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01 AULA TEORIA GERAL DOS RECURSOS CÍVEIS MATERIAL DE APOIO

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MATERIAL DE APOIO 
Disciplina: Teoria Geral dos Recursos cíveis.
Professor: Luciano Péterson 
Aula: 01 a 10
Data: 
_________________________________________________________________________________________
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO 
1 - Conceito de recurso
2 - Informações preliminares importantes
3 - Cabimento de recurso
4 - Legitimidade para recorrer
5 - Legitimação das partes para recorrerem
6 - Natureza jurídica
7 - Meios de Impugnação de Decisões Judiciais
8 - Princípios recursais 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS CÍVEIS
       
INTRODUÇÃO AO NOVO CPC – LEI 13.105 DE MARÇO DE 2015.
1. - CONCEITO DE RECURSO[1: Freie Didier – Curso de Direito Processual Civil (2016, p. 88). ]
	O recurso é um ato processual postulatório que insurge sempre como meio de provocar o reexame de uma decisão pela mesma autoridade judiciária que a proferiu ou por outra hierarquicamente superior, com o intuito de reformá-la, invalidá-la ou modificá-la.
Freie Didier – Curso de Direito Processual Civil (2016, p. 88) traz a seguinte definição: “Etimologicamente, o termo recurso significa refluxo, refazer o curso, retornar o caminho ou correr para o lugar de onde veio”. 
1.1 - Informações preliminares importantes
	Só há recurso por provocação da parte. Todas as disposições sobre os recursos constam em lei federal que é o dispositivo que regula a matéria processual recursal.
	
O recurso não gera um processo novo, é um ato processual postulatório interposto dentro de um processo, mas não necessariamente nos mesmos autos. Por exemplo: agravo de instrumento é interposto em autos apartados. É ato postulatório porque nele formula-se pedido.
2. - CABIMENTO DE RECURSO[2: Sandro Marcelo e Nelson Nery Junior]
Dos pressupostos intrínsecos, o primeiro deles e o cabimento do recurso, ou seja, necessita o mesmo estar previsto na lei processual, conjugando-se a adequação da espécie recursal com recorribilidade da decisão impugnada. 
Não basta, assim, que haja previsão legal para a interposição do recurso, pois se a figura indispensável a adequação da categoria escolhida com a espécie de decisão judicial que se pretenda impugnar. Conforme Arakem de Assis, esse requisito de admissibilidade intrínseco “se realizará através de dois ângulos distintos, mas complementares: a recorribilidade e a propriedade do recurso eventualmente interposto”. (Sandro Marcelo e Nelson Nery Junior)
3. – LEGITIMIDADE PARA RECORRER
Há que se aceitar que a ideia de “legitimidade”, na seara processual, apresenta-se como uma qualidade aferível em função de um ato jurídico, já realizado ou a ser realizado ou a ser praticado. Por isso mesmo, nas palavras de Donaldo Armelin, tal qualidade “resulta de uma relação jurídica oriunda principalmente da titularidade de uma relação ou de uma posição em uma situação de fato, à qual o direito reconhece efeitos jurídicos”. (Sandro Marcelo e Donaldo Armelin)
4. – LEGITIMAÇÃO DAS PARTES PARA RECORREREM
	Como já dito, gozam de legitimidade recursal aqueles que forem partes no processo. Compreende todos aqueles que integram os pólos passivo ou ativo da relação jurídica processual, abrangendo não somente o autor e o réu. Possuem também legitimidade para recorrer: O terceiro prejudicado, Os juízes e os auxiliares do juízo e o Ministério Público.
2. Parte é quem formula pretensão e contra quem se deduz. Compreende autor, réu.
3. O terceiro, desde que demonstre nexo de causalidade entre a decisão e o prejuízo que está lhe causou, tem legitimidade para recorrer.
5. Os juízes e os auxiliares do juízo não são considerados partes, tampouco terceiros legitimados para recorrer. No entanto, nas exceções de impedimento e suspeição, eles possuem legitimidade recursal, por serem partes nos incidentes, sujeitando-se aos efeitos da decisão judicial.
