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Abate de animais de produção

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Abate de animais de produção 
Módulo 22 
 
Sumário do conteúdo 
• Necessidades humanas versus necessidades animais 
• Abate como “processo” 
• Métodos e mecanismos 
• Exemplos e questões 
• Efetividade da legislação sobre a proteção de animais ao abate 
Este módulo descreverá questões específicas da utilização de animais nas seguintes áreas: 
• Necessidades humanas versus necessidades animais 
• Abate como “processo” 
• Métodos e mecanismos 
• Exemplos e questões 
• Efetividade da legislação sobre a proteção de animais ao abate 
 
Objetivos de aprendizagem 
• Ilustrar questões relacionadas ao abate de animais 
• Identificar métodos humanitários de abate que promovam melhor prática e 
protejam o bem-estar dos animais no momento do abate 
• Identificar a proteção legal dos animais no momento do abate 
 
Necessidades humanas e animais 
O consumo de carne é parte da cultura alimentar de muitos povos 
• Para suprir carne às populações urbanas, o abate comercial centralizado de 
animais de produção é comum atualmente 
• Apesar da industrialização do abate, números maciços de animais de 
produção são abatidos localmente pelos próprios fazendeiros para as suas 
comunidades 
Onde houver abate de animais, alguns princípios podem ser aplicados 
O consumo de carne é parte da cultura alimentar de muitos povos. 
Para suprir carne às populações urbanas, o abate comercial centralizado de animais de 
produção é comum atualmente. Isto significa que um imenso número de animais é 
transportado das fazendas ou unidades de produção ao local de abate. O transporte de 
animais é discutido no Módulo 20. 
Apesar da industrialização do abate, números maciços de animais de produção são abatidos 
localmente pelos próprios fazendeiros para as suas comunidades. As questões relacionadas 
ao abate de subsistência serão discutidas em outras projeções e incluem regulamentação 
insuficiente do processo de abate, treinamento para abate insuficiente ou inexistente e 
utilização de métodos que não mudaram há centenas de anos ou não evoluíram de acordo 
com o desenvolvimento do conhecimento para a “melhor prática”. 
 
• Humanos podem desejar comer carne 
• Animais têm algumas necessidades básicas – uma delas é de não sofrer no 
momento da morte 
 Princípios 
• Os desejos das pessoas não devem prevalecer às necessidades básicas dos 
animais 
• O “benefício” às pessoas deve “justificar” o “custo” aos animais 
Onde houver abate de animais, alguns princípios podem ser aplicados: 
Humanos podem desejar comer carne. Este desejo pode ser em parte uma necessidade 
básica de consumir proteína; humanos, como todos os animais, têm necessidade de ingerir 
aminoácidos. Entretanto, em muitas culturas e nos vegetarianos de muitas sociedades, esta 
necessidade pode ser suprida sem a ingestão de proteína animal. O desejo de comer carne é 
cultural e baseado mais na preferência que numa necessidade absoluta de proteína animal. 
Animais têm algumas necessidades básicas – uma delas é de não sofrer desnecessariamente 
no momento da morte. A morte é necessária para a “colheita” da maior parte da proteína 
animal – somente a produção de ovos e leite permite a colheita sem a morte imediata do 
animal. Em algumas culturas, os animais são abatidos somente após um período de vida 
considerável; porém, na maioria dos sistemas de produção, os animais são abatidos no 
momento em que atingem o tamanho adulto ou adequado – por exemplo, cordeiros, gado de 
corte, suínos e frangos geralmente são abatidos para carne antes de atingir a maturidade. 
 
Princípios: 
• Os desejos das pessoas não devem prevalecer às necessidades básicas dos animais 
• O “benefício” às pessoas deve “justificar” o “custo” aos animais 
 
Qual é o “custo” potencial do abate para o animal? 
• A vida do animal será terminada 
 (alguns filósofos levantam a questão da “quantidade de vida”) 
 
• O animal individual pode sofrer medo, estresse e dor durante o processo de 
abate 
 
• Quebra de grupamentos sociais estabelecidos durante transporte e nos 
mercados 
Qual é o “custo” potencial do abate para o animal? 
A vida do animal será terminada e alguns filósofos levantam a questão da “quantidade de 
vida” – isto é, é imoral truncar a expectativa de vida normal de um animal? A vida é criada 
com um padrão normal? Existe uma questão ética se o animal é abatido antes de atingir 
maturidade? 
Para humanos, se a vida é terminada “prematuramente”, tem-se uma tragédia, enquanto que 
a morte em idade avançada é considerada normal. 
O animal individual pode sofrer medo, estresse e dor durante o processo de abate. Muitos 
países tentaram regulamentar o processo de abate num esforço de redução do medo, dor e 
estresse potenciais; porém, muitas sociedades estão apenas começando, ou nem isso, a ver 
este assunto como digno de preocupação social e legal. 
A formação natural de grupos nos animais (rebanhos, grupos de aves, etc.) é manipulada 
para a produção de animais de um tamanho ou peso ideal. Vários sistemas de produção 
envolvem o grupamento de animais de mesmo sexo, mesmo tamanho e mesma idade, para 
a obtenção de um produto uniforme. Isto pode significar que muitos animais nunca 
experimentam as interações sociais que seriam normais em grupos familiares para a sua 
espécie. Por exemplo, aves de corte (frangos) nascem em usinas mecanizadas e nunca 
experimentam interação com alguma ave adulta. A mistura de animais não familiarizados 
nos mercados e durante o transporte pode levar a interações agressivas devidas à quebra de 
grupamentos sociais estabelecidos. 
 
