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Resumo sobre a fisiologia do sistema límbico e hipotálamo

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CAPÍTULO 58: SISTEMA LÍMBICO E 
HIPOTÁLAMO 
Nesse capitulo são abordados os mecanismos que controlam os níveis de atividade nas 
diferentes partes do cérebro e logo em seguida as causas dos impulsos motivacionais, com 
destaque para o controle motivacional do processo de aprendizado e os sentimentos de prazer 
e punição. Essas funções são desempenhadas pelo Sistema nervoso central e ocorrem nas 
regiões basais do encéfalo chamadas de sistema límbico. 
SISTEMAS DE ATIVAÇÃO E MOTIVAÇÃO DO CÉREBRO 
Pode-se dizer que sem a 
transmissão continua de sinais nervosos 
do tronco para o prosencéfalo 
(Diencéfalo e Telencéfalo) este ficaria 
inutilizável visto que estes sinais ativam 
os hemisférios cerebrais através de dois 
meios: estimulando diretamente o nível 
basal da atividade neuronal, em grandes 
áreas do cérebro e ativando sistemas 
neuro-hormonais que liberam 
substâncias neurotransmissoras 
específicas, facilitadoras ou inibidoras, 
semelhantes a hormônios, em áreas 
específicas do cérebro. 
O controle da atividade cerebral 
por sinais excitatórios contínuos se dará 
na área excitatória da substancia 
reticular da ponte e do mesencéfalo no 
tronco cerebral, como pode ser visto na 
figura a seguir, esta área recebe também 
o nome de área facilitadora bulborreticular, sendo a mesma área reticular que transmite sinais 
facilitatórios descendentes para a medula espinhal, com a finalidade de manter o tônus basal 
dos músculos antigravitários e controlar os níveis de atividade dos reflexos medulares. Essa 
área envia também diversos sinais ascendentes, como pode ser visto na figura, ativando 
diversas áreas do córtex através do Sistema de Ativação Reticular Ascendente que é 
responsável pelo estado de consciência que será explicado posteriormente quando focarmos 
nos mecanismos de sono e vigília. A maioria desses sinais é enviada para o tálamo, que irá 
excitar grupamentos distintos de neurônios, núcleos talâmicos que irão modificar ou 
intensificar o sinal visto que o córtex não pode interpretar o sinal direto, enviando os sinais 
para áreas alvo do córtex e para as áreas subcorticais. Estes sinais que passam pelo tálamo são 
de dois tipos: Potenciais de ação transmitidos rapidamente que excitam o prosencéfalo por 
apenas alguns milissegundos através de neurônios gigantocelulares da área reticular que irão 
liberar acetilcolina e através de neurônios pequenos disseminados por toda a área reticular 
excitatória do tronco que irão, em sua maioria para o tálamo, mas dessa vez por fibras 
delgadas, de condução lenta, que irão fazer conexões principalmente no núcleo intralaminar e 
no núcleo reticular na superfície do tálamo, em que pequenas fibras irão se projetar para todo 
o córtex. O efeito causado por esse segundo sistema de fibras pode se prolongar por diversos 
segundos a minutos ou mais, o que sugere que são importantes para controlar, a longo prazo, 
o nível basal da excitabilidade do cérebro. 
Já o controle da área excitatória por sinais sensoriais periféricos irá determinar o nível 
de atividade da área excitatória no tronco e por consequência o nível de atividade em todo o 
encéfalo através da quantidade e do tipo de sinal sensorial vindos da periferia, sendo os sinais 
de dor em particular os que irão aumentar a atividade nessa área e promoverão uma excitação 
intensa no cérebro para a atenção. A importância desses sinais é vista ao se seccionar o tronco 
cerebral acima do ponto de entrada do Trigêmeo na ponte, o 5º par são os nervos mais altos a 
entrar no encéfalo, transmitindo diversos sinais somatossensoriais para o cérebro. Quando 
esses sinais são perdidos o que ocorre é uma diminuição na atividade da área excitatória de 
modo abrupto diminuindo, assim, a atividade cerebral que se aproxima do estado de coma 
permanente, mas quando seccionado abaixo do trigêmeo, nervo que leva muitos sinais 
sensoriais faciais e orais, o coma é evitado. 
