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Nutrição Materno Infantil apostila

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Curso: Teoria e Prática em Nutrição
NUTRIÇÃO MATERNO INFANTIL
JUSSARA/GO
2015
Sumário
03 INTRODUÇÃO 
A importância da boa alimentação na gestação
04 ALTERAÇÕES FISIOLOGICAS NO ORGANISMO MATERNO
Modificações Gravídicas locais: 
06 PROGRAMAÇÃO METABÓLICA 
06 GANHO DE PESO IDEAL NA GESTAÇÃO
07 PARTICULARIDADES DE CADA GESTAÇÃO
11 NECESSIDADES NUTRICIONAIS GESTACIONAIS
20 GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
21 PROBLEMAS NUTRICIONAIS A GESTANTE
25 GANHO DE PESO E CRESCIMENTO INFANTIL
26 TIPOS DE ALIMENTAÇÃO AO RECEM NASCIDO E INFANTIL
27 ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR PARA CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS
30 BIBLIOGRAFIA 
INTRODUÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO NA GESTAÇÃO
O estado nutricional favorável para receber a gestação é consequência direta da qualidade da alimentação da futura mamãe. Além de prevenir as carências nutricionais, as boas práticas alimentares garantem todos os nutrientes necessários para a perfeita evolução da gestação e do bebê e assegurar as reservas biológicas necessárias ao parto, ao pós-parto e à lactação.
A gestação é um período de intensa atividade orgânica, em que todos os sistemas e órgãos sofrem algum grau de adaptação. Nessa fase também ocorrerá a maior demanda nutricional da vida da mulher, devido à velocidade de multiplicação celular para desenvolvimento de novos órgãos e tecidos do bebê, além de outros componentes estacionais. 
Do ponto de vista nutricional, a gestação pode ser dividida em duas grandes fases. A primeira é conhecida como fase materna e acontece na primeira metade da gravidez, quando o organismo da gestante se prepara para permitir o desenvolvimento do feto. A segunda metade, chamada de fase fetal, é a fase em que as reservas nutricionais maternas são utilizadas para o desenvolvimento do bebê.
O período gestacional é um período singular na fisiologia da mulher, uma fase em que a nutrição cumpre papel determinante na saúde de mãe e filho.
Desde os anos 1980, repetidos estudos na área materno-infantil evidenciam a relação tanto do estado nutricional materno antes da gestação quanto do ganho de peso gestacional com o crescimento fetal e o peso da criança ao nascer. Os efeitos são independentes, mas cumulativos, ou seja, estar acima ou abaixo do peso antes da gravidez não é bom, ganhar muito ou pouco peso durante a gravidez também não é bom. Associar ambos os problemas pode ser ainda pior.
Este é um bom momento para corrigir uma confusão muito comum de conceitos. O ganho de peso recomendado não é o mesmo para todas as mulheres, devendo ser individualizado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional. Dependendo do peso pré gestacional da mulher, não é necessário nem importante ganhar peso no primeiro trimestre gestacional, aliás é muito comum que nessa fase aconteça perda de peso dependendo das manifestações gestacionais, como náuseas, vômitos, inapetência e etc. 
Mulheres que estão acima do peso ideal e já consomem mais calorias que as suas necessidades diárias, o correto é adequar o consumo alimentar, e não acrescentar mais calorias a uma alimentação já inadequada. Este comportamento leva a um agravamento do sobrepeso ou da obesidade com suas repercussões na gravidez e na saúde da criança, devendo ser desencorajado. Não há problemas, muito pelo contrário, em ganhar menos de 10 kg se a mulher apresentar excesso de peso antes da gestação.
ALTERAÇÕES FISIOLOGICAS NO ORGANISMO MATERNO
Um dos aspectos mais fascinantes da fisiologia é o retrato nas modificações pelas quais transcorre o organismo feminino na gestação de maneia a possibilitar a evolução harmoniosa de um novo ser humano. Para tanto é exigida uma serie de fenômenos muito complexos no corpo da mãe, incluindo questões de ordem imunológica, endócrina e anatômica, com o intuito de garantir a acomodação e o desenvolvimento do bebê de modo equilibrado.
O pleno conhecimento dessas alterações é importante por duas razões: a primeira é que vários aspectos da fisiologia da gravidez podem ser interpretados como anormais e culminar em intervenções desnecessárias e muitas vezes, prejudiciais. A segunda é que como o processo reprodutivo exige máximo da capacidade orgânica, pode facilitar ou agravar os processos patológicos latentes ou doenças preexistentes, exigindo do obstetra o pleno conhecimento das inter-relações, para poder diagnosticar como uma possível patologia pode interferir no desenvolvimento da gestação e vice-versa.
Modificações Gravídicas locais: 
UTERO: 
Corpo uterino/ miométrio: As modificações uterinas são notáveis e ocorrem para se adaptar à evolução anatômica do feto e de suas necessidades nutricionais. Assim o volume original desse órgão, que é de cerca de 90cc³, chega no fim da gestação com um volume de 5L. Da mesma maneira, partindo do seu peso basal de aproximadamente 70g, exibe ao fim da gestação 1kg.
O aumento do volume do útero provavelmente é mediado pela ação estrogênica, que se da por intermédio da hiperplasia, da hipertrofia e conseqüente estiramento das fibras musculares da parede uterina. O aumento de massa muscular uterina é mais evidente no corpo e no istmo já que o colo do útero é pobre em fibras musculares e rico em colágeno.
CORPO UTERINO / ENDOMETRIO:
O endométrio exibe características basicamente pautadas pela ação progestacional ou seja, pelo padrão hipersecretor, com extensa vascularização citoplasmática, distensão das glândulas de modo a suprir as necessidades iniciais do ovo implantado,
COLO UTERINO: 
 O colo uterino é constituído fundamentalmente por tecido conjuntivo (colágeno) e por poucas fibras musculares. As modificações estruturais resultam em consistência amolecida, típica da gravidez ( sinal de Goodell). Durante a gestação permanece longo e fechado ( impérvio) e posteriorizado. Com a instalação do parto, ocorrem mudanças estruturais notáveis, resultando em progressiva anteriorização, afilamento (esvaecimento) e dilatação e tornando possível sua incorporação no canal de parto quando completamente dilatado ( 10cm).
OVÁRIOS: 
Exibem o aumento do volume em decorrencia da vascularização. Em geral, na inspeção durante a cesaria, é identificada em um dos ovários presença de área hiperemica e sobre-levada na superfície ovariana correspondente ao corpo lúteo.
TUBAS UTERINAS:
As tubas ficam de coloração mais violáceas, e as fimbrias, edemaciadas e congestas.
VAGINA E VULVA:
As paredes vaginais aumentam sua espessura, preparando-se apara o momento de distensão do parto. O aumento de vascularização e transdução provoca maior produção de conteúdo vaginal, levando a desagradável sensação de umidade.
MAMAS:
Mesmo com poucas semana de gestação a gestante já nota hipersensibilidade mamária. Na dependência do estímulo hormonal, a mama cresce, sendo verificada hipertrofia das áreas glandulares. Esse preparo demanda aumento da vascularização, entretanto a drenagem venosa superficial pode ser vista sob a pele formando a rede venosa de Haller. Os mamilos aumentam de volume e altera a sua pigmentação tornando-se mais erétil. Da mesma forma ocorre com a aréola dando origem a papilas saliente ao redor dos mamilos (tubérculos de Montgomery). A partir das 20ª semana podemos notar uma secreção mamari serosa, incolor que recebe o nome de colostro.
ALTERAÇÕES GERAIS: 
