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Prát Sim VI_11_Indeniz Consumidor

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Processo nº ....
		JOÃO MACEDO, (naturalidade), (estado civil), desenhista de produtos, portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº ..., domiciliado e residente no (endereço), São Paulo, SP, CEP .... , vem, por meio de seu advogado, com escritório localizado no (endereço) São Paulo, SP, CEP ..., propor a presente
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
pelo rito sumário em face de ABC ELETRONICS LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº ..., estabelecida no (endereço), Curitiba (PR), CEP ...., pelos fatos e motivos adiante expostos:
 
DOS FATOS
 O Autor é “designer” de produtos na cidade de São Paulo, onde é domiciliado e, ao ser contratado para participar de um grande projeto, decidiu adquirir um microcomputador portátil (“notebook”) de última geração, em estabelecimento da empresa Ré, sediada na Cidade de Curitiba (PR), pelo valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). 
Diga-se que o produto, fabricado pela empresa Pearl Inc., norte-americana, é importado com exclusividade por algumas lojas no Brasil, como a da Ré, e que o produto não possui qualquer prazo de garantia além daqueles informados no Código de Defesa do Consumidor. 
Assim, o Autor efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do mesmo em sua residência. O pagamento foi debitado em uma única prestação em seu cartão de crédito. Três dias depois da compra, o microcomputador foi entregue na residência do Autor. 
Ocorre que, não obstante tivesse seguido todas as instruções contidas no manual, o Autor não logrou êxito em ligar o aparelho, já que o produto simplesmente não funcionava. 
Quatro dias depois da compra, o Autor dirigiu-se ao estabelecimento comercial da Ré, em Curitiba (PR), para exigir a substituição do produto, e foi informado de que a empresa, por ser representante da marca do computador, possuía um serviço de assistência técnica para onde o produto deveria ser encaminhado para verificar as razões pelas quais não ligava. O Autor assinou e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao conserto (doc. de fls ...). 
Trinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica. O Autor testou o aparelho na própria loja e constatou que, apesar do equipamento ligar, o monitor apresentava defeitos na imagem. 
Em razão disso, o Autor recusou-se a retirar o produto e exigiu, nessa oportunidade, a restituição da quantia paga. Ao ter seu pedido negado, o Autor deixou a loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução do dinheiro. 
Diante do descaso e da negligência da empresa Ré em solucionar o vício apresentado pelo produto, o Autor vem, perante este Juízo, requerer que se faça Justiça.
DOS FUNDAMENTOS
1. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Ao caso em exame aplicam-se as normas do Código de Defesa do Consumidor, eis que as partes litigantes estão inseridas nos conceitos de consumidor e fornecedor previstos nos arts. 2º e 3º, do mesmo diploma legal.	
A esse respeito, é de se consignar a violação, no presente caso, do princípio da boa-fé objetiva, positivado no artigo 422 do Código Civil e artigo 4º inciso III da Lei 8078/90, do qual depreende-se a idéia de lealdade e cooperação que deve reger as relações contratuais, o que implica na imprescindibilidade de respeito às legítimas expectativas despertas na outra parte co-contratante. 
A esse respeito, oportunas as lições de Cláudia Lima Marques:
“significa agir pensando no outro, no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses legítimos, suas expectativas razoáveis, seus direitos, agindo com lealdade, sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão ou desvantagem excessiva, cooperando para atingir o bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo contratual e a realização dos interesses das partes. (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O Novo Regime das Relações Contratuais. 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p. 335.)
Ora, é evidente que a posição adotada pela ré é ilícita e atenta contra o princípio da boa-fé objetiva, o qual, sublinhe-se, reporta ao padrão de comportamento ético que o consumidor espera da empresa fornecedora. Porque a Ré tinha (e ainda tem) o dever de respeitar as legítimas expectativas do Autor tanto no tocante à qualidade do produto adquirido quanto relativamente à qualidade dos serviços de assistência técnica prestados.
Desta forma, há de se reconhecer, fatalmente, a flagrante violação a um dos princípios norteadores da relação consumerista com o 
cometimento de ato ilícito por parte da empresa ré. 
2. DO DIREITO À SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO OU RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO (art. 18 parágrafo 1º da Lei 8.078/90)
Resta incontroversa a aquisição do produto em ... (fl...), a ocorrência de defeito e a remessa para a assistência técnica (fls...). 
Nos termos do art. 18 parágrafo 1º do CDC, verificando o consumidor a ocorrência de vícios de qualidade, que torne o produto inadequado ao fim a que se destina e não sendo sanado o defeito no prazo de 30 dias, pode ser exigido do fornecedor a substituição do produto, a restituição do valor pago ou o abatimento proporcional do preço.
Destarte, na hipótese vertente, tendo ocorrido o decurso do prazo precitado sem que fosse efetivado o conserto do aparelho, torna-se impositiva a substituição do produto, a teor do que estabelece a legislação protetiva do consumidor. 
E, na hipótese de não ser possível entregar produto igual em condições de uso ao postulante, deve ser restituído a este o preço pago, atualizado monetariamente pelo índice do IGP-M, bem como com a incidência dos juros de mora de 1% ao mês, na forma do artigo 406 do Código Civil.
3. DO DEVER DE INDENIZAR
Diante do exposto e dos arts. 6º, I e 12, CDC, forçoso concluir pelo dever de indenizar os danos morais e materiais perpetrados ao autor pela empresa ré.
	