Além dos sinais excitatórios que partem da área excitatória bulborreticular com destino 
a áreas especificas do córtex, ocorrem também sinais de feedback que retornam do córtex 
para essa mesma região. Ou seja, a qualquer instante em que o córtex for ativado, sinais serão 
enviados a região excitatória reticular do tronco que irá mandar ainda mais sinais excitatórios 
para o córtex com a finalidade de manter o nível de excitabilidade ou aumentar esses níveis. 
Esse feedback positivo é o que vai proporcionar o estado de mente acordada. 
Esses processos todos ocorrem através de um centro distribuidor chamado tálamo. Que 
através de estimulações elétricas em um ponto específico irá ativar a sua área correspondente 
no córtex. Além disso, sinais reverberam, regularmente, do córtex para o tálamo excitando-o e 
do tálamo para o córtex excitando-o da mesma forma por meio das fibras de retorno. Já foi 
sugerido que o processo do pensamento estabelece memórias a longo prazo pela ativação 
desses sinais de reverberação de ida e volta. 
Através da área reticular inibitória, localizada ventralmente e medial no bulbo, que irá 
agir sobre a área reticular excitatória é possível inibir e consequentemente diminuir a 
atividade nas porções prosencefálicas. Um desses mecanismos se baseia em excitar neurônios 
serotoninérgicos que liberarão serotonina em pontos estratégicos do cérebro. 
SISTEMA DE ATIVAÇÃO CORTICAL PELO CONTROLE NEURO-
HORMONAL 
 Esse sistema se baseia na secreção de 
agentes hormonais neurotransmissores 
excitatórios ou inibitórios, na própria 
substância do cérebro. Esses 
neurotransmissores em geral persistem desde 
alguns minutos até horas, permitindo longos 
períodos de controle, em vez de apenas uma 
ativação ou inibição instantânea. 
A figura ao lado mostra três sistemas 
neuro-hormonais que foram estudados em 
detalhes no cérebro do rato. Temos então o 
sistema da norepinefrina, o sistema da 
dopamina e o sistema da serotonina. 
Usualmente a norepinefrina age como 
hormônio excitatório, enquanto a dopamina 
pode ter ação inibitória ou excitatória 
dependendo da área em que estará atuando e 
a serotonina usualmente pode ser dita com 
caráter inibitório, lembrando que o que irá 
definir esse caráter não é o neuro-hormônio, e 
sim o receptor. Esses três sistemas tem 
diferentes efeitos nos níveis de excitabilidade 
em diferentes partes do cérebro como pode 
ser observado. O sistema da norepinefrina se dispersa por praticamente todo o encéfalo, 
enquanto os demais são direcionados para regiões muito específicas. O dopaminérgico, 
principalmente para a região dos gânglios da base e o serotoninérgico mais para as estruturas 
da linha média. 
Na figura ao lado podemos ver o 
tronco cerebral no cérebro humano, que 
irá ativar os mesmos três sistemas do 
rato e ainda o sistema da acetilcolina. 
Esses sistemas apresentam funções 
específicas, como por exemplo, o sistema 
da norepinefrina sendo essa produzida 
especialmente no lócus ceruleus, que é 
uma pequena área situada 
bilateralmente e posteriormente na 
junção entre a ponte e o mesencéfalo. As 
fibras nervosas se espalham por todo o 
encéfalo liberando norepinefrina, que em 
sua maioria terá ação excitatória 
aumentando a atividade cerebral, em 
certas sinapses neurais, entretanto irá exercer papel inibitório. Já a dopamina é produzida 
especialmente na substância negra, que se localiza anteriormente na porção superior do 
mesencéfalo e seus neurônios se projetam em sua maioria para o núcleo caudado e o 
putâmen do prosencéfalo liberando dopamina. Outros neurônios das regiões adjacentes 
também secretam dopamina, mas enviam suas projeções para as áreas ventrais do encéfalo 
em especial para o hipotálamo e para o sistema límbico.Acredita-se que a dopamina atue 
como transmissor inibitório nos gânglios da base, mas em algumas regiões ela é possivelmente 
excitatória. Os núcleos da rafe, que são núcleos estreitos que se encontram na linha média da 
ponte e do bulbo, possuem muitos neurônios que irão liberar serotonina. Esses núcleos 
emitirão fibras para o diencéfalo e algumas para o córtex, outras fibras, como se pode ver pela 
figura referente aos núcleos do tronco, irão descer para a medula espinhal. A serotonina 
liberada nessas terminações tem a capacidade de suprimir a dor (o núcleo magno da rafe envia 
sinais através da via dorso lateral a medula espinhal até o corno anterior da medula espinhal 
onde se encontra o complexo inibitório da dor, a serotonina faz com que os neurônios locais 
secretem encefalina que irá causar inibições pré-sinápticas e pós-sinápticas das fibras da dor). 