Pele: em vista da maior perfusão superficial da pele verifica-se o notável crescimento de pelos ( lanugem), em virtude do progressivo crescimento do útero pode-se evidenciar a ruptura das fibras colagenas dando origem as estrias gravídicas. O sistema musculoequeletico a medida que útero cresce torna-se necessário uma nova ordenação do equilíbrio dando origem a marcha asnseria. O sistema urinário dá se ao aumento da volemia associado a diminuição da função renal e compressão da bexiga. Sistema endócrino exibe o aumento da hipertrofia do lobo anterior decorrendo do aumento das células seretoras de prolactina hormônio essencial na lactação. 
PROGRAMAÇÃO METABÓLICA
Não é novidade a importância da alimentaçãopara a saúde humana, mas a grande descoberta dos últimos tempos é a influência da alimentação materna no período gestacional sobre a saúde dos indivíduos até a vida adulta.
Ao contrário do que muitos acreditavam, não apenas a desnutrição ou restrições alimentares durante a gestação podem afetar a saúde do indivíduo. O ganho excessivo de peso durante a gestação também pode ser prejudicial, e muito, para a saúde do bebê e, posteriormente, da criança anos mais tarde.
Estudos epidemiológicos têm observado que a saúde do adulto pode ser um reflexo das práticas alimentares às quais ele foi exposto durante sua vida intrauterina. Ao desenvolvimento embrionário das vias metabólicas e hormonais, influenciados pela alimentação materna, dá-se o nome de programação metabólica.
O processo de programação metabólica sugere que o estado nutricional materno e a alimentação durante a gestação exercem efeitos decisivos sobre o metabolismo, composição corporal e sobre a fisiologia do bebê. Para sempre.
A má alimentação, o ganho excessivo de peso materno ou fetal, complicações gestacionais, exposição a algumas substâncias e outras práticas pouco adequadas durante a gestação são capazes de interferir no desenvolvimento do bebê, aumentando a predisposição a algumas doenças na fase adulta, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, dislipidemias, entre outras. 
O ganho excessivo de peso do bebê na fase intrauterina está associado a um risco maior de sobrepeso e obesidade na vida adulta, bem como suas complicações; porém o inverso também é prejudicial. Este parece ser um dos componentes importante para que um indivíduo tenha tendência a engordar ou emagrecer.
Porém, mesmo que a criança seja exposta a um ambiente intrauterino desfavorável, é possível que nenhuma consequência se manifeste, mas isso dependerá dos hábitos adquiridos na primeira infância, outro período crucial do desenvolvimento humano. A prática do aleitamento materno pode prevenir o desenvolvimento de algumas doenças, pois além de nutrir adequadamente o bebê, o leite materno confere papel protetor contra algumas doenças na infância e na vida adulta, entre elas a obesidade, porém seus efeitos positivos estão intimamente ligados ao tempo do aleitamento e, portanto, é fundamental garantir o mínimo de 6 meses de leite materno exclusivamente aos bebês.
Dessa forma, uma boa alimentação neste período tem impacto em toda a vida dos filhos. Alimentar-se de forma consciente e responsável é um dos primeiros atos de amor que uma mãe pode dedicar ao seu filho. 
GANHO DE PESO IDEAL NA GESTAÇÃO
Antes de qualquer coisa, ponha na sua cabeça que não tem jeito, você vai engordar, o que é perfeitamente natural e esperado. O ganho de peso é necessário porque seu corpo está crescendo e mudando, para proporcionar as melhores condições para um desenvolvimento saudável do bebê.  Veja, em média, para onde vão os quilos extras: 
Ao nascer, o bebê vai pesar em torno de 3,3 kg.
Ao longo da gravidez, a camada muscular do seu útero cresce bastante, e passa a pesar 900 g a mais.
A placenta, que nutre o bebê, pesa 700 g ao final da gravidez.
Seus seios aumentam de tamanho e pesam 400 g a mais.
O volume de sangue que circula no seu corpo cresce, e todo o sangue extra pesa 1,2 kg.
Você acumula líquido no organismo, além do líquido amniótico que envolve o bebê, num total em média de 2 kg.
Além disso, você acumula gordura no corpo durante a gravidez para garantir um estoque extra de energia para a fase da amamentação. Esse total é de cerca de 4 kg.
Portanto, ao final da gravidez, por essa média, você estaria pesando 12,5 kg a mais do que pesava antes de engravidar. É claro que as coisas não funcionam bem assim, já que ninguém é uma média.  Existem grandes variações, porque o ganho de peso da gravidez está intimamente ligado ao que se chama de Índice de Massa Corporal, ou IMC, de antes de engravidar . É importante saber seu IMC de antes da gravidez porque, quanto maior o IMC inicial, menos a mulher deve engordar na gestação.
PARTICULARIDADES DE CADA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO ÚNICA
É indiscutível que as demandas energéticas, e por consequência alimentares, são maiores durante a gravidez, o que não significa que a alimentação deva ser hipercalórica. Nem todas as refeições precisam ser especiais ou diferentes; na maioria das vezes, é mais importante priorizar a qualidade dos alimentos e não apenas o sabor. A gravidez não é o momento para comer o que se quer ou satisfazer todos os desejos de futura mamãe. Além da qualidade, é importante conhecer a quantidade necessária para cada gestante. E, que fique claro, não é preciso nem saudável comer por dois!
As alterações fisiológicas da gestação resultam no aumento da taxa de metabolismo basal da mulher, podendo representar um acréscimo de até 20% ao seu gasto energético total. Cerca de 60% desse aumento ocorre no terceiro trimestre gestacional, quando o gasto calórico para formação dos tecidos fetais é maior. Isso significa dizer que o aumento da ingestão calórica é mais importante no segundo e terceiro trimestre, quando as necessidades calóricas são efetivamente maiores. No primeiro trimestre não há ganho significativo de peso dos compartimentos gestacionais (útero, placenta, sangue e etc) nem do bebê, portanto o controle alimentar deve ser mais rigoroso até a 12a. semana gestacional.
A glicose é a única fonte de energia utilizada pelo feto, e esta é a ele transferida através da placenta. Ao contrário de nós, que temos a capacidade de utilizar gorduras, em alguns casos, e até proteínas como fontes de energia, o feto se utiliza apenas de glicose. Por essa razão, é muito importante que a gestante adquira o hábito de realizar refeições a cada 3 horas, de modo a evitar oscilações dos níveis sanguíneos de glicose. Inúmeras transformações ocorrem no metabolismo feminino durante a gestação, e essas mudanças promovem o aumento do estoque de aproximadamente 3 kg de gordura, especialmente entre a 10a e a 30a semana gestacional. Além do depósito de tecido adiposo no organismo materno, há também um acúmulo de proteínas e, na segunda metade da gestação, esse depósito passa a ocorrer também no organismo do bebê.
O ganho de peso gestacional, quando adquirido de forma lenta e esperada para cada trimestre, é saudável. O peso adquirido ao longo das 40 semanas não é proveniente apenas do bebê, mas também de outros compartimentos específicos da gestação. O peso desses compartimentos, que juntos justificam o ganho de peso materno, estão listados no quadro a seguir:
	Distribuição de ganho de peso materno durante a gestação
	Bebê
Placenta e cordão umbilical
Útero
Líquido amniótico
Reserva materna de nutrientes
Tecido mamário
	2,5 a 4 kg
0,5 kg
0,7 kg
0,6 kg
3,0 kg
0,4 kg
Adaptado de Fagen, 2002.
GESTAÇÃO DE GÊMEOS
