Buscar

apostila exame físico ufpr

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE PROPEDÊUTICA MÉDICA – O EXAME FÍSICO 
 
Autores: Ana Paula W. Fabra, André Luiz B. Pozio, 
Bruno Di M. F. S. Vieira, Carolina Ghislandi, Carolina 
Monteguti, Carolina Tomiyoshi, Danielle H. 
Prevedello, Deborah B. Gomez, Elisa Garbin Bana, 
Felipe Seyboth, Fernanda W. Fredo, Fernando V. de 
Barros, Flávia Trevisan, Gabriel Gonçalves Dias, 
Henrique L. Bueno, Igor Kazuo Onaka, Ivy Faigle 
Soares, José Marcelo S.Santos, Juliana M. Maranho, 
Letícia D. C. Kusano, Maria Cecília V. Absy, Mauro 
Y. Tamessawa, Patrícia Kakizaki, Renan F. O. Korich, 
Renata Robl, Thais Hissami Inoue. 
 
Professores Orientadores: Mário Luvizotto, Mário 
Sérgio, João Carlos M. Burger, João Vicente Vitola e 
Waldir Baroni. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2007
ii 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 1 
1 ESTRUTURAÇÃO DO EXAME FÍSICO ....................................................................................................... 2 
2 INSPEÇÃO GERAL .......................................................................................................................................... 4 
2.1 ESTADO GERAL ........................................................................................................................................... 4 
2.2 FÁSCIES ......................................................................................................................................................... 4 
2.3 ATITUDE ........................................................................................................................................................ 7 
2.4 VESTUÁRIO, CUIDADOS E HIGIENE PESSOAL ...................................................................................... 8 
3 DADOS VITAIS ................................................................................................................................................. 8 
3.1 TEMPERATURA CORPORAL ...................................................................................................................... 9 
3.2 PULSO ARTERIAL ...................................................................................................................................... 10 
3.3 PRESSÃO ARTERIAL ................................................................................................................................. 11 
3.4 FREQÜÊNCIA CARDÍACA ........................................................................................................................ 13 
3.5 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA ................................................................................................................. 13 
4 DADOS ANTROPOMÉTRICOS.................................................................................................................... 14 
4.1 ALTURA ....................................................................................................................................................... 14 
4.2 ENVERGADURA ......................................................................................................................................... 14 
4.3 PESO ............................................................................................................................................................. 14 
4.4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) .................................................................................................... 15 
4.5 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL ............................................................................................................ 15 
5 PELE ................................................................................................................................................................. 16 
5.1 COLORAÇÃO .............................................................................................................................................. 16 
5.2 TEMPERATURA .......................................................................................................................................... 16 
5.3 UMIDADE .................................................................................................................................................... 16 
5.4 TEXTURA ..................................................................................................................................................... 16 
5.5 ESPESSURA ................................................................................................................................................. 16 
5.6 ELASTICIDADE .......................................................................................................................................... 17 
5.7 MOBILIDADE .............................................................................................................................................. 17 
5.8 TURGOR ....................................................................................................................................................... 17 
5.9 SENSIBILIDADE ......................................................................................................................................... 17 
5.10 LESÕES ELEMENTARES: ..................................................................................................................... 17 
6 MUCOSAS ........................................................................................................................................................ 20 
7 CABEÇA ........................................................................................................................................................... 20 
7.1 CABELOS E PÊLOS ..................................................................................................................................... 21 
7.2 SEIOS PARANASAIS .................................................................................................................................. 21 
7.3 TÉCNICA ...................................................................................................................................................... 22 
7.3.1 Inspeção ............................................................................................................................................... 23 
7.3.2 Palpação .............................................................................................................................................. 24 
7.3.3 Percussão e Ausculta ........................................................................................................................... 25 
7.4 EXEMPLOS DE ALTERAÇÕES ................................................................................................................. 26 
7.4.1 Alopécia ............................................................................................................................................... 26 
7.4.2 Tricotilomania ...................................................................................................................................... 26 
7.4.3 Sinusite ................................................................................................................................................. 26 
8 OLHOS .............................................................................................................................................................. 27 
9 OUVIDO ............................................................................................................................................................ 32 
9.1 OUVIDO EXTERNO ....................................................................................................................................32 
9.2 OUVIDO MÉDIO .......................................................................................................................................... 32 
9.3 OUVIDO INTERNO ..................................................................................................................................... 33 
9.4 EXAME FÍSICO ............................................................................................................................................ 33 
9.4.1 Inspeção ............................................................................................................................................... 33 
9.4.2 Palpação .............................................................................................................................................. 34 
iii 
 
9.4.3 Otoscopia ............................................................................................................................................. 34 
9.4.4 Exame do VIII par – nervo vestibulococlear ........................................................................................ 36 
9.4.4.1 Nervo coclear .............................................................................................................................................. 36 
9.4.4.2 Nervo vestibular .......................................................................................................................................... 38 
10 NARIZ ............................................................................................................................................................... 40 
10.1 NARIZ E SEIOS PARANASAIS ............................................................................................................. 40 
10.2 NERVO OLFATÓRIO ............................................................................................................................. 40 
11 BOCA ................................................................................................................................................................ 41 
11.1 LÁBIOS .................................................................................................................................................... 42 
11.2 MUCOSA ORAL ...................................................................................................................................... 42 
11.3 GENGIVA ................................................................................................................................................ 42 
11.4 DENTES ................................................................................................................................................... 43 
11.5 PALATO (CÉU DA BOCA) ..................................................................................................................... 43 
11.6 LÍNGUA ................................................................................................................................................... 44 
11.7 ASSOALHO DA BOCA ........................................................................................................................... 44 
11.8 GLÂNDULAS SALIVARES ................................................................................................................... 45 
11.9 FARINGE ................................................................................................................................................. 45 
11.10 IX PAR CRANIANO ................................................................................................................................ 46 
11.11 X PAR CRANIANO ................................................................................................................................. 46 
11.12 XII PAR CRANIANO ............................................................................................................................... 47 
12 PESCOÇO ......................................................................................................................................................... 47 
12.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA .................................................................................................................. 47 
12.2 EXAME FÍSICO ....................................................................................................................................... 49 
12.2.1 Linfonodos ....................................................................................................................................... 49 
12.2.2 Traquéia .......................................................................................................................................... 49 
12.2.3 Tireóide ........................................................................................................................................... 50 
12.2.4 Artéria Carótida e Veias jugulares ................................................................................................. 50 
12.3 NERVO CRANIANO XI .......................................................................................................................... 50 
12.3.1 Exame físico .................................................................................................................................... 51 
13 TÓRAX.............................................................................................................................................................. 51 
13.1 AVALIAÇÃO DO TÓRAX E DA RESPIRAÇÃO .................................................................................. 51 
13.2 EXAME DA REGIÃO POSTERIOR DO TÓRAX ................................................................................... 52 
13.2.1 Inspeção .......................................................................................................................................... 52 
13.2.2 Palpação .......................................................................................................................................... 52 
13.3 EXAME DA REGIÃO ANTERIOR DO TÓRAX .................................................................................... 53 
13.3.1 Inspeção .......................................................................................................................................... 53 
13.3.2 Palpação .......................................................................................................................................... 53 
13.3.3 Percussão do tórax .......................................................................................................................... 54 
13.3.4 Ausculta do tórax ............................................................................................................................. 55 
13.3.5 Ruídos respiratórios ........................................................................................................................ 55 
13.3.6 Ruídos adventícios ........................................................................................................................... 56 
13.3.7 Sons vocais transmitidos ................................................................................................................. 57 
14 MAMA FEMININA ......................................................................................................................................... 58 
14.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA .................................................................................................................. 58 
14.2 EXAME FÍSICO ....................................................................................................................................... 60 
15 MAMA MASCULINA ..................................................................................................................................... 62 
16 PRECÓRDIO.................................................................................................................................................... 63 
16.1 INSPEÇÃO ............................................................................................................................................... 64 
16.2 PALPAÇÃO ............................................................................................................................................. 64 
16.3 AUSCULTA ............................................................................................................................................. 66 
16.3.1 Bulhas cardíacas ............................................................................................................................. 67 
16.3.2 Arritmias .......................................................................................................................................... 69 
16.3.3 Cliques ............................................................................................................................................. 69 
16.3.4 Estalidos .......................................................................................................................................... 70 
iv 
 
