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Avaliação e questões de bem-estar de animais de produção 2 Módulo 20 Objetivos de aprendizagem Identificar os principais sistemas de criação em uso para a produção animal e as mutilações de rotina utilizadas em cada sistema Destacar os principais problemas inerentes de bem-estar em cada sistema de produção e mutilações associadas Sumário do conteúdo Sistemas de criação, principais questões de bem-estar e mutilações: Suínos: leitões, animais de engorda Frangos de corte Poedeiras Vacas leiteiras, bezerros, gado de corte Outras questões importantes de bem-estar Resumo Bem-estar de animais de produção – causas de bem-estar pobre Inerentes ao sistema de criação De correção difícil/impossível Específicas do sistema Baixo potencial de bem-estar Manejo ruim/recursos insuficientes De correção mais fácil Podem estar ruins em qualquer sistema No Módulo 19, estudamos as principais causas de problemas de bem-estar em animais de produção e diferenciamos entre os problemas evitáveis e aqueles inerentes ao sistema. Discutimos o conceito de “potencial” de bem-estar dos diferentes sistemas. Também desenvolvemos uma estrutura, baseada nas Cinco Liberdades, que pode ser utilizada para avaliar o bem-estar e identificar os principais problemas de bem-estar em uma fazenda. Vimos como problemas evitáveis podem estar presentes em qualquer sistema e que podem ser resolvidos mais facilmente que os problemas inerentes. O propósito deste módulo é estudar os problemas inerentes específicos de cada sistema de criação. Este módulo tem dois objetivos: • Primeiramente, equipar você, como médico veterinário, com informações para auxiliá-lo durante uma visita a uma fazenda. Se sabe o que provavelmente encontrará em um dado sistema de criação, você está mais bem equipado para identificar e quantificar o problema. • Em segundo lugar, equipá-lo com informações sobre os sistemas de produção de forma que você possa assessorar adequadamente produtores ou legisladores quando for consultado sobre os méritos relativos e pontos fracos dos diferentes sistemas. Seu treinamento como médico veterinário o preparou para prestar consultoria sobre produção e doenças – este módulo o capacitará para consultoria em bem-estar. Para cada espécie de animal de produção, estudaremos os principais sistemas de produção, os problemas inerentes de bem-estar de cada um deles e as mutilações realizadas rotineiramente. Bem-estar de animais de produção: suínos Porcas Leitões Leitões desmamados Suínos de terminação Os sistemas de produção de suínos podem ser classificados: para porcas, para leitões não desmamados, para leitões desmamados e para animais de terminação. Em uma visita a uma fazenda de reprodução, você também deve querer inspecionar as acomodações do cachaço. Os problemas inerentes dos sistemas de criação de porcas foram estudados no Módulo 19. Leitões: principais questões de bem-estar Esmagamento Mutilações Desmame precoce Os principais problemas de bem-estar para leitões incluem o risco de esmagamento pela porca. Como discutido no Módulo 19, os altos níveis de esmagamento de leitões são creditados a uma combinação de leitegadas anormalmente grandes, graças à seleção genética, com um deitar “desajeitado” pela porca devido ao desconforto e à pobre condição física pela falta de exercício. A utilização das gaiolas parideiras previne amplamente o esmagamento de leitões, porém causa uma restrição comportamental severa à porca. Leitões: exemplos de mutilações Corte de dentes Corte de cauda Castração Os dentes caninos de leitões são freqüentemente cortados com alicate ou lixados com um aparelho elétrico aos 2 ou 3 dias de idade, sem um agente anestésico. A razão dada para este procedimento é que os dentes pontiagudos danificam a face dos outros leitões e as tetas da porca. Não está claro por que alguns produtores não cortam os dentes e, mesmo assim, não têm problemas com ferimentos faciais nos leitões ou nas tetas das porcas. O corte de dentes é um procedimento muito doloroso, e todas as fazendas deveriam, pelo menos, tentar um período sem ele, uma vez que talvez não seja necessário. A cauda dos leitões é geralmente cortada aos 2 ou 3 dias de idade, sem agente anestésico, mesmo na União Européia, onde é ilegal sem prescrição veterinária. As caudas podem ter apenas a porção distal removida ou serem cortadas proximalmente, deixando somente poucas vértebras coccígeas. As caudas são cortadas para a prevenção de sua mordedura em porcos de engorda. Existem muitos aspectos da criação de suínos que são suspeitos de contribuir para um surto de mordeduras de cauda, entre os quais ambientes estéreis (pisos parcial ou totalmente ripados sem cama) e altas densidades de lotação, apesar de que algumas vezes a mordedura pode acontecer em pisos com palha em baixas densidades de lotação. Se as caudas são rotineiramente amputadas em uma fazenda, a densidade de lotação da engorda deve ser reduzida e enriquecimento ambiental, preferencialmente com material para fuçar, deve ser fornecido. A maioria dos suínos é castrada sem agente anestésico