6. O advogado, enquanto representante da parte nos autos, é legitimado a interpor recurso em nome próprio, quando pretender a majoração das verbas honorárias que lhes são devidas.
7. O Ministério Público, seja na condição de parte, seja na de custos legis (fiscal da lei), possui legitimidade recursal. O MP Pode também, como fiscal da lei, interpor recurso mesmo se a parte interessada não o fizer.
5. - NATUREZA JURÍDICA
	O recurso consiste em ônus processual.
	O ônus processual é uma faculdade que a parte possui. Não há obrigação de a parte praticar determinado ato, mas acarreta prejuízo se não for observado.
	Por exemplo: se a parte recorre da decisão, ela pode se beneficiar. Em hipótese diversa, se a parte não recorre, deverá suportar as consequências da decisão irrecorrida.
6. - FINALIDADE DO RECURSO
	Quando a parte interpõe um recurso, visa reformar, invalidar, esclarecer ou integrar a decisão ou parte dela.
6.1- PEDIDO DE REFORMA
	O intuito da parte é reformar, modificar a decisão. O pedido de reforma relaciona-se à causa de pedir específica chamada error in iudicando , erro do magistrado ao analisar a lide.
6.2- PEDIDO DE INVALIDAÇÃO
	A parte visa invalidar ou anular a decisão.Alega-se o error in procedendo, erro na forma, estrutura da decisão. Busca-se desfazer a decisão por um defeito processual.
6.3- PEDIDO DE ESCLARECIMENTO OU INTEGRAÇÃO
	A parte pretende afastar a falta de clareza, contradição ou imprecisão da decisão ou até mesmo suprir alguma omissão do magistrado.
7. – MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES JUDICIAIS
	O sistema de impugnação da decisão é composto dos seguintes instrumentos:
c) Sucedâneos Recursais;
a) Recursos;
b) Ações autônomas de impugnação;
	O Recurso é o meio de impugnação da decisão judicial utilizado dentro do mesmo processo em que é proferida. Pelo recurso, prolonga-se o curso (a litispendência) do processo. Ou seja, tanto no Processo Penal quanto no Processo Civil a definição de litispendência é a mesma. Ocorre quando há um litígio pendente de julgamento por um juiz. A exceção de litispendência impede a duplicação da ação, ou seja, não poderá ser intentada ação com as mesmas partes e sobre o mesmo fato.
	Ação autônoma de impugnação é o instrumento de impugnação da decisão judicial, pelo qual se dá origem a um processo novo. Cujo objetivo é o de atacar ou interferir em decisão judicial. Destinge-se do recurso exatamente por que não é veiculada no mesmo processo em que a decisão recorrida fora proferida. São exemplos: A ação rescisória, a querela nulitatis, os embargos de terceiro, o mandado de segurança, e o habeas corpus contra ato judicial e a reclamação.
	Ação rescisória é uma ação autônoma (ou remédio), que tem como objetivo desfazer os efeitos de sentença já transitada em julgado, ou seja, da qual já não caiba mais qualquer recurso, tendo em vista vício existente que a torne anulável.
	Tem a natureza desconstitutiva (ou seja, tirar os efeitos de outra decisão que está em vigor) ou, para alguns autores, declaratória de nulidade de sentença (ou seja, reconhecer que a sentença não pode gerar efeitos por possuir vícios). 
	Querela Nullitatis visa desconstituir uma sentença que não pode ser atacada pela Ação Rescisória, eis que o entendimento é de que a sentença nula jamais adentrou ao mundo jurídico.
 	A Querela pode ser proposta sempre que se estiver diante de sentença inexistente que verse sobre vício na citação, surgimento de prova nova após o prazo da propositura da Rescisória.