16.3.5 Sopros .............................................................................................................................................. 70 
16.4 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ................................................................................................................ 71 
17 ABDOME .......................................................................................................................................................... 73 
17.1 INSPEÇÃO ............................................................................................................................................... 74 
17.2 PALPAÇÃO ............................................................................................................................................. 75 
17.2.1 Palpação superficial ........................................................................................................................ 75 
17.2.2 Palpação profunda .......................................................................................................................... 75 
17.2.2.1 Palpação do fígado ...................................................................................................................................... 76 
17.2.2.2 Palpação do baço ......................................................................................................................................... 76 
17.2.2.3 Palpação do ceco ......................................................................................................................................... 77 
17.2.2.4 Palpação do cólon transverso ...................................................................................................................... 77 
17.2.2.5 Palpação do sigmóide .................................................................................................................................. 77 
17.2.2.6 Palpação dos rins ......................................................................................................................................... 77 
17.2.2.7 Manobras especiais ...................................................................................................................................... 78 
17.3 PERCUSSÃO ........................................................................................................................................... 78 
17.4 AUSCULTA ............................................................................................................................................. 79 
17.5 EXEMPLOS DE ALTERAÇÕES NO EXAME ABDOMINAL .............................................................. 79 
17.5.1 Ascite ............................................................................................................................................... 79 
17.5.2 Hipertensão Portal .......................................................................................................................... 80 
17.5.3 Massas abdominais ......................................................................................................................... 81 
17.5.4 Peritonite ......................................................................................................................................... 81 
17.5.5 Icterícia ........................................................................................................................................... 81 
18 MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES ............................................................................................... 82 
18.1 INSPEÇÃO ............................................................................................................................................... 82 
18.2 PALPAÇÃO ............................................................................................................................................. 83 
18.2.1 Movimentação ................................................................................................................................. 83 
19 EXAME NEUROLÓGICO ............................................................................................................................. 84 
19.1 FUNÇÕES CORTICAIS .......................................................................................................................... 84 
19.1.1 Consciência ..................................................................................................................................... 84 
19.1.2 Atenção ............................................................................................................................................ 85 
19.1.3 Cooperação ..................................................................................................................................... 85 
19.1.4 Orientação ....................................................................................................................................... 85 
19.1.5 Memória .......................................................................................................................................... 86 
19.1.6 Fala e Linguagem ............................................................................................................................ 86 
19.1.7 Gnosias ............................................................................................................................................ 87 
19.1.8 Praxias ............................................................................................................................................ 87 
19.1.9 Julgamento ...................................................................................................................................... 87 
19.1.10 Raciocínio Abstrato ......................................................................................................................... 87 
19.2 FUNÇÃO MOTORA ................................................................................................................................ 87 
19.2.1 Tônus ............................................................................................................................................... 88 
19.2.2 Trofismo .......................................................................................................................................... 88 
19.2.3 Força ............................................................................................................................................... 89 
19.2.4 Coordenação ...................................................................................................................................90 
19.2.5 Reflexos ........................................................................................................................................... 91 
19.2.5.1 Superficiais .................................................................................................................................................. 91 
19.2.5.2 Profundos .................................................................................................................................................... 91 
19.2.5.3 Movimentos involuntários ........................................................................................................................... 92 
19.2.5.4 Equilíbrio e marcha ..................................................................................................................................... 92 
19.3 SENSIBILIDADE ..................................................................................................................................... 94 
19.3.1 Superficial (tátil, térmica e dolorosa) ............................................................................................. 95 
19.3.2 Profunda (vibratória e sensoposição) ............................................................................................. 96 
19.4 SINAIS MENINGORADICULARES ...................................................................................................... 97 
19.4.1 Rigidez da nuca ............................................................................................................................... 97 
19.4.2 Prova de Brudzinski ........................................................................................................................ 97 
19.4.3 Prova de Lasègue ............................................................................................................................ 98 
v 
 
19.4.4 Prova de Kernig .............................................................................................................................. 98 
19.4.5 Meningite ......................................................................................................................................... 99 
20 GENITÁLIA FEMININA ................................................................................................................................ 99 
20.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA .................................................................................................................. 99 
20.1.1 Órgãos Genitais Externos ............................................................................................................. 100 
20.1.1.1 Monte Púbico ou Monte do Púbis ............................................................................................................. 100 
20.1.1.2 Lábios Maiores .......................................................................................................................................... 100 
20.1.1.3 Lábios Menores ......................................................................................................................................... 100 
20.1.1.4 Glândulas Vestibulares Maiores ................................................................................................................ 100 
20.1.1.5 Glândulas Vestibulares Menores ............................................................................................................... 100 
20.1.1.6 Estruturas Eréteis ....................................................................................................................................... 100 
20.1.2 Órgãos Genitais Internos (Fig. 2) ................................................................................................. 101 
20.1.2.1 Vagina ....................................................................................................................................................... 101 
20.1.2.2 Útero .......................................................................................................................................................... 102 
20.1.2.3 Tubas Uterinas ........................................................................................................................................... 102 
20.1.2.4 Ovários ...................................................................................................................................................... 102 
20.2 EXAME FÍSICO ..................................................................................................................................... 103 
20.2.1 Inspeção da Genitália Externa ...................................................................................................... 104 
20.2.1.1 Exame Especular ....................................................................................................................................... 104 
20.2.1.2 Inspeção do colo uterino ............................................................................................................................ 106 
20.2.1.3 Coleta do Preventivo (Papanicolau) .......................................................................................................... 106 
20.2.1.4 Coleta de Secreção Vaginal e Inspeção Vaginal ........................................................................................ 107 
20.2.2 Toque Bimanual ............................................................................................................................ 107 
20.2.3 Toque Retovaginal ......................................................................................................................... 107 
21 GENITÁLIA MASCULINA .......................................................................................................................... 108 
21.1 NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA .......................................................................................... 108 
21.1.1 Órgãos Genitais Externos ............................................................................................................. 108 
21.1.1.1 Pênis .......................................................................................................................................................... 108 
21.1.1.2 Escroto....................................................................................................................................................... 109 
21.1.1.3 Testículos .................................................................................................................................................. 109 
21.1.1.4 Epidídimos ................................................................................................................................................ 109 
21.1.1.5 Cordões Espermáticos ............................................................................................................................... 109 
21.1.2 Órgãos Genitais Internos .............................................................................................................. 110 
21.1.2.1 Próstata ...................................................................................................................................................... 110 
21.1.2.2 Vesículas Seminais .................................................................................................................................... 110 
21.1.2.3 Glândulas Bulbouretrais ou de Cowper ..................................................................................................... 110 
21.2 EXAME FÍSICO ..................................................................................................................................... 110 
21.2.1 Exame do Pênis ............................................................................................................................. 111 
21.2.2 Exame da Bolsa Escrotal............................................................................................................... 111 
21.2.3 Exame dos Testículos .................................................................................................................... 112 
21.2.4 Exame dos Epidídimos .................................................................................................................. 113 
21.2.5 Exame dos Canais Deferentes ....................................................................................................... 113 
21.2.6 Exame dos Cordões Espermáticos ................................................................................................ 113 
21.2.7 Toque Retal.................................................................................................................................... 113 
21.3 EXEMPLOS DE ALTERAÇÕES CLÍNICAS ........................................................................................ 115 
21.3.1 Fimose ........................................................................................................................................... 115 
21.3.2 Balanite e Postite ........................................................................................................................... 115 
21.3.3 Hipospádia e Epispádia ................................................................................................................ 116 
21.3.4 Criptorquidia ................................................................................................................................. 116 
21.3.5 Neoplasias Testiculares ................................................................................................................. 116 
22 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 117 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este Roteiro de Exame Físico foi desenvolvido pelos monitores do ano de 2007/2º 
semestre para os alunos das disciplinas de Propedêutica Médica II. Seu objetivo é fornecer 
subsídios para um aprendizado não só técnico, mas também integrando uma razão para cada 
passo do exame físico, a fim de que haja a identificação e interpretação dos achados do exame, 
facilitando o diagnóstico das diferentes patologias futuramente. 
Assim como a “Apostila de Propedêutica”, esse material é apenas um veículo para a 
Semiologia Médica propriamente dita, em que é de responsabilidade do estudante buscar na 
literatura médica subsídios para um aprendizado mais aprofundado e completo. 
 Salientando que um bom exame físico depende – além do conhecimento e experiência do 
médico – de local adequado, iluminação correta e posição do paciente; a parte do corpo a ser 
examinada deve estar descoberta e o restante do corpo deve ser coberto para que o paciente não 
tenha frio – sempre respeitando o pudor do paciente. Os instrumentos utilizados (estetoscópio, 
esfigmomanômetro, termômetro, abaixador de língua, otoscópio, oftalmoscópio, martelo) devem 
estar facilmente disponíveis. A limpeza não só dos instrumentos, mas também das mãos deve ser 
realizada com álcool 70% e preferencialmente na frente do paciente para que ele tome 
conhecimento desses cuidados. 
 Esperamos que este material seja útil não só na disciplina de Propedêutica Médica II, mas 
também na prática clínica de cada um, funcionando como um guia rápido para consulta e um 
auxilio para aqueles que estão iniciando. Como todo o conhecimento em Medicina, este material 
deve estar em constante desenvolvimento e atualização periódica. 
 Boa leitura. 
 Os autores. 
2 
 
