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resumo 4 emergencia UFSM 8sem 2016

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Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
RESUMO UE – PROVA II: 
Sextas: 
1. Ferimentos penetrantes abd 
2. Contusão abd 
3. Animais peçonhentos 
4. Intoxicação aguda 
5. Urgências traumato 
 
1)FERIMENTOS PENETRANTES ABD: 
24 de outubro de 2016 
Prof. Copetti 
 
 Sangramento considerável/ peritonite 
 Morte evitável 
 Falta de conhecimento e despreparo 
podem levar a consequências funestas 
(hemorragia + hipovolemia + sepse) 
mesmo que o pcte esteja em centro de 
trauma 
 
- Exame prejudicado: intoxicação por 
alcool, drogas, lesões que afetam o cérebro 
e medula; lesões de estruturas adjacentes 
(costelas, coluna, pelve). 
- Suspeitar/ reavaliar 
- escolher a direção certa na encruzilhada 
dx: qual pcte deve ser operado e qual deve 
ser observado? 
 
Anatomia: 
Externa: parede anterior, flancos, dorso 
Interna: cavidade peritoneal, cavidade 
pélvica e retroperitônio 
 
Mecanismos de decisão: 
Traumas contusos 
Traumas penetrantes 
Traumas contuso penetrantes 
Trauma abd contuso: 
Hx e cinemática do trauma: velocidade, 
tipo de colisão, deformidade/intrusão, 
posicção, ejeção da vítima, uso de cinto de 
segurança, acionamento de airbags. 
Baço (40-50%) 
Fígado (35-45%) 
Compressão – impacto sobre o volante 
Cisalhamento – uso inadequado dos 
dispositivos de segurança 
Desaceleração: vísceras maciças (fígado e 
baço) 
 
Trauma abd penetrante: 
Lesão por laceração, perfuração ou secção 
Tempo 
Tipo de arma 
Distancia 
Sexo do agressor (mulher de cima para 
baixo e homem de baixo para cima) 
Balística da arma 
Orifício de entrada e saída 
Sangramento externo 
 
Trauma abd contusopenetrante: 
Empalamentos (auto-infligidos ou não) 
Possibilidade de perfuração/laceração de 
reto ou até mesmo colon sigmoide 
Risco de infecção 
 
Avaliação: 
 Hx 
 Exame físico 
 Sondagens 
 Estudos subdisiários dx 
 
História: 
Pcte instável – não perder tempo 
Tempo do evento 
Tipo do agente agressor 
Sangramento local 
SVs desde o atendimento inicial 
Resposta ao tto pré-hosp 
Relato de outras pessoas feridas ou em 
óbito 
Dados de alergias, coagulopatias, 
imunização para tétano, uso de 
medicações 
Uso de drogas ilícitas, fumo e álcool 
Se mulher em idade fértil – status 
menstrual ou gravidez. 
 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Exame físico: 
Inspeção: pcte despido completamente, 
abrasões, lacerações, contusões, 
ferimentos penetrantes, evisceração, corpo 
estranho (não remover). 
Ausculta: pesquisa de ruídos, sopros 
Percussão: timpanismo ou macicez 
Palpação: evidencia de irritação peritoneal, 
massa abdominal, palpação de cristas 
ilíacas (fratura de bacia) 
Exame perineal e retal: presença de sangue 
no meato uretral, equimose/ hematoma 
escrotal, toque retal (tônus esfíncter, 
posição da próstata, sangue no reto) 
Exame gineco: sangramento uterino 
(descolamento de placenta em gestantes), 
laceração por fragmentos ósseos 
Região glútea: 50% acompanhados de 
lesões intra-abd 
 
Sondagens: 
Sondagem nasogástrica: remoção de gás e 
líq (aerofagia, distensão, dor), 
Sangramento, Evitar aspiração. 
* Cuidado! Contraindicada em casos de 
fratura de base de crânio. 
 
Sondagem vesical: descompressão vesical, 
monitoração da ressuscitação volêmica, dx 
de hematúria. Cuidado quando houver 
fraturas pélvicas. * Contraindicado em 
casos de hematoma perineal, uretrorragia 
e anormalidade no toque retal. 
 
Estudos dx: 
 RX simples de tórax e abd  
pneumotórax, hemotórax, 
pneumoperitônio, hérnia 
diafragmática, situar projétil de arma 
de fogo. 
 Estudos contrastados: REED 
(raramente necessário no trauma de 
abd, dúvidas em lesões duodenais), 
urografia excretora (em cerca de 2 min 
pode-se visualizar os calices renais, a 
falta de excreção unilateral indica 
ausencia renal, trombose, ou avulsão 
de artéria renal ou lesão grave do 
parênquima, em hospitais com TC é 
eliminada a necessidade desse exame), 
uretrocistografia (suspeita de lesão 
uretral – sonda nº 8, 1,5 a 2 ml de 
insuflação do balão, injetar 15-20 ml de 
contraste hidrossolúvel não diluído). 
 Lavado peritoneal: trauma fechado/ 
penetrante, sensibilidade ~98%, instab 
hemodinâmica (alteração de 
consciência/ sensibilidade, exame físico 
duvidoso, lesão de estruturas 
adjacentes), situações especiais, 
contraindicações, positivo se > 100mil 
hemácias/mm³; > 500 leucócitos/mm³ 
e gram positivo). 
 Ecografia/FAST: mesmas indicações do 
LPD, não invasivo, rápido, repetitivo, 
examinador dependente, sensibilidade 
comparável ao LPD, limitações – 
obesidade, enfisema subcut, distensão 
abd. Avaliar saco pericárdico, fossas 
hepatorrenal e esplenorrenal, espaços 
subfrênicos e pelve. 
 TC de abd: pcte estável – transporte 
para radiologia, relativamente 
demorado, contraste (oral, parenteral, 
retal), específico, baixa sensibilidade 
para lesões intestinais e mesentério, 
limitações – obesidade mórbida, 
alergia ao contraste, falta de 
cooperação do pcte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Videolaparoscopia: não modifica a 
abordagem inicial, dx precoce, diminuir 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
morbi-mortalidade, dim de laparoto-
mias não terapêuticas. * Contraindi-
cações – instab hemodinâmica, 
hipertensão intracraniana (TCE e 
glasgow < 12), dças cardiorresp graves, 
dist de coagulação. 
 Vantagens: menor trauma tecidual, 
menor agressão imuno, reproduz a 
técnica cx convencional, melhor 
visualização e acesso da cavidade 
peritoneal, excetuando-se as áreas 
cegas do fígado e baço, menor 
sangramento, menor formação de 
aderências peritoneais, menor risco e 
transmissão de dças infecciosas, menor 
dor PO, menor íleo PO, melhor efeito 
estético, dim incidência e da gravidade 
de infecs de ferida op, dim da 
incidência de hérnias, menor tempo de 
internação, menor custo, retorno mais 
precoce às atividades normais. 
Classificação de hemoperitônio: 
Pequeno – peq qtdade de sangue na 
goteira parietocolica. 
Moderado – lagos sang entre alças. 
Acentuado – alças sobrenadando no 
sangue. 
Estável – não sofre aum após 10 min 
de observação. 
 Arteriografia 
 