A abordagem nutricional adequada é fundamental durante a gestação, porém o cuidado deve ser ainda maior quando a gestação é de múltiplos bebês. Uma vez que esse tipo de gravidez oferece uma série de desafios, tanto para as mães quanto para os profissionais de saúde, o número de pesquisas na área e o interesse por recomendações nutricionais específicas para o período têm aumentado significativamente.
Nos Estados Unidos, houve um aumento de 30% no número de gestações gemelares, decorrentes principalmente das práticas de reprodução assistida. No Brasil, esses números também aumentaram. A quantidade de gestações de múltiplos passou de 38.465 em 1996 para 53.260 em 2004.
As gestações de gemelares são divididas em três períodos gestacionais, diferente das gestações únicas, em que a divisão se dá por trimestres. São eles:
•atéa 20a semana; da 20a à 28a semana; da 28a semana em diante.
Durante a gestação de gêmeos o volume sanguíneo materno aumenta cerca de 50% a 60% contra 40% a 50% nas gestações únicas. Esse aumento promove a diminuição dos níveis de hemoglobina, glicose, albumina, proteínas e algumas vitaminas. Ocorre também um aumento da produção de todos os hormônios envolvidos na gestação,como progesterona e lactogênio placentário, por exemplo. A produção aumentada desses hormônios pode afetar o metabolismo da glicose, aumentando o risco de diabetes gestacional.
Algumas complicações são mais frequentes em gestações de múltiplos e, portanto, requerem acompanhamento multiprofissional contínuo.
Dentre as múltiplas complicações, a mais frequente é o parto pré-termo, ou seja, antes da 37a semana gestacional. Além disso, a chance dos bebês nascerem abaixo do peso ideal também é maior quando comparada com a de bebês de gestações únicas.
Nas gestações únicas, o peso médio dos bebês é de 3.332 g, e a média da idade gestacional no momento do parto é de 38,8 semanas. Já nas gestações de gêmeos, o peso médio dos bebês é de 2.347 g, e a idade gestacional é de 35,3 semanas.
Para as gestações de gêmeos, recomenda-se uma ingestão dietética adicional, mas esse acréscimo dependerá do estado nutricional prévio à gestação, ou seja, será necessário avaliar individualmente cada gestante e determinar um necessidade calórico-proteica total diária baseada no peso antes da gestação e na ingestão alimentar de cada mulher.
O estado nutricional da gestante interfere diretamente na evolução da gravidez, no desenvolvimento dos fetos e nos seus pesos ao nascerem. A alimentação apresenta um papel reconhecidamente relevante na evolução da gestação de múltiplos devido ao intenso processo de formação de órgãos e tecidos e dos ajustes fisiológicos da gestante em um curto espaço de tempo e, portanto, deve ser completo e adequado para suprir as necessidades materno-fetais durante todo esse processo.
A partir de um modelo nutricional utilizado por diferentes pesquisadores sugere-se a implementação de uma dieta de aproximadamente 3.000 kcal distribuídas em seis refeições por dia, no mínimo. Recomenda- se também a suplementação de vitaminas e minerais por meio de polivitamínicos específicos para a gestação.
GESTAÇÃO DE TRÊS OU MAIS BEBÊS
As gestações múltiplas têm uma incidência relativamente baixa na população que engravida por vias naturais. As estatísticas demonstram um caso em cada 80 nascimentos no caso de gestação dupla, uma em 6.400 no caso de trigêmeos e uma em 512.000 nos casos de quadrigêmeos. Entretanto, esta frequência aumentou nos primeiros 20 anos após a chegada do primeiro bebê de fertilização in vitro, realizado em Bristol, na Inglaterra. Louise Brown nasceu em 25 de Julho de 1978. Observou- -se neste período um grande aumento das gestações múltiplas, em decorrência do exagero do número de embriões transferidos para o útero após a fertilização.
Esta era passou, pois nos últimos anos, com o avanço das técnicas dos tratamentos e a imposição de algumas regras éticas do Conselho Federal de Medicina (CFM), os resultados tornaram-se melhores mesmo com a diminuição do número dos embriões colocados no útero. Esta imposição define um número máximo de embriões a serem transferidos baseados na idade da mulher. Assim mesmo, existem casos isolados de trigêmeos em decorrência de alguns excessos pela individualização dos tratamentos, não sempre por culpa do médico, mas pela exigência de algumas condições de cada paciente, como a idade ou número de fracassos em tratamentos anteriores.
As necessidades nutricionais para mulheres grávidas de três ou mais bebês são maiores, já que ocorre um rápido escoamento de nutrientes acompanhado de uma acelerada diminuição das reservas nutricionais maternas. O número de bebês é um dos fatores mais importantes para definir os objetivos do plano alimentar da gestante de múltiplos.
O peso pré-gestacional da mulher é outro fator que merece atenção especial. Mulheres que pretendem passar por tratamentos de fertilização ou com histórico de gêmeos na família materna devem se preocupar com seu estado nutricional e procurar atingir seu peso ideal antes mesmo de engravidar.
A gestação de múltiplos implica não apenas no aumento do consumo de proteínas e calorias, mas também de vitaminas e minerais. Gestantes de múltiplos não devem seguir o mesmo esquema alimentar que gestantes
de bebês únicos. O ganho de peso adequado está associado ao bom prognóstico da gestação, e o cuidado com a alimentação é o fator mais importante para que esse objetivo seja alcançado.
Até o momento, não foram estabelecidas metas de ganho de peso total para gestante de triplos ou mais bebês, e as referências para ganho de peso de gêmeos também são provisórias. Por essa razão, é fundamental que as gestantes de dois ou mais bebês sejam avaliadas por um especialista que determine suas necessidades nutricionais, bem como seu ganho de peso ideal, para que o suporte diário seja adequado e suficiente.
Faixa de ganho de peso total para gestantes de acordo com a classificação do IMC pré-gestacional e número de bebês:  
	Gestão
	Baixo Peso
	Peso Adequado
	Sobrepeso
	Obesidade
	Idade gestacional (semanas)
	Única
	12,1 – 18,1 kg
	11,3 – 15,8 kg
	6,8 – 11,3 kg
	4,9 – 9 kg
	38-41
	Dupla
	ND*
	16,7 – 24,4 kg
	14,0 – 22,6 kg
	11,3 – 19 kg
	36-38
	Tripla
	ND*
	22,6 – 27,2 kg
	ND*
	ND*
	32-36
ND*: Não determinado até o momento (2012).
Fonte 1: IOM, 2009 
www.iom.edu/pregnancyweightgain.
Fonte 2: Triplet pregnancies and their consequences, 2002.
Estudos têm mostrado que a adequação do peso e até mesmo o ganho de peso, em alguns casos, no período pré-concepcional pode favorecer as gestações múltiplas por duas razões:
1- as gestações triplas são, em média, significativamente mais curtas que as únicas, pois o parto geralmente ocorre antes do período de aumento no peso fetal;
2- o aumento do peso na fase inicial da gestação pode favorecer o desenvolvimento estrutural e funcional da placenta, contribuindo com o crescimento do feto através da transferência mais efetiva de nutrientes.
Por essas razões, o ganho de peso durante a gestação de múltiplos deve ser cuidadosamente monitorado, pois tanto o ganho insuficiente quanto o ganho excessivo interferirão na saúde da mãe e dos bebês.
Contudo, é importante ressaltar que a gestante que ganha peso a partir de uma dieta equilibrada e desenvolvida de acordo com as suas necessidades jamais se tornará obesa. O ganho de peso durante a gestação é inevitável, e a dieta consumida deve ser capaz de fornecer a quantidade suficiente de calorias e nutrientes para esse período, porém, até hoje, não existem recomendações nutricionais científicas específicas para gestações de múltiplos. De acordo com nossas experiências e algumas pesquisas realizadas até o momento, recomendamos que as gestantes de dois ou mais bebês consumam o equivalente a 50% a mais sobre as recomendações diárias para gestantes de únicos.