 
 
1 ESTRUTURAÇÃO DO EXAME FÍSICO 
 
 O Exame físico pode ser dividido em geral ou especifico. O primeiro, também 
chamado de somatoscopia ou ectoscopia, consiste na avaliação de dados gerais independentes dos 
vários sistemas orgânicos: estado geral, fáscies, atitude, postura, movimentos involuntários, 
biótipo, dados antropométricos, desenvolvimento físico, entre outros. Já o segundo envolve o 
exame dos diferentes aparelhos e sistemas: cardiovascular, respiratório, digestivo, nervoso, 
endócrino, urinário, genital, hemolinfopoiético, osteomuscular. 
 Lembrando que a anamnese não termina com o início do exame físico, assim como o 
exame físico inicia-se no momento que o médico visualiza o paciente; ambos são processos que 
ocorrem paralelamente. A sequência do exame físico preconizada por essa escola está descrita 
abaixo: 
 
1. Lavar as mãos; 
2. Observar a marcha; 
3. Observar a aparência geral: Estado geral, 
estado de hidratação, estado de nutrição, 
desenvolvimento físico, aparência 
condizente ou não com a idade, fácies, 
atitude, coloração da pele, biótipo e 
apresentação do paciente; 
PACIENTE SENTADO DE FRENTE 
PARA O MÉDICO 
4. Pele: 
a. Inspeção. Coloração (palidez, 
vermelhidão, cianose, amarelada, 
discromias), integridade, pêlos, 
presença ou não de lesões e cicatrizes 
(localização, aspecto, forma, volume, 
tamanho); 
b. Palpação. Temperatura, umidade 
(hiper-hidrose, hipo-hidrose), turgor, 
elasticidade, textura, presença ou não 
de lesões e cicatrizes (dor, consistência, 
mobilidade, pulsatilidade, 
compressibilidade); 
5. Membros superiores: 
a. Inspeção. Leitos ungueais 
(coloração, alterações), 
deformidades, cicatrizes 
(dimensões, motivo), circulação 
colateral, simetria de acometimento 
e sinais de inflamação (rubor); 
b. Palpação. Leitos ungueais (pulso 
capilar), nódulos (consistência, 
pulsatilidade, mobilidade, 
sensibilidade dolorosa, dimensões), 
músculos, articulações (crepitação, 
edema, calor, mobilidade ativa e 
passiva), pulso radial (comparar e 
aferir); 
6. Colocar termômetro na axila esquerda; 
7. Aferir a pressão arterial; 
8. Cabeça: 
a. Inspeção: configuração, pele e 
couro cabeludo; 
b. Seios paranasais; 
9. Olhos: 
a. Inspeção externa, conjuntivas e 
escleróticas; 
b. Teste de visão (acuidade visual); 
c. Teste pupilar de reação à luz; 
d. Colocar fenilefrina; 
10. Ouvidos: 
a. Inspeção: ouvido externo e 
otoscopia; 
b. Palpação: trágus 
11. Nariz: 
a. Inspeção: septo e cornetos 
(rinoscopia); 
12. Boca: 
a. Inspeção: língua, dentes, gengivas, 
mucosa, orifícios de Stenon, 
amigdalas e faringe; 
3 
 
 
 
b. Pedir para paciente fonar; 
13. Teste de audição; 
14. Retirar o termômetro; 
PACIENTE PERMANECE SENTADO E O 
MÉDICO SE POSICIONA ATRÁS DO 
PACIENTE 
15. Pescoço: 
a. Mobilidade sem resistência e contra 
resistência; 
b. Mão sobre a cabeça; 
c. Palpar linfonodos; 
d. Palpar tireóide; 
16. Tórax e coluna: 
a. Inspeção: simetria com inspiração 
profunda; 
b. Percussão da coluna vertebral; 
c. Palpação: campos pleuro 
pulmonares posteriores, laterais e 
anteriores; 
d. Percussão: campos pleuro 
pulmonares posteriores, laterais e 
anteriores; 
e. Ausculta: campos pleuro 
pulmonares posteriores, laterais e 
anteriores; 
17. Mamas masculina (deitado) e feminina 
(sentado): 
a. Inspeção; 
b. Palpação; 
c. Expressão mamilar; 
PACIENTE DEITADO E O MÉDICO SE 
POSICIONA À DIREITA DO PACIENTE 
18. Nódulos axilares: 
a. Palpação; 
19. Pescoço: 
a. Inspeção: veias do pescoço; 
b. Palpação: carótidas; 
20. Precórdio: 
a. Inspeção; 
b. Palpação; 
c. Ausculta: precórdio e carótidas; 
21. Abdome: 
a. Auscultar aorta abdominal e 
femorais; 
b. Inspeção do abdome; 
c. Auscultar ruidos hidroaéreos; 
d. Palpação: superficial e profunda; 
e. Percussão: abdome, hepatimetria e 
espaço de Traube; 
f. Palpação: nódulos inguinais e 
pulsos femorais; 
22. Membros inferiores: 
a. Inspeção; 
b. Palpação: músculos, edema pré-
tibial; 
c. Flexão de articulações; 
d. Comparar pulsos pediosos dorsais e 
tibiais posteriores; 
e. Reflexos cutâneo-plantar; 
PACIENTE SENTADODE FRENTE 
PARA O MÉDICO 
23. Fundoscopia; 
24. Exame neurológico: 
a. Enrugar a testa; 
b. Mostrar os dentes; 
c. Mostrar a língua; 
d. Reflexos: biccipital, tricipital, 
estilo-radial, patelar e aquileu; 
e. Estender os braços; 
PACIENTE ADOTA POSIÇÕES 
ESPECÍFICAS PARA CADA TIPO DE 
EXAME 
25. Genitália Masculina: 
a. Inspeção: áreas inguinais (hérnias), 
pênis, meato urinário, retração do 
prepúcio; 
b. Palpação: testículos, epidídimo; 
26. Genitália Feminina: 
a. Inspeção: genitália externa, intróito 
vaginal, orifício da uretra; 
b. Exame especular: vagina, cérvix, 
colheita de material; 
c. Toque vaginal: simples e bimanual; 
27. Reto: 
a. Inspeção; 
b. Toque retal; 
4 
 
2 INSPEÇÃO GERAL 
 
 
 O Exame Físico tem início no momento em que o médico vê o paciente e observa 
características como estado geral, fáscies, atitude, postura, biótipo. 
 