Número do Processo: 1.0000.00.288092-0/000(1) 
Relator: EDIVALDO GEORGE DOS SANTOS 
Relator do Acordão 
Parecer: 
EDIVALDO GEORGE DOS SANTOS 
Data do Acordão: 17/11/2004 
Data de Publicação: 08/12/2004 
Ementa: Embora a regra adotada pelo legislador processual civil brasileiro seja a da citação pessoal, considerando que o Brasil é um País de extensão continental, habitado por milhões de pessoas, o que torna às vezes impossível a localização do réu para tanto, admite-se a citação por edital, nas hipóteses previstas no art. 231, CPC. Para tanto, basta a assertiva do autor na inicial de que o réu encontra-se em local incertoe não sabido, sujeitando-se, contudo, a ver declarada nula a citação e todos os demais atos posteriores caso seja comprovado que fez afirmativa falsa ou dolosa, prova está a cargo de quem arguir a nulidade da citação que, como os atos processuais em geral, possui presunção "juris tantum" de observância da boa técnica e de apoio nos elementos constantes dos autos. - Segundo a boa lição do Prof. Ernane Fidélis dos Santos: "Dizer que alguém tenha residência em São Paulo, sem declinar endereço, é o mesmo que afirmar que ele se encontra em lugar ignorado." ("in" Manual de Direito Processual Civil, Vol. 1, ed. Saraiva, p. 280). AÇÃO RESCISÓRIA Nº 1.0000.00.288092-0/000 
	Sucedâneo recursal Primeiramente vamos entender o termo SUCEDÂNEO significa dizer que é algo que substitui outro da mesma qualidade ou espécie; aquilo que satisfaz aproximadamente às mesmas necessidades. Sucedâneo recursal é todo meio de impugnação de decisão judicial que nem é recurso nem é ação de impugnação. Trata-se de categoria que engloba todas as outras formas de impugnação da decisão.
	São instrumentos que podem impugnar as decisões judiciais através da formação de nova relação jurídico processual, denominados de “sucedâneos recursais” sobressaindo-se o Mandado de Segurança, a Ação Rescisória, a Correição parcial, a Reclamação e o Pedido de reconsideração. Não sendo Recurso por não atacarem os pronunciamentos no curso das relações processuais das quais emanam.
	Os sucedâneos recursais abrangem todos os demais meios de impugnação de decisão judicial que não se encaixem nem na categoria das demandas autônomas de impugnação, nem na dos recursos. Assim, eles nunca dão origem a um novo processo e o legislador não os trata como recursos. 
	Embargos de Terceiros Os artigos 674 ao 681 do novo CPC disciplinam a ação de embargos de terceiro. Estão eles inseridos no Capítulo 7 do Título III (Dos Procedimentos Especiais), do Livro I (Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença), Parte Especial do novo Código de Processo Civil.
Inúmeras foram as alterações feitas pelo legislador, visando, sobretudo, uma redação mais clara e objetiva.
Em quais circunstâncias serão admissíveis os embargos de terceiro? (Artigo 674, ‘caput’ do novo CPC)
	O artigo 1.046, ‘caput’ do CPC/1973 foi significativamente reformulado pelo seu correspondente artigo 674, ‘caput’ do CPC/2015. Para uma melhor visualização, observe a seguinte tabela comparativa: 
COMO CONSTATÁVEL, SÃO ESTAS AS MODIFICAÇÕES:
I – a substituição da frase ‘quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha‘ por ‘quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição (Ato de tomar um bem ou coisa, determinando que este não possa ser negociado) ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo‘;
II – a substituição da frase ‘poderá requerer lhe sejam manutenidos (Algo que recebe manutenção) ou restituídos por meio de embargos por poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro;
III – A supressão pelo legislador das palavras turbação (turbação, que é a privação ou perturbação do normal exercício da posse por quem a possui de direito) e esbulho (esbulho, quando o possuidor de direito fica impedido de exercer a posse, de maneira ilegal e ilegítima).
	Pois bem, imaginemos que você possua um sítio (tanto faz se você é dona ou inquilina; o direito protetivo é o mesmo) e, no terreno deste, aja um cômodo que você usa para guardar utensílios. Em um dado dia você se depara com um indivíduo se utilizando deste cômodo sem a sua autorização e, mesmo perante sua ordem para que se retire de sua propriedade, ele continue em seu intento. Você ainda continua no exercício de sua posse sobre o terreno, mas se vê impedida de exercê-la por completo, pois está sendo perturbada pelo indivíduo, que está utilizando seu cômodo clandestinamente. Tem-se aí a turbação, que é a privação ou perturbação do normal exercício da posse por quem a possui de direito.