A serotonina liberada no diencéfalo e no prosencéfalo quase certamente desempenha ação 
inibitória essencial para a indução do sono normal. Já em relação ao sistema colinérgico, a 
distribuição de acetilcolina se dará através dos neurônios gigantocelulares da área excitatória 
reticular, as fibras dessas células se dividem imediatamente em dois ramos como mostrado na 
figura, em que um ramo se ascende para níveis superiores do cérebro e outro se dirige para a 
medula através dos tratos reticuloespinhais, na maioria dos locais a acetilcolina liberada terá 
função excitatória e a ativação desses neurônios promove um sistema nervoso desperto e 
excitado (consciente). Além desses, ainda há liberação de neurotransmissores e substâncias 
neuro-hormonais secretados no cérebro que funcionam tanto em sinapses específicas quanto 
por liberação nos líquidos do cérebro, mas estas não serão abordadas nesse capítulo. Com 
isso, pode-se demonstrar que existem diversos sistemas neuro-hormonais cerebrais e a 
ativação de cada um tem seu próprio papel de controle de qualidade diferente da função que 
exercem. 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA LÍMBICO 
O conceito atual corresponde a todo 
o circuito neuronal que controla o 
comportamento emocional e a os impulsos 
motivacionais. O hipotálamo e suas 
estruturas associadas são de grade 
importância nesse sistema, pois além de 
agirem sobre o controle comportamental, 
essas áreas controlam as funções 
vegetativas do cérebro (osmolalidade dos 
líquidos internos, fome e sede, sistema 
nervoso autônomo, temperatura corporal, 
controle do peso corporal) e seu controle 
está intimamente relacionado ao 
comportamento. Podemos ver nas figuras 
ao lado que evidenciam o complexo 
interconectado de elementos da região 
basal do cérebro, o hipotálamo situado no 
centro, como posição chave do sistema 
límbico e ao seu redor, estruturas 
subcorticais do sistema límbico incluindo a 
área septal, a área paraolfatória, o núcleo 
anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, o hipocampo e a amígdala. Ao redor dessa 
área límbica subcortical, encontramos o córtex límbico que é composto por um anel do córtex 
cerebral em cada um dos hemisférios cerebrais, começando na área orbitofrontal, se 
estendendo para o giro subcaloso, logo após segue ao giro cingulado e por fim para o giro 
para-hipocâmpico e para o uncos. Dessa forma, nas superfícies medial e ventral de cada 
hemisfério, existe um anel, composto principalmente de paleocórtex que envolve estruturas 
ligadas intimamente ao comportamento geral e as emoções. Esse anel serve como meio de 
comunicação de ida e volta de informações entre o e as estruturas límbicas inferiores. 
Muitas das funções comportamentais promovidas pelo hipotálamo e outras estruturas 
límbicas são também mediadas pelos núcleos reticulares e seus núcleos associados. Uma via 
de comunicação importante entre o sistema límbico e o tronco é o fascículo prosencefálico 
medial (se estende das regiões septais e orbitofrontal do córtex cerebral, passando pela região 
média do hipotálamo para o feixe reticular). Esse feixe contém fibras para as duas direções 
formando um sistema de comunicação tipo tronco de linhas. A segunda via é por meio de vias 
curtas entre a formação reticular, o tálamo, o hipotálamo e as demais áreas da parte basal do 
encéfalo. 