2.1 ESTADO GERAL 
 
 É a avaliação subjetiva do que aparenta o doente em sua totalidade, e a percepção de 
alteração do estado geral depende da prática e da experiência do profissional. O Estago geral é 
útil para avaliar a extensão da doença conhecida no organismo como um todo, alertar a existência 
de alguma doença – cujos sinais e sintomas são escassos – indicando a necessidade do médico em 
aprofundar a investigação diagnóstica, ou sugerir uma boa capacidade de reação do organismo 
frente a uma doença conhecidamente grave. O Estado Geral é classificado em bom estado geral, 
regular estado geral, ou mau estado geral. 
 
2.2 FÁSCIES 
 
 
 É o conjunto de características exibidas na face do paciente, resultante de traços 
anatômicos associados à expressão fisionômica. Considera-se não somente os elementos 
estáticos, mas também a expressão do olhar, os movimentos das asas do nariz e a posição da 
boca. A observação e análise do rosto do paciente podem, algumas vezes, estabelecer o 
diagnóstico de algumas doenças que imprimem na face traços característicos. 
 Os principais tipos de fácies são: 
a. Fácies Normal: Corresponde a uma grande variedade, facilmente reconhecidas por todos. 
Não há necessidade de descrevê-las. 
b. Fácies Hipocrática: Há palidez cutânea e uma discreta cianose labial. Os lábios se tornam 
adelgaçados. Os olhos são fundos, parados e inexpressivos. O nariz afila-se, e podem ser 
observados “batimentos das asas do nariz”. 
c. Fácies Renal: O edema periorbicular é o elemento característico. Palidez cutânea 
completa o quadro. É observada nas doenças difusas dos rins (síndrome nefrótica e na 
glomerulonefrite difusa aguda). 
 
 
 
d. Fácies Leonina: A pele é espessa e apresenta inúmeros lepromas de tamanhos variados e 
confluentes, em maior número na fronte. As bochechas e o mento se deformam pelo 
aparecimento dos nódulos. Os supercílios caem, o nariz se espessa e alarga. Os lábios 
tornam-se grossos e proeminentes. A barba praticamente desaparece. Estas alterações dão 
ao rosto um aspecto de cara de leão; são produzidas pelas lesões do mal de Hansen. 
5 
 
 
 
e. Fácies Adenoidianas: Os elementos característicos são o nariz pequeno e afilado e a boca 
sempre entreaberta. Aparece nos indivíduos portadores de hipertrofia das adenóides, as 
quais dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas 
nasais. 
f. Fácies Parkinsoniana: A cabeça permanece imóvel, inclinada um pouco para frente. O 
olhar é fixo, os supercílios elevados e a fronte enrugada. A fisionomia impassível é 
também chamada de figura de máscara e é observada na síndrome ou doença de 
Parkinson. 
 
 
g. Fácies Basedowiana: Os olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes são os elementos que 
mais se destacam no rosto magro. Outro elemento importante é a presença de um bócio. 
Indica hipertiroidismo. 
h. Fácies Mixedematosa: Constituída de um rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele 
seca, espessada e com acentuação dos sulcos. As pálpebras são infiltradas e enrugadas, os 
supercílios escassos e os cabelos secos, sem brilho. Destaca-se uma expressão 
fisionômica de desânimo e apatia, características no hipotireoidismo e mixedema. 
 
 
 
i. Fácies Acromegálica: Caracterizada pela saliência das arcadas supra-orbitárias, 
proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior. Há um 
aumento do nariz, lábios e orelhas. Os olhos, com a hipertrofia dessas estruturas, parece 
pequeno. Este tipo de fácies é visto na hiperfunção hipofisária (acromegalia). 
 
 
6 
 
 
 
 
j. Fácies Cushingóide ou de Lua Cheia: Ocorre um arredondamento do rosto, com 
atenuação dos traços faciais. E presença de acne. Este tipo de fácies é observado nos casos 
de síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex suprarrenal ou em pacientes que fazem 
uso de corticóides. 
 
 
Paciente com Síndrome de Cushing (antes e depois do desenvolvimento da doença) 
k. Fácies Mongolóide: Há uma prega cutânea (epicanto) na fenda palpebral, que torna os 
olhos oblíquos e distantes um do outro. Nota-se um rosto redondo, boca entreaberta. É 
observada na síndrome de Down. 
l. Fácies de Depressão: Os olhos são fixos em um ponto distante e olhar permanece voltado 
para o chão. O sulco nasolabial se acentua, e o canto da boca se rebaixa. Rosto cabisbaixo 
denota indiferença e tristeza. 
m. Fácies da Paralisia Facial Periférica: Face assimétrica, com impossibilidade de fechar as 
pálpebras. Há apagamento do sulco nasolabial e repuxamento da boca. 
 
 
 
n. Fácies Miastênica ou Fácies de Hutchinson: Caracterizada por ptose palpebral bilateral 
que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia grave. 
o. Fácies do Deficiente Mental: É muito característica mas de difícil descrição. Os traços 
faciais são apagados, a boca entreaberta com salivação. Hipertelorismo e estrabismo, 
quando presentes, acentuam estas características morfológicas. Os olhos se movimentam 
sem se fixarem em nada. 
7 
 
 
 
p. Fácies Etílica: Olhos avermelhados e ruborização da face. O hálito etílico, a voz pastosa e 
um sorriso indefinido completam esta fácies. 
q. Fácies Esclerodérmica ou Fácies de Múmia: A fisionomia é inexpressiva, imutável com 
uma quase completa imobilidade facial. Isto se deve às alterações da pele, que torna-se 
apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos 
lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. 
 
2.3 ATITUDE 
 
 É a posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele por comodidade, hábito ou de 
forma a conseguir alívio para a sua doença. Podem ser classificadas em voluntárias, em que o 
paciente adota essa atitude por sua vontade, ou involuntária, a qual independe da vontade do 
paciente. 
 As principais atitudes voluntárias são: 
a. Ortopnéica: o paciente fica sentado com os pés apoiados no solo ou banqueta e as mãos 
ao seu lado, posição esta que visa aliviar a falta de ar devido a uma insuficiência cardíaca, 
asma, ascite volumosa (líquido na cavidade abdominal); se a condição do paciente for 
mais grave, ele comumente encontra-se deitado com dois ou mais travesseiros para 
manter o tórax elevado e aliviar seu sintoma; 
b. Genupeitoral ou de “prece maometana”: o paciente encontra-se de joelhos com o tronco 
fletido sobre as coxas e o tórax em contato com o solo, o que diminui a dificuldade de 
enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico; 
c. Cócoras: mais comum em crianças com cardiopatia congênita com fluxo pulmonar 
diminuído, pois alivia a dispnéia e manifestações hipoxêmicas; 
d. Parkinsoniana: o paciente com Parkinson de pé apresenta semiflexão da cabeça, tronco e 
membros superiores, e, ao deambular, aparenta correr atrás do seu próprio eixo de 
gravidade; 
e. 
 
 
f. Decúbitos: é a posição de quem está deitado e é classificado como dorsal(abdome 
agudo), ventral (cólicas intestinais) e lateral direito ou esquerdo (final da gravidez, ascite 
ou hepatoesplenomegalia); 
8 
 
 
 
g. Posição antálgica: é o decúbito com diferentes graus de flexão da coluna comuns na 
lombalgia; 
 Já as atitudes involuntárias são: 
a. Atitude passiva: o paciente fica na posição em que é colocado no leito, sem haver 
contratura muscular; observada nos pacientes comatosos ou inconscientes; 
b. Ortótono: é a atitude em que o paciente apresenta os membros e troncos rígidos, sem se 
curvar para diante; 
c. Opistótono: é a atitude comum em doenças como tétano e meningite e caracteriza-se por 
uma contratura da musculatura lombar, de tal forma que o corpo se apóia sobre a cabeça e 
os calcanhares como um arco; 
 