Tto conservador: baço, fígado, rins, FAB. 
Laparotomia abreviada: damage control, 
instabilidade, coagulopatia, hipotermia, 
acidose, lesões múltiplas – laparotomia 
inicial c/ controle da hemorragia e 
contaminação, tamponamento c/ 
compressas – reanimação em UTI, 
reexploracao e reparo definitivo de lesões. 
Síndrome compartimental abd: PIA > 
15mmHg, insuf resp, dist abd, oligoanúria, 
hipotensão refrataria. 
Fechamento provisório (Bogotá) 
Situações especiais: 
Transição toraco-abd 
Ferimentos por arma branca (exploração/ 
observação) 
Ferimentos de flanco e dorso (exame físico 
repetido/ TC abd) 
 
Hematoma de retroperitôneo: 
Zona I: linha média supra e inframesocólica 
(aorta, cava, outros vasos, pâncreas e 
duodeno). 
Zona II: goteiras parietocólicas (rins e 
pediculo renal). 
Zona III: pelve. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicações de cx: 
- Trauma fechado: peritonite/dor, LPD/ 
FAST positivo, hipotensão sem outra causa. 
- Trauma penetrante: hipotensão, 
sangramento (estomago, reto, vias 
urinárias), ferimento por arma de fogo. 
- RX/ TC/ outros métodos: 
pneumoperitonio, retropneumoperitônio, 
ruptura de diafragma, lesão de bexiga/ 
pedículo renal/ víscera parenquimatosa. 
 
Trauma abd contuso: 
Estável:Eco abd negativa – observação 
clínica (repetir se queda Ht/Hb) 
Eco abd positiva  TC abd 
 Lesão de víscera oca – laparotomia 
 Lesão de víscera sólida  instável 
– laparotomia/ estável – observação clínica 
– Ht/Hb em queda ou alt clinica  
videolaparo. 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
 Líquido livre sem evidencia de 
lesão de víscera solida  videolaparo. 
Instável: eco abd ou lavado peritoneal 
negativo  buscar causa. Positivo  
láparo. 
 
Trauma abd por arma branca parede ant e 
flancos: 
Estável: com irritação peritoneal ou 
evisceração  láparo ou VLP. 
 Sem dor abd  exploração digital – 
negativa (curativo/alta?); dúvida ou 
positiva  VLP ou observação clínica 
seriada. 
 
Trauma abd por arma branca em transição 
toraco-abd: 
Estável: irritação peritoneal  VLP ou 
láparo 
 Sem dor abd  eco abd – negativa 
 observação ou VLP/ positiva  VLP ou 
láparo. 
 
Trauma abd por arma branca região 
dorsal: 
Estável: exploração digital, eco abd, TC de 
abd c/ triplo contraste  negativa – 
observação clínica/ positiva – láparo. 
 
Trauma abd por arma de fogo parede ant 
e região lombar: 
Estável: parede ant/ região lombar – dor 
abd trajetória peritonal obvia  láparo. 
 Dúvida – eco abd/ rx abd/ tc abd  
negativo – observação clínica/ positivo – 
láparo. 
 
Trauma abd por arma de fogo em flancos: 
Estável: dor abd difusa (irritação 
peritoneal), trajetória peritonal obvia  
laparotomia. 
Sem dor abd e ou trajetória tangencial  
eco abd – positiva  VLP ou láparo/ 
negativa  alta chance trajetória 
extraperitoneal  obs clínica/ alta chance 
de trajetória transperitoneal  VLP ou 
láparo. 
 
Trauma abd por arma de fogo transição 
toraco abd: 
Estável: sem dor abd  eco abd/rx ou tc 
abd – negativa  obs clínica ou VLP/ 
positiva  VLP ou láparo. 
 Dor abd/irritação peritoneal  VLP 
ou láparo. 
 
Trauma abdominal: 
Elevada morbimortalidade 
Mecanismo de trauma/hx 
Reavaliação 
Exames especiais 
Suspeitar 
Reconhecimento/ láparo precoce 
 
2) CONTUSÃO ABDOMINAL: 
27 de outubro de 2016 
Prof. Absurdão 
 
O que mais mata no trauma abdominal = 
hemorragia. 
Pcte anestesiado de T4 para baixo 
(mamilo) = sempre suspeitar de trauma 
abdominal! 
Principais causas de morte no trauma = 
hemorragia ou sepse por complicações nas 
primeiras 48h pós-trauma. 
 
Sempre avaliar o paciente de acordo com 
ATLS  ABCDE do trauma! 
 
Quando o trauma atinge o retroperitônio 
não há sintomatologia exuberante, mesmo 
quando tem sangue no abdome, se estiver 
alcoolizado minimiza sintomas – podem 
morrer intra-hospitalar. 
 
Pancreas e duodeno – lesões que podem 
passar despercebidas – podem 
rachar/explodir pela compressão com cinto 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
de segurança – pode ter sintomatologia 
tardia – armadilha do trauma! 
 
Trauma contuso (cinto/ golpe brusco) – 
órgãos mais lesionados são  baço, fígado 
(órgão grande e fixo) e intestino delgado. 
 
Sempre suspeitar de lesão abdominal!! 
Independente do trauma, sempre deve ser 
investigado. 
 
Dificulta o dx de lesão abdominal = trauma 
cervical, dissecção de medula – não 
informa dor. 
 Trauma de arcos costais – sempre 
pensar em lesão do baço. 
 
Abdome aparentemente inocente pode 
esconder um trauma importante 
abdominal. 
 