Para isso, basta seguir um plano alimentar desenvolvido para cada necessidade, elaborado por um especialista, e realizar avaliações periodicamente para monitoramento da ingestão e ganho de peso total.
NECESSIDADES NUTRICIONAIS GESTACIONAIS
NECESSIDADES ENERGÉTICAS
A mulher adulta, saudável e não grávida necessita consumir entre 25 e 30 kcal/kg de peso corporal por dia para suprir suas necessidades diárias e manter seu peso.
Durante a gestação única, são consumidas aproximadamente 80.000 kcal na formação do bebê e dos mecanismos de adaptação do organismo materno, o que representa um acréscimo entre 300 e 400 kcal/dia. A necessidade calórica total gira em torno de 35 a 40 kcal/kg/dia durante o período gestacional, geralmente acrescidos no início do segundo trimestre (após a 12a semana). Não é necessário aumentar a ingestão calórica 
no primeiro trimestre de gravidez.
Já na gestação de múltiplos. essa necessidade é maior. Esse aumento pode representar uma média de 35.000 kcal a mais até o final da gestação, ou seja, um acréscimo de cerca de 400 a 550 kcal/dia, e esse valor vai depender do peso da mulher prévio à gestação e do número de bebês gerados.
Pelo fato de o Brasil possuir poucas pesquisas para determinação de padrões nutricionais ideais para gestantes, serão aqui utilizados os padrões americanos do IOM – Institute of Medicine. Além de serem utilizadosno mundo inteiro, são também os mais atualizados e aqueles que têm como base os hábitos alimentares ocidentais. Vale frisar que o padrão nutricional do brasileiro, com a mudança do perfil econômico do País, vem se tornando cada vez mais próximo do padrão americano. Infelizmente.
NECESSIDADES DE CARBOIDRATOS
Os carboidratos são a primeira fonte de energia para adultos e a mais importante fonte de energia para o bebê durante a gestação.  O consumo adequado de carboidratos durante a gestação previne episódios de hipoglicemia, ou queda súbita de glicose sanguínea. O jejum prolongado na gestação pode levar ao aumento de uma substância chamada prostaglandina, e esta parece estar associada a um aumento do 
risco de parto prematuro.
Além disso, dependendo das fontes de carboidratos disponíveis na alimentação, eles fornecem boas doses de nutrientes e fibras, presentes principalmente nos carboidratos complexos. 
Os carboidratos complexos, ou integrais, são ricos em fibras e favorecem a absorção de água no intestino contribuindo com o bom funintestinal. A obstipação é um problema muito frequente e incômodo para gestantes. Carboidratos simples, ou refinados, são pobres em nutrientes e fibras, ricos em calorias pouco aproveitáveis durante a gestação e podem contribuir com quadros de obstipação intestinal na gestação.
Dada a oportunidade, privilegie sempre o consumo de carboidratos integrais. Massas, pães, bolos, arroz, pizzas, torradas, biscoitos, pratos em restaurante e até salgados em lanchonetes podem ser facilmente encontrados hoje em dia na versão integral. Em outros países a oferta e variedade desses produtos é ainda maior, ou seja, as opções, cada vez mais variadas e saborosas, continuarão a aumentar.
NECESSIDADES PROTEICAS
As proteínas representam um dos macronutrientes mais importantes durante o período gestacional. Elas são formadas por aminoácidos, também conhecidos como peptídeos, que representam a menor unidade na constituição de uma proteína. As proteínas são responsáveis pela formação de órgãos, tecidos, sangue, ossos, células nervosas e outras estruturas.
Os aminoácidos participam também da síntese de enzimas, hormônios e anticorpos, importantes para todos os processos vitais do organismo.
Durante a gestação, as proteínas são importantes para a formação da placenta, para o aumento das mamas, dos tecidos uterinos, do volume sanguíneo e, obviamente, para a formação do bebê. Cerca de 1.000 gramas de proteína são sintetizadas para a formação de cada bebê e de compartimentos gestacionais (500 g são depositadas no feto, 60 g na placenta e 440 g no corpo da gestante).
Uma mulher adulta e saudável, quando não grávida, necessita diariamente de 0,8g a 1,0 g de proteína por quilo de peso. As recomendações dietéticas variam muito entre os estudos encontrados e ainda não existe um consenso, porém, a maioria dos autores sugere uma ingestão proteica de 1,2 g/kg/dia (72 g para uma mulher de 60 kg grávida de um bebê) até 2,2 g/kg/dia, em casos de gestações múltiplas (132 g de proteína/dia para o mesmo exemplo, porém, à espera de gêmeos).
NECESSIDADES DE GORDURAS
As gorduras, ou lipídeos, são nutrientes essenciais responsáveis por inúmeras funções na gestação, como transporte de vitaminas lipossolúveis, produção de hormônios maternos, fornecimento de energia e formação do sistema nervoso e ocular do bebê.
Alguns compostos importantes dos lipídeos, também conhecidos como ácidos graxos, são fundamentais durante todo o período gestacional e, por não serem sintetizados pelo organismo, devem ser obtidos através da alimentação.
A ingestão adequada de ácidos graxos, especialmente ômega 3, pode trazer inúmeros benefícios para mãe e bebê. O consumo regular dessas gorduras pode prevenir a incidência de parto prematuro, reduzir o risco de pré-eclampsia (aumento súbito da pressão arterial durante a gestação) e favorecer o perfeito desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
NECESSIDADE DE FERRO
O ferro é um mineral necessário para o desenvolvimento placentário e fetal e para garantir a formação da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos maternos. O aumento da concentração dessas células é importante para o transporte adequado de oxigênio para o feto (via placenta) durante toda a gestação, transporte este realizado pela hemoglobina.
O ferro é um mineral necessário para o desenvolvimento placentário e fetal e para garantir a formação da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos maternos. O aumento da concentração dessas células é importante para o transporte adequado de oxigênio para o feto (via placenta) durante toda a gestação, transporte este realizado pela hemoglobina.
NECESSIDADES DE OUTROS MICRONUTRIENTES
Além do ferro, outros minerais como cálcio, magnésio, zinco, selênio, folato, iodo, entre outros, têm sua demanda aumentada durante a gravidez. Sendo assim, a necessidade de adequar o consumo alimentar também é maior. O cálcio, por exemplo, é necessário para o desenvolvimento do esqueleto do feto e para a manutenção das reservas maternas, já que nos casos de deficiência nutricional o cálcio é retirado dos ossos maternos, privilegiando a formação do bebê.
Embora não seja necessário suplementar estas substâncias em mulheres bem nutridas, sua reposição parece trazer bons resultados fetais (redução do número de bebês com baixo peso) em mulheres subnutridas. Portanto, para a escolha de quem deve ou não receber suplementação, faz-se necessário o diagnóstico nutricional da gestante e a adequação da dieta, primeiramente.
O requerimento exato de vitaminas e minerais para gestantes de múltiplos não foi estabelecido até o momento, porém, o profissional responsável deve avaliar a ingestão dietética de cada gestante com o objetivo de determinar as necessidades diárias e uma possível suplementação multivitamínica.
	Minerais: necessidades e funções biológicas na gravidez
	Minerais
	Necessidade diária
	Funções biológicas
	 
