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Síntese Guerra Paraguai Nathan Rocha

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Nathan de Liz Rocha – Universidade Tuiuti do Paraná - UTP
MAESTRI, Mário. A Guerra contra o Paraguai: História e Historiografia: da instauração à restauração historiográfica [1871-2002] – parte I. In: Revista Espaço Acadêmico, nº 91, dezembro de 2008.
Analisando a obra de Maestri, podemos perceber que o governo Imperial Brasileiro tinha outros planos, que não eram somente ganhar a Grande Guerra Sul-Americana, o seu objetivo principal era combater o ditador Solano Lopez. 
Com o Tratado da Tríplice Aliança, os países Sul-Americanos combateram arduamente as tropas Paraguaias. Essa ferrenha batalha militar causou sérios danos a todos os envolvidos, a maioria desses danos foram econômicos. 
A primeira ação dos militares aconteceu em 16 de outubro de 1864 e se encerrou em 01 de março de 1870. Durante esse tempo muitos combatentes morreram, tanto quanto pela guerra em si ou por doenças. Necessitamos lembrar que a maioria dessas pessoas que serviam o exército eram indígenas, escravos e cativos que estavam presos nas províncias brasileiras. Sendo assim já vinham abatidos e contraiam doenças o que os levavam ao óbito. 
Outro grande problema que o Brasil enfrentou com o inicio da Guerra, foram o retardamento das questões abolicionistas como cita o autor. 
A guerra mostrou o anacronismo geral do Brasil escravista para enfrentar esforço militar modero, apesar da sua dimensão territorial e econômica. Durante o confronto, a luta abolicionista, o grande movimento nacional em gestação, foi imobilizada pela retórica da união diante do inimigo externo, retardando possivelmente a abolição da escravatura. Os partidos liberal e conservador apoiaram uma luta rejeitada pelas classes populares e subalternizadas, sem que qualquer força institucional se opusesse explicitamente a ela. (MAESTRI, 2008, p.01). 
A Guerra foi enaltecida pelos escritos da época e pelas artes plásticas, sempre retratando o exército como uma ideia de honra e dos destinos do país ligados a este. Outra situação de enaltecimento foram os artistas que fizeram inúmeras telas pintadas retratando a vitória das tropas brasileiras, sempre em melhores vestimentas do que os inimigos a qual podemos discernir como extirpação da “barbárie”. Essas telas são símbolo do patriotismo brasileiro no fim do século XIX e inicio do século XX. 
No século seguinte foram realizados escritos que contam a história com a perspectiva do lado vencido, no ensaio de Enrique Rivera “José Ernandes e la Guerra del Paraguay” (1954) e de Mileides Peña “La era de Mitre: de caseros a la Guerra de La Triple Infamia” (1955-1957) e alguns escritos de José Mario Rosa (1906-1991) dentro da obra ”La Guerra del Paraguay y las monteneras argentinas” de 1964. Em todas essas obras citadas, os autores escrevem radicalizando as interpretações federalistas, e descrevem de como as forças brasileiras eram brutais. Outro autor que aborda essa questão de violência do governo brasileiro e argentino contra a nação e o povo paraguaio é Julio José Chiavenatto em sua obra “genocídio americano: a guerra do Paraguai”.
Essas obras que desconstroem o imaginário federalista passam despercebidas pelo Brasil, devido ao golpe militar instaurado no Brasil em 1964. 
O autor cita o lopismo, um movimento que atingiu uma grande repercussão devido a época e a nacionalidade no país, onde aborda os sentimentos paraguaios na narrativa dos vencedores sobre a grande guerra. 
No revisionismo paraguaio, propôs que a guerra foi desejada e manipulada pela Inglaterra, que destruiu um país que era forte e feliz. Após o fim da Grande Guerra, terras públicas foram repartidas entre as nações vitoriosas e privatizadas transformando-se em latifundios.
Em discussão dentro de sala de aula e em leitura, podemos perceber que para o governo brasileiro o objetivo principal da guerra não era apenas para dominação de territórios, e sim para destronar o impiedoso Solano Lopez. Como se fosse à extirpação da barbárie selvagem de um povo e seu soberano, e o papel dos brasileiros eram de civilizadores.

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