Alguns animais de produção serão “abatidos em casa”, onde são criados 
• Centenas de milhões de galinhas, patos, perus, ovinos, caprinos, bovinos e 
suínos são abatidos por ano em fazendas familiares e de subsistência 
Alguns animais de produção serão “abatidos em casa” , onde são criados – muitas centenas 
de milhões de galinhas, patos, perus, ovinos, caprinos, bovinos e suínos são abatidos por 
ano em fazendas familiares e de subsistência. O “controle” dos métodos de abate utilizados 
pelos fazendeiros (provavelmente não treinados) pode ser um motivo de preocupação. 
Enquanto abatedouros comerciais podem investir em equipamentos, recursos humanos e 
treinamento para atingir a “melhor prática”, o abate de animais em fazendas de 
subsistência, tendo uma tradição que data há milhares de anos, tem um componente de 
treinamento pequeno ou inexistente. Este tipo de abate também geralmente não aproveita as 
melhorias nas técnicas, algumas das quais podem melhorar significativamente o bem-estar 
dos animais, assim como a facilidade e a segurança do abatedor. 
 
Animais abatidos “em casa” 
Para animais abatidos em fazendas familiares e em áreas isoladas, os métodos de 
abate não mudaram há milhares de anos: 
• Animais menores (cordeiros, aves) geralmente são abatidos por 
exsanguinação (corte de pescoço) ou por decapitação 
• Espécies maiores (bovinos, ovinos, caprinos, suínos) podem ser amarrados 
pelas patas para permitir o corte de pescoço 
• Espécies maiores às vezes recebem um tiro na cabeça e depois sofrem 
sangria 
Para animais abatidos em fazendas familiares e em áreas isoladas, os métodos de abate não 
mudaram há milhares de anos: 
• Animais menores (cordeiros, aves) geralmente são abatidos por 
exsanguinação (corte de pescoço) ou por decapitação 
• Espécies maiores (bovinos, ovinos, caprinos, suínos) podem ser amarrados 
pelas patas para permitir o corte de pescoço 
• Espécies maiores às vezes recebem um tiro na cabeça e depois sofrem 
sangria, ou um machado ou marreta é utilizado para imobilizar o animal. 
Estes métodos utilizam equipamento disponível universalmente, e o uso de contenção física 
com peias, cordas e anéis no chão ou em postesou árvores é necessário em espécies 
maiores para a proteção do abatedor. 
Em muitos locais, em países em desenvolvimento, a imobilização de grandes ruminantes 
(bovinos, bubalinos) ainda é realizada através de uma faca afiada e pontiaguda denominada 
choupa, puntilla ou adaga espanhola. A faca é utilizada para romper a medula espinhal 
através do espaço entre o crânio e o atlas (Foramen magnum). Ao se introduzir a faca e 
romper a medula espinhal, o animal cairá. Permanecerá imóvel e os operadores terão acesso 
fácil; entretanto, os animais permanecem conscientes até que a sangria esteja completa. 
Esta prática deveria ser abandonada, pois não é humanitária. 
O potencial para regulamentação insuficiente destes processos e o pouco ou inexistente 
treinamento das pessoas que realizam o abate de subsistência são os fatores que causam 
preocupação sobre o potencial de sofrimento “invisível” de animais abatidos desta forma. 
 
Muitos animais são levados a abatedouros comerciais centralizados para o abate 
• Para estes animais, o processo de abate envolverá transporte 
Para a maioria dos animais de países em desenvolvimento, e para grandes números em 
virtualmente todas as partes do mundo, antes do abate vem o transporte: 
Em muitos países este transporte é realizado com os veículos, caminhões, trailers, barcos, 
vagões e trens disponíveis – que são freqüentemente adaptados ad hoc para este papel, uma 
vez que os mesmos também devem servir a numerosos outros propósitos. O resultado disto 
é que muitos animais são transportados em veículos inadequados, freqüentemente por 
longas distâncias em estradas difíceis, apertados em condições passíveis de torná-los 
exaustos, desidratados, em estresse calórico ou incomodados por outros animais 
companheiros de viagem. 
Em sistemas que contam com transporte especializado, tais como caminhões específicos 
para suínos, aves, cavalos ou gado, as condições citadas podem se repetir caso as condições 
da estrada sejam ruins, se a viagem for longa, se a lotação – número de animais em um 
dado espaço – for alta, se os animais forem embarcados e desembarcados sem cuidado, ou 
se eles brigarem ou ficarem exaustos pelo processo. 
Ver Módulo 21 para maiores detalhes em transporte. 
 
O transporte ao abatedouro tem potencial para causar estresse e sofrimento 
O embarque e desembarque pode ser realizado com pouca atenção às habilidades comuns 
dos animais para subir rampas, inclinações ou degraus, ou de pular para fora dos 
caminhões. Quando os veículos não são adaptados aos animais, pode ser necessário coagir, 
levantar, arrastar ou puxar os animais para os veículos (como visto nas fotos) e muitos 
países, após o reconhecimento de que algumas práticas são potencialmente muito 
prejudiciais aos animais, regulamentaram as condições de embarque, desembarque e 
transporte de animais para lhes oferecer alguma proteção. 
O custo de rampas de embarque bem desenhadas, de caminhões e barcos adequadamente 
equipados e do período de tempo que os animais podem ser transportados sem (e com) água 
e alimentos forma a base do esforço de muitos países para a introdução das recomendações 
de melhor prática. Considerações econômicas quase sempre têm um grande papel nestas 
recomendações. 
 
