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Políticas Macroeconômicas Fiscal e Monetária

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Professor Luiz Marques Set 30, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 0 
 
POLÍTICAS	MACROECONÔMICAS	
1.	POLÍTICA	MACROECONÔMICA	FISCAL	 1-12	DEFINIÇÃO	 1	ORÇAMENTOS	NO	BRASIL	 1	A	3	DIFERENÇA	ENTRE	DÉFICIT	E	DÍVIDA	 3	TIPOS	DE	DÍVIDA	PÚBLICA	 4	TIPOS	OU	IMPACTOS	DA	POLÍTICA	FISCAL	 5	E	6	DOUTRINAS	PARA	A	TRIBUTAÇÃO	 7	E	8	IMPACTOS	DAS	DOUTRINAS	NO	MUNDO	REAL	 8	A	10	CURVA	DE	LAFER	 10	EFEITO	TANZI	 11	E	12	FORMAS	DE	MENSURAÇÃO	DO	RESULTADO	FISCAL	 12	
2.	POLÍTICA	MACROECONÔMICA	MONETÁRIA	 13-20	DEFINIÇÃO	 13	A	POLÊMICA	SOBRE	A	INDEPENDÊNCIA	DO	BANCO	CENTRAL	 13	TIPOS	OU	IMPACTOS	DA	POLÍTICA	MONETÁRIA	 13	E	15	FERRAMENTAS	DE	GESTÃO	DA	POLÍTICA	MONETÁRIA	 15	A	20				
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Set 30, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 1 
1. Políticas Macroeconômicas 
1.1 Fiscal 
1.2 Monetária 
1.3 Cambial 
(didaticamente, as três são importantes) 
 
Macroeconomia é as relações econômicas entre os governos e países que buscam controlar as 
variáveis macroeconômicas. Basicamente são elas: 
- taxa de crescimento do PIB (comportamento da economia); 
- taxa de desemprego; 
- taxa de inflação. 
Analisamos a Macroeconomia através da Curva de Philips. 
 
1.1 Política Macroeconômica Fiscal 
 
I - Definição: política fiscal é a gestão estratégica das receitas e dos gastos do setor 
públicos. 
A Política Fiscal analisa a arrecadação e os gastos. 
 
R - D > 0 = SUPERÁVIT 
R - D < 0 = DÉFICIT 
R - D = 0 = EQUILÍBRIO 
 
 
Orçamento é uma lei em que o poder legislativo autoriza o pode executivo a arrecadar e 
a gastar. 
 
II - Orçamentos no Brasil: 
 
 
Temos, portanto, 
5.592 políticas fiscais 
e orçamentos 
brasileiros, uma vez 
que cada ente 
público é 
independente de 
outro quanto a sua 
arrecadação e gastos 
(resultado público). No entanto, salienta-se que na linguagem econômica, a União é o 
Professor Luiz Marques Set 30, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 2 
ente soberano, e os estados e municípios (subgovernos ou estados subnacionais), 
autônomos. Contudo, todos são obrigados a seguir e respeitar a legislação brasileira, 
ainda que haja a divisão de poderes. 
 
Não existe orçamento DO BRASIL, mas sim uma soma de todos os resultados 
provenientes dos 5.592 orçamentos (federais, estaduais e municipais) brasileiros 
- excluindo os bancos públicos - denominada de Setor Público Consolidado. 
 
Das três políticas econômicas, a que mais possui encargo político é a política fiscal. 
 
Basicamente são três peças legais que orientam a Política Fiscal no Brasil: 
- Constituição Federal de 1988; 
- Lei 4.320/1964; 
- Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000. 
 
Os três orçamentos que existem no Brasil: 
- PPA (Plano Plurianual): na linguagem econômica, é um plano estratégico de 
investimentos públicos para os próximos 4 (quatro) anos. Estabelece as medidas, 
gastos e objetivos a serem seguidos pela União, Estados e municípios. 
Teoricamente, o governante só poderá fazer um novo investimento ou obra se este 
estiver previsto no PPA. 
O PPA “antigo” entra durante 1 (um) ano no governo novo. 
 
- LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) na linguagem econômica, é uma lei que 
direciona os orçamentos. Tem como a principal finalidade orientar a elaboração dos 
orçamentos fiscais, da seguridade social e de investimentos do Poder Público, 
incluindo os três poderes, as empresas públicas e autarquias. Tem validade de 1 
(um) ano. 
Se aprovada em 2016, valerá em 2017, e assim sucessivamente. 
 