Analisar sempre a condição do acidente – 
posição do paciente, se ficou preso nas 
ferragens, dispositivos de segurança e se 
foi ejetado  lesão abdominal deve ser 
avaliada por exame clínico seriado, exames 
de imagem. Por vezes o paciente apresenta 
tardiamente os sintomas de peritonismo. 
As vezes a única manifestação é dor. 
 
Fatores que comprometem exame físico: 
50% dos pctes podem não apresentar 
alterações no exame inicial 
Álcool/drogas 
Lesão cerebral ou de medula 
Fratura de costelas 
Fratura de coluna 
Fratura de pelve 
  podem provocar dor que 
minimiza por exemplo uma dor no baço. 
 
Medidas auxiliares: 
Toque retal – observação de espículas 
ósseas, sentir crepitação na parede 
posterior. 
Avaliação pelve – sangue no meato uretral 
ou equimose perinal  observar a 
integridade da uretra para passar sonda 
vesical com segurança (Uretrografia 
retrógrada). 
 
Sondar para controle do débito urinário e 
descomprimir bexiga. 
 
Não existem exames de sangue 
obrigatórios antes de uma laparotomia – 
pcte politrauma crítico e instável 
hemodinamicamente. 
 Hemodinamicamente estável = 
sem perda de sangue. A PA não é 
parâmetro, pois pode ainda estar normal 
apesar de uma hemorragia. 
 
Hemodinamicamente estável – pode pedir 
exames de sangue, teste de gravidez, 
exame de urina (hematúria). Rx da bacia e 
tórax. 
 
Cuidar a possibilidade de lesão na região 
de transição toraco-abdominal! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC – realizar em pctes estáveis. 
Pielografias, exames contrastados, exames 
mais específicos – sempre em pctes 
estáveis. 
 
LPD: dx precoce, muito sensível, mas não 
tem especificidade, detecta até 5 mL de 
sangue na cavidade abdominal. Porém, não 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
se sabe de onde vem o sangramento. 
Exame invasivo, perda do parâmetro de 
acompanhamento do pcte clinicamente, 
não pode ser repetido. 
 
TC: fundamental para identificar a 
presença de órgãos lesinados como baço. 
Mas em pctes que tem condição abdominal 
aguda instáveis não pode ser feito. 
 
FAST-US: exame que pode ser repetido 
quantas vezes forem necessárias. 
Acompanhamento clínico, rápido e não 
invasivo. 
 
 Pcte com provável trauma abd contuso 
em plantão: vítima de capotamento – 
72bpm, PA 120/80 e TC do hosp quebrado 
 FAST inicial deu negativo, exame físico, 
ficar atento a sinais vitais. Sensibilidade do 
exame físico quando comparado aos 
métodos de dx por imagem é quase igual – 
o problema dos plantões são as trocas. 
 
Queda de altura importante, que pode 
causar danos  2,60m (geralmente 2x a 
altura da pessoa). 
 
Sempre fazer ABDCE – seja pcte criança ou 
idoso. 
Lembrar que trauma contuso pode 
esconder lesões – avaliar muito bem. 
 
Quem precisa de laparotomia? 
Fragmentos múltiplos, impactos 
secundários, facada no abd, energia 
significativa, lesões associadas, hemorragia 
abd significativa, assimetria de MMII, 
toque retal para avaliar se próstata está 
flutuante – lesão de uretra. 
Hemodinamicamente anormal com 
suspeita de lesão abd  LPD e fast. 
 
Lembrar que pressão 120/80 em gestante 
pode ainda significar um feto chocado – 
avaliar muito bem. Riscos significativos de 
deslocamento de placenta. 
*Toda mulher > 10 anos e < 50 anos deve 
ter beta-HCG solicitado. 
 
Crianças tem maior chance de sofrer lesões 
múltiplas e pcte pediátrico descompensa 
rapidamente. 
Idosos – menor reserva fisiológica, menor 
qtdade de sangue, reserva cardiorresp 
limitada. 
Nos extremos de idade – comportamento 
semelhante – lesão de víscera oca pode 
passar desapercebida e gerar 
descompensação rápida. 
 
Comorbidades do idoso – descompensa 
mais facilmente. 
 
Caract peculiares de trauma contuso em 
idoso e criança: queda, álcool, 
atropelamento e colisão de carro. 
 
Alterações na anatomia e fisiologia do 
idoso: arcos costais com menor 
elasticidade que criança, comorbidades, 
descompensa mais rapidamente, uso de 
medicações pode dissimular um choque, 
reserva fisiológica diminui, sequelas de 
AVC, Alzheimer,perda da acuidade visual, 
problemas neurológicos, alterações do 
sensório. 
 
Fratura pélvica – controlar hemorragia, 
fixar externamente, angiografia (usada 
principalmente quando o sangramento não 
é contido pela fixação externa da pelve). 
 
Laparotomia é indicada quando angiografia 
não resolver – compressas para conter o 
sangramento. 
 
NO TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO: 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
 NÃO RETARDAR LAPAROTOMIA NA 
PRESENÇA DE SANGRAMENTO 
INTRAPERITONEAL. 
 LESÕES INTRAABDOMINAL E 
RETROPERITONEAIS OCULTAS 
COSTUMAM PASSAR DESPERCEBIDAS 
 MANIPULAR REPETIDAMENTE UMA 
FRATURA DE PELVE AGRAVA O DANO – 
se houver duvida, realizar RX de pelve. 
 
3)ANIMAIS PEÇONHENTOS: 
10 de novembro de 2016 
Prof. Copetti 
 
Maior relevância aqueles causados por 
aranhas, escorpiões, ofídios e lonômia. 
Acidentes causados por escolopendras 
(lacraias), abelhas (picadas únicas), vespas 
e besouros em geral requerem apenas tto 
sintomático com corticoides tópicos e 
analgésicos VO. Casos de infecção 
secundária o tto é semelhante ao do 
impetigo. 
Dependendo da sensibilidade individual 
pode ocorrer manifestações alérgicas 
graves  choque anafilático. 
 
Maioria dos acidentes por animais 
peçonhentos no BR: escorpião, serpente, e 
aranha. 
Acidentes por animais peçonhentos no RS: 
aranhas, serpentes, abelhas, outras 
lagartas, lonomias e escorpião. 
 
Acidentes com aranhas: no RS as espécies 
normalmente envolvidas em acidentes são 
dos gêneros Phoneutria (armadeira), 
Loxosceles (aranha marrom) e Lycosa 
(aranha de jardim/tarântula). 
 