3. 1. DANO MATERIAL
Conforme documentado às fls ..., o autor, sem poder usufruir do aparelho que adquirira, dispendeu consideráveis quantias com os custos de seu deslocamento para assistência técnica de seu produto no estabelecimento da Ré (São Paulo-Curitiba ida e volta) e para retirá-lo (São Paulo-Curitiba ida e volta). 
Tendo todo o valor desembolsado pelo Autor sido em vão, eis que a empresa Ré atuou com negligência e descaso relativamente aos problemas técnicos do aparelho em questão, faz jus aquele à restituição das quantias que dispendeu.
 
3.2. DOS DANOS MORAIS
A Constituição da República, no seu artigo 5º, inciso X, prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua violação”.
No mesmo sentido o Código Civil agasalha a reparabilidade dos danos morais em seu artigo 186, segundo o qual, aquele, por ação ou por omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Complementa o artigo 927, do Código Civil, estabelecendo que, aquele que por ato ilícito (artigos 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Na hipótese retratada nos autos, o dano moral configurou-se, tendo em vista a desídia e descaso na prestação do serviço por parte da Ré, a qual ocasionou prejuízos à parte autora, tanto de ordem material como moral. 
Decorre daí a responsabilidade de ordem objetiva de reparar o dano causado à parte autora, consoante estabelece o artigo 14, da lei consumerista precitada, tendo em vista que o procedimento adotado foi temerário, atentando a boa fé objetiva ao descumprir com o dever jurídico de bem prestar seus serviços.
Não se pode olvidar que o Autor deslocou-se de seu domicílio (São Paulo) em duas oportunidades, com vistas a levar pessoalmente o produto para o estabelecimento da empresa Ré em Curitiba (Paraná) e, posteriormente, para retirá-lo. Não obstante os esforços envidadospara o deslinde da questão, a parte autora não logrou êxito em solucioná-lo.
Em casos como o presente, os danos morais são presumidos e decorrem do próprio fato, sendo evidentes a efetiva frustração e abalo psicológico causados ao demandante, que ultrapassam em muito o mero dissabor. 
Dessarte, não apenas com supedâneo constitucional mas, também, com fulcro no art. 6º, inciso VI da Lei 8.078/90, impõe-se a indenização por dano moral, independentemente da prova objetiva do abalo à honra e à reputação sofrida pelo autor, que se permite, na hipótese, presumir.
Nesse sentido, a jurisprudência do Tribunal:
	INDENIZATÓRIA. MÁQUINA DE LAVAR ROUPA COM DEFEITO. TROCA EFETUADA TRÊS MESES DEPOIS E POR MODELO DE VALOR INFERIOR. NOVO DEFEITO APRESENTADO E SEM CONSERTO PELA ASSISTÊNCIA TÉCNICA. RESSARCIMENTO DO VALOR PAGO PELO PRODUTO. DANO MORAL. Dúvida não existe de que o produto adquirido apresentou sério defeito, visto que o pedido de assistência técnica se deu imediatamente após a instalação, o que ensejava sua troca ou a restituição do valor pago nos termos do § 1º do art. 18 do C.D.C. Somente após apresentar reclamação no PROCON é que ficou acordada a troca do produto. Contudo, ainda sim, demorou três meses para entregar. Não bastasse a demora, entregou produto de outra marca e inferior ao modelo adquirido pelo consumidor. Depois de dois meses do produto entregue, no dia 03/05/2011, ele apresentou defeito e não foi solucionado pela assistência técnica, alegando falta de peça. Observa-se que o produto estava dentro do prazo de garantia e o seu conserto não foi realizado. Portanto, faz jus o autor à indenização pelo dano material ora representado pelo valor despendido na aquisição da máquina de lavar roupa que não se prestou ao fim destinado, bem como pelo dano moral, ora advindo da má prestação de serviço da ré e representado pelos transtornos e constrangimentos sofridos ante a impossibilidade de usufruir da máquina de lavar roupa. Mostrando-se justo e adequado o valor da indenização ora arbitrada, deve o mesmo ser mantido. Recurso a que se nega provimento, na forma do artigo 557, caput, do CPC. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 2208821-24.2011.8.19.0021, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Nona Câmara Cível, Des. Rel. Marcos Alcino A. Torres, Julgamento: 25/09/2012)