- LOA (Lei Orçamentária Anual), na linguagem econômica, é uma lei que estabelece as 
despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano. 
Se aprovada em 2016, valerá em 2017, e assim sucessivamente. 
 
 
Divisão econômica das receitas e despesas: 
As receitas podem ser correntes e de capital, assim como as despesas podem ser 
correntes e de capital. 
Professor Luiz Marques Set 30, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 3 
As receitas correntes constituem-se, principalmente, da TRIBUTAÇÃO (impostos, 
taxas e contribuições). Além disso, temos também as receitas das empresas estatais 
e os juros recebidos sobre os empréstimos feitos ou enviados pelo governo. 
(etc) 
 
As receitas de capital referem-se a amortização recebida sobre empréstimos 
feitos (recebimento do pagamento da dívida de outras nações); às dívidas contraídas 
(quando o governo se endivida, pois entra valores no seu caixa); e as receitas de 
privatizações (venda de empresas estatais), entre outros 
 
As despesas correntes é o G da equação keynesiana, ou seja, gastos públicos que 
mantém a máquina pública funcionando (salário de funcionários públicos; transferências 
às famílias - aposentadorias, pensões e bolsas; custeio; juros pagos sobre a dívida 
pública - uma vez que a prestação se constitue da amortização + juros; entre outros) 
Amortização = quitação do saldo devedor original principal (principal). 
Juros = despesas pelo serviço. 
 
As despesas de capital referem-se a amortização (pagamento do valor fixo pago 
pelo governo sobre a dívida pública); aos investimentos públicos (obras, etc); aos 
empréstimos feitos ou enviados pelo governo para algum ente internacional; 
entre outros. 
 
 
III - Diferença entre déficit e Dívida 
 
Déficit e superávit são variáveis de fluxo, ou seja, variáveis cujo valor se altera 
constantemente ao longo do tempo. Como por exemplo, conta bancária, na qual 
sai e entra dinheiro (frequentemente em empresas, e casualmente em pessoas 
físicas). 
Salienta-se que o ente pode estar “parado” em déficit ou superávit, mas os valores 
dentro de cada uma dessas “posições” varia. 
Já a dívida pública é uma variável de estoque, isto é , não tem a variação do seu 
valor vinculado diretamente a alternância temporal, portanto, se altera 
lentamente ao longo do tempo. Uma nova dívida pública pode ter duas origens: 
1. Uma captação de recursos para financiar gastos de capital. 
2. Uma captação de recursos para financiar o déficit público do momento atual. 
Citando caso aná logo, Gabriel compra um apartamento por 500 mil reais e divide 
em prestações que durarão, aproximadamente, 10 anos, pagando pequenos 
valores mensais. 
 
 
 
Professor Luiz Marques Set 30, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 4 
IV - Tipos de Dívida Pública 
A dívida pública em função do seu credor pode ser: 
a) interna 
- é toda dívida que o governo deve a credores domiciliados internamente no país. 
- dívida do governo perante a sociedade. 
 
b) externa (operação que implica a entrada do dinheiro a partir de um ente 
estrangeiro) 
- é toda dívida que o governo e esfera privada deve a credores domiciliados 
externamente ao país. 
- é o que o Brasil (governos, famílias e empresas) deve ao mundo. 
 
 
A dívida publica em função do tipo de contratação pode ser: 
a) mobiliária 
- mobiliária, vem do grego mobilis, que significa “se move”. Toda dívida mobiliaria é 
baseada em títulos públicos. 
 
b) contratual 
- é toda dívida que não possui títulos públicos envolvidos. 
- dívida com bancos. 
- dívida com prestadores de serviços ou funcionários. 
 
A venda de títulos consiste na transferência de “papéis” por um ente a um banco (99% dos 
casos) ou a pessoas físicas (1%), sendo que ao realizar esse processo pega dinheiro 
emprestado, e concede ao credor (banco ou pessoas físicas) títulos - comprovantes - que 
comprovam o débito que deverá ser pago posteriormente sob taxa de juros. 
 
