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AULA 05 – PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DISCIPLINA: PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES / ANÁLISE DE SISTEMAS DE TRANSPORTES PROFESSORA: ISABELLE YRUSKA DE LUCENA G. BRAGA, MSc INTRODUÇÃO Sistemas de transportes: É o conjunto das vias, dos meios e das instalações complementares que forma um todo integrado. Demanda por transportes: Conhecimento dos deslocamento de pessoas e cargas. Função do transporte: vencer a separação no tempo e espaço, com o menor custo. Planejamento de transportes visa adequar as necessidades de transporte de uma região ao seu desenvolvimento de acordo com suas características estruturais. Isto significa implantar novos sistemas ou melhorar os existentes Para se definir o que deve ser implantado ou melhorado (oferta de transporte), dentro do horizonte de projeto, faz-se necessário quantificar a demanda por transporte e saber como a mesma vai se distribuir dentro da área de estudo (linhas de desejo). INTRODUÇÃO Um plano pode ser de longo, médio ou curto prazo, sua duração depende dos recursos disponíveis e dos objetivos que se deseja alcançar e muitas vezes da urgência do problema que se deseja resolver. ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES O planejamento de transportes compreende as seguintes etapas: (1) Definição dos objetivos e prazos; (2) Diagnóstico dos sistemas de transportes; (3) Coleta de Dados; (4) Escolha dos modelos a serem utilizados para avaliação da demanda futura; ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES (5) Alternativas de Oferta de Transporte; (6) Avaliação das alternativas (custos e impactos); (7) Escolha da alternativa; (8) Desenvolvimento do plano de transporte acompanhado de um programa de financiamento; (9) Implementação das alternativas de acordo com um cronograma de desembolso de recursos; (10) Atualização dos procedimentos. CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ÁREA DE ESTUDO Deve ser definida para que sejam levantados dados relacionados a: População Uso do Solo. Deve ser a maior área possível que englobe população e uso do solo. É a área limite de urbanização. Deve ser definida abrangendo todo o aglomerado urbano, às vezes, sendo confundida com o limite da linha de existência da urbanização. ÁREA DE PLANEJAMENTO (ÁREA DE PESQUISA) Área inserida dentro da área de estudo. Área interior a área de estudo. Área representativa da área de estudo, onde será feito o levantamento dos dados para o projeto por meio de amostras estatísticas. A linha limite imaginária desta área denomina-se linha de contorno (Cordon Line). ÁREA DE PLANEJAMENTO (ÁREA DE PESQUISA) Linha limite de urbanização Área de Estudo (AE) Área de Pesquisa (AP) Linha de contorno (Cordon Line) CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ZONEAMENTO É a unidade base da pesquisa, coleta e análise dos dados representativos das características da área de estudo. O tamanho das zonas é função da precisão a ser obtida nas soluções de projeto. Os limites das zonas devem seguir preferencialmente: Os limites censitários; Os limites administrativos; Os limites políticos. Procurando garantir homogeneidade de características para cada zona (área residencial, de serviços, comercial, etc. CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ZONEAMENTO Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Z9 Z10 Z11 Centróide CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ZONEAMENTO Centróide é o ponto espacial no interior da zona onde se localizam a maioria das atividades características dessa zona. O centróide concentra todos os dados analisados e pesquisados, incluindo a origem e o destino das viagens. A partir da localização do centróide, as viagens terão sua origem e destino ali. As zonas não devem ser muito grandes. CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ZONEAMENTO CARACTERÍSTICAS: Taxa de Crescimento: para fazer extrapolações. Faixa Etária: quem possui gratuidade, idoso, menor de cinco anos. Dados de Uso do Solo: onde se localizam as atividades, qual atividade está presente no lote. Renda: fator que interfere nos projetos de transporte, pois quanto maior a renda, mas atividades possui, portanto, maior o número de viagens. CONCEITOS E DEFINIÇÕES CONCEITO DE GERAÇÃO DE VIAGENS: Número de viagens que sai de uma determinada zona do centróide da zona. Para viagens do tipo BR, as viagens serão consideradas pela zona residencial; CONCEITO DE PRODUÇÃO Relacionado com o tipo de viagem baseado no domicílio (viagens BR e NBR) Para viagens do tipo NBR, as viagens serão consideradas como produzidas pela zona de origem. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ATRAÇÃO Relacionado com os conceitos de geração e produção. Se for adotado um conceito de geração, serão consideradas atraídas o total de viagens que chegam a uma determinada zona; Caso seja considerado o conceito de produção: Para viagens baseadas na residência (BR), as viagens serão consideradas atraídas pela zona que não seja residencial. Para viagens não baseadas na residência (NBR), serão consideradas como atraídas as viagens da zona de destino. CONCEITOS E DEFINIÇÕES Viagem: percurso entre dois pontos físicos com um objetivo específico (motivo da viagem). Esses dois pontos são chamados extremos de viagem, sendo que a origem é o extremo de saída e o destino, o extremo de chegada. TIPOS DE VIAGEM: Viagens Internas (VI): quando os dois extremos da viagem situam-se dentro da área de pesquisa. Viagens Através (VA): quando um dos extremos da viagem situa-se dentro da área de pesquisa. Viagens Externas (VE): quando os dois extremos da viagem situam-se fora da área de pesquisa. a) Externas – Externas (VE) CLASSIFICAÇÃO DAS VIAGENS b) Externas – Internas (VA) c) Internas – Externas (VA) d) Internas – Internas (VI) Geralmente as viagens “externas – externas’, de longa distância através trazem problemas aos centros urbanos, por quê? Quando o volume de tráfego “externo – externo” é muito elevado, procura-se desviá-lo dos pontos principais de congestionamento através de vias de contorno ou anéis viários. Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Z9 Z10 Z11 Externas – Externas Internas – Externas Externas – Internas Internas – Internas As viagens internas – internas, tráfego local, geralmente são as que representam o maior número de tráfego, devendo ser estudadas com maiores detalhes. As viagens internas – internas podem ser classificadas: CLASSIFICAÇÃO DAS VIAGENS a) Tomando a residência como ponto de referência para origem das viagens: - Viagens baseadas na residência (BR) - Viagens não baseadas na residência (NBR) CLASSIFICAÇÃO DAS VIAGENS b) De acordo com origem ou destino dos deslocamentos: - residenciais; - a trabalho; - recreativas; - compras, etc. c) De acordo com meio de transporte utilizado: - carro particular; - ônibus; - metrô, etc. As informações para elaboração dos planos de transporte urbano deverão ser colhidas através de entrevistas residenciais das zonas de tráfego (Pesquisas Domiciliares). PESQUISAS População da Tamanho Tamanho Área (hab) Recomendado Mínimo Menos de 50.000 1 em 5 1 em 10 50.000 – 150.0001 em 8 1 em 20 150.000 – 300.000 1 em 10 1 em 35 300.000 – 500.000 1 em 15 1 em 50 500.000 – 1.000.000 1 em 20 1 em 70 Mais de 1.000.000 1 em 25 1 em 100 Fonte: Bruton, 1970. A escolha do tamanho da amostra será função da precisão desejada e dos recursos financeiros disponíveis. PESQUISAS Quanto maior a amostra, mais dispendiosa será a pesquisa, pois será maior o número de entrevistadores, o tempo de elaboração dos dados e processamento em computador, porém, amostras pequenas poderão fornecer dados incompletos. De acordo com o tamanho determinado para a amostra, serão escolhidas as residências nas quais serão feitas as entrevistas. As entrevistas serão realizadas mediante preenchimento de uma ficha na qual serão anotados os seguintes dados: PESQUISAS a) Localização da residência; b) Renda familiar; c) Número de pessoas residentes na casa; d) Número de veículos particulares; e) Idade e local de trabalho dos residentes; f) Número de viagens diárias por residente; g) Origem, destino e hora das viagens; PESQUISAS h) Finalidade e duração das viagens; i) Veículo utilizado nos deslocamentos; j) Paradas intermediárias. Dentre outras informações que a equipe de planejamento julgar necessárias. Para que as respostas sejam dadas com máxima fidelidade, é conveniente que as pessoas entrevistadas sejam informadas cuidadosamente dos objetivos da pesquisa e que sua colaboração é de extrema importância. O controle da qualidade das informações obtidas pelo preenchimento dos questionários poderá ser feito pela repetição de algumas entrevistas a serem realizadas em residências escolhidas aleatoriamente do conjunto já pesquisado. PESQUISAS As informações obtidas nas Pesquisas Domiciliares poderão ser conferidas por meio de uma contagem de tráfego realizada em uma linha que corte a área em estudo (cordão interno ou screen line). Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Z9 Z10 Z11 cordão interno (screen line) A área de estudo fica dividida em subáreas, em que serão contados os volumes de tráfego que atravessam esta linha, os quais devem ser conferidos com os dados obtidos nas Pesquisas O/D. PESQUISAS Geralmente esta linha passa por alguma barreira física como um rio, linha férrea ou via expressa, de modo a se ter pontos definidos para o seu cruzamento. Sendo impossível associar a screen line a algum acidente físico, ela deverá ser traçada de modo a abranger as áreas mais importantes do ponto de vista de geração e atração de viagens. PESQUISAS Pesquisas domiciliares Permitem determinar Viagens realizadas pelos residentes Com o objetivo de estabelecer o número de viagens realizadas pelos não residentes, são efetuadas pesquisas nos principais locais de passagem da “linha de contorno”. Na área de estudo PESQUISAS Pesquisas com não residentes realizadas Através de entrevistas com motoristas veículos Devem ser excluídas destas pesquisas as fichas já preenchidas nas pesquisas domiciliares. Parados em locais determinados As pesquisas nas vias são realizadas para estudo de tráfego fora de áreas urbanas. O seu número e a distribuição espacial será feita em função da configuração da rede viária, de modo a possibilitar a coleta de dados significativos e sem repetição. PESQUISAS Os entrevistadores ficam em postos distribuídos ao longo das rodovias, chamados postos de contagem. Não existe regra que permita