1) Aranha caranguejeira: 
Medem mais de 15 cm de envergadura, 
não são peçonhentas, acidentes são pouco 
frequentes. 
Discreta dor local de curta duração. 
Dermatite pruriginosa pelo contato com os 
pelos da região dorsal da aranha, 
raramente manifs de vias aéreas 
superiores. 
Tto sintomático – corticoide tópico, 
analgésicos, anti-histaminicos sistêmicos 
conforme o quadro clínico. 
 
2) Aranha de de jardim (tarântula): 
Picada geralmente com dor discreta ou 
sem dor 
Raramente evolui para pequena necrose 
superficial 
São comuns manifestações alérgicas locais 
Casos de picada recente em que não se 
identificou o agente, reavaliar em 12-24h 
para dx diferencial com loxosceles. 
Tto sintomático: curativo com corticoide 
tópico. 
Não está indicada soroterapia! 
 
3) Loxoceles (aranha marrom): 
Acidente geralmente ocorre ao vestir 
roupas quando elas são espremidas contra 
o corpo 
A picada em geral não é valorizada por ser 
pouco dolorosa nas primeiras horas 
Loxoscelismo cutâneo – 12-24h após o 
acidente – pcte refere dor local e 
queimação, pode ter febre 
A necrose geralmente é evolutiva e 
caracteriza-se pela tríade cutânea = 1. bolha 
ou mancha equimótica ou peq necrose, 2. 
circundada por halo isquêmico (claro) 
seguido de 3. área eritematosa. 
Loxocelismo cutâneo visceral: além do 
quadro cutâneo – em 12-24h observam-se 
febre, calafrios, cefaleia, náusea e vômitos. 
Urina avermelhada (hemoglobinúria 
macroscópica), icterícia, anemia aguda. 
Pode evoluir para CIVD e IRA. 
Solicitar sempre hemograma, EQU, ureia e 
creatinina mesmo para quadros cutâneos 
puros. 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Soro antiaracnídico – antiloxoscelico IV – 5 
ampolas para quadros cutâneos puros ou 
10 ampolas para quadros cutâneo-visceral 
(ou se criança ou idosos debilitados). 
Soroterapia normalmente pode ser usada 
até 72h após o acidente ou enquanto a 
lesão cutânea estiver em evolução. 
Após 5 dias não está indicada soroterapia, 
mas varia. 
Profilaxia do tétano. 
Tto para manifestações cutâneas: 
analgésicos (dipirona), limpeza da ferida e 
antisséptico local, antibiótico sistêmico se 
houver infec secundaria. Debridamento da 
escara geralmente após 1 semana do 
acidente. 
Tto de manifs sistêmicas transfusão de 
hemácias – anemia intensa, hemodialise – 
IRA. 
 
4) Aranha armadeira: 
Dor intensa, podendo irradiar ate a raiz do 
membro afetado que inicia imediatamente. 
Quadro leve: dor local, às vezes 
acompanhada de taquicardia e agitação. 
Quadro moderado: dor intensa assoc a 
sudorese vômitos, agitação, hipertensão, 
sialorreia, priapismo nas crianças. 
Quadro grave: quadro moderado acomp de 
uma ou mais manifs: vômitos intensos, 
convulsões, coma, bradicardia, arritimia 
cardíaca, choque e edema pulmonar. Pode 
ser fatal em crianças. Devem ser 
manejados em UTI. 
Tto sintomático: dor local deve ser ttda 
com infiltração local ou troncular com 
lidocaína 2% sem vasoconstritor (4 ml em 
adultos e 2ml em cças). Imersão local em 
água morna também é válido. Meperidina 
(dolantina) IM, repetir infiltração 60min 
após SN. 
Tto específico: soro antiaracnídico 5-10 
ampolas IV em crianças com menos de 10 
anos ou desnutridas com quadros graves. 
Adultos com dor persistente após 60 min 
de bloqueio anestésico. 
 
5) Acidente com taturana: 
Lonomia 
Dor local em queimação, eritema, prurido, 
urticaria. 
Manifs hemorrágicas podem surgir até 72h 
após o contato (hematomas, hematêmese, 
melena, hemorragia gengival e uterina) 
IRA, AVC hemorrágico, choque 
Exames: hemograma (htc e hb diminuidos), 
TP e TTP (prolongados), TC (incoagulável), 
fibrinogênio (baixo), EQU (hematúria). 
Lonomia  sangramentos 
Tto sintomatico: compressas com SF, 
corticoide tópico, analgésico, anti-
histaminico VO. Evitar AAS. 
Tto específico: 
Casos leves – manifs locais e sem alt de 
coagulação ou sangramentos até 72h após 
o acidente – tto apenas sintomático. 
Casos moderados: com alteração de 
coagulação sang, clinicamente o pcte 
apresenta sinais de hemorragias, mesmo 
que leve sangramento gengival – indica-se 
soroterapia antilonomica. Sem alts 
hemodinâmicas com ou sem identificação 
do agente – tto sintomático + 5 ampolas de 
soro IV. 
Casos graves: manifs hemorrágicas 
viscerais, com alts hemodinâmicas e/ou 
falência de múltiplos órgãos com ou sem id 
do agente – tto sintomático + 10 ampolas 
de soro antilonômico IV. Hemodiálise se 
IRA. 
 
6) Acidente ofídico: 
Mais comum em homens 
Trabalho rural 
15-49 anos 
MMII 
Maioria de acidente bothropico (jararaca e 
cruzeira) 
 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Identificação das serpentes peçonhentas: 
Dentição opistoglifa 
Dentição proteroglifa 
Dentição solenoglifa 
Cauda lisa 
Cauda com escamas eriçadas 
Cauda com chocalho 
 
Acidente ofídico = 54,4% pés, seguidos por 
pernas 24,6% e mãos 18,4%. 
 
7) Jararaca: Bothrops jararaca 
Coloração esverdeada com desenhos 
semelhantes a um V invertido, corpo 
delgado medindo aprox 1m. 
Dor e edema no local da picada – médio 
risco de vida. 
 
8) Cruzeira: Bothrops alternatus 
Mais marrom, desenho de telefone antigo 
na pele. Mede aprox 1m. Sintomas 
semelhantes aos da picada da jararaca – 
médio risco de vida. 
 