A dívida pública federal em função dos devedores pode ser: 
a) do Banco Central (status de Ministério) 
- venda de títulos para controlar o volume de moeda que circula no mercado bancário, 
com o intuito de conter as oscilações inflacionárias 
 
b) da Secretária do Tesouro Nacional (órgão ligadoao Ministério da Fazenda) 
- venda de títulos para financiamento de déficit público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
V - Tipos ou Impactos da Política Fiscal 
a) Expansionista 
- é quando expande-se a atividade econômica (o nível de emprego, a demanda, etc.); 
- acontece quando o governo reduz a sua receita e/ou aumenta seu gasto; 
- é um caminho para o déficit orçamentário; 
- tende ao aumento do déficit público (se o país se encontrar em tal “estado”); 
- tende à redução do superávit fiscal (se o país se encontrar em tal “estado”). 
- o objetivo, em via de regra, é controlar o desemprego, diminuindo-o. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na equação Y = C + I + G + (X-M), a primeira variável que sofre modificação é C 
(consumo das famí lias), pois aumenta em número. A tendência, isto posto, é que 
concomitantemente a esse aumento, haja o crescimento do Y (PIB), uma vez que 
se o consumo sobe, a produção também. Ademais, tende-se ainda que o nível de 
emprego amplie-se, já que se produção dilata, mais pessoas são contratadas 
para trabalhar nessa produção. Por fim, a predisposição é que nasça uma 
inflação de demanda (caminhamos para o quadrante I) e, portanto, um 
crescimento na i% (taxa de juros). 
A taxa de juros sobe por, basicamente, duas razões: I - devido ao aquecimento da 
economia, há um momento otimista na sociedade e, sendo assim, maior 
consumo (consequência: maior pressão de demanda) e maior empréstimo de 
crédito bancário; II - se o governo está no déficit, ele precisa financiá-lo. Utiliza-
se então, a dívida pública. 
 
obs. (1) Quem define o patamar da taxa de juros não é a política fiscal, mas sim a 
política monetária. 
obs. (2) Se o governo está em déficit, a sociedade está em superávit, e vice-versa. 
 
Professor Luiz Marques Out 07, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 6 
b) Contracionista 
- é quando a atividade econômica (o nível de emprego, a demanda, etc.) é contraída; 
- acontece quando o governo aumenta a sua receita e/ou reduz seu gasto; 
- é um caminho para o superávit orçamentário; 
- tende ao aumento do superávit público (se o país se encontrar em tal “estado”); 
- tende à redução do déficit fiscal (se o país se encontrar em tal “estado”). 
- o objetivo, em via de regra, é dar fim à inflação de demanda e à dívida pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na equação Y = C + I + G + (X-M), a primeira variável que sofre modificação é C 
(consumo das famí lias), pois diminui em número. A tendência, isto posto, é que 
concomitantemente a essa diminuição, haja o decrescimento do Y (PIB), uma vez 
que se o consumo reduz, a produção também. Ademais, tende-se ainda que o 
nível de emprego caia, já que se produção é contraída, menos pessoas são 
contratadas para trabalhar nessa produção. Por fim, a predisposição é que 
reduza a inflação de demanda (caminhamos para o quadrante III) ou nasça uma 
inflação de custos ou choque de oferta e, portanto, um decaimento na i% (taxa de 
juros). 
A taxa de juros cai por, basicamente, duas razões: I - devido ao esfriamento da 
economia, há um momento pessimista na sociedade e, sendo assim, menor 
consumo (consequência: menor pressão de demanda) e menor empréstimo de 
crédito bancário; II - se o governo está no superávit, os bancos não tem por que 
aumentar a taxa de juros. 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Out 07, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 7 
VI - Doutrinas para a Tributação (receitas) 
b) Neutralidade 
O imposto ideal é aquele que seja o mais neutro possível, isto é, todo tributo que não 
distorça o preço dos bens e serviços, nem altere a distribuição de renda de uma 
sociedade. 
Em um país dito neutro, não deveria existir tributos indiretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Equidade 
O tributo ou imposto ideal é aquele distorce o preço dos bens e serviços para que seja 
feita justiça através da tributação, alterando a distribuição de renda de uma sociedade. 
 
- pela capacidade de pagamento: o rico paga mais, e o pobre paga menos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Out 07, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 8 
 
- pelo benefício: quem usa mais a máquina pública pagará mais. Tende-se a 
acreditar que o pobre utiliza mais, portanto, paga mais em termos relativos, e o 
rico paga menos em termos relativos. 
 