estabelecer a localização ou número de postos de contagem a serem colocados em uma via. As pesquisas nas vias podem ser classificadas em: PESQUISAS a) Permanentes: realizadas de modo contínuo, 24 horas por dia e por longos períodos de tempo, às vezes por vários anos. Neste caso, o mais comum é a realização de uma simples contagem de tráfego, realizada através de contadores automáticos. b) Sazonais: pesquisas realizadas em períodos repetidos de tempo, porém intermitentes, são as contagens mais importantes. Em muitas vias o volume de tráfego varia com a época do ano. É recomendado a realização da pesquisa quatro vezes ao ano em um período de sete dias. c) De Cobertura: quando as contagens são realizadas esporadicamente, em períodos que vão de um a sete dias, uma vez por ano e realizadas geralmente em rodovias secundárias. É recomendado que cada entrevistador trabalhe com apenas um tipo de veículo, de modo a aumentar a eficiência da pesquisa. PESQUISAS A ficha a ser preenchida nas entrevistas devem conter os seguintes dados: a) Localização do posto; b) Dia e hora da entrevista; c) Identificação, marca, ano de fabricação, combustível, tara e número de eixos do veículo; d) Origem e destino da viagem; e) Tipo de veículo; f) Número de passageiros e ajudantes do motorista; PESQUISAS Além desses dados poderão constar outras informações que o órgão competente julgue necessário. a) Peso, valor e espécie de carga transportada; Os veículos podem ser classificados em: a) Automóveis (carros de passeio); b) Caminhões. Fonte: DNIT. 1. Entrevistas domiciliares (e/ou empresas e indústrias) MÉTODOS DE COLETA DE DADOS 2. Contagem de tráfego (manuais e mecânicas) a) a mais abrangente, pode verificar tanto as necessidades de deslocamento como o perfil sócio econômico da população; b) indispensável em caso de planos de longo prazo. a) realizada em locais críticos onde existe grande movimento de veículos, nos principais corredores de transporte. 3. Pesquisa no tráfego (entrevistas diretas na via, cartões postais). MÉTODOS DE COLETA DE DADOS 4. Pesquisa de embarque e desembarque em ônibus (identifica as origens e os destinos dos usuários das linhas de ônibus em todo seu percurso, verificando o ponto em que o usuário pega o ônibus e onde desce); 5. Pesquisa no cordão externo e na “screen line”: realizada nos principais corredores que cortam estas linhas com o objetivo de checar os movimentos observados através da pesquisa domiciliar. Com os dados das Pesquisas Origem e Destino é possível traçar diagramas que indique a intensidade do tráfego. Segundo os sentidos dos fluxos, estes diagramas são denominados linhas de desejo. Através das linhas de desejo é possível visualizar o volume de tráfego de acordo com o sentido de seu deslocamento. As linhas de desejo devem ser traçadas em escala. MÉTODOS DE COLETA DE DADOS Além dos dados relativos ao tráfego, há a necessidade de informações adicionais a respeito das vias: MÉTODOS DE COLETA DE DADOS a) Tipo e condições do pavimento; b) Condições de pontes e túneis; c) Existência de acidentes laterais à via, que prejudique a segurança; d) Raios de curvatura; e) Rampas e contra-rampas; f) Extensão dos trechos em curva, aclive e declive, etc. Através desses elementos é possível determinar: MÉTODOS DE COLETA DE DADOS a) comprimentos virtuais da via; b) calcular os benefícios diretos provenientes de alguma melhoria ou construção de rota alternativa pela comparação das condições de tráfego antes e depois da realização de algum melhoramento. As pesquisas devem ser tratadas com seriedade, pois com bons resultados é possível elaborar planosque venham atender às demandas que solicitam os sistemas de transporte. FATOR DE EXPANSÃO Devido à utilização de apenas uma amostra da população, os dados obtidos através das pesquisas domiciliares precisam ser extrapolados. Dessa forma será adotado um “fator de expansão” para a amostra. R P Fator de Expansão (E) Em que, P é a população total da zona considerada e R o número de pessoas residentes nas residências consideradas na amostra. FATOR DE EXPANSÃO Considerando que alguns elementos não são coletados devido à algum problema, é recomendado a adoção do seguinte fator de expansão (E): Em que, x é o número total de residências existentes na zona de tráfego; Y é o número total de residências selecionadas para compor a amostra; W é o número de residências inaproveitadas para a pesquisa (abandonada, demolida, não mais residencial, etc.) e Z é o número de residências em que os residentes se recusam a responder as questões. ZWY Z Y W W Y x x E )( FATOR DE EXPANSÃO No caso da pesquisa realizada na linha de contorno, o fator de expansão deverá ser calculado: dividindo o volume de tráfego total (Vt) passando no local da pesquisa pelo volume de tráfego escolhido para a realização da pesquisa (Vp): Em que, Vt é o volume de tráfego total passando no local da pesquisa; Vp é o volume de tráfego pesquisado. p t V V E UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DISCIPLINA: PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES / ANÁLISE DE SISTEMAS DE TRANSPORTES PROFESSORA: ISABELLE YRUSKA DE LUCENA G. BRAGA, MSc AULA 05 – PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS
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