aos 2 ou 3 dias de idade. Isto é realizado para se prevenir a formação da “carne de cachaço”, com um odor forte e característico que é causado pela presença de um hormônio na carne de suínos machos. Alguns mercados se preocupam menos com este odor e suínos abatidos mais jovens (menos de 90 kg) têm baixos níveis de odor. Adicionalmente, algumas raças têm taxas naturalmente menores do hormônio que induz o odor que outras. Leitões: desmame precoce Mudança abrupta de dieta causando diarréia Perda de contato materno Sistema imune imaturo e susceptibilidade a doenças Ambientes estéreis, tédio e restrição do comportamento normal Em condições naturais, leitões são desmamados entre 7 e 12 semanas de idade. Para se aumentar o número de leitões produzidos por uma porca em cada ano, o desmame geralmente ocorre entre 3 e 4 semanas. A mudança abrupta de dieta geralmente causa diarréia e a imaturidade do sistema imune aumenta a susceptibilidade a doenças. Isto é exacerbado pelo estresse de uma perda abrupta do contato materno e por ambientes estéreis. Muitos dos sistemas de cercados com piso puro utilizados são estéreis, causando tédio e restrição do comportamento normal. Leitões: desmame precoce Este é um sistema de criação típico para leitões desmamados. Sistemas de criação: suínos de engorda 1 Totalmente ripado Parcialmente ripado – área de descanso sólida e de dejetos ripada Concreto – áreas de descanso e dejetos separadas, canais de escoamento de dejetos Palha ou outros substratos Ao ar livre Sistemas de criação para suínos de engorda podem ter pisos totalmente ripados; parcialmente ripados com uma área sólida para descanso e uma ripada para dejetos; pisos de concreto com áreas de descanso e dejetos separadas, onde o canal de escoamento de dejetos é varrido por máquina; pisos com palha ou outros substratos ou sistemas ao ar livre. Substrato é qualquer material que possa ser manipulado, utilizado para cama, tal como cepilho. Sistemas de criação: suínos de engorda 2 Cercados parcialmente ripados, naturalmente ventilados, formam um ambiente muito estéril e mordeduras de cauda podem acontecer. O conforto térmico pode ser difícil de ser obtido tanto em clima quente quanto frio. Sistemas de criação: suínos de engorda 3 Cercados com palha fornecem excelente conforto térmico e físico, assim como um substrato adequado para o comportamento normal. Questões principais de bem-estar: suínos de engorda • Densidade de lotação • Ambientes estéreis • Mordedura de cauda, flancoe orelhas • Instalações escuras • Alta amônia atmosférica • Doenças respiratórias Os problemas principais para suínos de engorda são altas densidades de lotação, ambientes estéreis e resultantes mordeduras de cauda, flanco e orelhas, instalações escuras com alta amônia atmosférica e conseqüentes taxas altas de doenças respiratórias. Sistemas de criação: frangos de corte 1 • Intensivo com cama profunda • Soltos ao ar livre • Soltos ao ar livre – produção orgânica • Aves de reprodução • Aves de elite O bem-estar animal deve ser avaliado levando-se em consideração o bem-estar de todos os animais que contribuem para um produto alimentício. Assim, apesar do frango de corte ser o produto final, o bem-estar das aves reprodutoras e dos grupos de elite (onde existe seleção genética para melhoria na produtividade) também deve ser incluído. Alguns consumidores preferem comer aves criadas soltas ou por produção orgânica, onde métodos profiláticos artificiais não são utilizados. Sistemas de criação: frangos de corte 2 Frangos de corte sofrem de muitos dos problemas de suínos em sistemas muito intensivos, apesar de serem menos agressivos que os suínos e o canibalismo ser muito incomum. São geralmente mantidos em um ambiente controlado; em instalações estéreis e escuras há densidades de lotação tão altas quanto 45 kg de aves por metro quadrado. Sistemas de criação: frangos de corte 3 As aves orgânicas soltas ao ar livre terão mais espaço e acesso ao pasto, sendo desta forma capazes de desempenhar comportamentos mais naturais. Entretanto, essas aves podem estar menos protegidas de doenças introduzidas por aves silvestres e mais susceptíveis à predação por mamíferos e aves silvestres. Questões principais de bem-estar: frangos de corte - intensivo 1 Seleção genética para crescimento rápido + altas densidades de lotação • Claudicação • Dermatite por contato • Síndrome de hipertensão pulmonar • Fome severa em reprodutoras e aves de elite Todos os principais problemas de aves de corte surgem a partir de uma combinação de seleção genética para crescimento rápido com altas densidades de lotação nas instalações. A indústria da carne de frango tem por objetivo aumentar a taxa de crescimento dos frangos de corte de forma a reduzir o tempo para atingir idade de abate em um dia por ano – e tem conseguido alcançar esse objetivo pelos últimos 40 anos. Um frango de consumo em 1960 teria sido abatido entre 10 e 12 semanas com 2 kg; hoje ele é abatido entre 40 e 42 dias com 2 kg. Isto resultou em uma ave muito pesada sobre ossos das patas cartilaginosos e imaturos, que são facilmente