 
VII - Impactos das Doutrinas no mundo real 
 
 
Neutralidade 
Carga tributária Neutra (reta horizontal) 
Não distorce preços, nem altera distribuição de renda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Out 07, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 9 
Equidade pela Capacidade de Pagamento 
Progressiva (reta diagonal partindo acima do 0y para cima) = quanto mais rico você é, 
mais você paga em termos percentuais da sua própria renda. 
Os país de CT progressiva possuem, normalmente, em sua estrutura de arrecadação 
uma predominância de tributos diretos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equidade pelo Benefício 
Regressiva (reta diagonal partindo acima do 0y para baixo) = quanto mais rico você é, 
menos você paga em termos percentuais da sua própria renda, já que você usa menos 
a máquina pública. 
Os país de CT regressiva possuem, normalmente, em sua estrutura de arrecadação 
uma predominância de tributos indiretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Out 07, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 10 
 
No Brasil, o maior arrecadador monetário é o ICMS (indireto estadual), o IR (direto 
federal) e o IPI (indireto federal), respectivamente. 
 
 
 
 
 
Brasil atual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIII - Curva de Lafer 
 
Alíquota é um percentual definido em lei que atinge o fato gerador 
(situação definida em lei que gera a obrigação de pagar um 
tributo) do tributo produzindo o quantum a pagar. 
 
A curva de Lafer prova que existe uma alíquota que produz uma arrecadação 
tributária máxima. A partir dessa alíquota, incrementos sobre ela serão 
ineficientes, pois o governo irá arrecadar menos, já que a população começa a 
negar o pagamento de impostos. Essa negação se dá por meio de dois 
caminhos. O primeiro é ilegal por sonegação de impostos. O segundo, 
considerado legal, é a mudança para o exterior ou a redução do ânimo ao 
trabalho. 
Para as grandes multinacionais, a mudança para o estrangeiro é rotina. Elas têm 
uma grande capacidade de mobilidade, bem como a classe alta ou média alta da 
sociedade. 
A redução do ânimo ao trabalho significaria uma produção monetária menor 
através do trabalho, logo, menor pagamento de impostos. Quanto menos você 
produz, menos você paga sobre isso. Quem possui condições financeiras 
estáveis, substitui parcialmente o trabalho pelo lazer. 
Professor Luiz Marques Out 14, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A curva de Lafer é uma “construção” influenciada pelos ideais liberais de Ricardo. 
 
IX - Efeito Tanzi ou Efeito Oliveira-Tanzi 
 
É uma problemática que tem a ver com o efeito da 
inflação no orçamento do governo. 
 
Pelo lado da Receita (R) 
Efeito Tanzi pelo lado da Receita significa uma perda de arrecadação tributária 
em função de um ambiente ALTAMENTE INFLACIONÁRIO e da defasagem de 
tempo entre a ocorrência do fato gerador e o efetivo recolhimentoao Estado. 
(exemplo anos 80). 
A logística vende o computador no dia 01 de Janeiro, e o imposto que tem que pagar 
sobre consiste no valor de R$100,00. A problemática é que a logística pagará tal tributo 
apenas 40 dias depois. Além do longo tempo entre a venda do produto e o pagamento 
do imposto, temos também o fato do apodrecimento da moeda durante esse período 
devido ao contexto de alta inflação. Isso, por consequência, provoca uma “menor” 
arrecadação pela Esfera Estatal e, portanto, um decaimento na Receita (R). 
O governo, para resolver essa situação, criou vários indexadores (correção 
monetária), com intuito de proteger a arrecadação tributária do Estado a partir de 
uma correção dos impostos. 
 
Professor Luiz Marques Out 14, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 12 
Pelo lado da Despesa (D) 
Efeito Tanzi pelo lado da Despesa significa o ganho orçamentário do Governo em 
adiar os pagamentos devidos em função de um ambiente ALTAMENTE 
INFLACIONÁRIO e da defasagem de tempo entre a contração da “dívida” e o 
pagamento desta. 
O governo tem uma dívida com a logística de Livia de R$500.000,00. A data do 
pagamento desta está programado para o dia 01 de Janeiro. No entanto, o governo 
adia o pagamento várias vezes, e quando paga a Lívia, não corrige o valor de acordo 
com as oscilações inflacionárias. Isto provoca uma perda por parte de Lívia quando 
recebe o dinheiro, já que durante esse tempo que o governo adiou o pagamento, a 
moeda apodreceu cada vez mais. 
 
X - Formas de mensuração do Resultado Fiscal 
 
Nominal é uma variável que não sofre ajuste algum 
para corrigir a inflação. 
 