O hipotálamo possui vias bidirecionais para com todos os níveis do sistema límbico. E 
dessa forma ele e suas estruturas intimamente conectadas enviam sinais em três direções: a 
primeira diz respeito ao tronco cerebral com destaque para a área reticular e dessas para as 
áreas periféricas do sistema nervoso autônomo. A segunda direção é ascendente em direção a 
diversas áreas superiores do diencéfalo e telencéfalo, com destaque para a região anterior do 
tálamo e porções límbicas do córtex e a terceira direção diz respeito ao infundíbulo 
hipotalâmico para controlar a maioria das funções secretórias da hipófise. Dessa forma, o 
hipotálamo controla a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo além dos 
aspectos do comportamento emocional. 
Nas imagens ao lado, podemos 
ver uma representação da organização 
do hipotálamo como unidade funcional, 
resumindo suas funções vegetativas e 
endócrinas mais importantes, e além 
desses núcleos há ainda a grande área 
hipotalâmica lateral mostrada na figura 
de corte coronal que está presente de 
cada lado do hipotálamo com funções 
relacionadas ao controle da fome e da 
sede e de muitos impulsos emocionais. 
Contudo devemos ter cuidado visto que 
as áreas que causam as atividades 
específicas não são delimitadas nesses 
esquemas de forma completamente 
exata como sugerido. Também não é 
conhecido se os efeitos são realmente 
resultantes de estímulos dos núcleos ou 
da ativação dos tratos de fibras que 
saem deles ou de núcleos de controle 
localizados em outras regiões. Tendo 
isso em mente, pode-se dar a descrição geral das funções vegetativas e de controle do 
hipotálamo. 
Quanto à regulação cardiovascular, pode-se dizer que dependendo de onde ocorre a 
estimulação no hipotálamo, teremos todos os tipos de efeitos neurogênicos sobre o sistema 
cardiovascular. Em geral as áreas posterior e lateral aumentam a pressão e a frequência 
cardíaca, enquanto a pré-óptica tem efeito oposto. Esses efeitos são transmitidos 
principalmente através de centros de controles localizados nas regiões reticulares da ponte e 
do bulbo. 
Quanto à regulação da temperatura corporal, esta se dará na área anterior, 
principalmente na área pré-óptica. Um aumento da temperatura do sangue nessa área 
desencadeará um aumento da atividade dos neurônios sensíveis a temperatura, e uma baixa 
na temperatura sanguínea fará com que estes neurônios diminuam sua atividade. 
Quanto à regulação da água corporal, pode-se dizer que ocorrerá de duas formas: 
criando a sensação de sede e controlando a excreção de água na urina. O centro do controle 
da sede se encontra no hipotálamo lateral, quando os eletrólitos do líquido nesse centro e em 
áreas adjacentes se encontra muito concentrado, ocorre a necessidade de ingestão de água 
para que ocorra um equilibro entre a quantidade de água e eletrólitos. Já o controle da 
excreção renal ocorre, principalmente, no núcleo supraóptico que irá responder ao aumento 
da concentração de eletrólitos nos líquidos corporais liberando na hipófise posterior a 
vasopressina que irá cair na corrente sanguínea atuando nos tubos coletores dos rins que irão 
reabsorver a água promovendo novamente o equilíbrio entre eletrólitos e água. 
Quanto à regulação da contratilidade uterina e da ejeção do leite nas mamas, ficarão a 
cargo do núcleo paraventricular que irá secretar ocitocina, que irá aumentar a contratilidade 
do útero e promoverá a contração das células mioepiteliasque cercam os alvéolos das mamas 
promovendo dessa forma a ejeção do leite. 
Quanto à regulação gastrointestinal e da alimentação, estará relacionada ao núcleo 
lateral que quando estimulado irá fazer com que o animal sinta fome e procure alimento. O 
núcleo que se opõe a este é o ventromedial que abriga o chamado centro da saciedade. Outra 
área relacionada ao controle gastrointestinal são os corpos mamilares que controlam, 
parcialmente, os padrões de muitos reflexos alimentares como lamber os lábios e a deglutição. 