deformados quando jovens, levando a altos níveis de deformidade de patas. Além disso, altas densidades de lotação culminam com cama úmida, altamente contaminada por bactérias nas instalações de frangos de corte. Aves mancas ficam nessa cama contaminada, que causa queimaduras por amônia nos pés, articulações das patas e peito; isto é denominado “dermatite por contato”. Nesse cenário as bactérias prontamente invadem as lesões de pele causando doenças, especialmente infecções ósseas. O sistema circulatório também recebe uma sobrecarga pesada pelo tamanho excessivo da ave, e a falta de ar em função da insuficiência cardíaca é comum. Claramente, essas aves foram selecionadas para altas taxas de crescimento e estão, desta forma, programadas para serem extremamente famintas. Não se pode permitir que as aves reprodutoras cresçam à mesma taxa das aves de corte, pois se tornariam incapazes de se reproduzir entre 16 e 21 semanas de idade, graças à incapacidade de suas patas de suportar seu peso. Essas aves são mantidas em dieta muito restrita e passam por fome severa. Aves de elite passam por um grau ainda maior de fome. Inicialmente, são alimentadas à vontade para se avaliar desempenho e, então, aquelas selecionadas sofrem restrição alimentar severa para reduzi-las a um peso compatível com reprodução. Questões principais de bem-estar: frangos de corte - intensivo 2 Densidades de lotação muito altas podem resultar em baixa qualidade do ar, especificamente altos níveis de amônia e poeira. Altos níveis de morte por causa de estresse calórico foram relatadas, seja em conseqüência de sistemas de ventilação inadequados ou de falências dos sistemas. Como vimos até o momento, sistemas intensivos tendem a favorecer ambientes estéreis e escuros, e o caso de frangos de corte não é uma exceção. A escuridão encoraja taxas de crescimento aumentadas pela supressão tanto de atividade quanto de comportamento agressivo. Sugere-se que agressão reduzida melhora bem-estar, porém este é um argumento falso. Os genótipos de frangos de corte utilizados comercialmente hoje não tendem à agressividade e em sistemas intensivos muitas aves não têm mobilidade devido à claudicação. Para contextualizar, os níveis de luz típicos em granjas de frangos de corte variam de 3 a 10 lux. Os níveis de luz são medidos utilizando-se um luxímetro. Níveis típicos requeridos para inspeção de carne são 1.200 lux. A 50 lux uma pessoa comum começa a discernir as letras em uma impressão padrão de jornal. Questões primárias de bem-estar: frangos de corte soltos ao ar livre e produção orgânica Apesar de que as aves em sistemas soltos ao ar livre possam exibir mais comportamentos naturais, existem problemas significativos. Aves geneticamente selecionadas para sistemas intensivos são freqüentemente utilizadas em sistemas ao ar livre. Graças à sua alta taxa de crescimento, essas aves podem estar sujeitas à fome pelos regimes de restrição alimentar necessários para se cumprir os requerimentos legais de idade ao abate (56 dias na Europa). Raças de crescimento mais lento reduziriam este problema. Além disso, muitos sistemas de produção ao ar livre e orgânicos são pobremente cercados e pode haver cobertura insuficiente. A mortalidade pode ser alta por predação, levando a medo nas aves que permanecem. Os genótipos de aves modernos foram selecionados para crescer nas dietas modernas de engorda, que incluem muitos micronutrientes, alguns dos quais sintéticos. Estes micronutrientes foram adicionados durante os últimos 30 anos para superar causas metabólicas de claudicação, resultante de taxas de crescimento mais altas. Padrões orgânicos proíbem a inclusão de nutrientes sintéticos na dieta e isto resulta em um ressurgimento de problemas nas patas, para cuja solução foram desenvolvidas as dietas incluindo nutrientes sintéticos. Também pode haver um problema com bicadas de penas em aves orgânicas, que pode ser devido a deficiências na dieta ou ao genótipo das aves utilizadas. A maioria destes problemas ocorre graças a uma raça inapropriada, podendo ser melhorado com a utilização de raças de crescimento mais lento. Com a raça correta, muitas aves nestes sistemas extensivos têm bom estado de bem-estar. Em outras palavras, o potencial de bem-estar deste sistema é alto. O total potencial de bem-estar do sistema pode ser alcançado quando são utilizados a raça apropriada de aves e os níveis adequados de manejo. Sistemas de criação: poedeiras 1 Os principais sistemas de criação de poedeiras são: gaiolas industriais, galinheiros e galpões de poleiros e soltas ao ar livre, associado ou não à produção orgânica. Na União Européia, onde as gaiolas industriais têm de ser eliminadas até o ano 2012, “gaiolas enriquecidas” desenhadas para suprir necessidades comportamentais (incluindo caixa para ninho, poleiro, substrato para banho de areia e espaço adicional) permanecerão legais. Ainda não está claro se estes sistemas serão economicamente viáveis. Sistemas de criação: poedeiras 2 O espaço fornecido atualmente em sistemade gaiolas industriais é de 320 cm 2 (17,9 x 17,9 cm) por ave nos EUA a 550 cm 2 (23,5 x 23,5 cm) na Europa; este último sendo aproximadamente o tamanho de uma folha de sulfite A4. A alimentação, o fornecimento de água e a colheita dos ovos são automatizadas. Em alguns países as poedeiras são submetidas à “muda forçada”, através de restrição severa de alimentos, água e às vezes luz, por até duas semanas, com o objetivo de fazer retornar a postura. Um tratador pode ser responsável por vários galpões, e em cada um podem existir dezenas de milhares de aves. Sistemas de criação: poedeiras 3 Galpões de poleiros oferecem às aves mais liberdade comportamental que gaiolas. Caixas ou áreas coletivas para construção de ninho são fornecidas. Alguns sistemas, entretanto, podem ser utilizados em densidades de lotação muito altas. Assim como nas gaiolas industriais, a remoção das aves das instalações pode levar a altos níveis de fraturas. Questões principais de bem-estar: poedeiras Seleção genética para alta produção de ovos, promove osteoporose e fraturas ósseas O principal problema inerente para poedeiras, em todos os sistemas de criação, é representado pelas fraturas ósseas, tanto durante o ciclo de postura quanto durante a remoção das aves das instalações. Isto se deve à seleção genética para alta produtividade, reduzindo os níveis de cálcio no organismo. Para comparação, uma matriz de frangos de corte produz aproximadamente a metade do número de ovos de uma poedeira, com aproximadamente 150 ovos por ano. Os níveis de fratura encontrados em poedeiras variam com o sistema de criação. Fraturas durante um ciclo completo são menos freqüentes em gaiolas industriais do que em galpões de poleiros e galinheiros. Entretanto, a fraqueza óssea crônica é inerente às gaiolas industriais. Questões principais de bem-estar: gaioloas industriais Em gaiolas industriais, altas densidades de lotação e gaiolas estéreis restringem severamente todos os comportamentos normais, incluindo bater as asas, ciscar, caminhar, fazer ninho, tomar banho de areia e empoleirar-se. Sistemas em colônias Aves em sistemas de colônia têm mais espaço (em comparação com sistemas de gaiolas industriais) para liberdade comportamental e têm possibilidade de interagir com outras aves. Companhias comerciais geralmente mantêm as aves em grupos de tamanho grande. As aves não são capazes de formar uma hierarquia estável em grupos com mais de 100 animais. Isto leva a altos níveis de bicadas agressivas nas penas, medo, estresse e alta mortalidade. Existe alto grau de medo entre aves que talvez não consigam caminhar pela extensão necessária. A impossibilidade de se movimentar pode ser exacerbada por cobertura inadequada da área e proteção deficiente contra predadores, da mesma forma que para aves de corte. Por causa da necessidade de rotação de áreas, estas podem ser estreitas e compridas, aumentando desta forma a distância à periferia e reduzindo a motivação para movimentação. Os danos causados pelas bicadas agressivas são reduzidos pela “apara” ou amputação do bico. Existe uma quantidade considerável de trabalhos demonstrando que as aves passam por uma dor considerável quando utilizam bicos amputados, que são altamente inervados, podendo ocorrer a formação de neuromas na superfície de corte. Questões principais de bem-estar: debicagem Pintos são debicados por termocauterização no primeiro dia de vida. Isto é realizado através de uma lâmina de metal quente, que corta e cauteriza o bico. Isto será doloroso para a ave se uma quantidade grande de bico for removida. Galos: exemplos de mutilação Debicagem Remoção de dedos e esporas Castração Remoção de cristas e barbelas Os galos utilizados para reprodução, tanto de poedeiras quanto de frangos de corte, são também rotineiramente debicados para se reduzir danos a outras aves durante bicadas agressivas. A remoção de dedos é rotineira no pinto de um dia de idade para a redução de ferimentos às galinhas durante a cruza. Os galos podem ser castrados para encorajar a produção de gordura. Cristas e barbelas podem ser removidas para se reduzir os ferimentos em sistemas de restrição de alimentos através da cobertura de cochos com grades. Também podem ser removidas para se prevenir ferimentos durante brigas. Esta é uma operação de rotina em galos de corte, onde a seleção genética para altas taxas de ganho de peso torna essencial uma restrição alimentar severa. Algumas dessas mutilações podem ser ilegais em certos países. Todas podem causar dor severa e restrição de comportamento. Questões principais de bem-estar: vacas leiteiras Os principais sistemas de criação de vacas leiteiras têm baias e cercados com palha ou concreto. Para bezerros, os principais sistemas são gaiolas de vitelo e grupos em cercados com palha. Quais são as questões de bem-estar para vacas leiteiras? • Claudicação • Desconforto na área de descanso • Mastite • Gaiolas de vitelo Em sistemas de criação de vacas leiteiras, um problema de bem-estar se refere ao preparo do rufião. No preparo de rufiões para a identificação das vacas no cio, as quais serão inseminadas, são utilizadas técnicas cirúrgicas que provocam ou o desvio lateral ou a aderência