Acidente bothrópico: 
Tanto pela jararaca quanto pela cruzeira. 
Caso leve: edema local, leve, ausência de 
sinais e sintomas de hemorragia ou 
choque, tc normal, soro antibothropico 
(sab) 2-4 ampôlas IV rápido diluído SF 0,9% 
Caso moderado: edema local evidente, 
presença ou não de hemorragia, tc 10-30 
min, sab 4-8 ampolas 
Caso grave: edema local intenso, flictenas, 
hemorragia local, IRA, oligoanuria, choque, 
tc > 30 min, sab 12 ampolas 
Na ausência de sab aplicar soro bivalente 
(antibotropico-crotalico). 
Comum ter que fazer fasciotomia na perna 
pelo edema, geramuito edema. 
 
Cuidados imediatos: 
Capturar o ofidio para identificação 
Não fazer garrote e torniquete, cortes no 
local, nem sucção com a boca – associado a 
pior evolução com infecção. 
Lavar com água e sabão, evitar aplicação 
de remédios caseiros. 
Tranquilizar a vitima – hidratar e manter 
em repouso. 
Identificação do agente causal 
Evitar deambulação 
Transportar para PS mais próximo. 
Demais casos tentar identificar pelo tc e um 
exame físico dirigido: 
Presença de edema volumoso, após 1h, 
sinais puntiformes de presas e tc > 10min, 
são compatíveis com acidentes bothropicos 
(jararaca, cruzeira). 
Edema discreto, alt neuro (ptose palpebral 
bilateral, visão dupla, mialgias intensas) 
nas primeiras 2h são compatíveis com 
acidente crotalico (cascavel). 
 
Quadro clinico de evolução precoce (1h) 
com paralisia dos musc elevadores das 
pálpebras, insuf vent, hipotensão arterial 
grave, sialorreia e dificuldade de deglutição 
é compatível com acidente elapídico (coral 
verdadeira). 
 
Ambulatório: quando não for possível o 
imediato dx clínico, os pctes picados 
devem ser observados por 4-6h no PS. 
Após esse período podem ser liberados 
com dx de acidente por colubrídeo (ofídio 
não-peçonhento) aqueles que 
apresentarem: exame neuro normal, tc 
inalterado (< 10 min) e sinais locais de 
lesões superficiais (arranhaduras, erosões). 
 
Cuidados imediatos de ambulatório: 
Manter boa hidratação parenteral 
CSV e medida da diurese 
Repouso no leito nas primeiras 24h 
Drenagem postural 
Solicitar: HMG, EQU, ureia, Cr, eletrólitos, 
CPK, TC na chegada e após de 12/12h. 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Analgesicos e AINES (evitar salicilatos) 
Profilaxia do tetano 
Aplicar soro antiveneno específico 
 
Acidente bothropico: 
Quadro local de edema importante 
Edema, eritema, equimose, bolhas. 
 
9) Cascavel: Crotalus durissus 
Acidente crotálico, inexistem casos leves 
Coloração marrom-amarelado cerca de 1m. 
Chocalho na ponta da cauda. Pcte 
apresenta visão dupla e borrada. Alto risco 
de vida. 
Moderado: facieis neurotoxica (ptose 
palpebral , oftalmoplegia e visão turva) 
tempo coagulação normal, sac, sabc 10-15 
ampolas IV 
Graves: facies neuro, tc pode alterar, 
mialgia,mioglobinuria, IRA, sac ou sabc 20 
amp IV. 
 
10) Coral verdadeira: Micrurus frontalis 
Mais grave que tem 
Possui anéis vermelhos, pretos e brancos 
ao redor do corpo. Mede aprox 70-80cm. 
Alto risco de vida. 
Neurotoxico 
Acidente elapidico 
Pacientes morrem por asfixia – suporte 
ventilatório é a medida mais importante 
Rápida evolução para insuf respiratória 
Caso de paralisia resp – usar 1 amp de 
neostigmina 0,5mg IV (anticolinesterasico) 
com intervalos de 30 min ate completar 5 
doses, sendo cada injeção precedida de 
uso de atropina 0,5 mg IV para aum FC em 
caso de bradicardia importante. 
Bradicardia provocada pelo veneno e 
principalmente pela hipoxia. 
 
11) Acidente colubrídico: 
Não-peçonhentos 
Cobra cipó, falsa coral, cobra verde 
Ausência de alterações proteolíticas e 
neuro 
Tc normal 
Aspecto da picada: lesão serrilhada em 
arco e não dolorosa 
Tto sintomático e antisepsia local, 
analgésicos, anti-histaminicos, AINES. 
Profilaxia do tétano 
Crianças < 7 anos devem ser obs por 24h 
Edema e equimose local 
 
Infecção secundária: 
Limpeza local, não se indica atb profilaxia 
ATB somente se detectada infecção clinica 
e lab (cultura + de secreção do local da 
picada) 
Cuidar edemas volumosos podem 
ocasionar síndrome compartimetal – 
fasciotomia. 
Tto – drenagem e curativo de abscesso 
 
Reações precoces do soro heterologo: 
Reações anafilaticas e anafilactoides 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores predisponentes: 
Tipo de soro 
Dose do soro 
Velocidade de infusão 
 
Manifestações clínicas: 
Cutaneas – prurido, urticaria, rubor 
GI – náuseas, vômitos, cólicas abd, diarreia 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Resp – estridor laríngeo, broncoespasmo, 
edema de glote 
CVs – angioedema, hipotensão, choque 
 
Sempre fazer pré-medicação: 
Anti-histaminicos e corticoides 
Bloqs H1: prometazin, 
dextroclorfeniramina, difenidramina. 
Bloqs H2: cimetidina, ranitidina 
 
12) Escorpiões: 
Amarelo é pior 
Preto menos pior – comum no RS 
 Veneno de baixa toxicidade 
Tto sintomático – analgésico, corticoide 
tópico, anti-histamínico. 
 
Marrom avermelhado ou amarelo (tityus): 
dor local e parestesia, tto sintomático. 
Quadro moderado – soro anti-escorpionico 
2-3 ampolas IV dor local intensa, sudorese, 
náusea, vomito, agitação, sialorreia, 
taquipneia, taquicardia. Tto alivio da dor 
com infilt de lidocain 2% sem 
vasocontritor. 
Quadros graves: manif CVs com bradicardia 
importante, arritmia, EAP, IC, choque. 
Solicitar ECG, RX torax, ecocardio, glicemia, 
CPK-MB. Tto soro antiescorpiônico 4-6 amp 
IV + cuidados em UTI. 
 