	NG*
	G**
	L***
	 
	Cálcio (mg)
	800
	1.200
	1.200
	Metabolismo ósseo; integridade funcional de músculos e nervos; coagulação sanguínea
	Iodo (micro)
	150
	175
	200
	Síntese de hormônios
tireoidianos
	Ferro (mg)
	3
	4
	3
	Síntese de hemoglobina e mioglobina; oxidação e redução de enzimas; citocromos
	Zinco (mg)
	15
	20
	25
	Integra enzimas diversas; síntese de RNA e DNA
	Magnésio (mg)
	300
	450
	450
	Transmissão neuroquímica e Transmissão neuroquímica e excitabilidade muscular; cofator de enzimas de fosfato em reações que utilizam ATPexcitabilidade muscular; cofator de enzimas de fosfato em reações que utilizam ATP
*NG: Não grávida **G: Grávida ***L: lactante
NECESSIDADES DE VITAMINAS
Quando a dieta da gestante é equilibrada e a gestação transcorre sem anormalidades, não há razão para grandes alterações dietéticas. Além disso, é parte do protocolo obstétrico a suplementação vitamínica para assegurar o aporte adequado no momento em que as necessidades de todos os nutrientes está aumentada.
O consumo de ácido fólico duplica na gestante, porém sua deficiência é pouco comum, devido à sua abundância em inúmeros alimentos. Ainda assim, mesmo em pacientes com ingestão adequada, recomenda- se a suplementação de 400 a 800 mcg de ácido fólico desde ao menos 30 dias antes da concepção programada até a 12a semana de gestação, com o objetivo de reduzir os defeitos de fechamento do tubo neural.  A necessidade de vitamina D também aumenta muito na gravidez, variando entre 400 a 800 UI. O consumo deve ser estimulado através do aumento via alimentação. Como o metabolismo de vitamina D depende da exposição solar, recomenda-se que gestantes se exponham ao sol da manhã por, no mínimo, 15 minutos diários (antes das 10h ou após as 16h). Caso a avaliação nutricional não seja realizada, é prudente suplementar. Convém dizer que o excesso de vitamina D é prejudicial para o binômio mãe-filho por aumentar a concentração sanguínea de cálcio.
A deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública em países subdesenvolvidos, mas também pode estar presenteem países com renda.
Caso o consumo de vitamina A via alimentação durante a gravidez garanta a necessidade diária, o que não é difícil, não é necessário suplementar, pois o consumo excessivo de vitamina A é facilmente estocado, podendo ser prejudicial ao bebê.
	Vitaminas: necessidades e funções biológicas na gravidez
	Minerais
	Necessidade diária
	Funções biológicas
	 
	NG*
	G**
	L***
	 
	B1
tiamina (mg)
	1
	1,4
	1,4
	Coenzima no metabolismo dos carboidratos; moduladora da transmissão neuromuscular
	B2 riboflavina (mg)
	1,2
	1,5
	1,7
	Coenzima na respiração e oxidação tecidual e no metabolismo proteico energético
	B3 niacina (mg)
	13
	15
	18
	Composição das coenzimas NAD e NADP; participa na respiração tecidual
	B6 piridoxina (mg)
	2
	4,5
	*
	Coenzima em reações de transformação dos aminoácidos
	B9 ácido
fólico (micro)
	400
	800
	500
	Cofator na síntese de DNA - metabolismo das purinas
	B12 cobalamina (micro)
	3
	4
	4
	Cofator na síntese de DNA
	Vitaminas: necessidades e funções biológicas na gravidez
	Minerais
	Necessidade diária
	Funções biológicas
	 
	NG*
	G**
	L***
	 
	Vitamina C (mg)
	60
	80
	100
	Síntese de colágeno e de esteroides; reações de oxidação
	Vitamina A (retinol eq.)
	800
	1.000
	1.200
	Acomodação visual no escuro; crescimento ósseo; reprodução; desenvolvimento fetal
	Vitamina D (micro)
	5
	10
	10
	Metabolismo do cálcio
	Vitamina E (tocoferol eq)
	8
	10
	10
	Antioxidante
	Vitamina K
	400
	800
	500
	Cofator na síntese de DNA - metabolismo das purinas
	B12 cobalamina (micro)
	Produzida pela flora
intestinal
	Síntese de fatores da coagulação
*NG: Não grávida **G: Grávida ***L: lactante
	Palavra do IPGO
	A melhor forma de adquirir todos os nutrientes necessários para uma gestação tranquila e saudável é através de uma alimentação rica e variada. Os alimentos mais indicados para o período gestacional estão apresentados na tabela a seguir, bem como suas principais características nutricionais.
	Alimentos importantes para a gestante
	Grupo
	Alimento
	Características nutricionais
	Frutas
	Abacate
	Contém ácido fólico, que previne a malformação do feto e afasta o risco de abortos e partos prematuros.
	
	Acerola e abacaxi
	Ricas em vitamina C, que facilita a absorção do ferro pelo organismo, mineral
fundamental para a formação das células sanguíneas do bebê.
	Alimentos importantes para a gestante
	Grupo
	Alimento
	Características nutricionais
	Frutas
	Banana
	Fruta rica em carboidratos e potássio.
Possui ainda vitaminas A, C e do complexo B, cálcio, zinco, fósforo, sódio e uma pequena quantidade de ferro.
	 
	Caqui
	Fonte de vitaminas A, C e do complexo B, sódio, potássio e fibras. Possui também fósforo, magnésio, cálcio e ferro.
	 
	Laranja, mexerica e 
maracujá
	Frutas ricas em fibras e vitamina C. Fonte de ácido fólico, vitaminas A e B, cálcio, ferro, potássio, sódio, fósforo e magnésio.
	 
	Maçã
	Fonte de carboidratos, vitaminas A, C e do complexo B, fósforo, sódio, potássio e cálcio.
	 
	Mamão
	Fruta fonte de fibras, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, vitaminas A, C e do complexo B.
	 
	Melão e melancia
	Frutas ricas em vitaminas A, C e do complexo B, cálcio, fósforo, potássio e sódio.
	 
	Pera
	Fruta fonte de fibra e potássio e, em menor quantidade, cálcio, fósforo, sódio, ferro, vitaminas C e do complexo B.
	 
	Uva
	Fonte de fibras e outros carboidratos. Fruta rica em vitaminas A, C e do complexo B, sódio, potássio, cálcio, fósforo e uma pequena quantidade de ferro.
	 
	Agrião e rúcula
	Verduras ricas em vitaminas C, A e do complexo B, iodo, cálcio, fósforo, ferro, sódio e fibras.
	 
	Abobrinha
	Fonte de minerais como fósforo, cálcio e ferro, além de pequenas quantidades de vitamina A e do complexo B.
	Alimentos importantes para a gestante
	Grupo
	Alimento
	Características nutricionais
	 
	Brócolis
	Possui boas doses de ferro, fósforo, cálcio, vitaminas A, C e do complexo B.
	 
	Couve-flor
	Fonte de vitaminas A, C e do complexo B, cálcio, fósforo e ferro.
	 
	Abóbora, cenoura
	Fontes de vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo.
	 
	Espinafre, couve 
escarola
	Fonte de ferro, fósforo, magnésio, vitaminas A, C e do complexo B.
	 
	Tomate e pimentões amarelo e vermelho
	Fonte de vitaminas A (carotenos), licopenos e C.
	Tubérculos
	Batatas em geral, batata-doce, mandioquinha, cará e mandioca
	Grupo de alimentos rico em carboidratos. Fontes de vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo, ferro e potássio.
	Leite e derivados
	Iogurte
	Alimento de fácil digestão, que auxilia na manutenção do sistema imunológico.
	 
	Leite
	Fonte de cálcio, magnésio, fósforo, riboflavina,
vitaminas B12 e D e zinco.
	 
	Queijos
	Proteína de alto valor para o organismo; Alimento fonte de cálcio, iodo, magnésio, fósforo, potássio, vitaminas A, B12 e D e riboflavina.
	Proteínas animais e 
vegetais
	Tofu
	Alimento fonte de proteínas, cálcio, fósforo e vitamina A.
	 
	Proteína texturizada de soja
	Proteína de alto valor. Fonte de cálcio, ferro e vitaminas A e D.
	 
