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Universidade Federal da Bahia Instituto de Ciências da Saúde Disciplina: Fisiologia III A Curso: Odontologia Fisiologia da Postura Mandibular Carlos Milton Vitor Navarro Vinicius Figueiredo Introdução A mandíbula tem uma posição constante em relação a maxila, e seus movimentos exercem uma função fundamental nas atividades motoras do sistema estomatognático. Essa postura varia estando o indivíduo consciente, na vigília, ou inconsciente, durante o sono. Posição Mandibular durante a Vigília A vigília é um estado em que o indivíduo encontra-se sentado ou em posição ortostática confortável, em que: Os lábios contatam levemente; Os dentes estão em inoclusão e separados por alguns milimetros; Existe um equilíbrio dinâmico entre músculos levantadores e abaixadores da mandíbula; Essa posição é denominada de “postura de repouso” e é mantida pelo reflexo postural mandibular Mecanismo da postura da mandíbula Os mecanismos da postura da mandíbula podem ser de caráter passivo, mecânico ou bem de caráter ativo de natureza neuromuscular reflexa. Mecanismos passivos ou físicos Fatores que dependem tanto das prioridades físicas dos músculos mastigatórios como das estruturas esqueléticas e dos tecidos bucais. Propriedades visco-elásticas dos músculos O músculo levantador da mandíbula possui proteínas contráteis e elásticas, como a tiitina e nebulina; As propriedades viscosas e elásticas se opõem a distenção; Em repouso, o músculo desenvolve tensão passiva, e quando liberado de suas inserções pode atingir o equilíbrio; Quando o músculo é esticado, aumenta a tensão passiva e o grau de distensão; A viscosidade evita sua própria separação e afastamento. Equilíbrio entre força gravitacional e posição corporal Em posição sentada, a força gravitacional age na mesma direção das fibras mastigatórias; A mandíbula sofre maior atração pela força gravitacional, abrindo-se a boca. Pressão negativa nos espaços de Donders Os espaços bucais são compartimentos onde pode ser gerada pressão negativa (vácuo) PI<PA. Essa pressão negativa influi na posição postural da mandíbula, pois atrai a mesma. Quando a mandíbula tende a ser deprimida, cria-se um vácuo de aproximadamente 9mmHg (força de 300g no palato duro). Existem cerca de doze câmaras de Donders, sendo a principal, a câmara linguo-palatina. Mecanismos ativos ou fisiológicos São de natureza reflexa e determinam uma contração muscular tônica dos músculos levantadores e abaixadores da mandíbula. Sendo que os levantadores são considerados antigravitacionais. A contração tônica é prolongada e nem todas as unidades motoras ativadas participam, apresentando uma atividade antissíncrona, de revezamento. Em tensão constante, um tônus muscular dos levantadores é mantido por excitação dos y-motoneurônios trigeminais, através de impulsos nervosos provenientes de várias origens, periféricas ou centrais. Aferências de origem periférica São excitações produzidas em estruturas bucais, ou ligadas a elas, ou podem ser um ponto de partida para contração tônica da musculatura mandibular. Propioceptores musculares estomatognáticos - Excitados pela distensão muscular; - Reflexo miotático depressor e elevador; - Não há relação mandibulomaxilar absolutamente fixa Propioceptores articulares - O deslocamento do côndilo na cavidade condilar estimula receptores periarticulares fasicos e tônicos - Quando cessa o deslocamento, receptores articulares tônicos se descarregam, assim, eles controlam o tônus muscular mandibular e a posição postural da mandíbula. Mecanoceptores periodontais - Incluem unidade de descarga espontânea e unidades de ação lenta, como receptores tônicos; - São excitados por autoestimulação ou sensibilização provocada por ritmicidade da pulsação vascular próximo a cavidade alveolar. Mecanorreceptores mucosos - São unidades de baixo limiar e adaptação lenta; - São excitadas por sutil deformação das mucosas, como fechamento dos lábios Aferências de origem central São influências de diversos núcleos ou áreas do SNC sobre