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O último dia de um condenado à morte

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O último dia de um condenado.
Resenha critica.
 Nesta obra, o autor acompanha o fim da guerra entre Inglaterra e França. Rider Sandman volta para casa e encontra um país corrupto, pobre, repleto de conflitos sociais e onde o cadafalso se tornou sinônimo de justiça. A decepção dele com a terra natal empalidece quando descobre que o pai se matou, deixando uma fortuna em dívidas de jogo. Sandman precisa sustentar mãe e irmã e, além disso, liberar a noiva do compromisso de casamento. Enquanto luta contra várias dificuldades, aceita investigar o assassinato da condessa e as declarações de inocência do pintor. A apenas sete dias do enforcamento e com a pressão para corroborar as acusações, Sandman descobre pontos obscuros na história oficial. Mesmo pedida uma reinvestigação do caso pela própria rainha, Sandman acredita que alguém não quer que a verdade venha à tona.
 Uma reflexão bastante crítica e pontual acerca da pena de morte. Uma defesa pela abolição desta. Através da bela escrita do autor, o leitor se insere nos pensamentos de um condenado, podendo acompanhar todo o martírio e sofrimento pelos quais o apenado passa até que a sua sentença seja cumprida. O livro, portanto, serve como um convite literário ao leitor para que reflita sobre o tema de uma maneira áspera.
 O livro narra o dia fatal da vida do condenado. Em verdade, há uma pequena exposição prévia de como se deu o julgamento do apenado. A decisão foi pela culpa. A sentença foi a de morte. Ao cadafalso o condenado, portanto.
 No livro é possível observar todos os devaneios sofridos pelo condenado enquanto aguarda pelo cumprimento de sua sentença. Não apenas lembranças que presumidamente acabam surgindo, como a de sua pequena filha, de seu amor e de sua vida pré-reclusa, mas também reflexões mais profundas sobre o seu estado, sobre a sociedade, sobre o papel desempenhado pelo Estado na condução de seu processo e do seu fatídico resultado. Vê-se esperança, quando, por exemplo, o condenado tenta trocar suas roupas com outrem planejando a esquiva de seu destino. Também se vê a ausência desta, como quando o advogado do condenado recorre da decisão que determinou a morte, mas esse não consegue ver um possível resultado favorável de tal tentativa. Há ainda a exposição crítica do espetáculo gerado pela morte legitimada pelo Estado, pois o povo aplaude, urra, reúne-se e se deleita com o sofrimento alheio. Enfim, há muitos pontos reflexivos que são expostos na obra, cada qual exercendo a influência da realização de uma autocrítica pelo leitor.
 O crime pelo qual o condenado foi julgado em nenhum momento é revelado. Isso é curioso ao considerar as críticas que a ideia defendida com a história sofre. Para os que invocam o "coitadismo" do protagonista como suposta tentativa pífia de denunciar o horror da pena de morte, vale lembrar-se da época e ambiente em que a narrativa se passa, na qual diversas condutas eram tidas como criminosas e a pena aplicada era a de morte. Não se pode dizer que o condenado da história mereça o final que teve. Muito menos quando sequer se sabe o motivo pelo qual foi apenado. Assim, muito há que ser levado em conta quando da leitura da obra. Aos que clamam pela pena de morte: é a estes principalmente que a obra intenta tocar. Que sejam deixados de lado os argumentos raivosos e impensados. O livro é um convite para a reflexão, como já dito. uma boa história que comove e faz pensar.
 
Autor: Victor Hugo
Victor-Marie Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802 — Paris, 22 de maio de 1885) foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país.
Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Hugo

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