	Feijões, ervilhas, lentilha, grão-de-bico
	Fonte de cálcio, ferro e vitaminas A, B12 e D.Grupo de alimentos rico em proteínas, ferro, fósforo, cálcio, fibras e vitaminas do complexo B.
	Alimentos importantes para a gestante
	Grupo
	Alimento
	Características nutricionais
	Proteínas animais e vegetais
	Ovos
	Proteína de alto valor. Fonte de biotina, cromo, fósforo, vitaminas A, B6 e D e zinco.
	 
	Pescados
	Proteína de alto valor. Fonte de zinco, cálcio, niacina, ômega-3, riboflavina e vitaminas A e B12.
	 
	Frutos do mar
	Proteína de alto valor, pobre em gordura. Fonte de cálcio, cobre, iodo, manganês e vitamina D.
	 
	Carnes e aves
	Grupo de alimentos fonte de proteínas de alto valor biológico. Excelente fonte de vitaminas do complexo B, ferro, fósforo, cálcio e sódio.
	 
	Cevada, pão preto, aveia
	Fonte de ferro, magnésio, manganês, selênio e zinco.
	Grãos e cereais
	Gérmen de trigo
	Proteínas; fibras; baixo teor de gordura. Fonte de ácido fólico, magnésio, fósforo, tiamina, vitamina E e zinco.
	Oleaginosas
	Castanhas, nozes e amêndoas
	Gorduras, especialmente mega 3, proteínas e fibras. Fonte de biotina, cobre, magnésio, manganês, piridoxina e zinco.
Para elucidar de forma prática todas essas recomendações, apresentamos o quadro a seguir dividido por grupos alimentares e o número ideal de porções recomendadas para cada tipo de gestação.
É importante lembrar que o tamanho das porções de cada alimento depende do peso e do estado nutricional de cada mulher. Não existe um tamanho padrão! Mulheres de 50 kg não têm a mesma necessidade de mulheres de 70 kg. Para determinação das necessidades nutricionais diárias, bem como volume das porções é necessário uma avaliação nutricional individualizada de cada  gestante, para que seja determinada a quantidade correta de cada alimento.
	Porções de alimentos recomendadas para cada tipo de gestação
	Grupo
	NG
	Grávidas
	Leite e derivados
	3
	Único
	Gêmeos
	Triplos
	