A qualidade da carne pode ser reduzida pelo estresse ao abate 
 
Não somente os animais têm o potencial de sofrer, como também a qualidade da carne pode 
ser reduzida pelo estresse durante o transporte e ao abate. 
Alguns exemplos, ilustrados por esta projeção: 
Carne bovina “escura, dura e seca” (DFD) resultante de estresse pré-abate, que exaure as 
reservas de glicogênio muscular necessárias à produção do pH da carne normal. Se o 
glicogênio for utilizado antes do abate, as mudanças de pH necessárias ao quadro post-
mortem normal da carne não ocorrem e como resultado têm-se cortes escuros. A carne DFD 
é um indicador de estresse, ferimentos, doença ou fadiga nos bovinos antes do abate e 
reflete negativamente para o produtor em termos de qualidade do produto. 
A carne suína “pálida, mole e exsudativa” (PSE) é causada por condições estressantes de 
manejo pré-abate em suínos. As mesmas condições de estresse e fadiga que produzem PSE 
também podem induzir “mortalidade por estresse”, morte repentina, durante o transporte e 
na espera pré-abate dos suínos. A PSE em suínos é causada por estresse severo a curto 
prazo, imediatamente antes do abate; por exemplo, durante o desembarque, manejo, espera 
no pátio do abatedouro e insensibilização. 
 
Espera 
A espera é a manutenção dos animais perto do abatedouro antes do abate. 
Durante a espera, os animais podem ser misturados com outros animais não familiares e 
isto pode levar a brigas. Eles podem sofrer tatuagem ou marcas na pele. Podem ter a 
alimentação suspensa e não receber cama, água, sombra ou a oportunidade de se realizar na 
tentativa de exercer comportamentos tais como fugir, esconder-se, etc., para habilitá-los a 
lidar com interações negativas ou altas lotações na espera. 
Muitos animais, particularmente aves, suínos e bovinos, estão sujeitos à aspersão com água 
para assegurar que estejam limpos, para refrescá-los e para lhes prover distração durante a 
espera. O uso de bastões pontiagudos para movê-los dentro dos pátios de espera, 
particularmente para os mover ao local definido do abate ou linha mecanizada de abate, é 
comum. Todos estes processos funcionam como estímulos intensos aos animais, em 
condições não familiares, causando um grande potencial de medo, estresse e trauma. 
Muitos abatedouros comerciais vêm dando passos significativos para melhorar os sistemas 
de espera e manejo dos animais, e esta mudança para sistemas “delineados para animais”, 
liderados por pesquisadores como o dr. Temple Grandin, (ver referências) tem o potencial 
não só de melhorar as condições para os animais, como também de reduzir os problemas de 
qualidade da carne e melhorar as condições para as pessoas trabalhando nesses sistemas. 
 
 Exposição dos vivos aos que estão morrendo 
Em muitos países é ilegal a presença dos animais vivos na mesma área dos animais que 
estão sendo abatidos e cortados, porém, em muitos países, esta situação não é proibida, e 
em muitos abatedouros os mortos e os vivos se misturam no mesmo espaço. 
Algumas pessoas acreditam que os animais tenham o potencial de sofrer estresse devido à 
visão, ao cheiro e ao som do abate. Muitos países reconheceram este potencial e tornaram 
ilegal a exsanguinação de um animal às vistas de outro animal da mesma espécie. Enquanto 
é conjetura que os animais tenham potencial de temer a morte, parece que muitos animais 
não têm uma percepção real da morte, como evidenciado pela ausência de tentativa de fuga 
da proximidade de animais abatidos recentemente. Entretanto, pode ser prudente admitir 
que muitas espécies tenham sentidos muito bem desenvolvidos de olfato, sabor e 
consciência social, os quais provavelmente são profundamente influenciados pelo ambiente 
de abate, sendo provavelmente humanitário prevenir a exposição de animais vivos ao 
sangue e aos animais que estejam sofrendo sangria. 
 
Contenção 
A contenção de aves pelas patas é utilizada em muitos sistemas automatizados de abate. 
Enquanto este tipo de contenção pode aprimorar a eficiência de abate e, em alguns casos, 
reduzir o tempo que o animal possa estar sujeito aos estímulos intensos associados ao 
período pré-abate, a suspensão pelas patas traz à tona questões próprias de sofrimento 
potencial. 
O período durante o qual as aves podem ficar suspensas antes do abate é regulamentado por 
lei em muitos países, porém, em outros, as aves podem ficar assim contidas por períodos 
longos se forem transportadas, por exemplo, de bicicleta, suspensaspelas patas. 
Efeitos nas patas, articulações e qualidade da carne estão intimamente associados com a 
contenção pelas patas e pelo delineamento e controle do equipamento de abate 
automatizado. 
 
