Variedades de Latim

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Protolíngua 
“é um estágio de língua, não necessariamente atestado em textos, que, em verdade, permite resgatar possíveis relações entre grupos de línguas diferenciados.” (TARALLO, 1990) Quando você encontrar um asterisco (*) no nome da língua ou em uma forma linguística, significa que ela foi reconstruída a partir do método da reconstrução comparada. O conceito de árvores de famílias linguísticas foi desenvolvido por Augusto Schleicher, também a partir da reconstrução comparada, em 1871.
Proto-indo-europeu
Schleicher (1868)
	Avis akvāsas ka
	Avis, jasmin varnā na ā ast, dadarka akvams, tam, vāgham garum vaghantam, tam, bhāram magham, tam, manum āku bharantam. Avis akvabhjams ā vavakat: kard aghnutai mai vidanti manum akvams agantam. Akvāsas ā vavakant: krudhi avai, kard aghnutai vividvant-svas: manus patis varnām avisāms karnauti svabhjam gharmam vastram avibhjams ka varnā na asti. Tat kukruvants avis agram ā bhugat.
	“Uma ovelha que não tinha lã viu cavalos, um deles puxando uma carroça pesada, outro carregando uma carga pesada e um carregando um homem com rapidez. A ovelha disse para os cavalos: - ‘meu coração se parte vendo um homem guiando cavalos’. Os cavalos responderam: - ‘Preste atenção ovelha, nossos corações se partem quando vemos isto: um homem, o mestre, faz da lã da ovelha uma roupa quente para si. E a ovelha fica sem lã’. Ouvindo isto, a ovelha fugiu pelo campo”
Latim arcaico
Séc. VII a.C. a séc. III a.C.
Língua essencialmente falada. 
Poucos registros escritos foram encontrados em inscrições de 600 a.C. que demonstram estruturas resultantes do indo-europeu. 
Texto literário mais antigo de que se tem notícia: tradução da Odisseia feita por um escravo grego.
Considerado menos polido do que o latim do período seguinte.
Nessa época a sociedade romana apresentava certa homogeneidade, só depois do séc. III a.C. é que a sociedade romana subdividiu-se em romanos cultos e incultos. 
Esses grupos socioculturais utilizam diferentes manifestações do latim: o latim culto e o latim vulgar. Também há nessa época outros “falares latinos” – prenestino e falisco - com características arcaicas.	
fíbula prenestina
Manios med fhefaked Numasioi
Manius me fecit Numerio 
Mânio fez-me para Numério
Latim clássico/literário
Fruto de amadurecimento e elaboração do
latim culto escrito. 
É a partir do séc. III a.C. com o advento da literatura latina que o latim vai ganhando rigor formal. Atinge seu auge na época de Cícero e César. 
Essa norma literária é uma estilização do sermo urbanus (latim culto falado) – 81 a.C. a 14 d.C.
A variedade escrita culta (sermo classicus) permaneceu na prática da Igreja Católica e ficou conhecida como sermo ecclesiasticus – a partir do século V d.C. –, no sermo profanus com os tratados de medicina, filosofia, ciência etc e no latim medieval praticado nos escritórios reais – durante a Idade Média.
Latim culto falado 
Era o sermo urbanus falado pelas classes altas
de Roma, mas sem os refinamentos do latim literário. 
Desapareceu entre os séculos V e VI, período da queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e das invasões bárbaras. 
Possuía estrutura gramatical e vocabulário bastante próximo do latim clássico, mas era menos estilizado.
Escrito em cartas de autores como Cícero e Sêneca.
Latim vulgar
Séc. III a.C. a séc. VII d.C. 
Falado pela grande massa analfabeta ou pouco escolarizada. Era simples, expressivo, mais concreto e permeável a elementos estrangeiros.
Desde o fim da época republicana ou desde o começo do período imperial (séc. I a.C. e séc. I d.C.) as características básicas do latim vulgar já eram perceptíveis. 
Os registros dessa variedade são os mais raros
Por volta de 600 d.C. já constituía os primeiros “romances” (ou seja, as primeiras manifestações das línguas românicas).
Latim tardio
Conforme o Império perde força e a produção literária cai, a língua da administração do império e de instituições como a Igreja Católica passa a ser chamada de latim tardio.