Quanto à regulação hipotalâmica da secreção de hormônios endócrinos pela hipófise 
anterior, ocorrerá quando o suprimento sanguíneo que flui da parte inferior do hipotálamo 
através dos seios vasculares da hipófise anterior, antes deste sangue chegar à hipófise anterior 
os hormônios de liberação e inibição são secretados por neurônios parvicelulares para o 
sangue que através do sistema de vasos porta hipotalâmico-hipofisários chegarão à hipófise 
anterior e agirão nas células glandulares controlando a liberação dos hormônios específicos 
dessa porção. 
FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS DO HIPOTÁLAMO 
Quando ocorre uma estimulação hipotalâmica, podemos esperar alguns efeitos 
comportamentais. Se a estimulação se der na região lateral, além de causar fome e sede irá 
desencadear um aumento no nível geral da atividade, algumas vezes levando a raiva e a luta. A 
estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes irá causar efeito oposto ao 
apresentado pela região lateral, ou seja, saciedade, diminuição da alimentação e da sensação 
de sede e tranquilidade. A estimulação da zona estreita dos núcleos periventriculares leva a 
reação de medo e punição. Enquanto o desejo sexual pode ser estimulado através de diversas 
áreas no hipotálamo, tendo destaque a porção anterior e posterior. Lesões no hipotálamo em 
geral irão causar o efeito oposto d estimulação. 
O CENTRO DA RECOMPENSA 
 Na figura ao lado, pode-se ver a técnica usada 
para localizar as áreas especificas de recompensa e de 
punição no cérebro. Através de uma alavanca, colocada 
ao lado da gaiola para que esta ao ser pressionada 
estabelecesse contato com um estimulador. Os eletrodos 
foram posicionados em diversas áreas do cérebro, de 
modo que o animal pode estimular a área pressionando a 
alavanca. Se o estimulo provocar sensação de 
recompensa, o animal apertará a alavanca repetidas 
vezes. Além disso, se for proporcionada a oportunidade 
do animal escolher entre comer ou estimular o centro da 
recompensa, frequentemente este irá escolher a 
estimulação elétrica. Dessa forma, descobriu-se que os principais centros de recompensa se 
localizam ao longo do trajeto do feixe prosencefálico medial, principalmente os núcleos 
laterais e ventromedial do hipotálamo. Sendo o núcleo lateral um dos mais potentes de todos. 
Mesmo que um estimulo forte possa causar fúria, mas isso vale para muitas áreas onde 
estímulos fortes causam sensação de punição e estímulos brandos sensação de recompensa. 
Alguns centros de recompensa mais brandos, talvez secundários em relação aos principais 
centros hipotalâmicos se encontram no septo, núcleos da base, algumas áreas do tálamo, 
amígdala e estendendo-se para o tegmento basal do mesencéfalo. 
CENTROS DA PUNIÇÃO 
 Através do mesmo mecanismo relacionado ao mecanismo de recompensa, emite-se um 
estimulo continuo, que cessa somente quando a alavanca é pressionada. Nesse caso o animal 
não apertará a alavanca quando o eletrodo estiver numa área relacionada a recompensa, mas 
quando estiver em uma área de punição, este irá aprender imediatamente como desliga-lo. A 
estimulação dessas áreas faz com que o animal mostre sinais de desprazer, dor, terror, medo e 
punição. Com uma estimulação prolongada de 24 horas ou mais, o animal se mostra 
gravemente doente, podendo morrer. Através desse experimento, descobriu-se que as áreas 
de punição mais intensas se encontram na substancia cinzenta central que rodeia o aqueduto 
de Sylvius (cerebral), estendendo-se para as zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo. 
As áreas com menos intensidade são encontradas em algumas regiões da amígdala e 
hipocampo. Vale ressaltar que a estimulação de centros de punição pode inibir 
completamente os centros de recompensa. 
