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CULPABILIDADE Revison R.L.Filho CONCEITO Terceiro elemento do conceito analítico do crime. Juízo de reprovação que recai na conduta típica e ilícita que o agente se propõe a realizar. Teoria Limitada da Culpabilidade (Base finalista; Elementos - imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e consciência potencial da ilicitude). 2. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 2.1 IMPUTABILIDADE Conceito: Capacidade de imputação, ou seja, possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal. Elementos: intelectivo (higidez psíquica que permita ao agente ter consciência do caráter ilícito do fato) e volitivo (agente domina sua vontade, exerce controle sobre a disposição surgida com o entendimento do caráter ilícito do fato). Imputabilidade (capacidade). Inimputabilidade (incapacidade). Causas: anomalia psíquica, idade e embriaguez. Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica (compromete autodeterminação ou capacidade intelectiva) Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Inimputável - Absolvição imprópria (medida de segurança). Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Semi-imputável – Condenação (pena com redução). b) Inimputabilidade em razão da idade Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Presunção absoluta de desenvolvimento mental incompleto. Leva-se em consideração apenas o desenvolvimento mental do acusado (idade), independe se tinha capacidade de entendimento e autodeterminação. Critério biológico. A maioridade penal é alcançada no primeiro minuto do dia do aniversário de 18 anos. Imputabilidade – no momento da conduta (ação ou omissão) e não da produção do resultado. Súmula 74 STJ – A maioridade será comprovada por documento hábil. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. c) Inimputabilidade em razão da embriaguez Conceito: Intoxicação transitória causada pelo álcool ou substância de efeitos análogos. Espécies: Embriaguez não acidental (voluntária – com intenção de embriagar-se ou culposa – por negligência ou imprudência embriaga-se) – art. 28, II, CP. Completa ou incompleta – não exclui a imputabilidade; Embriaguez acidental (caso fortuito – sujeito desconhece o efeito daquilo que ingere; ou força maior – sujeito é obrigado a ingerir) – art. 28, §1º e §2º, CP. Completa – isenta de pena; Incompleta – diminui a pena; Embriaguez patológica (doentia) – art. 26, CP. Anomalia psíquica. Inimputabilidade ou redução de pena; Embriaguez preordenada (ingere com finalidade de cometer crime) – art. 61, II, l, CP (agravante). Atenção – art. 28, I, CP. Emoção (estado súbito e passageiro – atenuante – art. 65, III, c, CP) e paixão (sentimento duradouro – doença mental – art. 26, caput, CP) não excluem responsabilidade penal. 2.2 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Revison R.L.Filho Possibilidade que tem o agente imputável de compreender a reprovabilidade da sua conduta. Segundo elemento da culpabilidade. 2.3 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Para a reprovação social, não basta que o autor do fato lesivo seja imputável e tenha possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito. Exige-se, ainda, que nas circunstâncias tivesse a possibilidade de atuar de acordo com o ordenamento jurídico. Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Excludentes da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa: Coação irresistível (art. 22, 1ª parte, CP): coação moral (ameaça); irresistibilidade da coação. Só é punido o autor da coação. Obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte, CP): ordem de superior hierárquico (função pública); ordem não seja claramente ilegal (ilicitude não pode ser flagrante); estrita observância da ordem (subordinado não pode se exceder). Revison R.L.Filho �
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