	
	4
	5-6
	6-8
	Legumes
	2
	2-3
	3-4
	4-5
	Hortalíças
	2
	2-3
	3-4
	4-5
	Frutas
	3
	3-4
	4-6
	5-7
	Carboidratos (cereais, massas e
tubérculos)
	7
	8
	8-9
	9-10
	Carnes, peixes, ovos e aves
	2
	2,5 -3
	3-4
	4
	Gorduras e Oleaginosas
	4
	4-5
	6
	4
GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
Diante da epidemia mundial de obesidade, vem sendo observado um aumento da prevalência da obesidade também em mulheres em idade reprodutiva e um aumento do ganho de peso na gestação. Nos EUA, dados do NHANES 2003-2004 mostram que 28,9% das mulheres em idade fértil (20 a 39 anos) têm Índice de Massa Corpórea (IMC) > 30 kg/m2. No Brasil, entre as mulheres, dados do VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) fornecidospelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram presença deexcesso de peso (IMC > 25 kg/m2) em 24,9%, 36% e 45,7% nas faixas etárias de 18-24, 25-34 e 35- 44 anos, respectivamente. 
A gestação está incluída na lista dos fatores clássicos desencadeantes da obesidade. E o início ou manutenção da obesidade nesta fase está associado a inúmeros riscos maternos e fetais. Numa gestação normal o ganho de peso ocorre devido a aumento detecidos maternos e dos produtos da concepção 
De acordo com a situação nutricional inicial dagestante (baixo peso, adequado, sobrepeso ou obesidade) há uma faixa de ganho de peso recomendada por trimestre. É importante que na primeira consulta a gestante seja informada sobre o peso que deve ganhar.
PROBLEMAS NUTRICIONAIS A GESTANTE
A desnutrição materna é um dos fatores determinantes de crescimento intra-uterino retardado (má nutrição fetal) nos países em desenvolvimento, o que é evidenciado por baixo ganho de peso gestacional, baixo IMC antes da gestação e baixa estatura da mãe. A anemia maternal, infecções gastrointestinais e respiratórias e malária também são fatores importantes, além do tabagismo, alcoolismo, uso de outras drogas durante a gestação e doenças sexualmente transmissíveis. 
O Crescimento Intra-uterino Retardado é um grande problema de saúde pública em países em desenvolvimento, onde estima-se que 30 milhões de recém-nascidos (23,8% de 126 milhões de nascimentos por ano) são afetados, a cada ano. Nos países desenvolvidos essa taxa é de apenas 2%. Ao se comparar as estimativas de incidência regional do problema, utilizando como indicador de Crescimento Intrauterino Retardado um peso menor ou igual a 2 500 gramas com 37 semanas de gestação, dados de 109 países indicam que quase 75% dos recém-nascidos afetados estão na Ásia, África e América Latina. 
A grande incidência de Crescimento Intra-uterino Retardado deve ser interpretada como um sinal urgente de que há grave risco de desnutrição e alta morbidade/mortalidade em mulheres em idade reprodutiva – e não apenas como um sinal de desnutrição e alta morbidade e mortalidade nos recém-nascidos. 
Efeito da Obesidade na Fertilidade e Concepção 
Mulheres obesas apresentam diminuição da fertilidade e a redução do peso em obesas inférteis aumenta a frequência de ovulação e probabilidade degravidez. Em mulheres obesas a diminuição da fertilidade é decorrente de disfunção ovulatória, marcadamente pela maior prevalência da síndrome dos ovários policísticos (SOP). A SOP ocorre pela maior resistência à insulina inerente à obesidade, que leva a acúmulo de andrógenos no microambiente ovariano, o que dificulta a maturação folicular e a ovulação. 
O tratamento de pacientes portadoras de SOP com metformina aumenta a possibilidade de ovulação, corroborando o conceito de que a resistência à insulina tem importante papel no desenvolvimento da SOP. 
Em gestantes obesas ocorre um maior risco de abortamento espontâneo. Estudos que analisaram fertilidade após cirurgia bariátrica comprovaram que a perda de peso melhora a fertilidade e a regularidade dos ciclos menstruais na maioria das pacientes. 
Consequências da Obesidade no Parto e Puerpério 
A probabilidade de trabalho de parto prolongado é maior em gestantes obesas provavelmente devido a um menor tônus miometrial. A prevalência departo operatório também é maior nessas pacientes,independente de complicações pré-natais, tamanho materno ou idade gestacional. Os fatores contribuintes para a maior frequência dessa via de parto são desproporção céfalo-pélvica e distocia por aumento de tecidos moles depositado na pelve materna.
 O parto cesárea está sabidamente associado a maior risco de complicações, tais como infecção de ferida, tromboembolismo e endometrite, se comparado ao parto via vaginal. Pela maior prevalência de macrossomia, também há maior risco de distocia de ombro em partos vaginais nessas pacientes, o que pode acarretar lacerações perineais e paralisias do plexo braquial no recém-nascido. 
Comparadas a não obesas, parturientes obesas têm maior risco de hospitalização prolongada e infecção puerperal (independente da via de parto). Essas pacientes também apresentam maior dificuldade para amamentar e o possível mecanismo que explica esse fato seria uma menor resposta da prolactina à sucção na primeira semana de puerpério. 
Consequências da Obesidade no Recém-Nascido 
A macrossomia fetal é a complicação mais frequente em filhos de gestantes obesas. Existe uma associação direta entre IMC e risco de macrossomia, o que é decorrente da resistência à insulina aumentada em grávidas obesas, o que leva à hiperinsulinemia fetal, importante fator para o crescimento intrauterino. Além disso, a presença de lípases placentárias que clivam triglicerídeos presentes em excesso nas pacientes resistentes à insulina leva a maior aporte de ácidosgraxos livres para o feto. 
Fetos macrossômicos têm mais distocia de ombro e predisposição à obesidade na vida adulta. Uma maior incidência de anomalias congênitas parece ocorrer em filhos de mulheres obesas, sendo as anomalias mais importantes os defeitos do tuboneural. Isso ocorre porque o excesso de tecido adiposo pode interferir na metabolização dos folatos e, assim, o efeito protetor da suplementação com ácido fólico não é eficiente nessas pacientes. 
Cirurgia Bariátrica e Gestação
Existem vários estudos analisando desfechos em gestações de pacientes submetidas à cirurgia bariátrica. Estas apresentam menor prevalência de DMG, pré-eclampsia e macrossomia fetal. Entretanto, ocorre maior risco de complicações nutricionais tanto para gestante quanto para o feto. Tais complicações vão desde necessidade de suplementação de ferro parenteral até alguns casos descritos de hemorragias fatais no recém nascido por deficiência de vitaminaK. É importante salientar que essas complicações são muito mais frequentes quando não há aderência à suplementação de vitaminas e ferro comumente necessária em todos os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Astécnicas cirúrgicas predominantemente disabsortivas, como derivações biliodigestivas, exacerbam o risco de deficiência nutricional. Em virtude dessas potenciais complicações, é recomendado um intervalo mínimo de 12 a 18 meses entre a cirurgia bariátrica e a concepção.
Efeito da Obesidade na Gestação (DMG)
A incidência de Diabetes Melito gestacional (DMG) em gestantes obesas é três vezes maior que na população geral. No período gestacional as mulheres, mesmo com peso adequado, apresentam fisiologicamente aumento da resistência à insulina.Nas grávidas obesas essa característica fisiológica ocorre de forma exacerbada, favorecendo o desenvolvimento de DMG. A prevalência de DM 2 prégestacional também é maior nessa população. 
Assim, recomenda-se o rastreamento de diabetes nas gestantes obesas já no primeiro trimestre através glicemia de jejum, com o objetivo de detectar pacientes previamente diabéticas não diagnosticadas. Mulheres obesas com antecedente de DMG têm um risco duas vezes maior de desenvolver DM2 no futuro, quando comparadas às magras com o mesmo antecedente. 
O peso materno é um fator de risco independente para pré-eclampsia, assim evidências comprovam que o risco de pré-eclampsia dobra a cada aumento de 5 a 7 kg/m2 no IMC pré-gestacional. Gestantes obesas também estão expostas a maior risco de parto pós-termo e infecções do trato urinário durante e gestação. Por outro lado, as obesas têm menor risco de parto pré-termo e anemia. 
Doença Hipertensiva Especifica da Gestação: (DHEG) 
É o desenvolvimento de hipertensão , proteinúria significativa e/ou edema de mãos e face após a 20ª semana de gravidez ou anteriormente a este período na associação com a moléstia trofoblástica gestacional. 
Fatores de riscos: HAS pré-gravídica, Diabetes, Idade materna avançada, Hereditariedade, Paridade, Gemelidade, Estação do ano, Alimentação e Raça. 
O Aumento da PA promove espasmo arteriolar. Os vasoespasmos associam-se à lesão do endotélio vascular e fazemhipóxia tecidual.Assim acarretam necrose, hemorragia e demais distúrbios.
GANHO DE PESO E CRESCIMENTO INFANTIL
A placenta é um órgão efêmero materno-fetal, que permite a transferência restrita de metabólitos e drogas por meio de áreas de transferência especializadas. Ela medeia a implantação do embrião, estabelece a interface para nutrição e trocas gasosas entre circulação materna e fetal e inicia o reconhecimento materno da gestação, alterando o envolvimento imune local e as funções cardiovasculares e metabólicas maternas por meio de produção de hormônios parácrinos e endócrinos.
 A estrutura anatômica da placenta é variada entre as espécies em níveis macro e microscópicos, e essas diferenças se refletem nos mecanismos de troca de substâncias. O feto recebe os nutrientes necessários para seu crescimento por meio do sangue materno através da placenta ‒ principalmente glicose, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais. A transferência de uma substância através da barreira materno-fetal depende da espessura e extensão da barreira, bem como do gradiente de concentração da substância, ou da presença de mecanismos de transmissão ativa. 
A variação na placentação em espécies mamíferas é um ponto importante a ser considerado quando modelos animais são usados para estudos da função placentária de transferência de nutrientes maternos para o feto. Esta revisão contempla investigações da membrana celular placentária e mecanismos subjacentes ao transporte placentário de uma gama de nutrientes relevantes para a manutenção e qualidade do concepto produzido durante a gestação. 
O crescimento e o desenvolvimento de um bebê começam dentro do útero. Na verdade, a taxa mais rápida de crescimento ocorre durante os primeiros quatro meses da gestação, mas, após o nascimento, ele continua crescendo rapidamente. O padrão de crescimento e desenvolvimento de cada bebê é único, influenciado pela idade gestacional no nascimento, tamanho ao nascer, tipo do corpo, estado geral de saúde, qualidade da dieta e exercícios, e os tamanhos e padrões de crescimento dos pais. 