Neste caso, para permitir insensibilização elétrica mecanizada e sangria 
Abater e matar 
„”Abate” é o ato de matar animais para alimentação humana e é um “processo” - 
geralmente envolvendo duas etapas: 
• Insensibilização – indução da perda de consciência em tempo “muito 
curto” 
• Matança – realização de um processo adicional após a insensibilização, o 
qual torna a recuperação fisiológica impossível e leva o animal à morte 
“Abater” é matar um animal para alimentação humana e é um “processo” – geralmente 
envolvendo duas etapas: 
1) Insensibilização – indução à perda de consciência em tempo “muito curto”. 
Um tempo “muito curto” seria classificado por muitos como um tempo similar àquele que o 
sistema nervoso leva para registrar e interpretar estímulos nociceptivos (dolorosos/danosos) 
provenientes da pele, dos músculos ou dos vasos sangüíneos, e transformá-los em um sinal 
de dor. Em muitas espécies este tempo foi medido por métodos neuroelétricos e é cerca de 
300 ms (1/3 de segundo) para estímulos dolorosos profundos. Assim, qualquer processo 
que seja capaz de tornar um animal insensível em menos de cerca de 300 ms tem o 
potencial de criar um estado de insensibilidade antes que o animal seja capaz de detectar o 
processo de insensibilização. 
2) Matança – realização de um processo adicional após a insensibilização, o qual torna a 
recuperação fisiológica impossível e leva o animal à morte. Isto geralmente envolve o 
rompimento de vasos sangüíneos importantes, levando o volume de sangue circulante ao 
colapso, ou à destruição irreversível da função do cérebro e medula espinhal. 
 
Insensibilidade “instantânea” é possível? 
• NÃO é possível a obtenção de insensibilidade “instantânea” na prática 
• Entretanto, É possível criar inconsciência em um período de tempo tão curto 
que o animal pode permanecer sem saber que isto aconteceu 
• Se um processo de insensibilização pode induzir inconsciência em menos de 
300 ms, o mesmo é considerado IMEDIATO 
NÃO é possível a obtenção de insensibilidade “instantânea” na prática porque os métodos 
mais comuns (insensibilização mecânica e elétrica) levam um tempo curto para causar 
as mudanças na atividade do tecido nervoso que resultarão em inconsciência. Entretanto, 
como indicado na projeção anterior, se a insensibilidade pode ser atingida em menos de 
cerca de 300 ms, obtém-se o melhor resultado possível – um animal que se torna 
inconsciente antes que tenha tempo de registrar dor. 
Em muitos países, esta condição de melhor prática é denominada insensibilidade 
IMEDIATA – alcançada no menor tempo que é possível na prática, através do uso de 
sistemas bem desenhados, aplicados por profissionais que entendam o potencial para 
sofrimento, entendam a importância do que estão fazendo e tenham orgulho em fazer 
um trabalho bem-feito. 
 
Melhor prática 
Para qualquer animal de produção, o método ótimo de abate envolve: 
• Obtenção de um estado imediato de inconsciência 
• Seguido de uma progressão rápida à morte 
 
Estes princípios são considerados a melhor prática e são forçados pela legislação 
de muitas sociedades 
Para qualquer animal de produção, a obtenção de um estado imediato de inconsciência, 
seguido de uma progressão rápida à morte, constitui provavelmente o método ótimo de 
abate. Estes princípios são considerados a melhor prática, sendo forçados pela legislação de 
muitas sociedades. 
Este estado imediato de insensibilidade pode ser atingido de várias maneiras, que serão 
descritas nas próximas projeções e incluem: 
• Pistola de insensibilização 
• Insensibilização por percussão 
• Insensibilização elétrica 
• Insensibilização por gás 
 
Mecanismos para obtenção de insensibilidade imediata (1) 
Pistola de insensibilização: a transferência de energia via crânio, causada por uma lança 
penetrante, cria uma onda de energia de choque através do tecido nervoso do cérebro e da 
primeira parte da medula espinhal. Esta onda de energia causa despolarização nervosa e 
induz insensibilidade em período tão curto quanto 150 ms. A penetração da lança também 
pode causar danos irreversíveis ao córtex frontal e região central do cérebro, que ajuda a 
assegurar a não recuperação do animal. 
Na maioria das circunstâncias, o animal deve ser morto após a insensibilização por pistola 
através de exsanguinação. O estado de insensibilidade alcançado pela pistola é temporário, 
e a matança deve ser conduzida sem demora para se evitar qualquer potencial de retorno à 
consciência. 
Um animal efetivamente insensibilizado com pistola de lança penetrante (pistola de êmbolo 
cativo), como indicado pela presença de certos sinais e ausência de outros, tem baixa 
possibilidade de retorno de sua função cerebral. O monitoramento apropriado durante todas 
as fases entre a insensibilização e a sangria assegura a detecção imediata e nova 
insensibilização naquelas poucas ocasiões em que haja retorno da função cerebral. Quando 
a pistola insensibiliza irreversivelmente os animais, o corte (com faca para exsanguinação) 
não tem papel em termos de bem-estar animal; sua única função é aliviar a carcaça de 
sangue. Com uma insensibilização inicial efetiva e subseqüente monitoramento, a 
especificação de um intervalo entre insensibilização e sangria parece desnecessária. 
(GREGORY, N., SHAW, F., 2000:”Penetrating captive bolt stunning and exsanguination 
of cattle in abattoirs”, Journal of Applied Animal Welfare Science. Volume 3, Number 3). 
Em um estudo realizado para avaliar a eficácia da pistola de insensibilização com lança 
penetrante, os problemas de retorno à consciência foram atribuídos ao estoque das cargas 
da pistola em locais úmidos, manutenção inadequada das lanças, inexperiência do operador 
da pistola (isto é, disparando muito alto na fronte do gado), erros de pontaria devidos à 
sujeira no gatilho e insensibilização de gado com crânios grossos, pesados. (GRANDIN, T., 
2002:“Return-to-sensibility problems after penetrating captive bolt stunning of cattle in 
commercial beef slaughter plants”. Journal American Veterinary Medical Assoc.Vol. 
221:1258-1261) 
 