 
 
d. Posição em gatilho: é a hiperextensão da cabeça com flexão das pernas sobre as coxas e 
encurvamento do tronco, encontrado em crianças com irritação meníngea; 
 
2.4 VESTUÁRIO, CUIDADOS E HIGIENE PESSOAL 
 
 Vestuários, cuidados pessoais e higiene são característicos da própria personalidade 
do individuo, idade, estilo de vida, ocupação e grupo sócio econômico. Nesse sentido, deve-se 
avaliar se houve alterações nesses padrões e analisar a correspondência da idade aparente com a 
idade real. 
 O excesso de roupas reflete uma intolerância ao frio (febre, hipotireidismo), tentativa 
de ocultar lesões de pele ou mesmo uma opção pessoal. Calçados largos ou com buracos, ou uso 
de chinelos podem sugerir uma patologia, como gota e joanete (o paciente tem muita dor ao 
colocar sapatos fechados) ou mesmo edema. 
 O aspecto das unhas e o uso de cométicos normalmente refletem alguns aspectos da 
personalidade do paciente, como humor, estilo de vida. Por exemplo, unhas roídas podem 
significar estresse, ansiedade, nervosismo; maus cuidados com a aparência pode indicar 
depressão, demência, e seu excesso, patologias como o narcisismo. 
 
 
3 DADOS VITAIS 
 
 Os dados vitais são sinais de fácil aferição, quem podem dar ao examinador 
informações importantes com relação ao estado do paciente, além de, em alguns casos, 
praticamente definir o diagnóstico de uma doença. 
9 
 
 
 
 
3.1 TEMPERATURA CORPORAL 
 
 A temperatura do interior do corpo permanece constante, dentro de uma variação de 
mais ou menos 0,4°C, mesmo quando exposta a extremos de frio e de calor, graças ao aparelho 
termorregulador. O local habitual de aferição é o oco axilar, mas também pode ser aferida na 
boca, no reto e na membrana timpânica. A seguir, mostraremos valores de temperatura normal 
para cada método, suas vantagens e desvantagens. É importante conhecer as diferenças 
existentes entre os locais, porque, em certas situações patológicas (abdome agudo, afecções 
pélvicas inflamatórias) devem ser medidas as temperaturas axilar e retal, tendo valor clínico uma 
diferença maior que 1°C. 
Tipo Temperatura Oral Temperatura Axilar Temperatura da 
Membrana Timpânica 
Temperatura Retal 
Normal 36 a 37,4°C 35,5 a 37°C 36,9 a 37,5ºC 36 a 37,5°C
Vantagens
facilidade de 
aplicação, método 
não invasivo
facilidade de uso, 
método não invasivo
método não invasivo, 
rápido (2s), facilidade de 
uso, proximidade com o 
hipotálamo (centro 
regulador da temperatura 
corporal), indica 
hipotermia, exatidão de 
medida com ou sem otite 
média
facilidade na 
introdução e na 
medida da 
temperatura visceral 
e pode ser um índice 
favorável da 
temperatura central
Desvantagens
dificuldade na 
utilização em 
crianças jovens, o 
uso de máscara de 
oxigênio ou tubo 
oro-traqueal, contra-
indicada em casos 
de traumas 
maxilofaciais e 
incerteza no 
diagnóstico de 
hipotermia
não reflete a 
temperatura central, 
também 
questionável 
exatidão em casos 
de hipotermia, 
facilidade do 
deslocamento 
durante a medida e 
ampla variabilidade
técnica inadequada pode 
afetar a medida, contra-
indicada em pacientes 
com fratura maxilofacial, 
base de crânio e 
otorragia; pode sofrer 
influência da temperatura 
ambiente; cerúmen pode 
apresentar falsa medida; 
imobilização cervical 
dificulta a medida.
causa desconforto 
físico e emocional; 
presença de fezes no 
reto afeta a exatidão 
da medida; 
possibilidade de 
hemorragia e contra-
indicado em clientes 
com trauma retal ou 
alguma doença local
 
 Febre: temperatura corporal acima da faixa de normalidade e pode ser resultado de 
infecções, lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias malignas. Pode ser classificada 
da seguinte forma: 
• Febre leve ou febrícula: até 37,5°C; 
10 
 
 
 
• Febre moderada: de 37,5 a 38,5°C; 
• Febre alta ou elevada: acima de 38,5°C; 
• Febre contínua: permanece acima do normal com variações de até 1°C e sem grandes 
oscilações. Ex: febre tifóide e pneumonia; 
• Febre irregular ou séptica: picos de temperatura alta intercalados por temperaturas baixas 
ou períodos de apirexia. Ex: septicemia, abcessos pulmonares, empiema vesicular, 
tuberculose e fase inicial da malária; 
• Febre remitente: é diária, com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia. Ex: 
septicemia, pneumonia e tuberculose; 
• Febre intermitente: é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal. 
Ex: malária, infecções urinárias, linfomas e septicemias; 
• Febre recorrente ou ondulante: período de temperatura normal que dura dias ou semanas 
até que seja interrompido por períodos de temperatura elevada. Ex: brucelose, doença de 
Hodgkin e outros linfomas; 
• Síndrome febril: além da elevação de temperatura, ocorrem vários outros sintomas e 
sinais, cujo aparecimento e intensidade variam em relação direta com a magnitude da 
hipertermia, destacando-se astenia, inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, 
calafrios, sudorese e outros; 
• Febre de origem desconhecida: é caracterizada por uma temperatura de no mínimo 
38,5ºC em pelo menos quatro ocasiões ao longo de pelo menos 3 semanas e cuja 
presença pode sugerir uma doença grave; as causas mais comuns de febre de origem 
desconhecida são: infecciosas (infecções do trato respiratório superior, endocardite, 
mononucleose infecciosa), doenças auto-imunes (artrite reumatóide juvenil, doença 
intestinal inflamatória, lúpus eritematoso sistêmico) e neoplasias (leucemia e linfoma). 
 Hipotermia: diminuição da temperatura corporal abaixo de 35,5°C na região axilar ou 
de 36°C no reto. 
 
3.2 PULSO ARTERIAL 
 
 É uma onda de pressão dependente da pressão arterial, sendo percebida como uma 
expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. O pulso, tal como é avaliado no 
exame físico, decorre, principalmente de alterações da pressão intravascular. A técnica utilizada é 
a utilização da polpa digital suave, com as mãos devidamente aquecidas (evitar palpar o pulso 
com o polegar que tem vascularização própria e pode mascarar o dado). 
 
11 
 
 
 
 Em sua análise, deve-se observar os seguintes fatores: 
• Palpação 
• Localização 
• Freqüência 
• Ritmo 
• Simetria 
• Amplitude 
• Tensão 
• Déficit 
• Estado da parede arterial 
• Formato 
 Levando em consideração os itens acima, podemos classificar o pulso arterial em: 
• BISFERIENS: Amplo com dois componentes durante a sístole. Chamado também 
de pulso em martelo d’água, é característico da insuficiência aórtica. 
• PARVUS et TARDUS: Amplitude diminuída e retardo da elevação do pulso, que 
se encontra lentificado. Característico de estenose aórtica. 
• ALTERNANTE: Alterna intensidade maior ou menor com mesma freqüência. 
Mais perceptível no radial, é um sinal precoce de disfunção ventricular. 
Característico de insuficiência cardíaca. 
• PARADOXAL: Diminui de intensidade ou desaparece com a inspiração. 
Característico de tamponamento cardíaco, pericardite constritiva e asma grave. 
 
