HUUDGR´��(Vta última 
descrição serve à Jurisdição Contenciosa. 
No enunciado da questão, a jurisdição voluntária é também nomeada 
de administrativa, mais uma característica da doutrina clássica. 
Gabarito: Certo 
 
(TRT 11ª Região/ Adaptada) Sobre jurisdição, é correto afirmar: 
Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob um ponto de 
vista estritamente formal. 
COMENTÁRIOS: 
Correto. (QWUH�DV�RSo}HV�RIHUHFLGDV�SHOD�EDQFD��³D´�D�³H´���FRQVLGHURX-
se correta a letra ³F´�� TXH� FLWDPRV (agora em análise). Desse modo, o 
entendimento clássico e majoritário é o predominante de que a jurisdição 
voluntária é jurisdição apenas em seu aspecto formal, e relativamente ao 
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conteúdo pode ser entendida como administração de interesses particulares 
pelo Poder Judiciário. 
A Teoria Revisionista, por seu turno, considera a Jurisdição Voluntária 
uma jurisdição propriamente dita, já que é possível a ocorrência da lide. 
O STJ já se pronunciou no sentido de que o litígio pode ou não estar 
presente na jurisdição administrativa, mas não é essencial para a 
propositura da ação. No mesmo sentido em que se manifestaram autores 
como Alexandre de Freitas Câmara e Fredie Didier. 
É exemplo de jurisdição voluntária a separação consensual (arts. 731 a 
734), já que o ato judicial irá conferir validade ao negócio jurídico que se 
realizar, mas acidentalmente pode haver conflito na separação consensual; diz-
se acidentalmente porque não é parte essencial do negócio jurídico. Percebam 
a diferença, na qualidade de voluntária, a jurisdição não tem como aspecto 
essencial a lide, mas é um possível elemento acidental, ou seja, que pode vir a 
ocorrer num dado momento; enquanto na qualidade de contenciosa, a lide 
está virtual/real e essencialmente ligada à jurisdição. 
Didier cita os casos de interdição e de retificação de registro como 
procedimentos de jurisdição voluntária que normalmente dão ensejo a 
controvérsias. De fato não são raros os casos em que surgem questões que 
devem ser solucionadas pelo magistrado, por exemplo, as divergências entre o 
pai e o menor que queira se emancipar (jurisdição voluntária com lide 
acidental). 
³e� SRU� LVVR� TXH� VH� LPS}H� D� FLWDomR dos possíveis interessados, que 
podem, de fato, não opor qualquer resistência, mas não estão 
impedidos de fazê-lo. São frequentes os casos em que, em pleno 
domínio da jurisdição voluntária, surgem verdadeiras questões a 
GHPDQGDU�MXt]R�GR�PDJLVWUDGR�´��'LGLHU� 
Outra distinção que pode ser considerada entre Jurisdição 
Voluntária e Contenciosa refere-se, ainda, à pretensão. Nesse aspecto, vale 
destacar: pode haver processo sem lide, mas não há processo sem 
pretensão. O Juiz exerce a função jurisdicional quando provocado ± esta 
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provocação é que chamamos de pretensão e, por meio dela, dá-se a 
integração da jurisdição voluntária ou da jurisdição contenciosa. 
Não se debrucem em demasia sobre estas contradições, pelo 
menos, não para o concurso. Como bem disse Leonardo Greco, ³WRGRV�HVVHV�
critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade 
tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o 
desmentido de um ou de outro desses FULWpULRV´� 
 Leiam este elucidativo acórdão do STJ, em que grifamos 
os trechos mais importantes sobre a matéria:
[...] não parece adequado afirmar categoricamente que na jurisdição voluntária não há 
bem litigioso e tampouco lide. 
A mais recente doutrina processualista tem ressaltado o equívoco em se qualificar a 
chamada jurisdição administrativa de atividade não jurisdicional em razão da suposta ausência de lide. 
Afirma-se, modernamente, que a jurisdição voluntária não equivale a demanda sem lide. 
O litígio pode ou não verificar-se no seio da jurisdição administrativa: ele apenas não é essencial para a 
propositura da ação. 
[...] 
Para ilustrar a atenuação que se verifica na diferenciação entre a jurisdição voluntária e a jurisdição 
contenciosa, transcrevo trecho da obra de Leonardo Greco (GRECO, Leonardo. Jurisdição Voluntária 
Moderna. São Paulo: Editora Dialética, 2003, p. 23): 
Apesar das divergências de opinião, há algumas características que geralmente são apontadas pela 
doutrina para diferenciar a jurisdição contenciosa e a jurisdição voluntária. 
Na primeira haveria lide, na segunda não; na primeira haveria partes em posições subjetivas antagônicas, 
na segunda apenas um ou mais interessados concordantes em suas postulações; a primeira 
incidiria sobre situações fáticas preexistentes, enquanto a segunda teria caráter constitutivo; a primeira 
seria repressiva e a segunda preventiva; na primeira, a atividade judicial seria substitutiva da vontade das 
partes, na segunda os interessados dependeriam da concorrência da vontade estatal manifestada pelo 
juiz, sem a qual não poderiam isoladamente alcançar o efeito jurídico almejado; na primeira o juiz tutelaria 
direitos subjetivos, enquanto na segunda, meros interesses; na primeira, os procedimentos previstos em 
lei não seriam exaustivos, na segunda o juiz somente poderia atuar com expressa previsão legal; na 
primeira haveria formação da coisa julgada, na segunda não; na primeira o juiz estaria adstrito ao pedido 
do autor, enquanto na segunda o juiz poderia agir de ofício ou adotar providência diversa da que lhe fosse 
requerida. 
Todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade tão 
heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o desmentido de um ou de outro 
desses critérios. 
REsp 942.658-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 2.6.2011. 
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ESCOPOS DA JURISDIÇÃO 
O estudo da jurisdição pode ter em consideração os objetivos que 
persegue. Distinguindo-se em: escopo jurídico, social, educacional e político. 
O escopo jurídico decorre da efetiva aplicação da vontade da lei, dando 
fim à lide. Já está vencido o entendimento de que esse seria o único objetivo 
da jurisdição (aplicação da lei; fim do conflito). 
No escopo social, pretende-se a pacificação social, de modo que se 
resolva a lide de caráter social. Nesse escopo, a jurisdição não tem como 
intenção fundamental a solução do conflito jurídico, mas a solução no plano 
fático, que traga a maior satisfação possível às partes. 
A transação consiste, assim, em excelente modo de alcançar esses 
objetivos, porque ocorre a partir da cessão mútua de interesses e tende a 
extinguir o conflito sem imposição severa a alguma das partes (solução do 
conflito (fático); satisfação das partes). 
O escopo educacional deriva da função de divulgar (ensinar) a todos os 
jurisdicionados, incluindo-se ± obviamente ± as partes envolvidas no processo, 
quais os seus direitos e deveres. É escopo bem amplo, que ganhou 
importância nos julgados contemporâneos, que se revestem de verdadeiro 
caráter didático. Os mais importantes julgamentos são acompanhados por 
meios de comunicação, que os tornam acessíveis a grande número de 
indivíduos (divulgação dos direitos e deveres de todos os jurisdicionados). 
O escopo político, por sua vez, prisma pelo bom funcionamento 
jurisdicional que eleva a credibilidade do Estado perante os indivíduos e, desse 
modo, estimula a participação democrática por meio do processo (estimula a 
participação democrática). 
 
PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO 
INVESTIDURA 
O Poder Judiciário possui um caráter inanimado e, por isso, necessita 
escolher pessoas para representar o Estado no exercício concreto da atividade 
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jurisdicional. Investido do poder jurisdicional, o juiz (sujeito escolhido para ser o 
agente público representante do Estado), também chamado de Estado-Juiz, é 
o responsável pela solução da lide. 
No Brasil, existem duas maneiras de obter a investidura: o concurso 
público (art. 93, I, CF) e indicação do Poder Executivo (quinto constitucional ± 
art. 94 da CF). 
x Somente a autoridade investida de poder jurisdicional pode 
exercer a jurisdição. 
x Tanto a jurisdição civil, voluntária como a contenciosa é exercida 
pelos Juízes, em todo o território nacional ± a jurisdição é UNA. 
 
(Furnas) Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. Assim sobre jurisdição é correto afirmar 
que a jurisdição 
a) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional. 
b) civil é contenciosa e involuntária e é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional. 
c) civil é voluntária, exercida pelos juízes de paz, em todo o território nacional e 
internacional. 
d) militar, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes estaduais, em todo o território 
nacional. 
e) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional e 
internacional. 
COMENTÁRIOS: 
Letra a é a correta. A jurisdição, seja contenciosa ou voluntária, é 
exercida pelos juízes. Os juízes são investidos de jurisdição para atuar em todo 
o território nacional conforme sua competência. 
O erro da letra B está em mencionar jurisdição involuntária, modalidade 
que não existe. 
Na letra C, o erro está em mencionar os juízes de paz como aqueles 
investidos de jurisdição. 
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 Erro da letra D: A jurisdição militar é da competência dos Juízes-
Auditores, integrante da Justiça Militar da União (vide Lei nº 8.457, de 4 de 
setembro de 1992), não pelos juízes estaduais. 
Erro da letra E: Os juízes nacionais não têm jurisdição internacional. 
Gabarito: A

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