	APELAÇÃO. INDENIZATÓRIA. CONSUMIDOR. DEFEITO EM REFRIGERADOR NA GARANTIA. REPARO INADEQUADO. RECLAMAÇÕES SEM SOLUÇÃO. RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE. VÍCIO DO PRODUTO. OBRIGAÇÃO DE SUBSTITUIR O PRODUTO. ART. 18, § 1º, I, DO CDC. DANO MORAL CONFIGURADO E RAZOAVELMENTE DIMENSIONADO. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1. Fere o princípio da lógica razoável que um refrigerador, bem durável que é, apresente defeito poucos meses após o recebimento do produto, ainda no prazo de garantia, sem que o fornecedor do produto solucione adequadamente o problema, apesar das reiteradas reclamações do consumidor e visitas da assistência técnica. 2. Não obstante a tentativa de reparo efetuado pelo fornecedor, não foi sanado o vício do produto que permaneceu impróprio ao fim a que se destinava. 3. A resistência injustificada e descabida da empresa obrigada a solucionar o problema, bem como o longo tempo em que o consumidor permaneceu sem atendimento de suas justas postulações, justificam a substituição do produto pleiteada pelo consumidor. 4. Na responsabilidade por vício do produto a indenização fica adstrita às hipóteses descritas no § 1º do artigo 18 do CDC, razão pela qual, em regra, não há compensação moral, mas sim, o ressarcimento material. No entanto, impõe-se o reconhecimento do dano indireto, fora do âmbito do vício do produto, mas a ele relacionado, por conta do comportamento reprovável da ré, que deixou de cumprir o dever legal de, diante do vício evidente, providenciar a substituição do produto, causando dissabores que em muito ultrapassaram o simples aborrecimento. 5. Dano moral configurado e arbitrado moderadamente, em atenção à razoabilidade e proporcionalidade, tendo em conta as circunstâncias fáticas. 6. Desprovimento do recurso. 
(destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0054387-02.2010.8.19.0004, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Sétima Câmara Cível, Des. Rel. Elton Leme, Julgamento: 29/08/2012)
	Apelação Cível. Sumário. Indenizatória. Compra de bebedouro defeituoso. Assistência técnica que devolveu o aparelho diversas vezes, embora sem conseguir sanar o defeito. Produto que deveria ter sido substituído imediatamente após o insucesso na tentativa de conserto, mas não o foi, estando o fabricante e o vendedor obrigados à devolução do valor. Autor que restou obrigado a ir e vir várias vezes, transportando objeto volumoso e pesado, sem poder usufruir do aparelho que adquirira. Danos morais caracterizados, pelo flagrante desrespeito ao direito do consumidor. Montante fixado de forma insuficiente, em apenas R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) devendo ser majorado para R$ 3.000,00 (três mil reais) valor mais adequado à hipótese, segundo os critérios de satisfação/punição e razoabilidade/proporcionalidade utilizados por esta Colenda Câmara Cível. Honorários advocatícios fixados em R$ 500,00, valor que corresponde ao percentual de 16,6% sobre o valor da condenação e que se mostra adequado ao trabalho realizado. Terceira-ré, assistência técnica que participou ativamente do dano e somente permanece afastada da condenação à míngua de recurso neste sentido. Provimento parcial do recurso, somente para majorar o montante indenizatório, mantida, no mais, a sentença. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0001008-47.2010.8.19.0037, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Câmara Cível, Des. Rel. Gilberto Dutra Moreira, Julgamento: 08/08/2012)
Assim, assiste à parte autora o direito à reparação pelo dano moral, com base no art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal e art. 186 do Código Civil.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Citação do réu
b) Procedência do pedido para determinar a troca do produto
c) Não sendo possível a troca do produto, a devolução da quantia paga acrescida de juros e correção monetária
d) Condenação do réu a reparar o dano material no valor de R$ 3.000,00 acrescido de juros e correção monetária
e) Condenação do réu a reparar o dano moral no valor de R$ ...
f) Condenação nas verbas sucumbenciais
PROVAS
Requer as provas depoimento pessoal do réu, testemunhal (rol abaixo PORQUE O RITO É SUMÁRIO), documental suplementar, se necessário
VALOR DA CAUSA 
 Dá à causa o valor de R$ ... (art. 259, II, CPC)
Termos em que espera deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....
Rol de testemunhas
1 - ...
2 - ...
3 - ....

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