Ligar para cit: centro de infs toxicológica RS 
0800 7213000
 
 
4) INTOXICAÇÃO AGUDA: 
10 de novembro de 2016 
Prof. Copetti 
 
Intoxicações agudas são responsáveis por 
morbidade e mortalidade significativas em 
nosso meio. 
Para cada caso notificado existem outros 
50 não notificados. 
Respresenta 5-10% dos atendimentos em 
emergências e mais de 5% das internações 
em CTI. 
 
Um em cada 3 casos de intoxicações 
atendidos pelo CTI-RS ocorre em crianças 
menores que 10 anos. 2005  1617 
ocorrências em < 4 anos. 
92% substância única e 85% não 
intencionais. 
Intoxicação por medicamentos já é a 4ª 
causa de morte em serviços de emergência 
nos EUA – perdendo para AVC, IAM e CA 
terminal. 
 
OMS: 3 milhões de intoxicações agudas por 
agrotóxicos a cada ano no mundo com 220 
mil mortes. 
40 mil novos casos de câncer/ano são 
causados por agrotóxicos. 
 
Atendimentos no CIT-RS 2005: 
medicamentos (4598), agrotóxicos (1098), 
prods veterinários (255), raticidas (477), 
cosméticos (161), serpentes (1557), 
aranhas (1616). 
 
Agentes causadores de intoxicação no BR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo clínico: 
ETAPA I: abordagem inicial do pcte: 
avaliação dos SVs e medidas de suporte e 
reanimação. 
ETAPA II: dx da intoxicação – anamnese, 
exame físico, exames lab, outras inf uteis 
ao dx. 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
ETAPA III: tto da intoxicação – interromper 
ou dim a exposição, adm de antídotos e 
antagonistas, medidas não-específicas. 
 
Quando suspeitar? 
Vítimas de trauma crânio-encefálico, coma, 
convulsão, acidose metabólica, arritmia 
cardíaca súbita, colapso circulatório, 
vítimas de resgate de incêndios, alteração 
repentina do estado mental. 
 
I – Abordagem inicial do pcte: 
Avaliação ABCDE 
A – vias aéreas 
B – respiração/ventilação 
C – circulação 
D – incapacitação, estado neuro 
E – exposição, controle ambiental 
 
II – Dx de intoxicação: 
Anamnese: 5Ws  Who, what, when, 
where, why. 
 
Pedidos de exames – conforme avaliação 
caso a caso: hemograma, ionograma (Na, 
Cl, K), glicemia, ureia, Cr, coagulograma, 
função hepática, exame de urina, 
gasometria arterial, ECG, RX abd e torax. 
Screening toxicológico: indicações  
substancia ingerida desconhecida, em 
casos graves, em cosos de ingestão de 
múltiplas substs e quando os achados 
clínicos não são compatíveis com a hx. 
Coleta de sangue e urina no lab HUSM e 
encaminhamento do material ao lab do 
CIT-POA durante o dia (acrescentarinfs 
sobre o caso, contato com o lab). 
 Exames realizados no LATOX (CCS) - 
screening de algumas drogas n urina; 
dosagem de butirilcolinesterase 
(intoxicação por carbonato e 
organofosforados). 
 Exames quantitativos: dosagem 
sérica relacionada com toxicidade e 
terapêutica. HUSM – anticonvulsivantes, 
digoxina, lítio, LATOX – paracetamol, AAS. 
 
Medidas gerais – descontaminação 
cutânea: 
Agentes corrosivos devem ser removidos 
rapidamente por meio de lavagem copiosa 
da área afetada com água ou SF após a 
retirada das vestes. 
Evitar uso de água ou SF aquecido. 
Neutralização química NÃO deve ser 
realizada, pois pode piorar o dano tecidual 
pela liberação de calor. 
O socorrista deve se proteger com luvas de 
borracha, avental e calçados 
impermeáveis. 
 
Descontaminação ocular: 
Contato com agentes químicos: remover 
lentes de contato, lavar os olhos 
abundantemente com água ou solução 
fisiológica durante 15-20 min. 
Solicitar avaliação oftalmológica. 
 
Remoção de tóxicos ingeridos: 
Indução de vômitos = técnica abandonada 
Lavagem gástrica = usada em casos 
selecionados, sem benefício clinicamente 
comprovado, ingestão de qtdade 
potencialmente tóxica até 1h. Considerar 
esvaziamento tardio (2-4h) em casos de 
ingestão de agrotóxicos de alta toxicidade 
(ex: organofosforados e paraquat). 
 Deve ser feita aspiração do 
conteúdo gástrico. 
 
Técnica lavagem gástrica: 
Pcte em decúbito lateral E 
Passar SNG calibrosa (nº 18-22 para 
adultos e 8-12 para crianças). 
Introduzir 150-200 mL de SF ou água de 
cada vez (cças usar 50-100 mL) 
Repetir o procedimento até a saída de líq 
claro (vol min em adultos é 5L e cças 2L) 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Contraindicações: convulsões, agitação 
psicomotora ou ingestão de cáusticos. 
 
Carvão ativado: 
Atua por adsorção da subst tóxica 
Mais eficaz se usado até 1h da intoxicação 
Doses recomendadas: 
Adultos = 25-100g 
Crianças 1-12 anos = 25-50g 
6 meses a 1 ano = 1g/kg de peso 
< 6 meses: não usar 
 
Misturar em 250 mL de SF ou água (dose 
única). Uso de catárticos facilita a excreção 
do carvão pelas fezes (efeito constipante). 
 
Catárticos: 
Pode reduzir o tempo de transito intestinal 
do agente toxico adsorvido pelo carvão. 
Não foi demonstrado que reduza a 
morbimortalidade ou tempo de internação 
hospitalar. 
Adm VO: 
- hidróxido de magnésio (leite de 
magnésia): 0,5 ml/kg/dose em cças e 
60ml/dose em adultos 
- sulfato de sódio ou sulfato de magnésio 
- sorbitol sol 35% 4ml/kg/dose em cças e 
300 ml/dose em adultos. 
 
Indicação de doses seriadas de carvão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração de antídotos e 
antagonistas: 
Agentes capazes de neutralizar ou reduzir 
os efeitos de uma substância 
potencialmente tóxica. 
 Antídoto = atua sobre o toxicante. 
 Antagonista = exerce ação oposta à 
do agente tóxico. 
 