Tamanho ao nascer
Depois de passar, aproximadamente, 40 semanas dentro do útero, um recém-nascido médio pesa 3,7 kg. A maioria dos bebês pesa entre 2,7 e 5 kg. A altura média de um recém-nascido é de 50 cm, com uma variação de 45 a 55 cm. O perímetro cefálico médio (a distância ao redor da cabeça) é de 35 cm.
A cada consulta, o pediatra anotará o crescimento do bebê. Os melhores indicadores de crescimento são peso, altura e perímetro cefálico. A representação gráfica dessas medidas de crescimento é uma maneira simples e extremamente útil de monitorar o estado de saúde .
Taxa de crescimento
Durante os primeiros dias depois do parto, você pode esperar que seu bebê perca de 6% a 10% do peso que tinha ao nascer. A maior parte do peso perdido se apresenta na forma de água extra do corpo. Se você pretende amamentar, o leite começa a descer nesse período. O primeiro leite, ou o colostro, embora escasso, é rico em proteína e sustenta o bebê enquanto o volume de leite aumenta.
Após três a quatro dias, o recém-nascido começa a recuperar o peso, devendo alcançar o peso do nascimento ou superá-lo em torno de 10 a 14 dias. Nos três meses seguintes, o bebê engorda aproximadamente 30 g por dia. Entre três e seis meses, o ganho de peso diminui para cerca de 120 a 150 g por semana. Entre 6 e 12 meses, o ganho de peso diminui para cerca de 60 a 90 g por semana. Após o primeiro ano, a taxa de crescimento cai ainda mais. No segundo ano de vida, o apetite às vezes diminui à medida que a atividade física aumenta, resultando em paralisação temporária do crescimento.
Se o bebê tem tamanho médio, pode-se esperar que seu peso duplique por volta dos cinco meses, triplique em um ano e quadruplique  em torno de dois anos. O ganho médio de comprimento ou altura é de 25 a 30 cm no primeiro ano e 12 cm no segundo. Não se esqueça de que esses números são estimativas para um bebê de tamanho médio. Se seu filho nasceu pequeno, é possível que ele cresça mais rápido; se nasceu grande, ele provavelmente crescerá a uma velocidade mais lenta.
A curva do crescimento nem sempre é regular. Os bebês geralmente crescem em estirões. Se o bebê estiver doente ou preocupado em adquirir uma nova habilidade física, sua taxa de crescimento pode diminuir temporariamente (ele pode estar queimando mais calorias e ter perdido um pouco o apetite). Tenha também em mente que ser grande não é necessariamente melhor. A obesidade deve ser evitada em qualquer idade.
TIPOS DE ALIMENTAÇÃO AO RECEM NASCIDO E INFANTIL
ALEITAMENTO MATERNO:
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e fi lho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fi siologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. 
O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, adequado para quase todos os recém-nascidos, salvo raras excepções. As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, quer a curto, quer a longo prazo, existindo um consenso mundial de que a sua prática exclusiva é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos 6 meses de vida. 
O aleitamento materno tem vantagens para a mãe e para o bebé: o leite materno previne infecções gastrintestinais, respirató- rias e urinárias; o leite materno tem um efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca; o leite materno faz com que os bebés tenham uma melhor adapta- ção a outros alimentos. A longo prazo, podemos referir também a importância do aleitamento materno na prevenção da diabetes e de linfomas.
Tipos de aleitamento:
Aleitamento materno exclusivo • – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
Aleitamento materno predominante • – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais.
Aleitamento materno • – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
Aleitamento materno complementado • – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. 
Aleitamento materno misto ou parcial • – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR PARA CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS
Considera-se atualmente que o período ideal para a introdução de outros alimentos complementares é após o sexto mês de vida, já que antes desse período o leite materno é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais da criança. Além disso, no sexto mês de vida a criança já tem desenvolvidos os reflexos necessários para a deglutição, como o reflexo lingual, já manifesta excitação à visão do alimento, já sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por colher, e tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na mastigação. A partir do sexto mês a criança desenvolve ainda mais o paladar e, conseqüentemente, começa a estabelecer preferências alimentares, processo que a acompanha até a vida adulta. 
O sucesso da alimentação complementar depende de muita paciência, afeto e suporte por parte da mãe e de todos os cuidadores da criança. Toda a família deve ser estimulada a contribuir positivamente nessa fase. Se durante o aleitamento materno exclusivo a criança é mais intensamente ligada à mãe, a alimentação complementar permite maior interação do pai, dos avôs e avós,dos outros irmãos e familiares, situação em que não só a criança aprende a comer, mas também toda a família aprende a cuidar. Tal interação deve ser ainda mais valorizada em situações em que a mãe, por qualquer motivo, não é a principal provedora da alimentação à criança.
É importante que a mãe seja orientada sobre: • A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. A mãe deve ser informada de que a criança tende a rejeitar as primeiras ofertas do(s) alimentos(s), pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor. • A alimentação deve complementar o leite materno e não substituí-lo. Portanto, a introdução das refeições não deve substituir as mamadas no peito. • Há crianças que se adaptam facilmente e aceitam muito bem os novos alimentos. Outras precisam de mais tempo, não devendo esse fato ser motivo de ansiedade e angústia para as mães. No início da introdução dos alimentos, a quantidade que a criança ingere pode ser pequena. Após a refeição, se a criança demonstrar sinais de fome poderá ser amamentada. • A partir da introdução dos alimentos complementares é importante oferecer água à criança, a mais limpa possível (tratada, filtrada e fervida). • As frutas, legumes e verduras produzidas na sua região apresentam na sua composição importantes vitaminas e mineras que contribuem para o crescimento das crianças.
É importante que a mãe seja orientada sobre: • A introdução dos alimentos complementares deve ser feita com colher ou copo, no caso da oferta de líquidos. • As carnes são importante fonte de ferro e a partir dos 6 meses, sempre que possível, devem estar presente nas papas salgadas. • O ovo inteiro e cozido pode ser introduzido ao completar 6 meses. • Alimentos como laranja, limão, tomate, abacaxi, acerola, goiaba, kiwi, manga são importantes fontes de vitamina C e devem ser oferecidas junto à refeição principal ou após a refeição para aumentar a absorção do ferro. • Ao completar 6 meses a mãe deve oferecer 3 refeições/dia com alimentos complementares. Essas refeições constituem-se em duas papas de frutas e uma salgada, preparada com legumes e verduras, cereal ou tubérculo, alimento de origem animal (carne, vísceras, miúdos, frango, ovo) e feijões. • Ao completar 7 meses, essas refeições constituem-se em duas papas salgadas e duas de fruta. • Ao completar 12 meses recomenda-se que a criança tenha três principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches (frutas ou cereais ou tubérculos).
Deve-se cozinhar todos os alimentos, principalmente as carnes, somente em água. Após tudo cozido e amassado (utilizar garfo), colocar no prato e acrescentar uma colher (de chá) de óleo de soja ou canola ou azeite e oferecer para a criança. A carne (70 a 120 g/dia), para duas refeições, não deve ser triturada, apenas picada ou desfiada. Não utilizar sal; pode-se utilizar cebola de cabeça, salsa, alho e cebolinha para temperar a refeição. O ovo inteiro (clara e gema) pode ser introduzido, sempre muito bem cozido, a partir do sexto mês. As leguminosas e hortaliças/verduras serão introduzidas no 7º mês.
Não é recomendado utilizar beterraba e espinafre todos os dias, pois além de baixa biodisponibilidade de ferro, interferem na absorção de cálcio e ferro dos outros alimentos. Alguns alimentos com glúten devem ser introduzidos até o 9º mês de idade, portanto, iniciar após o 7º mês uma porção de macarrão por semana. É importante lembrar sempre de usar alimentos da safra devido à maior facilidade de aquisição dos mesmos. As frutas devem ser oferecidas em forma de papas (amassadas ou raspadas) duas vezes ao dia (nos intervalos), e se em forma de suco não ultrapassar 100ml/dia (não usar açúcar ou água). Oferecer água após o 6º mês nos intervalos das refeições (tabela 2 - anexo). A partir de um ano de idade, quando já se utiliza alimentos da família, não deve ser acrescentado sal no prato, apenas o que é utilizado para toda a família; evitar excessos. Além disso, não devem ser introduzidos açúcares simples até o final do segundo ano.
As reposições de vitamina D devem ser de 400 UI/ dia por via oral para lactentes até 18 meses em aleitamento materno e que recebam fórmula infantil em volume inferior a 500 ml/dia. Exposição solar adequada: cota semanal de 30 minutos com a criança apenas de fraldas (4 a 5 minutos por dia, todos os dias da semana) ou 2 horas semanais com exposição apenas da face e das mãos da criança (17 minutos por dia, todos os dias da semana). A suplementação de ferro deve ser feita de maneira universal para lactentes a partir do sexto mês de vida ou da interrupção do aleitamento exclusivo até os dois anos de idade.
BIBLIOGRAFIA 
ABESO : Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica 
Centro de Reprodução Humana do IPGO, São Paulo – SP Baseado no Livro 12ª “Fertilidade e Alimentação” Autores: Arnaldo Schizzi Cambiaghi e Débora de Sousa Rosa Editora: LaVida Press. http://www.dietadafertilidade.com.br/ipgo-quem-somos.html
Gadelha PS, Cercato C. Obesidade e Gestação. In: Mancini MC, Geloneze B, Salles JEN, Lima JG, Carra MK. Tratado de Obesidade. Itapevi: AC Farmacêutica. 2010; 356-358.
MANUAL DE ALEITAMENTO MATERNO Edição Comité Português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés Edição Revista de 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Dez passos para uma alimentação saudável Guia alimentar para crianças menores de dois anos Um guia para o profissional da saúde na atenção básica. 2ª edição 2ª reimpressão, Brasília – DF Brasília – DF 2013.
NELSON SASS E LEANDRO GUSTAVO DE OLIVEIRA: OBSTETRICIA. EDITORA: GUANABARA KOOGAN. RIO DE JANEIRO – 2013
Nutrição Materno Infantil	Página 2

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