	Noutra senda, imaginemos, seguindo esse mesmo exemplo que, ao invés de se utilizar tão somente de parte do sítio, referido indivíduo se aposse injustamente de todo o imóvel, impedindo que você sequer adentre a propriedade, retirando totalmente o seu direito de exercer a posse. Daí configurado está o esbulho, quando o possuidor de direito fica impedido de exercer a posse, de maneira ilegal e ilegítima. 
	Caso você sofra alguma dessa ofensas, a lei permite que você se albergue de dois modos: judicialmente, mediante ação de manutenção de posse, em caso de turbação e, via ação de reintegração de posse, no caso de esbulho.
Fonte: http://www.perguntedireito.com.br/744/qual-e-a-diferenca-entre-esbulho-e-turbacao
Legitimidade para oposição de embargos de terceiro (artigo 674, parágrafo 1º do CPC/2015)
	O artigo 674, parágrafo 1º do novo CPC guarda certa correspondência com a redação do artigo 1.046, parágrafo 1º do CPC/1973. O legislador inovou significativamente na redação deste parágrafo 1º, disciplinando agora, que possuem legitimidade ativa a pessoa do ‘proprietário, inclusive o fiduciário’ para opor embargos de terceiro.
Para uma melhor visualização, observe a seguinte tabela comparativa:
Perceba que o legislador substituiu a frase ‘senhor e possuidor, ou apenas possuidor’ por ‘proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor’.
	A doutrina e a jurisprudência, já vinham admitindo a oposição de embargos de terceiro pelo titular inquestionável do domínio: “São cabíveis embargos de terceiro, em favor de quem, embora não tendo a posse, é titular inquestionável do domínio de bem que por tal circunstância, não pode sofrer no processo, apreensão judicial” (TJPR/RT 538/175), e, “É razoável, quando menos, o entendimento de que o titular inquestionável do domínio, embora não tendo a posse, pode utilizar embargos de terceiro, e tal posição não nega vigência aos preceitos pertinentes no Código de Processo Civil” (STF/RT 542/259).
Quem também é considerado terceiro, para o ajuizamento dos embargos? (Artigo 674, parágrafo 2º do CPC/2015)
Confira a seguinte tabela comparativa:
8. - PRINCÍPIOS RECURSAIS
	Existem alguns princípios peculiares aos recursos que sempre devem ser observados. Veremos, a seguir, o que são e como funcionam de forma apenas superficial, porém objetiva e prática, com a intenção de conhecê-los. No direito, os princípios desempenham a posição ímpar: estabelecer o norte do sistema normativo na criação das leis, bem como à interpretação e aplicação destas. Assim, imprescindível que estudemos os princípios recursais para entender as normas que dispõe sobre os diversos recursos existentes sua finalidade e seu alcance.
Princípio do duplo grau de jurisdição
	O princípio do duplo grau de jurisdição é uma garantia constitucional, consectário do devido processo legal.
	Ele determina que uma mesma matéria poderá ser apreciada duas vezes, por dois órgãos diferentes do poder judiciário. Constituição Federal - Art. 5º, LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Princípio da taxatividade
	O CPC dispõe de forma taxativa o rol de recursos existentes. Trata-se de numerus clausus.
Assim, consta da redação do Código de Processo Civil:
Código de Processo Civil Art. 994 antigo 496. São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II – agravo de Intrumento; 
III – agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
Vl - recurso especial; 
Vll - recurso extraordinário; 
VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. (não existe)
VIII – Agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX – Embargos de divergência.
- Princípio da singularidade
	O princípioinforma que cabe apenas um tipo de recurso para cada decisão recorrível. Mas, como toda regra comporta exceções, em casos especialíssimos pode haver dois recursos contra uma decisão, por exemplo, no caso de embargos declaratórios, que interrompem o prazo para a interposição de outros recursos.