Uma estimulação forte no centro da punição (especialmente centro periventricular e 
lateral do hipotálamo) desencadeia um padrão emocional chamado raiva. As características 
anexas a esse padrão são: postura de defesa, estenda suas garras, levante a cauda, sibile, 
cuspa, rosne e desenvolva piloereção, pupilas dilatadas e os olhos ficam bem abertos, fazendo 
que com a menor provocação produza um ataque imediato. A estimulação nas áreas mais 
rostrais (pré-óptica da linha média) produz principalmente sensações de medo e ansiedade 
associados ao desejo de fuga. No animal normal esse padrão é controlado através de impulsos 
inibitórios compensadores que se originam no núcleo ventromedial do hipotálamo, assim 
como áreas das porções hipocâmpica e anterior do córtex límbico, especialmente giro do 
cíngulo anterior e giro subcaloso. Se houver lesão nessas áreas o animal fica mais suscetível a 
surtos de raiva. 
Placidez e mansidão ocorrem quando os centros de recompensa são estimulados, sendo 
padrões de comportamentos emocionais opostos à raiva. 
A utilização de tranquilizantes como a clorpromazina inibe os centros de recompensa e 
punição, reduzindo a afinidade afetiva do animal. Dessa forma presume-se que funcionem nos 
estados psicóticos inibindo diversas áreas comportamentais importantes do hipotálamo e suas 
regiões associadas no cérebro límbico. 
IMPORTÂNCIA DA RECOMPENSA OU PUNIÇÃO NO APRENDIZADO E NA 
MEMÓRIA [HÁBITO X REFORÇO] 
Experimentos mostraram que a experiência sensorial que não cause recompensa ou 
punição é pouco lembrada. Registros elétricos do cérebro mostram que o estimulo sensorial, 
sentido pela primeira vez quase sempre se irradia para diversas áreas do córtex, mas se a 
experiência sensorial não estiver ligada a recompensa e punição, a repetição do estimulo 
levará a extinção quase completa da resposta do córtex, pois o animal se habitua a esse 
estimulo sensorial especifico e depois o ignora. Por outro lado, se causar recompensa ou 
punição, a resposta ficará cada vez mais intensa durante a estimulação repetida causando uma 
resposta dita reforçada. Descartamos 99% da informação e retemos somente 1% devido a esse 
mecanismo. 
HIPOCAMPO 
O hipocampo é uma estrutura alongada do córtex cerebral que se dobra para dentro 
formando a superfície ventral de grande parte do interior do ventrículo lateral. Uma 
extremidade do hipocampo termina nos núcleos amigdaloides e ao longo da sua borda lateral, 
funde-se com o giro para-hipocâmpico, na superfície ventromedial exterior do lobo temporal. 
O hipocampo e suas estruturas adjacentes dos lobos parietal e temporal são chamados de 
formação hipocâmpica, possuindo inúmeras conexões principalmente indiretas com diversas 
porções do córtex, assim como as porções basais do sistema límbico ( hipotálamo, septo, 
corpos mamilares e amígdala). Quase todas as experiências sensoriais causam a ativação de 
pelo menos uma região do hipocampo, e este distribui sinais eferentes para o tálamo anterior, 
o hipotálamo e outras partes do sistema límbico, especialmente o fórnix que é uma 
importante via de comunicação. Da mesma forma com o que ocorre nas demais estruturas 
límbicas, sua estimulação poderá desencadear padrões comportamentais de raiva, prazer, 
passividade ou excesso de impulso sexual. Outra característica do hipocampo é que ele fica 
hiperexcitável sugerindo que este possa originar sinais eferentes prolongados mesmo sob 
condições funcionais normais.Durante crises hipocâmpicas, ocorrem diversos efeitos 
psicomotores incluindo alucinações em todos os sentidos, não podendo ser suprimidas 
enquanto ocorre a crise. Provavelmente essa hiperexcitação ocorra por essa área do córtex 
possuir somente três camadas de células nervosas em algumas áreas, em vez de seis camadas 
encontradas nas outras partes. 