ou a fixação do pênis do touro, não permitindo que ele penetre a fêmea. Tais intervenções, além dos inconvenientes próprios de qualquer procedimento cirúrgico nessa região anatômica, como o surgimento de grandes edemas pós-cirúrgicos, no caso da aderência e da fixação do pênis, ainda são responsáveis por dor intensa sentida pelo macho toda vez que este tenta, e não consegue, fazer a exposição do órgão diante da fêmea no cio. A seleção genética para alta produção aumentou a produção de leite por lactação de aproximadamente 3.000 kg por lactação na vaca Friesian para mais de 9.000 kg por lactação na vaca Friesian-holandesa, nos últimos 30 anos. Este estresse levou a um aumento na susceptibilidade a infecções, especialmente mastite e laminite. A vaca leiteira também é susceptível a doenças metabólicas e fome. Úberes aumentados causam desconforto e anormalidade no andar, que, por sua vez, leva a problemas nas patas em função de o peso do animal ser deslocado para os dedos laterais nos membros pélvicos. Questões principais de bem-estar: sistemas de baias Os principais problemas em sistemas de baias incluem: • Baias insuficientes para o número de animais, levando as vacas a ficarem por muito tempo em pé, especialmente as subordinadas e as novilhas jovens • Desenho inadequado das baias (geralmente muito curtas ou muito estreitas): insuficiente área para se levantar*, divisões sólidas e pouca ou nenhuma cama causam desconforto, dificuldade para se deitar, cama/concreto sujos e mastite • Uso de silagem causa dejetos úmidos, ácidos e doenças de casco, e concreto excessivamente liso pode levar a escorregões *Área para se levantar = área necessária na frente do animal para permitir um movimento livre da cabeça durante o ato de se levantar Baias antigas podem ser muito curtas, muito estreitas com divisões sólidas ou ter espaço insuficiente para o animal se levantar e altura insuficiente do degrau. Questões principais de bem-estar: vacas leiteiras/bezerros Um problema principal inerente aos sistemas de produção de leite em países desenvolvidos é a separação dos bezerros de suas mães no momento do parto ou logo após. Esta prática causa prejuízos ao bem-estar, tanto para a vaca quanto para o bezerro, por causa da perda do contato materno, e predispõe o bezerro a doenças, em função de seu sistema imune imaturo. O volume de leite que seria ingerido pelo bezerro é pequeno em comparação à produção de leite de uma vaca leiteira moderna. A vantagem econômicade um bezerro saudável pode superar os custos por causa do leite fornecido ao bezerro. Adicionalmente, a produção de leite de vacas leiteiras aumenta quando elas são ordenhadas mais freqüentemente; deixar o bezerro com a mãe pode aumentar a produção total de leite e reduzir mastite. Questões principais de bem-estar: bezerros As gaiolas de vitelo para a criação de bezerros causam problemas severos de bem-estar em conseqüência da restrição do comportamento normal, incluindo comportamento oral, locomotor e social, assim como das deficiências nutricionais, tais como de fibra e ferro. As gaiolas são tão estreitas que os bezerros logo se tornam incapazes de se virar ou exercitar. Os níveis de doenças e infecções, tais como pneumonia e doenças intestinais, são altos, e os bezerros passam por desconforto físico severo. Estes sistemas são ilegais em alguns países e se tornarão ilegais em toda a União Européia a partir de 2007, para bezerros com mais de 8 semanas. Bezerros: exemplos de mutilação -Descorna -Castração -Corte de cauda A descorna envolve a remoção dos botões dos chifres utilizando-se agentes químicos cáusticos ou termocauterização durante a primeira semana de vida. Infelizmente, os bezerros às vezes são consideravelmente mais velhos que isso quando a operação é realizada, freqüentemente sem um agente de anestesia local. Isto é ilegal em muitos países. Os chifres são removidos para facilitar o manejo dos animais e diminuir ferimentos a outros animais. Os chifres podem ser removidos em animais adultos que não sofreram descorna quando pequenos, utilizando-se uma serra de lâmina ou fio e termocautério. A anestesia local raramente é empregada. A reprodução de raças mochas para se evitar a necessidade de descorna deve ser fortemente encorajada. A castração é realizada cirurgicamente ou pela compressão do suprimento sangüíneo e cordão espermático, geralmente nas primeiras semanas de vida, apesar de que, em alguns países que utilizam sistemas extensivos, eles podem ser bem mais velhos que isso. Estudos têm demonstrado que todos os métodos de castração causam um grau significativo de dor, tanto aguda quanto crônica. A castração é realizada para facilitar o manejo dos animais, apesar de que alguns países criam com sucesso uma alta proporção de machos não castrados (touros) para a produção de carne; a Alemanha produz cerca de 70% da sua carne a partir de touros. O corte de cauda é utilizado em alguns países, tais como Nova Zelândia e Estados Unidos, rotineiramente, com o objetivo de diminuir o contágio de doenças, incluindo leptospirose, e melhorar o conforto do ordenhador. As