3.3 PRESSÃOARTERIAL 
 
 Ato médico básico que deve ser realizado em toda consulta. Pode ser aferida direta ou 
indiretamente. A medida indireta se faz através do esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou 
aneróide. Essa técnica se baseia na percepção de que ao inflar o manguito a artéria é totalmente 
ocluída, e ao desinflá-lo diferentes sons (ruídos de Korotkoff) são perceptíveis com o 
estetoscópio, o que corresponde aos diferentes graus de obstrução parcial da artéria. A pressão 
arterial é influenciada por um conjunto de fatores que podem determinar variações significativas 
de seus valores ao longo do dia (ambiente, equipamento, observador, paciente). A técnica 
empregada está descrita a seguir: 
• Explicar o procedimento ao paciente 
• Certificar-se que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos, 
não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes da 
aferição; 
• Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos; 
• Localizar a artéria braquial por palpação 
• Colocar o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital 
centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha 
do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento 
deve envolver pelo menos 80% do braço; 
• Manter o braço do paciente à altura do coração; 
12 
 
 
 
• Posicionar os olhos ao mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do 
manômetro aneróide; 
• Palpar o pulso radial e inflar o manguito até o pulso não ser mais perceptível, para 
estimativa do nível de pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar 15 a 30 
segundos antes de inflar novamente; 
• Colocar o estetoscópio nos ouvidos com a curvatura voltada para a frente; 
• Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa 
antecubital evitando a compressão excessiva; 
 
 
 
• Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento de aferição; 
• Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até 10 a 20 mmHg acima do nível estimado 
(valor pressórico em que o pulso radial não foi mais ser palpado); 
• Proceder a deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo, 
evitando congestão venosa e desconforto para o paciente; 
• Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de 
Korotkoff), que se intensifica com o aumento da velocidade da deflação ; 
• Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff), 
exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som 
para confirmar seu desaparecimento e depois proceder a deflação rápida e completa. 
Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no 
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff); 
• Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica, complementando com a posição 
do paciente, o tamanho do manguito e do braço em que foi feita a mensuração. Deverá 
ser registrado sempre o valor da pressão obtido na escala do manômetro, que varia de 2 
em 2 mmHg, evitando-se arredondamentos e valores de pressão terminados em “5”; 
• Esperar de 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas; 
• Aferir a pressão arterial com o paciente em pé, sentado e deitado, pois a variação da 
pressão arterial nessas posições é vital para o diagnóstico de certos estados hídricos como 
a depleção do espaço extracelular, comumente causada pela desidratação ou perda de 
líquidos importante como as hemorragias; 
• Idealmente, a pressão arterial deve ser aferida nos 4 membros; como nem sempre isso é 
possível, é importante que seja aferida pelo menos em um membro superior e em um 
membro inferior (preferencialmente ipsilateral), já que variações significativas da pressão 
13 
 
 
 
arterial entre os membros superior e inferior sugerem patologias como a coarctação da 
aorta; 
• O paciente deve ser informado sobre os valores da pressão arterial e a possível 
necessidade de acompanhamento. 
 
3.4 FREQÜÊNCIA CARDÍACA 
 
 Esse dado vital é obtido durante o exame de ausculta do precórdio, mas por convenção 
do relatório do exame físico, é colocado junto com os outros dados vitais. Reconhecidas a 1ª e 2ª 
bulhas, o próximo passo é determinar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto, 
que nada mais é do que a freqüência cardíaca. Quando se ausculta apenas duas bulhas, chamamos 
o ritmo de binário ou de dois tempos, ao passo que quando pudermos ouvir um terceiro ruído, o 
ritmo passa a ser de três tempos ou tríplice (TUM-TA-TU – TUM-TA-TU). 
 Para determinação correta da freqüência cardíaca, conta-se um minuto inteiro, e não 
apenas 15 segundos como de costume, isso porque quanto maior o tempo de ausculta, maior é a 
probabilidade de se detectar alguma alteração desse dado vital. A aferição é feita normalmente 
em foco mitral, com a campânula do estetoscópio. Em adultos, o valor normal varia de 60 a 100 
batimentos por minuto, sendo que quando estiver abaixo de 60 dá-se o nome de bradicardia e 
acima de 100, taquicardia. As principais alterações relacionadas a esse dado vital são: 
a. Taquicardia sinusal: caracteriza-se por um aumento do número de batimentos cardíacos, 
em que a freqüência é superior a 100 bpm, podendo chegar até 150 em adultos e 180 em 
crianças. Pode ocorrer em condições fisiológicas (esforços ou emoções) ou patológicas 
(febre, anemia, insuficiência cardíaca). À ausculta, além da freqüência elevada, também 
chama a atenção o aumento de intensidade da primeira bulha. 
b. Bradicardia sinusal: a freqüência cardíaca encontra-se inferior a 60 bpm e, assim como a 
taquicardia sinusal, pode estar presente em condições fisiológicas (sono, treinamento 
físico intenso), patológicas (hipotireoidismo, hipertensão intracraniana), por ação de 
drogas e em disfunções do nó sinusal (doença de Chagas). 
c. Arritmia sinusal: caracteriza-se pela variação na freqüência cardíaca, geralmente 
relacionada à respiração, em que na fase inspiratória, há um aumento do número de 
batimentos cardíacos e, na fase expiratória, diminuição. É observada em situações 
fisiológicas (crianças e adolescentes) e patológicas (hipertensão intracraniana, cardiopatia 
aterosclerótica). 
 
3.5 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA 
 
 A freqüência respiratória é um dado vital que deve ser avaliado no momento da 
inspeção dinâmica do tórax. Deve ser feito, de preferência, sem que o paciente saiba ou perceba, 
para evitar alterações provocadas pelo próprio paciente. Devemos determinar se o paciente 
encontra-se: 
a. Eupnéico: freqüência respiratória normal e sem sinais de dificuldade respiratória (16 a 20 
movimentos respiratórios por minuto é o valor de referência para indivíduos adultos 
considerados normais) 
14 
 
 
 
b. Taquipnéico: freqüência respiratória maior que 20 mpm. Pode ser encontrada em 
situações fisiológicas (emocional, exercício) e patológicas (anemia, acidose metabólica) 
c. Bradipnéico: freqüência respiratória menor que 16 mpm. Pode ser encontrada em 
pacientes com DPOC e alcalose metabólica, por exemplo. 
d. Apnéia: Parada dos movimentos respiratórios ou parada respiratória. Ocorre na apnéia do 
sono, hipertensão intra-craniana. 
 
 
4 DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
 
 Os dados antropométricos correspondem à realização de algumas medidas que muitas 
vezes médicos e acadêmicos não fazem, mas que, em alguns casos, podem ajudar no diagnóstico 
e seguimento do paciente. 
 
4.1 ALTURA 
 
 A medida mais rotineira é a que vai da planta dos pés ao vértice da cabeça e deve ser 
feita com o paciente descalço. Determina-se a altura por meio de uma haste milimetrada que 
acompanha as balanças ou que se afixa a uma parede. A mensuração da altura é importante na 
puberdade, para acompanhar o crescimento do adolescente e a constatação de uma pessoamuito 
baixa pode sugerir algumas síndromes, como a Síndrome de Turner. 
 
4.2 ENVERGADURA 
 
 É a distância compreendida entre os extremos dos membros superiores, estando o 
indivíduo com os braços abertos, em abdução de 90°. Normalmente a envergadura equivale à 
altura. 
 