Principais antídotos e antagonistas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medidas não específicas: 
 Sintomáticas: convulsões, dor, 
hipertermia/hipotermia, reações alérgicas, 
vômitos, hiper/hipotensão, coma, choque. 
 
Dx diferencial: 
 Hemorragia e infarto encefálico 
 Meningite 
 Encefalite 
 Sepse 
 Hepatites 
 Epilepsia e estado pós-ictal 
 Uremia 
 Transtornos metabólicos e eletrolíticos 
 Transtornos psiquiátricos 
 Delirium tremens 
 Encefalopatia de Wernicke 
 
Ingestões que não necessitam de tto: 
Sabão em pedra, detergentes aniônicos, 
espuma de banho, creme de barbear, 
velas, massa de modelar, canetas 
esferográficas, termômetros, graxa de 
sapato... 
 
Tratamento necessário na ingestão 
significante: 
Colônias e perfumes, loção pós-barba, 
tinturas de cabelo, desodorantes, 
bronzeadores, amaciantes de roupas, 
contraceptivos orais. 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
Conclusões: 
 Intoxicação exógena é muito freq no PS 
 Mais de 50% dos casos são de baixo 
risco e o pcte deve ser apenas 
observado 
 Várias condições simulam intoxicação 
exógena (TCE, AVC, IAM) 
 Intoxicações mais graves geralmente 
estão associadas à tentativa de 
suicídio, uso de drogas ilícitas e abuso 
de álcool 
 Uma das principais causas de coma 
sem causa aparente é intoxicação 
exógena. 
 Completo exame físico é obrigatório: 
anotar SVs e priorizar os sistemas CVs, 
resp e neuro. 
 Pctes com intoxicação grave devem ser 
monitorizados preferencialmente em 
CTI. 
 Pcte estável na chegada ao PS pode 
evoluir rapidamente para graves 
complicações 
 Verificar se há antídotos específicos 
 
5) EMERGÊNCIAS TRAUMATOLÓGICAS: 
11 de novembro de 2016 
Prof. Tiango 
 
Estatísticas do trauma: 
80-90% dos pctes atendidos podem ter 
lesões músculo-esqueléticas, contusões, 
torções. 
Primeira causa de morte na faixa dos 5-49 
anos. 
85% envolvem aparelho locomotor 
 
Mortalidade politrauma: 
30% nos primeiros minutos  principais 
ações devem ser tomadas nesse período 
50% primeira hora 
20% após varias horas 
 
O que mais mata – obstrução de VAS 
(airway). 
Estabilizar coluna cervical – prevenir lesões 
do SN periférico. 
 
Segundo que mais mata – Breath – 
observar simetria de movimentos resp, 
percussão, ausculta, presença ou não na 
palpação de enfisema subcutâneo, 
presença de tórax instável (assimetria na 
expansibilidade de hemitórax em relação 
ao outro), necessidade de dreno de tórax. 
 
C – circulation  investigar FC, PA, 
verificar se pcte não tem déficits de 
volume, quadros de choque hipovolêmico 
(3 causa de morte no politrauma). 
Principais locais de perda sang – abdome, 
torax, pelve, lesões de bacia – abertura da 
sínfise púbica (disjunção ou luxação da 
sínfise púbica – lesão de ligamentos 
posteriores, plexo nervoso sacral – 
sangramento para a bacia). Lesão de pelve 
– luxação de sínfise púbica = lesão em open 
book aum o volume de sangue que a pelve 
comporta em sangramentos – PERDA 
VOLEMICA DE ATE 5L que pode levar o pcte 
ao choque. Fechamento de urgência da 
pelve  lençol. Em ambiente intra-
hospitalar – chamar ortopedista – 
fechamento de urgência. Se mesmo 
fechando pcte não parar de sangrar – 
laparotomia exploradora – encher de 
compressas, comprimir, fechar com 
pontos, chuleio na pele, observar 
(compressão mecânica do plexo sacral 
posterior). 
Sangramentos de fêmur – 3L em cada 
fêmur. Diáfise do fêmur, regiões 
transtrocanterianas. Fratura do colo do 
fêmur se encontra dentro da capsula 
articular – sangramento contido, ocorre 
colabamento de vasos, não provoca tanto 
sangramento. 
A cada 3U de concentrado de hemácias – 
1U de plasma! Evitar surgimento de 
coagulação intravascular disseminada 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
(CIVD – necessidade de transfusão de 
plaquetas). 
 
D – disability  exame neurologico, 
Glasgow. 
 
E – exposure  exposição, aquecimento, 
verificação de outras lesões (fratura de 
punho, pé, etc). 
 
Urgência e emergência traumatológica: 
1) FRATURAS EXPOSTAS: 
Deve ser tto imediatamente 
Definição: quando há ruptura da pele e 
exposição do fragm ósseo. Perfuração 
da pele pelo osso. Exposição do foco 
fraturário. Quando existe o contato do 
meio externo (não estéril) com o 
hematoma fraturário, mesmo se corte 
da pele e fratura estiverem em locais 
diferentes dos membros. 
Contato de ferimento externo com 
fratura – observação de gotículas de 
gordura (saíram da medular óssea) – o 
que indicafratura exposta (contato do 
meio externo com hematoma de 
fratura). 
“Sondas e dedos em todos os orifícios” 
– lesão da base do crânio (não usar 
sonda naso), não sondar em trauma de 
uretra, toque vaginal (fratura de isquio 
e pubis perfurando a cavidade vaginal 
– fratura exposta oculta) e toque anal 
(para mulheres e homens – pode 
identificar ruptura de víscera oca, 
fratura de pelve, principalmente sacro 
que rompeu reto e ânus do pcte, 
fratura exposta oculta). 
Fratura exposta de maxila ou 
mandíbula para dentro da cavidade 
oral. 
 
Classificação de Gustillo e Anderson: 
Grau de exposição, gravidade. 
Auxilio na profilaxia ATB. 
Grau 1 <1 cm – limpa – lesão de partes 
moles mínima – lesão óssea 
simples 
Grau 2 >1 cm – moderada contaminação 
– lesão de partes moles moderada 
– lesão óssea moderada 
Grau 3A > 10cm – contaminada – lesao de 
partes moles grave + cobertura 
cutânea possível – lesão óssea 
multifragmentar (cominutiva) 
Grau 3B > 10cm – contaminada – grave + 
perda cutânea requer 
reconstrução de partes moles – 
multifragmentar 
Grau 3C >10 cm – contaminada – lesão 
vascular que requer reparo, grave 
lesão de partes moles – 
multifragmentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profilaxia de 48h com ATB para grau I e 
II  cefalosporina de primeira geração 
EV. 
Para grau III  ATBterapia – 
aminoglicosideo (gentamicina), 
cefalosp de primeira, metronidazol – 
terapia tríplice durante 3 dias. HUSM – 
clinda e genta – de acordo com 
informações do CCIH (osteomielite ou 
infecção pós-traumática). 
 