O posicionamento da pistola é importante 
Para se atingir uma insensibilização efetiva, o posicionamento da pistola de lança 
penetrante é importante, e o animal deve estar contido para permitir um posicionamento 
preciso. Contenção durante a insensibilização é uma obrigação legal em muitos países. Este 
requerimento reconhece a importância da precisão na insensibilização para colaborar no 
sentido de uma insensibilização efetiva e na proteção do animal contra o sofrimento severo 
que pode ocorrer no caso de uma insensibilização inadequada. 
Para uma contenção sem o uso inapropriado de peias, amarras ou compressão, o 
delineamento de áreas e corredores de manejo necessita de um desenho adequado às 
instalações, materiais e recursos humanos disponíveis em cada país e em cada sistema. Isto 
deve ser sempre projetado com o objetivo de diminuir ao mínimo possível a quantidade de 
estresse que os animais sofrem. 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização para bovinos 
 
O posicionamento correto da pistola de insensibilização para bovinos é no: 
ponto de interseção de duas linhas imaginárias do topo dos olhos à base dos chifres. 
Os bovinos devem sempre ser insensibilizados na fronte, uma vez que os ossos da região 
posterior do crânio são mais espessos e a transferência de energia é pobre. 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização para suínos 
 
O posicionamento da pistola para suínos é: 
5 cm acimados olhos, levemente ao lado da linha mediana da cabeça (para evitar uma 
crista óssea), e em ângulo reto à fronte. 
Cachaços e porcas grandes têm um crânio muito côncavo, e munição de velocidade 
(energia) muito alta deve ser usada nestes animais por causa dos ossos espessos. 
 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização para ovinos e caprinos mochos 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização para ovinos e caprinos mochos: 
Posicione a pistola no ponto mais alto do topo da cabeça e aponte em direção ao ângulo da 
mandíbula. 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização em ovinos e caprinos com chifres 
 
Posicionamento da pistola de insensibilização para ovinos e caprinos com chifres: 
posicione a pistola exatamente atrás da crista que une a base dos chifres e aponte para a 
boca. 
 
Mecanismos para obtenção de insensibilidade imediata (2) 
 
Na insensibilização por percussão, uma cabeça em forma de cogumelo transfere energia 
através dos ossos do crânio sem penetrá-los, criando uma onda de energia de choque 
através do tecido nervoso cerebral e da parte inicial da medula. Se aplicado corretamente, 
este método induz insensibilidade em 150 ms. 
Este método vem sendo utilizado em abate religioso, no qual a insensibilização com lança 
penetrante é percebida como contrária aos requerimentos de um animal “intacto” no 
momento da exsanguinação. 
 
Percussão e concussão 
(geralmente confundidas) 
• Percussão – “choque potente de um corpo sólido contra outro” 
• Concussão – “inconsciência ou incapacidade temporária devida a um golpe na 
cabeça” 
 
Insensibilizadores percussivos provêem a força (energia) e a concussão é o 
resultado 
Percussão é o choque potente de um corpo sólido contra outro. 
Concussão é a inconsciência ou incapacidade temporária devida a um golpe na cabeça. 
Insensibilizadores de percussão provêem a força (energia) e a concussão é o resultado. 
Concussão é um estado temporário, a partir do qual um animal pode recuperar consciência, 
sendo essencial que um processo adicional seja realizado para matar durante o período de 
inconsciência temporária induzido pela insensibilização. 
 
Posicionamento do insensibilizador de percussão em bovinos 
Posicionamento do insensibilizador de percussão em bovinos: 
a cabeça do insensibilizador é posicionada no ponto de interseção de duas linhas 
imaginárias do topo dos olhos à base dos chifres. 
Alguns abates religiosos requerem o uso de um método de insensibilização não penetrante. 
 
Insensibilização de percussão/matança para animais de produção pequenos 
• Em pequenos animais, um insensibilizador de percussão adequado pode induzir 
insensibilidade e morte imediatas – isto é conhecido como insensibilização/ 
matança 
Insensibilização de percussão/matança para animais de produção pequenos: 
para aves até o tamanho de perus, para coelhos e cordeiros e cabritos pequenos, um 
insensibilizador de percussão adequado pode induzir insensibilidade imediata e ocasionar 
danos severos ao tecido nervoso cerebral, que também resulta em morte – isto é conhecido 
como insensibilização/matança. 
 
Mecanismos para obtenção de insensibilidade imediata (3) 
 
Insensibilização elétrica: 
a eletricidade pode agir induzindo atividade elétrica não coordenada (atividade 
epileptiforme) no cérebro, tornando o animal inconsciente. 
Se esta atividade epileptiforme puder ser induzida em tempo menor que 300 ms, o animal 
provavelmente não sentirá a aplicação da insensibilização. 
Esta atividade epileptiforme é um estado temporário e, assim como os estados de 
inconsciência induzidos pelos meios mecânicos descritos, requer a matança do animal sem 
demora, geralmente por exsanguinação, antes de algum potencial retorno de consciência. 
 
Insensibilização elétrica versus matança elétrica 
• Insensibilização elétrica traz insensibilidade imediata e é considerada melhor 
prática 
• Matança elétrica, entretanto, como utilizada na destruição de cães em alguns 
países, NÃO assegura insensibilidade e pode sujeitar o animal a uma morte 
agonizante 
• Estes dois usos DIFERENTES da eletricidade não devem ser confundidos 
Insensibilização elétrica traz insensibilidade imediata e é considerada melhor prática porque 
não existe sofrimento potencial quando o animal está inconsciente. 
Matança elétrica, entretanto, como utilizada na destruição de cães em alguns países, NÃO 
assegura insensibilidade e pode sujeitar o animal a uma morte agonizante. 
 