caudas são removidas pela aplicação de um anel de elástico para constrição aproximadamente 12 cm abaixo da vulva e, duas semanas depois, secionando-se a cauda com aparadores de casco ou instrumentos agudos similares. Isto, comprovadamente, produz dor aguda e crônica. Existe pouca evidência de diminuição de contágio de doenças pela amputação da cauda e vários estudos fracassaram na tentativa de mostrar algum efeito desta amputação na condição de limpeza da vaca. Questões principais de bem-estar: gado de corte Questões de bem-estar em bovinos de corte incluem: • Descorna • Marcação a quente • Colocação de brincos • Marcação a frio • Mutilações • Desmame precoce (lactentes múltiplos) • Problemas de parto (fetos muito grandes) • Restrição de comportamento normal e desconforto (sistemas totalmente ripados e de criação confinada ao ar livre) A descorna acaba de ser descrita. Marcação a quente envolve a utilização de um ferro quente para se queimar uma marca de identificação na pele. É realizada sem anestesia e, de forma similar a você se queimar em um fogão ou com um ferro, é muito dolorosa. Brincos podem ser utilizados para identificação, apesar de que os mesmos podem ser removidos se o gado for roubado. Marcação a frio imprime uma marca permanente através da utilização de um ferro super-resfriado em gelo-seco; pensa-se que também seja dolorosa. Bezerros de corte podem ser removidos da mãe logo após o nascimento e passar por problemas similares àqueles de bezerros de leite: estresse pela separação, doenças intestinais e respiratórias surgindo a partir do estresse e da imaturidade do sistema imune. Bezerros mantidos com a mãe, que esteja amamentando somente o seu bezerro, geralmente gozam de maior grau de bem-estar. Gado de corte pode ser selecionado para taxa de crescimento e para aumento de tamanho dos cortes de carne mais valorizados. Isto resultou no desenvolvimento do gene para musculatura dobrada no gado Belgian Blue, que por sua vez resultou na incapacidade de parir sem assistência das vacas Belgian Blue e algumas de suas cruzas. Estes animais têm problemas severos de bem-estar por causa da distocia, incluindo traumatismos ao canal do parto e infecções subseqüentes, paralisia do nervo obturador, retenção de placenta e as conseqüências de cesarianas, tais como dor, aumento do risco de infecção e complicações pós-operatórias. Bovinos que passam o inverno em pisos totalmente ripados, sem cama, são geralmente lotados em alta densidade, uma vez que se defende esta prática sob a alegação de ser necessária para que os animais forcem os dejetos através das ripas para o tanque de esterco abaixo. O espaço fornecido para um novilho de 600 kg pode ser tão pequeno quanto 2,2 m 2 ; aqueles deitados tanto sofrem de desconforto quanto estão sujeitos a serem pisoteados pelos outros animais. A principal preocupação quanto ao bem-estar de bovinos em sistemas confinados ao ar livre é a exposição ao clima sem abrigo. Bovinos de corte a pasto têm poucos problemas de bem-estar, desde que haja abrigos e que o pasto não se torne lamacento em função de superlotação em clima úmido. Este animal de corte foi selecionado para aumentar o tamanho dos cortes de carne mais valorizados. Vacas gestando estes animais freqüentemente passam por um parto difícil e traumatismo de canal de parto ou por uma cesariana. Questões principais de bem-estar: outras questões importantes • Ovinos/caprinos de montanha (negligência devido ao baixo valor) – Fome, doenças e parasitas em conseqüência da falta de profilaxia e tratamento (claudicação, moscas, pneumonia) – Superlotação pelos sistemas de subsídio – Mutilações (castração, corte de cauda, “mulesing”, transferência de embrião cirúrgica) • Produção de peixes – Densidade de lotação, doenças, parasitas Cabras e ovelhas de montanha podem ser tratadas com negligência por causa de seu baixo valor. Elas são suscetíveis a fome, doenças e parasitas em conseqüência da falta de profilaxia e tratamento. Problemas específicos incluem claudicação em conseqüência da podridão de cascos, pneumonia por pasteurela e miíase, com postura de ovos de moscas em ferimentos ou lã suja de fezes, os quais então se desenvolvem para larvas. Em alguns países os problemas são exacerbados pela superlotação das pastagens; ex.: devido a sistemas de subsídio que pagam por número de animais no rebanho. Mutilações comumente realizadas em ovinos incluem castração para facilitar o manejo e melhorar o acabamento de carcaça, amputação de cauda e, em alguns países, “mulesing” para reduzir a susceptibilidade a miíase. “Mulesing” é a remoção de uma área de pele na região perineal, com a formação de tecido cicatricial; existe evidência que este procedimento, para o qual não se utiliza anestesia, é muito aversivo. A transferência de embriões em ovelhas atualmente envolve implantação cirúrgica de embriões, com a dor e os riscos associados, e é considerada por muitos como causadora de dor e estresse desnecessários. Fazendas de peixes trabalham com altas densidades, o que impede comportamento normale aumenta o risco de parasitas e outras doenças. Os