	Com advento do Novo CPC a controvérsia foi dirimida, estabelecendo o art. 1.026 que os Embargos de Declaração não possuem efeito suspensivo. Contudo, o Novel Codex (livro) possibilitou à parte requerer a suspensão da decisão, desde que demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou a relevância da fundamentação e a existência de risco de dano grave ou de difícil reparação.
Código de Processo Civil
	Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. 
Art. 1.026 . Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e 
interrompem o prazo para a interposição de recursos. 
	Ainda, o art. 1026 trouxe consigo o espírito de justiça que norteia o ordenamento jurídico, pois possibilitou que, dependendo das peculiaridades do caso, seja aplicado efeito suspensivo aos embargos de declaração, até porque a prática mostra que ante a ocorrência de omissão, obscuridade ou contradição capaz de macular por completo a decisão, torna-se impossível o seu cumprimento, sendo imperiosa a apreciação dos declaratórios para o posterior impulsionamento do feito, daí porque sendo comprovada a relevância da fundamentação e o risco de dano a suspensão é medida que se impõe.
	Assim, o que se tem por certo é que a alteração trazida pelo novo CPC quanto a possibilidade de aplicação de efeito suspensivo aos Embargos de Declaração privilegia a eficácia das decisões jurídicas, bem como à urgência peculiar da situação proposta, evitando que o Princípio da Utilidade da Prestação Judicial seja negligenciado, e, via de consequência, impedindo que a ordem imposta pela legislação pátria em vigor seja abalada.
- princípio da fungibilidade
	A fim de não prejudicar o recorrente, a doutrina e a jurisprudência permitem o recebimento  do  recurso inadequado,  como  se  fosse  adequado,  assim  aplica-se  o princípio da fungibilidade recursal, desde que preenchidos alguns requisitos.
	O eminente Nelson Nery Júnior interpreta este princípio como "o princípio pelo qual se permite a troca de um recurso por outro: o tribunal pode conhecer do recurso erroneamente interposto".
	Contudo, não se pode confiar cegamente no princípio da fungibilidade porque, na verdade, um recurso só poderá ser substituído por outro sob certas e complexas condições.
	Para remediar o erro escusável na interposição de determinado recurso, como tal entendido aquele que resulta de uma dúvida objetiva, ou seja, de uma situação de incerteza  razoável  a  respeito  do  recurso  cabível,  o  Código  de  39,  no  artigo810, dispunha expressamente que "salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro, devendo os autos ser enviados à Câmara ou turma, a que competir o julgamento".
	De início não pode existir erro grosseiro da parte. Se não há dúvida sobre qual seria o recurso adequado não há que se falar em fungibilidade. A fungibilidade pressupõe que, no mínimo, possa haver certa confusão na definição do recurso cabível para o ato judicial desafiado.
	Também os requisitos formais do recurso adequado devem estar atendidos, por exemplo: se for da essência do recurso adequado a juntada de documentos ou certidões, e estes não tiverem sido juntados, claro, também não haverá a possibilidade da fungibilidade.
	Portanto, é possível aproveitar o princípio da fungibilidade desde que as formalidades e requisitos processuais estejam atendidos e não tenha ocorrido a preclusão temporal, aquela determinada pela perda do prazo.
Princípio da proibição da reformatio in pejus
	Com a interposição do recurso, o julgador não poderá decidir além do que foi pedido e a decisão impugnada não pode ser reformada para piorar a situação do recorrente.
	Vale ressaltar que havendo questão de ordem pública a ser analisada, pode o tribunal resolvê-la contrariamente aos interesses do recorrente sem que isto implique em violação ao princípio da proibição da reformatio in pejus.
	Pelo princípio da vedação da reforma in pejus, portanto, o julgamento do recurso não poderá resultar para a parte recorrente situação mais desfavorável em relação àquela existente antes da sua interposição. Evidentemente, essa impossibilidade somente se concretiza se não houver recurso da parte contrária que também tenha sucumbido (em parte) da ação, pois, se esta recorrer, o Tribunal poderá prover o seu recurso, resultando por consequência natural desvantagem para o outro recorrente.