Estes dois usos DIFERENTES da eletricidade não devem ser confundidos. 
A insensibilização elétrica consiste na aplicação de energia elétrica ao tecido nervoso da 
cabeça. 
A quantidade de energia elétrica fornecida ao cérebro depende da corrente e da voltagem, e 
isto é influenciado pela resistência elétrica dos tecidos da cabeça de acordo com a Lei de 
Ohm: 
I = V/R 
 (I = corrente fornecida, V = voltagem aplicada, R = resistência dos tecidos) 
Para se reduzir a resistência (R), é necessário um bom contato elétrico entre os pólos do 
insensibilizador e a pele. 
A eletricidade deve passar diretamente através da cabeça para assegurar uma 
insensibilização rápida. 
 
Posicionamento do insensibilizador elétrico em ovinos e caprinos 
 
 
Posicionamento do insensibilizador elétrico em suínos 
 
Os eletrodos devem ser posicionados em ambos os lados da cabeça, abaixo das orelhas. 
 
Insensibilização elétrica através de “banho” automatizado para aves 
A insensibilização elétrica é obtida através da passagem da cabeça de cada ave 
pelo “banho” 
Insensibilização elétrica automatizada tem um potencial para controle inadequado 
A insensibilização elétrica através de “banho” automatizado promove a matança das aves: 
Posicionamento do insensibilizador 
elétrico em ovinos e caprinos
Ambos os lados da cabeça, 
entre os olhos e as orelhas
a insensibilização elétrica é obtida pendurando-se as aves pelas patas, de forma que a 
cabeça de cada ave passe através de um banho – um recipiente contendo água, no qual 
existe um contato elétrico com a cabeça das aves. 
Muitos bilhões de aves de corte são abatidos anualmente por insensibilização elétrica 
seguida de exsanguinação. Sistemas automatizados têm potencial de causar um sofrimento 
significativo se não forem monitorados para se assegurar que o sistema funcione 
corretamente e que todos os animais sejam insensibilizados. 
Na insensibilização através de banho, os seguintes riscos potenciais devem ser controlados: 
• Choques pré-insensibilização: as aves podem receber choques de superfícies 
úmidas antes do banho insensibilizador. Estes choques não promoverão 
insensibilização, mas serão muito dolorosos. Atenção detalhada ao desenho 
dos sistemas é importante. 
• Insensibilização ineficiente: contato inadequado com a água do banho 
devido à falta de bom contato com a água por aves de tamanho pequeno, ao 
desenho inadequado do banho ou à regulagem inadequada de 
voltagem/corrente, deixando as aves com uma insensibilização inadequada. 
• Sangria inadequada devida ao corte inadequado dos vasos sangüíneos do 
pescoço pelo equipamento automatizado. 
Qualquer sistema automatizado de insensibilização deve ser monitorado de perto para se 
assegurar que os animais sejam efetivamente insensibilizados – animais não 
insensibilizados que entrem para o seccionador de pescoço sofrerão uma morte “difícil”. 
Nesta foto, o pato à esquerda está levantando a cabeça, mantendo-a para fora da água do 
banho de insensibilização (a água preenche a parte de baixo da foto). Este pato prosseguirá 
ao seccionador de pescoço sem estar efetivamente insensibilizado, podendo potencialmente 
entrar à próxima fase do processo, o tanque de escalda, ainda sem estarefetivamente 
insensibilizado. 
Sistemas como este devem ser desenhados de forma a permitir modificações e evoluções, 
assegurando que mudanças possam ser feitas para acomodar animais de diferentes 
tamanhos, espécies e características comportamentais. Sistemas automatizados fixos podem 
levar a problemas de bem-estar através de insensibilização inadequada, porém sistemas 
bem desenhados operados por pessoal bem treinado podem gerar melhorias dramáticas para 
o impacto do processo de abate no bem-estar. 
 
Insensibilização e matança não são a mesma coisa 
• Um animal insensibilizado se encontra em um estado temporário de 
inconsciência, com possibilidade potencial de recuperação da consciência 
• O animal insensibilizado necessita então sofrer a matança antes de qualquer 
chance de recuperação da consciência 
Um animal insensibilizado se encontra em um estado temporário de inconsciência, com 
possibilidade potencial de recuperação da consciência. O animal insensibilizado necessita 
então sofrer a matança antes de qualquer chance de recuperação da consciência. 
Isto se aplica a praticamente todos os sistemas de insensibilização, nos quais a 
insensibilidade protege o animal da dor e do estresse potenciais do método de matança, 
porém este método de matança deve ser aplicado sem demora, para se assegurar a 
inexistência de um potencial retorno à consciência. 
 
Métodos de matança 
Dos métodos de matança utilizados após a insensibilização, a exsanguinação, ou perda de 
um volume sangüíneo irrecuperável, é o mais amplamente utilizado, pois não somente 
promove a morte do animal como também provê uma carcaça, e conseqüentemente uma 
carne, com pequenas quantidades de sangue residual nos tecidos. 
A sangria é obtida na maioria das vezes por secção de vasos importantes do pescoço 
(artérias carótidas e veias jugulares), o que causa uma perda rápida de volume sangüíneo e 
o colapso das funções cerebral e respiratória. Alguns métodos de insensibilização/matança, 
tais como insensibilização de suínos com parada cardíaca secundária e insensibilização de 
alta freqüência em aves, não necessitam de exsanguinação, uma vez que estes métodos 
estão associados à parada cardíaca, não existindo, desta forma, possibilidade de 
recuperação da consciência. 
 
