Prát Sim VI_2_Réplica cambial

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Processo nº ....
INDÚSTRIA DE SOLVENTES MUNDO COLORIDO S.A, neste ato representada por seu administrador, conforme qualificação nos autos do presente pedido de falência que move em face de PINTANDO O SETE COMERCIO DE TINTAS LTDA, também já devidamente qualificada, vem, tempestivamente, por seu advogado, propor a presente
RÉPLICA
nos termos que seguem: 
 
BREVE RELATO DOS FATOS
Consoante a peça exordial, a Requerente solicitou a falência da Requerida com base em três notas promissórias, cada qual no valor de R$ 50.000,00, todas vencidas e não pagas. 
Diga-se que, das três cambiais que embasam o pedido, apenas uma delas foi protestada para fim falimentar.
Em sua defesa, a Requerida, em síntese, sustentou que a falência não poderia ser decretada porque duas das notas promissórias que instruíram o requerimento não foram protestadas. 
Destarte, requereu o deferimento de prestação de uma caução real que garantisse o juízo falimentar da cobrança dos títulos.
Concessa vênia, as alegações arguidas pelo Requerido carece de qualquer embasamento legal, como demonstrado a seguir.
 
DOS FUNDAMENTOS
1. DA INCONSISTÊNCIA DAS ALEGAÇÕES DO REQUERIDO 
A requerida sustentou na peça de defesa que a falência não poderia ser decretada ao argumento de que “duas das notas promissórias que instruíram o requerimento não foram protestadas”. 
Ocorre que tal alegação não merece acolhida, porquanto não obsta a decretação de falência o fato de que apenas uma das três notas tenha sido protestada para fim falimentar. 
Isso porque, com supedâneo no artigo 96 §2º da Lei 11.101/2005, a única nota promissória protestada por falta de pagamento é suficiente para embasar o pedido de falência, já que supera o valor de 40 salários mínimos, atendendo aos requisitos previstos no art. 94, inciso I, da Lei 11.101/05.
2. DA IMPRESCINDIBILIDADE DO DEPÓSITO ELISIVO EM DINHEIRO
No que toca à alegação do Requerido quanto ao pedido de deferimento de prestação de uma caução real que garantisse o juízo falimentar da cobrança dos títulos, igualmente não merece acolhida.
A caução real não se presta a elidir a falência, eis que o depósito elisivo, consoante artigo 98 parágrafo único da Lei 11.101/2005 deve ser realizado em dinheiro correspondente ao crédito reclamado, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios (Súmula 29 do Superior Tribunal de Justiça).
Releva sublinhar que o entendimento pela imprescindibilidade do depósito em dinheiro é pacífico na doutrina e na jurisprudência, senão vejamos: 
“Depósito elisivo é o realizado em dinheiro correspondente ao crédito reclamado.” 
(NEGRÃO, R. Manual de Direito Comercial e de Empresa. Recuperação de Empresas e Falência. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 279. v3.)
Falência. Ausência de depósito. Art. 175, 1, § 1°, da Lei de Falências.
1. O art. 175, § lº, 1, da Lei de Falências é muito claro ao exigir o depósito em dinheiro, sob pena de decretação da falência, não sendo viável interpretação para substituir o depósito em dinheiro pelo depósito de caução.
2. Recurso especial não conhecido.
(REsp 302954 / SP, Superior Tribunal de Justiça, Terceira Turma, Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Data do Julgamento: 08/04/2002, Data da publicação / fonte: DJ 20/05/2002 p. 135)
Pelo fio do exposto, importa-nos reconhecer que não há que se pugnar pela não aceitabilidade das referidas notas promissórias para instruir o pedido de falência.
 DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja rejeitada a defesa do requerido e julgado procedente o pedido do Requerente, com decretação da falência daquele.
Termos em que espera deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
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Nome do advogado – OAB/RJ nº ....