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O auto da barca do inferno Resumo e análise da obra Gil Vicente Nasceu em Portugal em 1465 e era responsável por organizar espetáculos para divertir a nobreza durante o reinado de D. Manoel. Fundador da dramaturgia na língua portuguesa. Sua peça mais conhecida é O Auto da Barca do Inferno, encenado pela primeira vez em 1517. Autor de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna Auto da Barca do Inferno Escrita na transição da Idade Média para a Idade Moderna Forte crítica social (ligada a Idade Moderna) e religiosidade (pensamento do homem medieval) Representa o juízo final do ponto de vista católico. É uma sátira mas a o mesmo tempo fortemente moral. Visão maniqueísta do mundo (bem e mal). O cenário da peça é a beira de um rio onde se encontram duas barcas. A do paraíso é comandada por um anjo e a do inferno pelo diabo e um companheiro. Diabo Responsável por levar as almas condenadas ao inferno. É irônico, aparenta conhecer toda a vida de todos que passam pelas barcas e argumenta com todas elas, expondo seus defeitos e pecados e convencendo-as a embarcar no batel infernal Não é mostrado como algoz do ser humano ou responsável por todos os seus erros, mas sim como um juíz. Anjo Condutor da barca do paraíso e das almas que vão para o céu. Também conhece a vida de todos os personagens que tentam embarcar. Mostra a todos os seus feitos, dizendo os pecados e as virtudes que levaram cada um deles a serem condenados ou salvos. Fidalgo Representante da nobreza ociosa da época Primeira alma a aparecer e discutir com o diabo Vem acompanhado de um servo e uma cadeira e usa roupas luxuosas, símbolos de sua riqueza e posição social Não aceita ir para o Inferno com a justifica de que deixou muitas pessoas do outro lado rezando por ele Condenado por sua tirania, egoísmo, luxúria e a vida pecaminosa que viveu. Onzeneiro É um agiota que enriquece com a cobrança de altos juros, o que é considerado pecado pela Igreja. Entra carregando uma enorme bolsa que representa seus lucros terrenos Adoece e morre quando está para recolher o dinheiro que lhe é devido Deseja voltar a vida para buscar seu dinheiro e assim subornar o anjo para poder ir para o paraíso Condenado por explorar o povo em vida. O diabo menciona que ele sempre foi ajudado por Satanás e que agora deve servi-lo Joane, o parvo Representa o povo português que mesmo sendo ignorante e rude possui um bom coração e é temente a Deus Ao ser informado sobre onde a barca do inferno se dirige passa a insultar o diabo Embarca na barca do paraíso pois segundo o anjo seus pecados foram cometidos com inocência. Primeiro personagem a ser salvo Sapateiro Representa os artesãos e mestres do ofício, vem trazendo seu avental e instrumentos de trabalho Em vida roubou e enganou o povo que utilizava seus serviços Argumenta que morreu confessado e comungado, além de ser um assíduo frequentador das missas. Condenado por seus roubos e por enganar o povo Frade Representa o clero corrompido pelos prazeres da carne. Vem acompanhado de uma moça bonita que diz ser sua amante, mostrando a quebra do voto de celibato, dançando e cantarolando. O frade porta espada sendo identificado como guerreiro e não homem de fé. Dá uma aula de esgrima ao diabo Pergunta ao diabo se o hábito que usa não é prova de sua salvação. Condenado por não seguir as leis da Igreja e não ter fé e moral verdadeiras. Alcoviteira Em vida prostituiu mulheres e enganou homens, foi feiticeira e cafetina. Diz trazer consigo a falsa virgindade de 600 moças, feitiços de amor, encantamentos e mentiras. Diz ser mártir, pois suportou açoites e tormentos como ninguém mais e portanto, merece embarcar na barca do paraíso Arranjava maridos para mulheres e inclusive prestava serviços ao clero. Condenada por sua imoralidade, lascívia e falta de escrúpulos Judeu Vem acompanhado de um bode. Na época os judeus eram perseguidos no reino português e o tratamento dado ao personagem reflete essa visão. Nem o diabo quer aceita-lo em sua barca Condenado por não seguir os preceitos da fé cristã. Corregedor e Procurador Representam o poder judiciário corrupto da época como juiz e advogado. O corregedor carrega processos, sentenças e uma vara que simboliza a vara da justiça. Usam latim em suas falas para demonstrar seu grande conhecimento e são respondidos pelo diabo, também em latim, em tom de zombaria Condenados por fazerem uso da justiça para benefício próprio, receberem propinas e pela arrogância Enforcado Leva no pescoço a corda que o enforcou Acredita ser merecedor do paraíso por ter sido condenado em vida e morto Vai para a barca do inferno por seus crimes em vida Cavaleiros Quatro cavaleiros das cruzadas que chegam ao rio trazendo cada um a Cruz de Cristo. Morreram na mão de mouros lutando pela fé cristã e por isso são perdoados e salvos São os únicos personagens a embarcar na barca da glória ao lado de Joane e vão para o céu
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