Insensibilização por gás 
• Aves e suínos – altas concentrações de CO2 ou argônio 
• Em altas concentrações, o CO2 age como um gás anestésico 
• Argônio não é detectável (inerte) e induz morte por anóxia 
• Existem questões éticas e econômicas sobre estes métodos 
A insensibilização por gás é um método de insensibilização/matança, uma vez que o 
método não somente promove inicialmente uma insensibilização do animal como também 
resulta em mudanças subseqüentes irreversíveis, que por sua vez resultam na morte do 
animal. 
Para aves e suínos, expor os animais a altas concentrações de CO2 (dióxido de carbono) ou 
gás argônio induz um estado inconsciente seguido rapidamente de morte por anóxia. 
Em altas concentrações, o CO2 age com um gás anestésico, porém existe um período de 
tempo antes da indução de inconsciência durante o qual o animal pode perceber os aspectos 
sensoriais do gás (ácido, frio) como aversivos. 
O argônio não é detectável (inerte e, portanto, não percebido pelo animal) e induz morte 
por anóxia. Graças à impossibilidade de acúmulo de CO2 na atmosfera, o animal não 
passa pela sensação de “pânico” associada a baixos níveis de O2. 
Os efeitos aversivos (desagradáveis aos sentidos) do CO2 e o custo relativamente caro do 
argônio levantaram questões éticas e econômicas sobre estes métodos, porém eles são 
amplamente utilizados em abatedouros comerciais de suínos e aves. 
Estes métodos não são adequados para espécies grandes nem para animais de muita lã. Em 
grandes animais a aplicação do gás não é prática e nos animais de lã o ar mantido pela 
mesma impede que o gás insensibilizador atinja concentrações suficientemente altas. 
 
Abate muçulmano 
• O abate muçulmano – dhabh ou zabiha, pode ser realizado por qualquer 
muçulmano “são” (homem ou mulher) e produz carne halal 
 
• Requerimentos – uso de uma faca afiada e pronunciamento do nome de Alá no 
momento da secção do pescoço 
O abate muçulmano – dhabh ou zabiha – pode ser realizado por qualquer muçulmano “são” 
(homem ou mulher) e produz carne halal. 
Requerimentos – uso de uma faca afiada e pronunciamento do nome de Alá no momento da 
secção do pescoço. 
O Alcorão requer que o homem seja “bom, compassivo, misericordioso e caridoso para 
com todos os seres vivos” e que os seguidores do islã não comam: 
Carne maturada, sangue, suínos, animais não abatidos em nome de Alá, animais mortos 
por golpe violento, de uma queda, de uma chifrada ou caçados por um animal selvagem. 
É provável que no momento em que estas leis ou recomendações foram criadas elas 
representassem um guia idôneo em termos de saúde pública (e animal), e também talvez 
representassem a melhor prática naquele tempo e situação em particular. No passado, 
proclamações religiosas eram tomadas pelo público como leis; desta forma, muitas questões 
de importância pública eram embutidas na religião. Entretanto, mudanças nas sociedades 
através do mundo e avanços no entendimento do sofrimento e do bem-estar dos animais 
hoje apóiam novas idéias de melhor prática, as quais muitos países e sociedades já 
adotaram. Infelizmente, por causa da parte do Alcorão sobre não ser permitida a ingestão de 
animais mortos por “golpes violentos”, a pistola de insensibilização de lança penetrante não 
foi aceita por muitas comunidades islâmicas. 
 
Abate judeu 
• O abate judeu (shechita) é realizado por um abatedor treinado (shochet), 
licenciado pela Comissão de Rabinos e produz a carne kosher 
• Os animais devem estar saudáveis e sem nenhum ferimento 
• A faca é afiada regularmente e secciona as artérias e veias do pescoço para 
promover morte por exsanguinação 
O abate judeu (shechita) é realizado por um abatedor treinado (shochet), licenciado pela 
Comissão de Rabinos e produz a carne kosher. 
Os animais devem estar saudáveis e sem nenhum ferimento. 
A faca é afiada regularmente e secciona as artérias e veias do pescoço para promover morte 
por exsanguinação. 
O conceito de tsa’ar ba’alei chayim, o mandato da Tora para se evitar danos desnecessários 
aos animais, foi a razão inicial do abate shechita. 
 
Questões de bem-estar no abate religioso 
• Os conceitos originais dos abates dhabh e shechita constituíam a “melhor 
prática” no momento de sua introdução 
• A melhor prática hoje afirma que é possível promover inconsciência muito 
rápida através de insensibilização, após a qual a morte pode ser obtida por 
sangria 
• A sangria como procedimento único provavelmente causa um período de 
estresse ao animal, significativamente mais longo que o estresse causado pela 
insensibilização 
Os conceitos originais dos abates dhabh e shechita constituíam a “melhor prática” no 
momento de sua introdução, porém a experiência adquirida no último século do mundo 
todo promove o conceito atual de melhor prática, afirmando que é possível promover 
inconsciência muito rápida através de insensibilização, após a qual a morte pode ser obtida 
por sangria. 
A sangria como procedimento único provavelmente causa um período de estresse ao 
animal significativamente mais longo que o estresse causado pela insensibilização, sendo 
esta a base para o uso de insensibilização antes da sangria em muitos países. 
Muitos países e sociedades, após debates e baseados na informação científica oferecida, 
tornaram ilegal o abate comercial sem insensibilização. 
 