Casos em que grau I e II passa a ser 
terapêutico e muda ATB – todas as 
fraturas expostas devem ser operadas 
com até 4-6h de evolução – passado 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
esse período, ttar como contaminadas 
por 7-10 dias EV, mais um tempo VO. 
Mudar ATB na grau I e II quando há 
contato com grama, terra, asfalto, 
possíveis focos de germes atípicos 
anaeróbicos, fazer associação 
(metronidazol ou penicilina cristalina). 
 
Atendimento pré-hospitalar: 
Curativação 
Imobilização 
Deixar o osso para fora da perna, não 
levar contaminação para dentro do 
ferimento. 
Pode lavar a ferida ao redor, não o 
osso. 
Colocar compressa úmida em cima do 
osso, compressa seca por cima da 
úmida e enfaixar. 
Não reduzir osso exposto para mandar 
para hospital terciário. 
Alinhar o membro e imobilizar. 
Imobilização diminui a dor e evita mais 
lesão vascular. 
Já iniciar ATB EV – escrever no 
encaminhamento que já foi iniciado o 
ATB. 
NPO para o pcte – quanto mais tempo 
em jejum, melhor para a cx. 
Vacina antitetânica  se tiver < 5 anos 
de vacina – não precisa de reforço, 
entre 5 e 10 anos faz reforço e 
tetanogama, mais de 10 anos – faz 
nova vacina e tetanogama (dura em 
torno de 10 dias, tem a função de 
proteger o organismo contra o 
clostridium até que pcte faça a vacina, 
que demora 10 a 15 dias para criar 
anticorpos). 
 
Atendimento inicial: 
ATLS 
Fechar ferimento caso não o tenha sido 
feito 
ATBs 
Não se faz exame nem se investiga 
digitalmente para avaliar se fratura é 
exposta ou não, se tiver que fazer é em 
bloco cirúrgico após assepsia e 
antissepsia. 
Redução da fratura deve ser feita no 
bloco 
 
Procedimentos ortopédicos 
secundários – quando executar: 
Nos segundo, terceiro, quarto dias – 
não são seguros (elevação da resp 
imuno do pcte) – pode gerar SIRS. 
Esperar caída da resp imuno que 
ocorre a partir do quinto dia. 
Inúmeras e intensas reações imunes  
edema generalizado 
 
Limpeza – irrigação exaustiva – soro 
fisiológico. 
Lavar com no mínimo 10L de soro fisio 
– evolução melhor, menos infecção – 
retirada mecânica da sujeira. 
Desbridamento – tecido morto 
desvitalizado deve ser retirado (osso 
que não esta preso em nenhum 
músculo, músculo morto – colocaração 
alterada vinho escuro, violaceo, perda 
de contratilidade aos estímulos, pinça 
hemostática e testa contratilidade, 
músculo morto não responde, outra 
forma – diminui cautério até 5 e 
queima músculo, se o músculo não 
contrair, desbridar, tb não sangra). 
Criação de ferida vascularizada, 
remoção de CEs, remoção de tecidos 
desvitalizados. 
ATB 
Controle de danos – fixação da fratura, 
de preferência externa, permite 
mobilidade articular, que deambule, 
impede que fragmentos da fratura 
tenham mobilidade e impede que 
fragmentos lesem mais os tecidos 
moles, impede lesões neuro vascular, 
Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 
 
ponto chave para dim edema, 
prevenção de infecção, dim dor. 
Grau I e II – dentro das primeiras 4 
horas – haste e placas desde que pcte 
não esteja em estado crítico (pcte que 
já tem outras lesões graves pode gerar 
segundo golpe – aum agressão em pcte 
que já esta crítico). 
 
Fraturas expostas Grau III nunca são 
ttdas em definitivo – imobilização 
externa após irrigação e 
desbridamento. 
 
OBS: Segundo estudo USP – todos 
pctes com fratura exposta tanto grau I 
ou II devem receber ATB terapia, pois 
segundo eles, nenhum pcte SUS é 
operado antes de 4-6h.  Não é 
consenso. 
 
Osso deve permanecer coberto – não 
deixar ferimentos abertos – fechar a 
pele! Usar retalhos miovascularizados! 
 
RX DE LESÃO PÉLVICA: 
Lesão em open book – urgência 
traumatológica – bloco para fechar 
pelve e fixador externo – após 
estabilização do pcte coloca-se placa. 
Limite de abertura da sínfise púbica – 
real mensuração deve ser feita com TC 
– Até 2 cm ou 2,5cm pode-se ttar de 
forma conservadora, a partir de 2cm é 
obrigado a fechar. Fazer imagem para 
avaliar se fechou sacro-iliaca ou não. 
Operar – 15 dias sem sentar e 
caminhar só depois de 2 meses. 
Sem operar – 30 dias sem sentar e 2 
meses sem andar. 
 
2) LUXAÇÕES: 
Consideradas urgências ortopedico-
traumatologicas. 
Perda do contato entre superfícies que 
compõem a articulação. 
Perda da congruência articular 
Distensão de capsula articular – lesão 
capsulo ligamentar, pode ter lesão 
neuro, lesão de ciático, de plexo 
braquial , de nervo tibial ant, post e de 
fibular. 
Nunca deixar para outro dia 
A dor do pcte melhora com resolução 
do problema 
Reduzir no momento do dx. 
Dois dias de evolução – ttar 
imediatamente, redução. 
 
Cotovelo, luxação lateral e posterior 
Ulno troclear 
Ombro 
Coxo—femural (cabeça e acetábulo) 
 
Vértebra flutuante após tração com 
halo craniano 
C1-C2 lesão de ligamento transverso, 
lesão e fratura de processo odontoide 
Espondilolistese traumática 
 
Controle de danos: 
É melhor salvar o pcte com 10 cx do 
que leva-lo a morte com 1 cx. 
Não acrescentar outro trauma ao ja 
existente. 
Um cirurgião consciente opera 
somente sob condições ideais e sob 
condições seguras para o pcte.

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