4.3 PESO 
 
 Pesar o paciente, preferencialmente sem roupa e sem os sapatos. Se, durante a 
anmnese, o paciente referir alguma queixa de ganho ou perda de peso, torna-se ainda mais 
importante. Grandes perdas de peso podem sugerem neoplasias, AIDS, diabetes, 
hipertireoidismo; ganhos de peso podem indicar hipotireoidismo, síndrome de Cushing, 
depressão e uso de medicamentos como esteróides e alguns antidepressivos. 
 Observar a distribuição da gordura corporal, se é homogênea ou se existe alguma área 
com maior concentração. Se a gordura estiver concentrada no tronco e os membros estiverem 
relativamente finos, sugere Síndrome de Cushing. 
 Peso ideal (regra de Broca): em homens, se aproxima ao número de centímetros que 
excede de 1 metro de altura e se expressa em kg. Por exemplo, um homem de 1,70 m teria 70 kg 
como seu peso ideal, segundo essa regra. Em mulheres, subtrai-se 5% ao valor encontrado, 
portanto, uma mulher de 1,60, segundo a regra, teria 57 kg como peso ideal. 
 Peso máximo normal: somam-se 10% ao peso ideal. 
 Peso mínimo normal: subtrai-se 10% ao peso ideal. 
15 
 
 
 
 
4.4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) 
 
 É definido como a razão entre o peso e a altura ao quadrado. Segundo o IMC os 
indivíduos são assim classificados: 
• Baixo peso – IMC < 20 
• Normal – IMC de 20 a 24,99 
• Sobrepeso – IMC de 25 a 29,99 
• Obesidade – IMC > 30 
 Magreza: significa que o paciente está abaixo do peso mínimo normal. Há dois tipos 
de magreza: constitucional (traço genético que não tem relação com enfermidades) e patológica 
(em conseqüência de doenças como diabetes, hipertireoidismo, neoplasias malignas, tuberculose 
e ingestão insuficiente de alimentos). Caquexia é a designação dada ao estado de extrema 
magreza com comprometimento geral do estado do paciente, presente em algumas doenças 
consuntivas (tuberculose, insuficiência suprarrenal, estado de desnutrição grave, neoplasias 
malignas). 
 Obesidade: significa que o peso do paciente está acima do peso normal máximo. Faz-
se acompanhar frequentemente de distúrbios metabólicos, como o diabetes e aterosclerose. A 
síndrome de Cushing tem na obesidade uma de suas principais características clínicas, com 
acúmulo de gordura predominantemente no tronco. 
 
4.5 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL 
 
 A medida isolada da circunferência da cintura tem mostrado ser suficiente para 
estabelecer risco cardiovascular, e seu limite normal é de 95cm para homens e 80cm para 
mulheres. O risco de existir pelo menos um fator clássico de risco coronariano aumenta 
substancialmente quando a medida em homens ultrapassa 104cm e em mulheres ultrapassa 88cm. 
A figura abaixo mostra como a circunferência abdominal deve ser aferida. 
 
 
16 
 
 
 
 
5 PELE 
 
 É necessário, para darmos início ao exame da pele, o desnudamento das partes a 
serem examinadas e saber o que investigaremos no exame. Os elementos observados na pele são 
coloração, integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, 
sensibilidade e lesões elementares. 
 
5.1 COLORAÇÃO 
 
 Já foi analisada para preencher a identificação na anamnese, mas devemos lembrar 
que saber o aspecto normal da pele do paciente é fundamental, principalmente para avaliarmos as 
patologias relacionadas a distúrbios de coloração. Por exemplo, a pele escura é mais difícil de 
avaliar esses distúrbios. Podemos citar como principais alterações de coloração: palidez, 
albinismo, vermelhidão, cianose, icterícia e bronzeamento. 
Exemplos: vitiligo, melanoma, ptiríase alba, ptiríase versicolor, eritema entre outros. 
 
5.2 TEMPERATURA 
 
 Para a avaliação é usada técnica de palpação com dorso dos dedos ou das mãos e 
comparação dos lados homólogos. Lembrar que áreas distintas do corpo apresentam temperaturas 
diferentes, por isso a comparação deve ser entre partes homólogas, por exemplo: joelho direito e 
joelho esquerdo e não joelho e pé. Devemos lembrar também que a temperatura é muito 
influenciada pelo meio ambiente, emoção, sono e ingestão de alimentos. Ao exame podemos 
encontrar: temperatura normal, aumentada ou diminuída. O aumento de temperatura reflete 
principalmente um processo inflamatório, já a hipotermia reflete redução no fluxo sanguíneo para 
determinada área do corpo. 
 
5.3 UMIDADE 
 
 Avaliação ideal é por meio da palpação com polpas digitais e palma da mão, assim 
podemos perceber se a umidade está normal ou alterada. Há as seguintes possibilidades para 
encontrarmos no paciente: pele normal, pele seca (como em idosos) e pele sudorenta (umidade 
em excesso). 
 
5.4 TEXTURA 
 
 Avalia a disposição dos elementos constitucionais da pele, a melhor técnica é a 
palpação realizada por meio do deslizamento das polpas digitais pela superfície cutânea. 
Podemos encontrar: textura normal, pele fina (como em idosos), pele áspera (após exposição 
longa a agressões do meio) e pele enrugada. 
 
5.5 ESPESSURA 
 
17 
 
 
 
 Avaliação por meio do pinçamento, usando o polegar e o indicador, de dobras 
cutâneas em antebraço, tórax e abdome. Pode ser: pele normal, pele atrófica, pele hipertrófica ou 
espessa. 
 
5.6 ELASTICIDADE 
 
 É a avaliação da capacidade da pele de se estender quando tracionada, é utilizada a 
seguinte técnica: pinçamento com o polegar e indicador de uma prega cutânea, faz tração e 
posteriormente solta-a, assim verifica se há tração e se o retorno da prega ao normal é lento ou 
rápido. Podemos achar as seguintes situações: elasticidade normal, aumentada (lembra, na 
verdade, características de borracha) ou reduzida (retorno vagaroso à posição inicial). 
 
5.7 MOBILIDADE 
 
 Avaliamos a capacidade da pele em deslizar sobre os planos profundos, o qual contém 
estruturas ósseas, musculares e articulares. Para isso, posicionamos nossa mão firmemente sobre 
a pele e movimentamo-na para todos os lados. Encontramos uma mobilidade normal quando a 
pele desliza sobre as estruturas, mobilidade reduzida ou ausente quando não conseguimos 
deslizar a pele, sugerindo processo cicatricial e uma mobilidade aumentada principalmente em 
idosos. 
 
5.8 TURGOR 
 
 Avalia a hidratação da pele, é necessário pinçar uma prega cutânea com subcutâneo. É 
normal quando temos a sensação de pele suculenta e a prega se desfaz rapidamente. No turgor 
diminuído, temos a sensação de pele murcha e prega se desfaz lentamente, indicando 
desidratação. 
 
5.9 SENSIBILIDADE 
 
 Analisamos três tipos de sensibilidade: dolorosa, tátil e térmica. Para a sensibilidade 
tátil utilizamos a fricção com uma mecha de algodão, já para a sensibilidade térmica usamos dois 
tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria. E para a pesquisa da sensibilidade 
dolorosa usamos a ponta de uma agulha. 
 
5.10 LESÕES ELEMENTARES: 
 
 Mancha e Mácula – alterações na coloração, lesões sem revelo ou espessamento. 
Mácula é uma alteração na coloração de até 0,5 cm e mancha é maior do que 0,5 cm. Além da 
inspeção utilizamos a palpação para definir a presença ou não de relevo. 
 
18 
 
 
mancha acrômica. 
 
mácula hiperpigmentada. 
 
 Pápulas e Placas – alterações sólidas na pele, com relevo. Pápula apresenta um 
tamanho de até 0,5 cm e placa apresenta um tamanho maior do que 0,5 cm. 
 
 
pápula. 
 
 
placa eritematosa. 
Nódulo – lesão mais frequentemente 
palpável do que visível com até 1 cm de 
diâmetro, possui epiderme não alterada. 
 
 
nódulo angiomatoso. 
Tubérculo – lesões sólidas circunscritas com 
mais de 1 cm de diâmetro. Sua consistência 
pode sermole ou firme. 
 
 
tubérculo subcutâneo. 
19 
 
 Vesícula e Bolha – são lesões com conteúdo líquido. A vesícula apresenta 
até 0,5 cm e a bolha mais do que 0,5 cm. 
 
 
vesículas herpética 
 
s 
vesículas e bolhas herpéticas. 
 
Pústula – lesão com conteúdo 
amarelado, purulento ex. acne. 
 
 
pústulas da acne. 
 
Cicatriz – lesão com depressão da pele, 
há reposição de tecido destruído por 
tecido fibroso circunjacente. 
 