Efetividade da legislação de bem-estar animal em abatedouros e nas fazendas 
A legislação de bem-estaranimal em abatedouros e nas fazendas pode ser ineficiente como 
resultado de aplicação restrita em razão de: 
• Recursos limitados – o abatedouro pode não dispor de pessoas ou 
conhecimento para prover pessoal adequadamente treinado e profissional 
para supervisionar o abate. Alternativamente, a autoridade local ou 
organização de fiscalização pode não dispor de profissionais, tempo ou 
interesse para o monitoramento desta área de uso dos animais 
• Treinamento de pessoal de abatedouro limitado – as técnicas de melhor 
prática ao abate estão amplamente descritas e podem estar incluídas em 
legislações locais, porém, se não houver o treinamento dos trabalhadores 
nestas técnicas, eles não estarão cientes das formas através das quais 
poderiam demonstrar melhores níveis de habilidade profissional 
• Dificuldades de acesso às atividades realizadas nas fazendas – os problemas 
de se obter métodos de melhor prática no abate de subsistência ou de 
comunidades pequenas estão descritos nas projeções 7 e 8 
• Ausência de interesse de autoridades locais na consideração do abate como 
uma área onde o bem-estar animal “importa”, uma vez que os animais têm 
apenas uma curta sobrevida 
• Pode existir uma aplicação variável das leis, com diferenças locais ou 
regionais nas práticas aceitas. Isto pode significar que os produtores sabem 
que é possível obter vista grossa para certas atitudes em uma região, mas não 
em outra 
• O órgão fiscalizador pode compartilhar interesses com aqueles fiscalizados, 
ou a indústria ser policiada “internamente” – ex.: o órgão responsável pela 
proteção do bem-estar em abatedouros também é responsável pela inspeção 
da carcaça, ou pelo manejo de outras partes do processo, não sendo 
imparcial em suas ligações com a indústria de processamento ou com o 
abatedouro 
• A autoridade local pode ter limitações no seu poder de acesso, parada do 
processo para busca de informações, confiscação e detenção 
• A legislação pode estar mal redigida, sendo desta forma de difícil 
interpretação pelas cortes caso se instaure um processo 
 
Pressão pública para melhorar as condições de abate 
O que podem o público e as organizações não-governamentais fazer para 
melhorar as condições de abate? 
• Podem pressionar para a proibição ou boicote de produtos 
• Podem fazer campanha e lobby para elevar a ciência pública e política de 
determinadas questões 
Que efeitos podem o público e as organizações não-governamentais ter na melhoria das 
condições dos animais ao abate? 
Podem, por exemplo, pressionar para a proibição ou boicote de alguns procedimentos 
locais, como pendurar pelas patas antes do abate, ou apoiar um boicote de produtos à base 
de carne provenientes de países que não têm legislação de proteção animal ao abate. Tais 
atividades locais têm um impacto significativo nos produtores, através da elevação do perfil 
de questões com os consumidores, que trarão suas posições à vista via modificações de suas 
preferências e gastos com produtos de origem animal. 
As organizações de bem-estar animal podem fazer campanha e lobby para elevar a ciência 
pública e política de determinadas questões relacionadas a condições inadequadas durante o 
transporte e a espera no abatedouro, técnicas de insensibilização inadequadas (ou 
inexistentes) e controle insuficiente de métodos de matança. Consumidores em muitas 
sociedades tornam-se cada vez mais esclarecidos em questões de bem-estar animal, 
incluindo tópicos como métodos de abate, e os produtores geralmente respondem ao 
impacto do público informado. 
Através de programas tais como os realizados pelo grupo PETA na Índia e WSPA nas 
Filipinas e Taiwan, organizações de bem-estar podem ensinar as pessoas, através de 
treinamento prático e educação, a utilizar técnicas de abate humanitário, tomar posições 
informadas sobre tópicos relacionados ao abate e relacionar suas experiências locais aos 
“padrões” globais, assim como às suas expectativas alimentares e culturais. 
Eles também podem promover a alocação de recursos para a manutenção de supervisão 
efetiva da legislação existente e a criação ou refinamento da legislação. 
 
Conclusões 
• O abate tem grande impacto no bem-estar de um número imenso de animais de 
produção 
• Métodos promovidos no passado estão sendo substituídos por melhor prática 
em termos de ciência de bem-estar animal séria 
• A melhor prática pode prover melhorias no bem-estar animal e tornar o trabalho 
do abatedor mais seguro e mais “profissional” 
• A melhor prática durante o transporte e o abate leva a melhorias significativas 
na qualidade da carne 
O abate tem grande impacto no bem-estar de um número imenso de animais de produção. 
Métodos promovidos no passado estão sendo substituídos por melhor prática em termos de 
ciência de bem-estar animal séria. 
A melhor prática pode prover melhorias no bem-estar animal e tornar o trabalho do 
abatedor mais seguro e mais “profissional”. 
A melhor prática durante o transporte e o abate leva a melhorias significativas na qualidade 
da carne através da oferta de condições que não estressem os animais ao ponto de 
prejudicar sua fisiologia normal. 
 
Bibliografia 
• Humane Slaughter – Taking responsibility. Humane Slaughter Association, 
www.hsa.org.uk 
• www.awtraining.com – site for training in welfare aspects of slaughter 
• The Welfare of Animals (Slaughter or Killing) Regulations 1995, UK 
• WSPA Reports: The Facts About our Food – Animal Transport/Pigs/Chicken 
• FRASER, A. F. & BROOM, D. M., 1996: Farm Animal Behaviour and Welfare. 
CABI Publishing 
• GRANDIN, T., 2000: Livestock Handling and Transport. CABI Publishing

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