os Y-motoneurônios do trigêmio. Mecanismo fusimotor extrapiramidal - Excita a musculatura intrafusal; - Realiza-se através da ação do y-motoneurônio, estimulado por centros nervosos altos, pertencentes à formação reticular descendente facilitadora; - Permite regular a sensibilidade do fuso muscular, mantendo-o numa faixa favorável de tensão, o que facilita o tônus muscular; -Mantem a excitação do receptor ânulo-espiral, pelo estriamento promovida pela contração intrafusal. Interferência do mecanismo límbico - Centro de controle fisiológico das emoções; - Conecta-se com o hipotálamo e a formação reticular, exercendo influência na descarga dos impulsos dos y-motoneurônios; - Maior tensão emocional = Maior tônus muscular mandibular. Mecanismos corticais visuais - Segundo Kawamura, o abrir e fechar dos olhos influencia o tônus mandibular; - Os olhos abertos aumentam a atividade elétrica da porção anterior do temporal e o tônus mandibular; - Os olhos fechados reduz o tônus muscular elevador; - Fator equilíbrio. Papel do equilíbrio - O equilíbrio se refere a posição da cabeça e do corpo em uma postura antigravitacional; - Um conjunto de músculos extensores ao contrair levantam o tronco; - Estímulos que chegam ao núcleo vestibular da formação reticular coordena a resposta muscular antigravitatória; - Transtornos no equilíbrio podem acarretar distúrbios oclusais e perturbar aspectos do equilíbrio nos músculos da nuca, tronco ou extremidades inferiores. Inoclusão dental e fenda do selamento labial; A abertura bucal é mais exagerada na fase REM, com mais secreção de saliva; Característica exteriorização da saliva cp, a cabeça na posição horizontal. Posição mandibular durante o sono Redução do tônus muscular na fase não-REM; Expressões Inconscientes dos fenômenos automáticos; Bruxismo (Ranger ou apertar os dentes); Sonambulismo. Posição Oclusal Cêntrica Espaço de inoclusão fisiológico desaparece; Posição de deslizamento em oclusão, regida por interferências cuspídicas; O reflexo que determina esta posição se origina nas estruturas dentárias; Posição postural mandibular oclusal ideal: Máximo de contato oclusal e mínimo de pressão ou tensão nas raízes e na articulação temporomandibular; Homeostase oclusal: relação ideal entre osso, dente e músculo ; Mordidas abertas possuem maior amplitude do que quando se muda de posição oclusal para frente, para trás ou lateralmente. Homeostase oclusal Forças que atuam contra os dentes Os dentes estão posicionados entre a língua e os músculos da bochecha, sendo uma posição agradável quando há um equilíbrio entre dois grupos; Interposição da língua, sucção digital ou uso de aparelhagem ortodôntica provocam deformação do processo alveolar e perturbam o equilíbrio do sistema. Interações entre cefaléias e disfunção temporomandibular: uma revisão de literatura Introdução: DTM x Cefaléia As Disfunções temporomandibulares (DTM) são as condições mais comuns de dores crônicas orofaciais, de causa não dentaria. Cefaléia são uma das queixas mais comuns da população em geral e está entre as dez condições sintomáticas mais comuns apresentadas as clinicas médicas. Dados Revisão de literatura Base dados: PubMed Anos: 1982 até 2008 Cefaléia sem DTM: 15,2% população geral Cefaléia com DTM: 27,4% população geral As mulher são mais vulneráveis quanto ao grau de prevalência e a severidade da dor. Discussão Correlação significativa entre sensibilidade muscular e sensibilidade dolorosa articular. Maior incidência entre por volta dos 30 a 40 anos. Cefaléia duas vezes mais prevalentes em pessoas com DTM. Não há evidencias que a DTM seja causa direta causadora da cefaléia. Discussão Nervo trigêmeo. Alterações sistema nervoso central. Presença de DTM interfere no SNC inibitório favorecendo a atividade nos canais centrais de dor. Conclusão Relação estreita entre DTM e cefaléia. Nervo trigêmeo responsável pela sensibilidade orofacial. Interação pouco esclarecida Papel importante do cirurgião-dentista no diagnostico e tratamento.
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