Superávit Nominal (R) - Déficit Nominal (D) = Resultado Nominal (RN) 
O resultado nominal é uma forma de mensuração efetiva do resultado fiscal SE o 
ambiente for de BAIXA INFLAÇÃO. (tudo que arrecadou e tudo que gastou) 
- não tem ajustes. 
 
Resultado Nominal - Inflação = Resultado Operacional (RO) 
O resultado operacional é a forma de mensuração do resultado fiscal a partir da 
retirada da parcela inflacionária. 
- retirada do componente inflacionário. 
 
Resultado Operacional - Juros pagos da dívida pública = Resultado Primário (RP) 
O resultado primário é a forma de mensuração do resultado fiscal a partir 
retirada do componente inflacionário, bem como dos juros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Luiz Marques Out 14, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 13 
1.2 Política Macroeconômica Monetária 
 
I - Definição: política monetária é a gestão estratégica do volume de moeda (física e 
virtual) que circula na economia (liquidez do sistema bancário). 
 
A Política Monetária é de exclusividade do Banco Central. 
 
II - A polêmica sobre a independência do Banco Central 
O BC pode ser independente ou não-independente. 
No Banco Central Independente existe uma lei que garante um mandato em 
termos de tempo dos presidentes, diretores e concursados do BC. (por mais 
pressão que haja, tais funcionários estão blindados) 
No Banco Central não-independente tal lei não existe. Em outras palavras, não 
há blindagem à pressão. 
 
II - a) verdades e mentiras sobre - O BC independente é mais forte para 
combate a inflação do que o não-independente. 
1. O FED (Federal Reserve) é , formalmente, independente. No entanto, no 
momento de crise, há um vinculo deste com a esfera governamental e, 
portanto, uma perda parcial da sua independência. 
2. Antigamente o BC, no Brasil, era subordinado ao Ministério da Fazenda. No 
governo Lula, o BC atuou como independente, mas não formalmente ou 
oficialmente independente. Ele apenas foi equiparado a Ministério. 
3. Com a entrada de Dilma, a suposta “ independência” do BC foi jogada fora. 
4. Um verdadeiro exemplo de BC independente é o Banco Central Europeu. 
 
Conclui-se que em TEORIA o BC independente é mais 
forte para combate a inflação do que o não-independente, 
mas na prática essa regra as vezes funciona, as vezes 
não. 
 
III - Tipos ou Impactos da Política Monetária 
a) Expansionista 
- o Banco Central aumenta a liquidez (aumento do volume da moeda em circulação) 
- o preço da moeda e a taxa de juros tende a cair já que a liquidez aumentou. 
- o consumo [C da equação Y=C+I+G+(X-M)] tende a subir, já que com a queda da 
taxa de juros, os valores (preços de produtos) tornam-se mais acessíveis a maior 
Professor Luiz Marques Out 14, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 14 
parte da população (aumento de consumo à crédito). Além disso, com a queda das 
taxas, há um desestímulo de manter o patrimônio monetário aplicado, uma vez que a 
rentabilidade cai, e, por conseguinte, aumentando o consumo à vista. 
- geração de empregos ligado indiretamente ao aumento do Consumo. 
- tendência do aumento do Investimento privado [1/2 do I da equação Y=C+I+G+(X-
M)], já que esta variante por sua vez possui uma relação inversamente proporcional 
com a taxa de juros. No entanto, considera-se TENDÊNCIA, dado que há 
possibilidade de existir um ambiente de armadilha da liquidez. 
- salienta-se que a variável I move-se lentamente, enquanto C muda de forma célere. 
- aumento do PIB e do emprego. 
- aumento da inflação de demanda 
- nos encontramos no quadrante I ou estamos caminhando para ele. 
- o inimigo do BC ao realizar PME é o desemprego. O foco dele neste processo é 
aumentar a taxa de emprego. 
- é uma das políticas tradicionais de expansão de demanda. 
 
 Na política fiscal expansionista, a taxa de juros é sempre uma consequência, 
uma resposta ao ambiente. Já na política monetária expansionista, ela é o 
início do processo, é a causa. 
 