- Princípio do duplo grau de jurisdição
	As normas subdividem-se, como se sabe, em regras e princípios. Há regas constitucionais e regras infraconstitucionais. Há princípios constitucionais e princípios infraconstitucionais. 
	O duplo grau de jurisdição é um princípio. Há porém, grande discussão se se trata de princípio constitucional ou de princípio infraconstitucional. A constituição de 1824, em seu artigo 158 previa esse princípio, mas a nossa constituição atual não reproduziu tal dispositivo de modo explícito. 
- Duplo grau vertical e duplo grau horizontal
	Em razão do princípio do duplo grau de jurisdição, o ato decisório proferido por um órgão pode ser revisto por outro órgão de nível hierárquico superior. Nesse caso, tem-se o chamado duplo grau vertical.
	É possível, porém, que o ato decisório seja revisto por órgão da mesma hierarquia, mas de composição divers. É o que ocorre, por exemplo, nos Juizados Especiais. Nos quais o recurso é examinado por uma turma composta por juízes da primeira instância (art. 98, I, in fine, CF; art. 41, §1º, n. 9.099/1995). Nesse caso, tem-se o chamado duplo grau horizontal.
- Conteúdo essencial do duplo grau
	O Duplo grau é assegurado com sujeição da matéria decidida a dois julgamentos. Com isso, “procura-se prevenir o abuso de poder do juiz que tivesse a possibilidade de decidir sem sujeitar seu pronunciamento à revisão de qualquer outro órgão do poder judiciário. O princípio do duplo grau, assim, é um antídoto contra a tirania judicial” (Fredie Didier).
	Inicialmente, podemos dizer que o princípio do Duplo Grau de Jurisdição indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau (ou primeira instância), que corresponde à denominada jurisdição inferior, garantindo um novo julgamento por parte dos órgãos da jurisdição superior, ou órgãos de segunda instância. Todavia, podemos considerar que existem argumentos prós e contra a aplicabilidade do Duplo Grau de Jurisdição no ordenamento jurídico brasileiro. Dessa forma, para aqueles que são favoráveis a aplicabilidade do Duplo Grau de Jurisdição, tem-se os seguintes argumentos:
a) A revisão das decisões do magistrado de 1º grau, por parte de um órgão hierarquicamente superior, é fundamental para o controle da atividade do juiz.
b) O duplo grau tem por finalidade não permitir o controle da atividade do juiz, mas propiciar ao vencido a revisão do julgado.
c) Defende-se que os juízes de 2º grau têm maior experiência e, assim, maior possibilidade de fazer surgir soluções adequadas aos diversos casos concretos. Assim, acredita-se que o juiz mais experiente pode ter a última palavra acerca da situação conflitiva. 
d) A influência psicológica que o duplo grau exerce sobre o juiz de primeira instância que está ciente de que sua decisão será revista por outro órgão do Poder Judiciário de hierarquia superior.
Por outro lado, para aqueles que são contrários ao Duplo Grau de Jurisdição, embasam-se nos seguintes argumentos: 
a) Desvantagem: o Duplo Grau de Jurisdição tem nítida relação com a ideia de que a jurisdição exercida pelo juiz de 1º grau não merece confiança e, assim, não deve ter poder para decidirsozinho as demandas. 
Fredie Didier – Curso de Direito Processual Civil 13ª (2016, p. 91) traz a seguinte definição: 
“O principio do duplo grau de jurisdição pressupõe dois órgãos judiciários diversos, postos em posição de hierarquia: um inferior, outro superior. A decisão proferida pelo órgão de grau inferior é revista pela decisão proferida pelo órgão de grau hierárquico superior. A segunda decisão não é necessariamente melhor que a primeira; é apenas superior, ou seja, é apenas proferida por um órgão hierarquicamente superior”. 
- Limitações ao do duplo grau
	O princípio duplo grau de jurisdição comporta exceções: É possível haver limitações estabelecidas pelo legislador ordinário. É possível, por exemplo, proibir apelação em causas de certa alçada, tal como o faz Art. 34 da Lei de Execução Fiscal - Lei 6830/80.
	Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências. 
Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinquenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de mais encargos legais, na data da distribuição. 
§ 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. 
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença.

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