O hipocampo dentro do que tange o campo da aprendizagem é a porção do cérebro que 
é responsável, atualmente, por dizer se o sinal neuronal é ou não importante, se for, esse será 
armazenado na memória. Dessa forma, o indivíduo torna-se habituado a estímulos 
indiferentes, mas através da dor e do prazer aprende qualquer experiência sensorial. Sugere-
se que o hipocampo é a estrutura que gera o impulso que produz a transição da memória de 
curto prazo para longo prazo, isto é o hipocampo gera um sinal(is) que se repetem inúmeras 
vezes essa nova informação até que ocorra o armazenamento permanente. Indiferente do 
mecanismo, sem o hipocampo não ocorre a consolidação da memória de longo prazo, do tipo 
de pensamento verbal ou simbólico. Pessoas com remoção bilateral do hipocampo para o 
tratamento da epilepsia acabam por gerar basicamente memórias de curto prazo, mas não 
armazena-las, isso é conhecido como amnésia anterógrada. 
AMÍGDALA 
Complexo de inúmeros pequenos núcleos, localizados imediatamente abaixo do córtex 
do polo medial anterior de cada lobo temporal que tem conexões bidirecionais com o 
hipotálamo bem como com outras áreas do sistema límbico. 
Nos animais inferiores sua função está relacionada aos estímulos olfativos e suas 
interelações com o cérebro límbico. Uma das divisões do trato olfatório termina nos núcleos 
corticomediais da amígdala (localizadas na área olfatória piriforme do lobo temporal). No ser 
humano outra área acabou se desenvolvendo mais: os núcleos basolaterais que desempenham 
diversas funções comportamentais geralmente não associadas a estímulos olfatórios. 
A amígdala recebe estímulos de todas as porções do córtex, do neocórtex (lobos 
parietal, temporal e occipital), mas especialmente das áreas de associação auditiva e visual. 
Por sua veza amígdala transmite sinais de volta para as mesmas áreas corticais, para o 
hipocampo, para o septo, para o tálamo e principalmente para o hipotálamo. A estimulação da 
amígdala geralmente irá provocar os mesmos efeitos da estimulação direta do hipotálamo e 
mais: aumento e redução da pressão arterial, aumento ou redução da frequência cardíaca, 
aumento ou redução da motilidade e da secreções gastrointestinais, defecação e micção, 
dilatação pupilar, piloereção e secreção de vários hormônios da hipófise, especialmente 
gonadotropinas e o ACTH. Pode também causar movimentos involuntários como movimentos 
tônicos, movimentos circulares, clônicos, rítmicos e movimentos relacionados a ingestão como 
lamber, mastigar e deglutir. Além disso, ainda podem desencadear todas as funções já 
descritas pelo sistema límbico e pode causar atividades sexuais como ereção, movimentos 
copulatórios, ejaculação, ovulação, atividade uterina e parto prematuro. 
Com a ablação da amígdala, o animal perde o medo, tem curiosidade excessiva, esquece 
rapidamente,tem a tendência de colocar tudo na boca, tem impulso sexual tão forte que tenta 
copular com animais imaturos, do sexo errado ou de espécies diferentes. 
A função global da amígdala diz respeito a projetar para o sistema límbico nossa 
situação corrente em relação ao ambiente e pensamentos, dessa forma ela ajuda a padronizar 
a resposta comportamental da pessoa para que haja de forma adequada, sendo uma área de 
percepção que atua em nível semiconsciente. 
Quanto ao córtex límbico, é a porção menos compreendida do sistema límbico. Atua 
bidirecionalmente como zona de transição entre o córtex e o sistema límbico, caracterizando-
se como área cerebral de associação de controle do comportamento. Sua estimulação não 
permitiu ter uma ideia real de suas funções, entretanto, essencialmente todos os padrões de 
comportamento já descritos podem ser evocados pela sua estimulação. Uma ablação do 
córtex temporal anterior terá igual desfecho do que a ablação bilateral da amígdala. Já a 
ablação do córtex frontal orbital posterior promove insônia e grau intenso de inquietude 
motora. Por fim, a ablação dos giros cingulados anterior e dos giros subcalosos libera os 
centros da raiva do septo e do hipotálamo da influencia inibitória pré-frontal, tornando o 
animal violento e mais propenso a crises de raiva.

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