 “Coeteris taribus.” 
Professor Luiz Marques Out 28, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 15 
 
b) Contracionista 
- o Banco Central reduz a liquidez (redução do volume da moeda em circulação) 
- o preço da moeda e a taxa de juros tende a subir já que a liquidez foi reduzida. 
- o consumo [C da equação Y=C+I+G+(X-M)] tende a diminuir, já que com o aumento 
da taxa de juros, os valores (preços de produtos) tornam-se menos acessíveis a 
maior parte da população (diminuição de consumo à crédito). Além disso, com o 
aumento das taxas, há um estímulo de manter o patrimônio monetário aplicado, uma 
vez que a rentabilidade aumenta, e, por conseguinte, diminuindo o consumo à vista. 
- tendência da redução do Investimento privado [1/2 do I da equação Y=C+I+G+(X-M)], 
já que esta variante por sua vez possui uma relação inversamente proporcional com a 
taxa de juros. No entanto, considera-se TENDÊNCIA, dado que há possibilidade de 
existir uma eficiência marginal do capital positiva. 
- salienta-se que a variável I move-se lentamente, enquanto C muda de forma célere. 
- redução do PIB e do emprego. 
- aumento do desemprego. 
- controle ou decaimento da inflação de demanda. 
- nos encontramos no quadrante I, caminhando para o quadrante III. 
- o inimigo do BC ao realizar PMC é a inflação de demanda. O foco dele neste 
processo é conter a inflação de demanda. 
- é uma das políticas tradicionais de contenção de demanda. 
 
IV - Ferramentas de Gestão da Política Monetária 
1. Taxa básica de juros (chamada de Taxa de condução da Política Monetária) 
É a principal taxa de referência bancária de qualquer economia. 
É a taxa através da qual o governo remunera aqueles que emprestam dinheiro 
para o governo (no Brasil, ela remunera as operações com títulos públicos 
federais). 
No Brasil é titulada como taxa Selic - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E 
CUSTÓDIA. 
 
O Brasil trabalha desde 1999 sob regime de meta de inflação (target inflation). 
Explicação informal: alguém que tem poder determina para alguém que não tem poder uma 
meta a cumprir. Esse alguém que não tem poder fará de tudo para atingir a meta. No caso do 
Brasil, o poderosoé CMN - Conselho Monetário Nacional (órgão constitucional formado pelo 
Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Presidente do Banco Central), e o não-
Professor Luiz Marques Out 28, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 16 
poderoso é o Banco Central. O CMN, portanto, determina uma meta de inflação para o Banco 
Central de 4,5% aa com faixa tolerável entre 2,5% aa. a 6,5% aa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Open Market 
Mercado aberto no qual compra e vende-se títulos financeiros públicos e 
privados (neste caso público). 
Operações de mercado aberto em que o Banco Central compra e vende títulos 
públicos com o intuito de aumentar ou reduzir a liquidez da economia. 
O Banco Central está proibido de emitir novos títulos, mas opera no mercado 
com os títulos já lançados. 
No momento de venda de títulos, o BACEN enxuga liquidez do mercado 
(contração monetária). 
No momento da compra de títulos, o BACEN aumenta a liquidez do mercado 
(expansão monetária). 
As operações de Open-Market do BACEN visam o controle da liquidez. Já o 
Tesouro também opera no Open-Market (podendo lançar títulos novos), mas seu 
foco é a captação de recursos fiscais para financiamento de déficits. 
 
