Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos INSTALAÇÕES DE AR COMPRIMIDO GUILHERME VELOSO 2 DESCARGA LIVRE PADRÃO Os compressores e equipamentos que utilizam ar comprimido, em geral nos catálogos, têm suas vazões expressas não em relação a pressão de operação, mas sim referidas a pressão atmosférica normal. Então, nesses casos, denomina-se por descarga livre padrão ( d.l.p.) a quantidade de ar livre descarregada por um compressor, corrigida para as condições de pressão, temperatura e umidade reinantes na admissão do mesmo. Em geral adota-se a pressão atmosférica padrão (760 mmHg), temperatura de 15ºC e umidade relativa de 36 %. Para transformar a vazão normal ou descarga livre padrão para as condições de saída do ar do compressor e existentes na linha, recorremos à equação dos gases. Pressão e temperatura expressas em termos absolutos. 3 Considerando que as temperaturas podem ser iguais, após resfriamento, temos que a vazão de saída do compressor é dada por: A razão entre as pressões de saída e de entrada do ar no compressor chama-se de relação de compressão (R). E ainda , para se obter o volume real ocupado pelo ar depois de comprimido, basta dividir o volume inicial pela relação de compressão R. 4 EXEMPLO: Qual é a descarga real, após compressão, correspondente a 5 m³/min de ar normal (dlp) supondo que está a pressão igual a 7 kgf/cm² ? V2 = 0,625 m³/min 5 Instalação de ar comprimido Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Uma instalação compreende: a) Local de instalação de compressores; b) Linha de ar comprimido. O lay-out ou traçado da linha consiste em : 1. estabelecer os consumos de ar da instalação; 2. marcar os pontos de consumo de ar com respectivas pressões de operação; 3. escolher o local de instalação dos compressores, sendo prudente identificar o centro geométrico dos consumos; 4. traçar em planta as linhas de distribuição dividindo em setores com ramais e sub-ramais; 5. prever instalação de válvulas de bloqueio, válvulas redutoras de pressão, purgadores, drenos e manômetros; 6. estabelecer diâmetros e perdas de carga. 6 Exemplos de consumo de ar – aplicações Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição 7 Consumo de ar cilindros pneumáticos Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição 8 Critério das perdas de pressão admissíveis Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Na prática, adotam-se os seguintes valores: perda máxima de pressão na rede até o ponto mais afastado: 0,3 atm (kgf/cm2) tubulações principais ( sem acessórios) : 0,02 atm/100 metros tubulações secundárias : até 0,08 atm/100 metros Critério das velocidades admissíveis para o ar comprimido Adotam-se os seguintes valores: Tubulações principais : 6 a 8 m/s Tubulações secundárias : 8 a 10 m/s mangueiras : 15 a 30 m/s Reservatório de ar : capacidade de armazenagem de 6 a 9 vezes maior que a capacidade de geração de ar do compressor 9 Dimensionamento de tubulações Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Empregam-se na determinação do diâmetro das tubulações, métodos baseados: - na velocidade aconselhável para o escoamento do ar; - na perda de pressão admissível. Para ramais secundários até 10 metros de comprimento Procede-se da seguinte maneira 1. determina-se a vazão de ar normal “ Qnormal”; 2. escolhe-se o valor da velocidade, que para os ramais está entre 8 a 10 m/s 3. calcula-se a relação de compressão 4. utiliza-se a tabela a seguir entrando com a velocidade escolhida e o “Qreal” Exemplo: Um ramal de 9 metros conduz 3,5 metro cúbico/min a uma pressão de linha= 7 kgf/cm2 . Qual deverá ser o diâmetro da tubulação? R = 7 +1 = 8 Qreal = 3,5 x 1/R = 3,5 x 1/8 = 0,437 m3/min. Procura-se dentro da faixa de velocidade o valor mais próximo do calculado. Despreza-se a perda de carga para trechos curtos. 10 Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Método para ramais secundários – até 10 metros Valor calculado: 0,437 m3/min 11 Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Método considerando a perda de carga Calcula-se a perda de carga nos encanamentos e acessórios utilizando-se de tabelas e modelos matemáticos empíricos. Compara-se com os valores recomendados. 12 13 PESO ESPECÍFICO DO AR PRESSÃO ATMOSFÉRICA 14 15 Fonte: Macintyre, Archibald; Instalações Hidráulicas, 2ª edição Exemplo: quanto de ar estaria desperdiçando um orifício de 1 mm descarregando para a atmosfera? Pela tabela temos: 0,06 m³/min x 60 minutos x 8 horas/dia = 28,8 m³/dia Em 30 dias de trabalho = 864 m³ de desperdício de ar. Conclusão: Supondo que o compressor tem capacidade de 850 m³/hora vemos que mais de uma hora de trabalho do compressor seria para suprir o desperdício de ar do orifício de 1 mm.
Compartilhar