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Ilicitude R.R.L.F

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ILICITUDE 
Revison R.L.Filho
CONCEITO
Ilicitude ou antijuridicidade.
Segundo substrato do conceito analítico de crime.
Conduta típica não justificada. Relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico. Violação típica não é permitida. Choque da conduta com a ordem jurídica.
RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE
Comprovado o fato típico, qual a consequência no campo da ilicitude?
Excluída a ilicitude, o fato permanece típico?
Teoria da indiciariedade ou da ratio cognoscendi (Mayer – 1915): provada a tipicidade, há indícios de ilicitude (presunção relativa). Relativa dependência. Se há legítima defesa, o fato permanece típico.
Consequência: o ônus da prova sobre a existência da causa de exclusão de ilicitude é da defesa (de quem alega).
3. CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE (DESCRIMINANTES OU JUSTIFICANTES)
Exclusão de ilicitude
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
 I - em estado de necessidade;
 II - em legítima defesa;
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Além das previstas em lei, há as que não se encontram em lei (causas supralegais excludentes da ilicitude). Exemplo: consentimento do ofendido.
3.1 ESTADO DE NECESSIDADE
	Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
Ponderação de bens: se há dois bens em perigo, permite-se que seja sacrificado um deles, pois a tutela penal, nas circunstâncias do caso concreto, não consegue proteger ambos.
Exemplo: tábua de salvação. 
	Requisitos do estado de necessidade: 
Revison R.L.Filho
Objetivos:
Perigo atual: presente, real. Situação de perigo efetivamente existe;
Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente;
Salvar direito próprio (estado de necessidade próprio) ou alheio (estado de necessidade de terceiro);
Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo (tem o dever legal de enfrentar o perigo: policial, bombeiro);
Inevitabilidade do comportamento lesivo (único meio para salvar o direito próprio ou de terceiro);
Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado (se o bem jurídico sacrificado for mais valioso que o protegido, haverá redução de pena).
Subjetivo:
Conhecimento da situação de fato justificante (consciência e vontade de salvar direito próprio ou alheio).
	
O estado de necessidade é comunicável? Se o fato típico for cometido por mais de um agente em coautoria ou participação, todos serão beneficiados pela excludente.
3.2 LEGÍTIMA DEFESA: 
Revison R.L.Filho
	Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
	Requisitos da legítima defesa:
Objetivos:
Agressão (ação ou omissão) humana injusta (contrária ao direito);
Atual (presente) ou iminente (prestes a acontecer). Não se admite agressão passada (vingança) ou futura (suposição);
Uso moderado dos meios necessários (proporcionalidade entre ataque e defesa);
Proteção do direito próprio (legítima defesa própria) ou de outrem (legítima defesa de terceiro).
Subjetivo:
Conhecimento da situação de fato justificante (ciência que está agindo diante de um ataque atual ou iminente).
3.3 ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL
	O agente público, no desempenho de suas atividades, não raras vezes é obrigado, por lei, a violar um bem jurídico.
	Intervenção lesiva dentro de limites aceitáveis. Não é crime. A lei obriga o agente a atuar. 
	Exemplo: Policial que emprega violência moderada, mas necessária para concretizar prisão em flagrante (lesão corporal).
	Conduta, apesar de típica, está justificada pelo estrito cumprimento do dever legal.
3.4 EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO
	Onde existe o direito não há crime.
	Requisitos: proporcionalidade, indispensabilidade e o conhecimento do agente de que atua concretizando seu direito previsto em lei.
	Causa de justificação compreende condutas do cidadão comum autorizadas pelas existência do direito.
	Exemplo: Execução de prisão em flagrante permitida a qualquer um do povo.
	Exemplo: Atleta pode invocar esta discriminante.
A problemática dos ofendículos: 
trata-se de exercício regular de um direito ou legítima defesa?
Aparato preordenado para defesa do patrimônio (cacos de vidro no muro, corrente elétrica etc).
Fundamento da absolvição: enquanto o aparato não foi acionado é exercício regular de um direito; quando repele injusta agressão, é legítima defesa preordenada.
3.5 CONSENTIMENTO DO OFENDIDO (causa supralegal de justificação)
Requisitos:
O não consentimento não pode integrar o tipo penal (Na violação de domicílio o não consentimento integra o tipo penal, exclui o fato típico);
O ofendido tem que ser capaz;
O consentimento deve ser válido (liberdade e consciência), prévio ou simultâneo à lesão ao bem jurídico (posterior não exclui a ilicitude) e expresso (oral, gestual ou escrito);
O bem deve ser disponível (não se admite consentimento sobre bem jurídico indisponível, como a vida) e próprio (não se pode consentir na lesão a bem alheio);
Ciência da situação de fato que autoriza a justificante.
4. EXCESSO NAS JUSTIFICANTES
Excesso punível (art. 23, CP)
 Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
	O exagero, decorrendo de dolo (consciência e vontade) ou culpa (negligência), será punível.
Exemplo: sujeito é atacado por seu desafeto desarmado e repele a injusta agressão provocando a morte do desafeto.
5. DESCRIMINANTES PUTATIVAS
	Causas excludentes da ilicitude fantasiadas pelo agente.
	Equivocado, supõe presentes os pressupostos fáticos da justificante.
Exemplo 1: João, ao ser agredido com um soco no rosto, acredita estar autorizado a revidar com um tiro. João conhece a situação fática, mas desconhece os limites que devem estar presentes para configurar a legítima defesa.
Erro equiparado ao erro de proibição (inevitável – exclui culpa e dolo; evitável – diminui a pena).
Exemplo 2: João, durante a madrugada, se depara num beco com seu desafeto colocando a mão no bolso traseiro da calça. Essa cena o faz pensar que será vítima de injusta agressão, obrigando-o a armar-se primeiro e atirar contra o iminente agressor. Depois de atirar para matar, percebe que seu desafeto tirava do bolso um celular. João fantasiou situação de fato que jamais existiu.
Erro equiparado ao erro de tipo (inevitável – exclui culpa e dolo; evitável – exclui dolo).
Revison R.L.Filho
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