3. Taxas de Redesconto 
 
Após um dia normal de operações, dentro de uma economia, há bancos que 
estão com caixa superavitário e bancos com caixa deficitário. 
No mercado interbancário os bancos ajustam sua posição, em que os 
superavitários concedem empréstimos de curto prazo para os deficitários, para 
que aqueles possam ter saldo suficiente para atender seus clientes no dia 
seguinte. São as operações de CDI, Certificados de Depósitos Bancários 
(empréstimos entre bancos). 
Nota-se que os bancos deficitários não necessariamente estão com problemas 
estruturais, podendo inclusive possuir aplicações financeiras de longo prazo, 
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Anotações e slides Fundamentos de Economia 17 
que, no entanto, não devem ser resgatadas quando da necessidade de caixa 
devido à perda de rentabilidade do deságio frente ao seu valor nominal. 
Se o Redesconto for muito próximo ao CDI, a Política Monetária caracteriza-se 
como expansionista. Em contrapartida, se o BC promove um redesconto 
numericamente distante do CDI, a Política Monetária caracteriza-se como 
Contracionista. 
Não é normal que o Redesconto seja abaixo do CDI. A taxa de Redesconto só se 
situará nessa casa numérica quando há uma crise bancária aguda. 
Ressalta-se que o interbancário é um mercado em que o Banco Central NÃO 
atua; ele apenas observa e monitora as operações entre os bancos. 
Ocorre que quando um banco de fato está com graves problemas estruturais, de 
descasamento entre ativos e passivos, os próprios demais bancos podem negar 
empréstimo a ele, com medo de uma intervenção do BACEN. Ao banco 
deficitário, que não conseguiu empréstimo no interbancário resta apelar á linha 
de crédito do BACEN conhecida por linhas de redesconto. 
O BACEN então tem duas opções: emprestar ao banco ou não emprestar. Se ele 
emprestar, ele empresta cobrando a taxa de redesconto. A política monetária 
reside no “gap” imposto pelo BACEN no redesconto sobre a taxa do CDI. 
Pequena amplitude entre redesconto e CDI: 
BACEN diz subliminarmente ao mercado de que o dinheiro está barato e não 
haveria problemas para os bancos no seu processo de concessão de crédito 
(representa uma expansão monetária). 
Grande amplitude entre redesconto e CDI: 
BACEN diz subliminarmente ao mercado de que o dinheiro está caro e haverá 
problemas para os bancos no seu processo de concessão de crédito, caso ele 
seja mal feito (representa uma contração monetária). 
O BC brasileiro usa duas taxas de referência para o redesconto: 
TBC – Taxa básica do Banco Central, representa a taxa piso da assistência de 
liquidez 
TBAN – Taxa de assistência do Banco Central, representa o teto da assistência 
de liquidez. 
Existência do Fundo Garantidor de Crédito. O Fundo Garantidor de Créditos 
(FGC) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo 
de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar 
os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, em caso de 
intervenção, de liquidação ou de falência. 
 
Professor Luiz Marques Out 28, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 18 
*PESQUISAR SOBRE PROER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É PROIBIDO DIVULGAR QUAIS BANCOS ESTÃO NO REDESCONTO, 
MAS QUANDO O BANCO CENTRAL INTERVÉM E A MÍDIA ENTRA 
COM SEU PAPEL DE “JOGAR NA REDE” . 
RAET - QUANDO HÁ INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL, O 
BANCO QUE “SOFREU” A INTERVENÇÃO, APESAR DOS SEUS 
REPRESENTANTES TEREM SEUS BENS INDISPONIBILIZADOS, ELE 
NÃO FECHA SUAS PORTAS PARA OS CLINTES. 
LEJ - FALÊNCIA TOTAL; OS CLIENTES PERDEM TUDO. 
Professor Luiz Marques Novembro 04, 2016 
Anotações e slides Fundamentos de Economia 19 
“Lei” do BACEN - Colarinho Branco - o Banco não pode emprestar 
direito para os seus diretores e controladores. 
 
4. Depósitos Compulsórios 
É um percentual (0 a 100%) que o banco obrigatoriamente precisam depositar no 
Banco Central. 
*quanto mais próximo de 100%, maior são os depósitos no Banco Central, e 
menor é a liquidez. Caracteriza-se então um Política Monetária Contracionista, o 
que implica no aumento da taxa de juros. 
*quanto mais próximo de 0%, menor são os depósitos no Banco Central, e maior 
é a liquidez. Caracteriza-se então uma Política Monetária Expansionista, o que 
implica na diminuição da taxa de juros. 
Para controlar a inflação de Demanda, o Banco Central aumenta os Depósitos 
Compulsórios. Já para revigora-la ou “esquentá-la” , ele diminui os Depósitos 
Compulsórios. 
O Banco Central regula o aumento ou diminuição dos Depósitos 
Compulsórios em função do seu objetivo de controlar a liquidez, 
visando uma tipologia de Política Monetária. 
Normalmente, o dinheiro que vai para o Banco Central (depósito compulsório) não volta. 
Tal montante monetário não acaba, pois existe um fenômeno chamado Criação 
Endógena de Moeda pelo mercado bancário (os bancos criam moeda nos processos de 
captação e empréstimo). 
M [oferta monetária] = 
PA (volume de dinheiro da 
sociedade nas maõs da 
sociedade) + D (depósitos 
da sociedade nos bancos). 
MH [base monetária] = 
PA (volume de dinheiro da 
sociedade nas maõs da 
sociedade) + R (depósitos 
compulsórios dos bancos 
no Banco Central). 
Quem define o PA da 
sociedade é o seu 
passado. 
 
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Anotações e slides Fundamentos de Economia 20

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