 
Cicatriz 
 
 
 
 
Exulseração – lesão que compromete 
apenas epiderme, por exemplo: bolha 
rompida. 
 
 
Exulceração em mucosa labial 
 
Úlcera – lesão comprometendo a 
integridade da epiderme e derme, lesão 
profunda. 
 
 
úlcera crônica 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
Vegetações – lesões sólidas e salientes 
em couve-flor. 
 
 
verruga vulgar 
 
 
 
Fissura – lesão determinada pela perda 
de substância superficial ou profunda 
 
Liquenificação – lesão com 
espessamento da pele e acentuação das 
linhas de força da pele, geralmente 
causada por excesso de prurido. 
 
 
Fissuras em planta de pé e 
liquenificação. 
 
6 MUCOSAS 
 
 As mucosas que não podemos esquecer de analisar e que são de fácil 
observação sem necessitar de instrumentos: mucosas conjuntivais, mucosas labiobucal, 
lingual e gengival. Para o exame é fundamental uma boa iluminação local e uso de uma 
pequena lanterna. Devemos observar os seguintes tópicos: coloração, umidade e 
presença de lesões. 
 A coloração normal é rósea-avermelhada, usamos o termo mucosa 
normocorada. Mas, pode apresentar alterações como palidez de mucosa, mucosas 
hipercoradas, cianose (mucosas tornam-se azuladas) e icterícia (mucosas tornam-se 
amareladas). Com relação a umidade, as mucosas podem ser hidratadas ou normais, ou 
mucosas secas (apresentam aspecto ressequido). As lesões são as mesmas presentes na 
pele e descritas anteriormente. 
 
 
7 CABEÇA 
 
 A cabeça consiste em crânio, face, escalpo, dentes, encéfalo, nervos 
cranianos, meninges, órgãos dos sentidos especiais e outras estruturas como vasos 
sanguíneos, linfáticos e gordura. O crânio é uma caixa óssea rígida que protege o 
cérebro e os órgãos especiais dos sentidos, e inclui os ossos do crânio e da face. Atende 
para a localização dos ossos cranianos: frontal, parietal, occipital e temporal. Usam-se 
estes nomes para descrever qualquer achado nas áreas correspondentes. O crânio é 
sustentado pelas vértebras cervicais: C1 (atlas), C2 (axis), C3 até C7. 
21 
 
 
 
 Os ossos cranianos adjacentes unem-se em articulações imóveis reticuladas, 
denominadas suturas. Estes ossos não estão firmemente unidos ao nascer, o que permite 
a mobilidade e a plasticidade necessária ao processo do parto e ao término do 
desenvolvimento do sistema nervoso. As suturas sofrem ossificação gradual no início da 
infância. 
 A face é a parte anterior da cabeça, da fronte até o mento e de uma orelha 
externa à outra. O formato básico é determinado pelos ossos subjacentes, mas os corpos 
adiposos situados nas bochechas e os músculos da face contribuem para o formato final 
da face. A face humana tem inúmeros tipos de aparências e um vasto acervo de 
expressões, que refletem a sua saúde como já foi visto acima. As expressões são 
externadas pelos músculos da face, invervados pelo VII par craniano, o nervo facial. A 
função da musculatura da face é bilateralmente simétrica, salvo por abalos ocasionais ou 
lesões nervosas. A sensação de dor e o toque no rosto são coordenados pelos três ramos 
sensitivos do V par craniano, o nervo trigêmeo. A artéria temporal situa-se acima da 
musculatura temporal, e sua pulsação é palpável na região à frente do pavilhão 
auricular. 
 
7.1 CABELOS E PÊLOS 
 
 Os pêlos estão contidos nos folículos pilossebáceos. São constituídos por 
células queratinizadas produzidas pelos folículos pilosos. Os pêlos servem como 
proteção nas áreas orificiais e nos olhos. Fazem parte também do aparelho sensorial 
cutâneo pela sua rica inervação. 
 Devido à ação dos hormônios sexuais, na puberdade, os pêlos são finos e 
escassos, de cor castanho-clara ou mesmo amarelados. Com a instalação da puberdade, 
adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo e raça. No 
homem, é característica a presença de barba. E nas mulheres, podem aparecer pêlos 
finos e em pequena quantidade no lábio superior. 
 Observam-se dois tipos de pêlos: 
a. Velo, pêlo fetal ou lanugem: é fino, claro, e pouco desenvolvido. 
b. Pêlo terminal: é espesso, pigmentado e compreende os cabelos, a barba, a 
pilosidade pubiana e das axilas. 
 O cabelo cresce, em média, 0,37 mm/dia. Há três fases evolutivas: 
 
7.2 SEIOS PARANASAIS 
 
 Os seios da face ou cavidades paranasais são cavidades situadas ao lado das 
fossas nasais, comunicando-se com estas por intermédio de canais e de orifícios ou 
óstios. Os chamados seios anteriores (frontal, maxilar e etmóide anterior) desembocam 
ao nível do meato médio, enquanto os denominados seios posteriores (etmóide posterior 
e esfenóide) vão abrir-se na altura do meato superior. 
 As cavidades paranasais ou sinusais são forradas internamente por uma 
mucosa rica em vasos e glândulas mucosas. Possui uma camada epitelial de natureza 
cilíndrica ciliada vibrátil; o movimento ciliar da mucosa sinusal traduz-se por uma 
22 
 
 
 
corrente ondulatória que descarrega os exsudatos existentes no interior das cavidades 
sinusais. 
 Segundo alguns autores, as cavidades sinusais teriam a finalidade de 
diminuir o peso dos ossos da face e do crânio. Para outros, atuariam como caixa de 
ressonância durante a fonação. 
 Seios Frontais: Encontram-se entre as lâminas externa e interna do frontal, 
posterior aos arcos superciliares e à raiz do nariz. Normalmente, os seios frontais são 
detectados nas crianças por volta dos sete anos de idade. Cada seio drena através do 
ducto frontonasal para o infundíbulo, que se abre no hiato semilunar do meato nasal 
médio. 
 Seios Etmoidais: Compreendem diversas cavidades (células etmoidais) 
localizadas na massa lateral do etmóide entre a cavidade nasal e a órbita. As células 
etmoidais anteriores drenam direta e indiretamente para o meato médio do nariz através 
do infundíbulo. As células etmoidais médias se abrem diretamente no meato nasal 
médio e são algumas vezes chamadas de “células da bolha”, pois formam a bolha 
etmoidal (tumefação na margem superior do hiato semilunar). E as células etmoidais 
posteriores se abrem diretamente no meato superior do nariz. 
 Seios Esfenoidais: São encontrados no corpo do esfenóide e são divididos 
irregularmente e separados por um septo ósseo. Apenas lâminas finas de osso separam 
os seios de diversas estruturas importantes: nervo e quiasma óptico, hipófise, artérias 
carótidas internas e seios cavernosos 
 Seios Maxilares: São os maiores dos seios paranasais; ocupam os corpos 
maxilares. Cada seio maxilar drena por uma abertura (óstio maxilar) no interior do 
meato médio da cavidade nasal por meio do hiato semilunar. Há uma grande 
proximidade dos dentes molares maxilares com o assoalho do seio maxilar; o seio 
maxilar está sujeito a infecção odontogênica. 
 
 
Seios Paranasais 
 
7.3 TÉCNICA 
 
23 
 
 
 
 O exame físico da cabeça é realizado pela inspeção e palpação. O paciente 
deve ser examinado na posição sentada. 
 
7.3.1 Inspeção 
 
 Inspeciona-se a face registrando a expressão facial e sua adequação ao 
comportamento e ao humor declarado. Portanto, investiga-se a fácies, pele, cabelo e 
pêlos. 
 
 a. Tamanho e forma 
 
 Observa-se o tamanho e o formato. Normocefálico é um termo que denota 
um crânio simétrico, arredondado, numa proporção adequada em relação ao tamanho do 
corpo. 
 Pode ser avaliado o tamanho do crânio pela medida do índice cefálico (IC):

Outros materiais