criadores, especialmente aqueles que recebem consumidores em sistema pesque-pague ou na venda varejista, não praticam a insensibilização nesses animais. Desta forma, a observação de peixes ainda conscientes sendo manipulados para remoção de escamas, barbatanas e de seus órgãos internos é comum nesse tipo de criação. Um novo procedimento para abater crustáceos é apresentado por Hugh Wirth, presidente da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals: ao invés de jogar lagostas vivas em panelas de água fervente para matá-las, método cruel e que envolve grande sofrimento para o animal, Wirth sugere que as lagostas sejam adormecidas num refrigerador ou freezer e depois mortas - partidas ou perfuradas. Esse método já é seguido há muitos anos por Jill Mure, cuja família mantém restaurantes na Tasmânia há quase 30 anos, e ele garante que há tempos utiliza a prática de resfriar e adormecer as lagostas no freezer, estando convencido de ser esse um modo bem melhor de abate. • Criação de perus: – Densidade de lotação, pouca luz, agressão • Criação de coelhos: – Gaiolas industriais, ambientes estéreis, densidade de lotação e altura das gaiolas • Criação de patos: – Sem água para banho, traumas por bicadas e golpes das patas, densidade de lotação • Gansos e patos para “patê de foie gras”: – Alimentação forçada Perus geralmente são criados em ambientes intensivos e controlados, em instalações iluminadas artificialmente (similares àquelas utilizadas para frangos de corte), e em densidades de lotação muito altas, freqüentemente excedendo 60 kg de ave por metro quadrado de espaço de piso. Perus são muito mais agressivos a outros aves do mesmo grupo que frangos de corte e, desta forma, têm de ser mantidos em níveis muito baixos de luz, usualmente com menos de 1 lux. Altas densidades de lotação e iluminação escassa impedem a maior parte do comportamento normal. Coelhos são geralmente criados em gaiolas comerciais similares àquelas de poedeiras e, da mesma forma, sofrem com ambientes estéreis, espaço de piso inadequado e gaiolas muito baixas, que os impedem de manter uma posição em pé normal. Patos são freqüentemente criados em ambientes intensivos e controlados, em instalações iluminadas artificialmente (similares àquelas utilizadas para frangos de corte), em densidades de lotação muito altas. Além disso, algumas raças sofrem de traumas por bicos e unhas pontiagudos. Geralmente não têm acesso à água para se banhar, que é uma necessidade para seu comportamento normal. Em alguns países, gansos e patos são alimentados de maneira forçada durante as últimas semanas de vida, para a obtenção de fígados com acúmulo de muita gordura, para a produção final de „patê de foie gras’. Um tubo é inserido em seu trato digestivo através da boca e uma mistura de milho, gordura e sal é colocada diretamente no estômago. Vários países têm leis que proíbem a produção de foie gras, entre eles Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo, Noruega e Polônia. Em 2003 entrou em vigor, no quarto produtor mundial de foie gras, Israel, legislação proibindo a atividade. As ações do médico veterinário naqueles países onde esse tipo de produção ainda não é proibida devem envolver esclarecimentos sobre a atividade para legisladores, conscientização do público consumidor e uma explicação dos procedimentos utilizados aos produtores com intenção de adotar o sistema. No Brasil, o Decreto Federal nº 24.645/34 considera maus-tratos, e proíbe em seu artigo 3º inciso XXV, “engordar aves mecanicamente”. Bem-estar de animais de produção: patos Patos são freqüentemente criados em ambientes intensivos e controlados, em instalações iluminadas artificialmente (similares àquelas utilizadas para frangos de corte), em densidades de lotação muito altas. Além disso, algumas raças sofrem de traumas por bicos e unhas pontiagudos. Geralmente não têm acesso à água para se banhar, que é uma necessidade para seu comportamento normal. Bem-estar de animais de produção: gansos Em alguns países, gansos e patos são alimentados de maneira forçada durante as últimas semanas de vida, para a obtenção de fígados com acúmulo de muita gordura, para a produção final de „patê de foie gras‟. Um tubo é inserido em seu trato digestivo através da boca e uma mistura de milho, gordura e sal é colocada diretamente no estômago. Vários países têm leis que proíbem a produção de foie gras, entre eles Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo, Noruega e Polônia. Em 2003 entrou em vigor, no quarto produtor mundial de foie gras, Israel, legislação proibindo a atividade. As ações do médico veterinário naqueles países onde esse tipo de produção ainda não é proibida devem envolver esclarecimentos sobre a atividade para legisladores, conscientização do público consumidor e uma explicação dos procedimentos utilizados aos produtores com intenção de adotar o sistema. No Brasil, o Decreto Federal nº 24.645/34 considera maus-tratos, e proíbe em seu artigo 3º inciso XXV, “engordar aves mecanicamente”. Resumo: questões de bem-estar Avaliação do bem-estar de animais de produção – o que verificar: Mutilações de rotina Ferimentos do sistema/de agressões Condição inadequada dos animais Estereotipias Locomoção prejudicada Uso de antibióticos de rotina Instalações escuras Em resumo, um sistema de criação deve ser delineado para se adequar às necessidades de manutenção de saúde e bem-estar dos animais mantidos. Sete indicações-chave de que talvez esta não seja a situação são listadas abaixo. O bem-estar de animais em qualquer sistema de criação é provavelmente baixo se mutilações de rotina são realizadas ou se existem ferimentos causados pelo sistema, como feridas de amarras ou de agressão. Se os animais têm baixo escore de condição corporal, geralmente visto em vacas de leite de alta produção alimentadas inadequadamente, ou apresentam estereotipias, tais como morder barras da gaiola em porcas, isto pode ser tomado como evidência conclusiva que os animais estão num estado de bem-estar pobre. Um número de animais com locomoção prejudicada em uma fazenda, geralmente visto em granjas de frango de corte, é uma indicação clara de um sistema de bem-estar pobre. Qualquer sistema que requeira uso rotineiro de antibióticos para a manutenção de animais saudáveis, como em muitas granjas de suinocultura intensiva, provavelmente está escondendo comprometimentos do bem-estar. E, finalmente, das nossas sete pistas, qualquer sistema que requeira a manutenção dos animais com iluminação muito baixa não é adequado aos animais que abriga. Quando você entrar em qualquer fazenda, busque informações sobre mutilações de rotina, ferimentos do sistema ou por agressão, animais com baixo escore de condição corporal, estereotipia, locomoção comprometida, uso de antibióticos de rotina e instalações escuras. Dirão a você que são “inevitáveis” ou que, se os antibióticos e as mutilações não forem empregados rotineiramente, o resultado será um comprometimento maior do bem-estar dos animais. Isto pode ser o caso para aquele sistema de criação específico – mas é o sistema que não é adequado aos animais e é o sistema de criação que deve ser mudado. Em outras palavras, aquele sistema de criação específico tem baixo potencial de bem-estar. Resumo: melhoria do bem-estar Para melhorar o bem-estar animal a campo: Avalie o bem-estar em termos das Cinco Liberdades – quais são os problemas? Para cada problema – por que ocorre? É um problema inerente ou evitável? Que atitude pode ser tomada para evitá-lo? Em resumo: Se você for solicitado para avaliar o bem-estar em uma fazenda, utilize asCinco Liberdades, modificadas para se adequar ao sistema de produção que você está avaliando. Cada Liberdade pode ser avaliada através de exame dos animais, avaliação das instalações e dos equipamentos, dos dados da fazenda e sistemas de manejo, ou através da observação ou entrevista do tratador. Para cada problema de bem-estar você tem de decidir a causa. Será decorrente de pressões para produção, negligência, conhecimento ou treinamento insuficientes do tratador, inadequação genética dos animais para o sistema ou falta de recursos? A seguir, você deve decidir se o problema é inerente ao sistema ou evitável. Mesmo problemas inerentes podem ser melhorados através da provisão de enriquecimento ambiental, mais espaço ou reagrupamento dos animais. Agora você está em posição de decidir o que pode fazer para melhorar o bem-estar dos animais na fazenda em questão. Melhoria do bem-estar Assessoria Melhore o sistema de criação Mude o sistema de criação Legislação Requerimentos mínimos para cada sistema Proibição de certos sistemas Mercado Consumidores podem buscar produtos de mais altos padrões de bem-estar Como no Módulo 19, médicos veterinários têm um papel claro na assessoria de clientes sobre o impacto de seu sistema de criação no bem-estar dos animais. Essa assessoria pode ser no sentido de melhorar o sistema atual ou de mudar o sistema de forma mais radical. Para animais de produção, essa assessoria tem de considerar o contexto econômico. Entretanto, em muitas situações, as melhorias de bem-estar (ex.: redução nos níveis de doenças) também irão, na verdade, produzir melhorias na lucratividade. A legislação (desde que acompanhada de aplicação e fiscalização) pode trazer melhorias reais de bem-estar através da proibição de sistemas com baixo potencial de bem-estar e da criação de requisitos mínimos para cada sistema de produção. O mercado é outra influência significativa. Alguns consumidores buscam produtos de padrão de bem-estar mais alto. Varejistas em muitos países também estão aumentando as demandas de melhoria nos padrões de bem-estar que fazem para seus fornecedores. A motivação principal neste caso é evitar publicidade negativa em relação ao bem-estar animal. Bibliografia WEBSTER, J., 1995: Animal Welfare: A Cool Eye towards Eden. Oxford, Blackwell Science ISBN 0632039280 FRASER, A. F. & BROOM, D. M. 1996: Farm Animal Behaviour and Welfare. 3rd Ed. CABI Publishing, ISBN 0851991602 Farm Animal Welfare Council (FAWC) reports on website www.fawc.org.uk Compassion in World Farming website at www.ciwf.co.uk
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