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Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 RESUMO PEDIATRIA – PROVA II: 1) REANIMAÇÃO NEONATAL: 14 de outubro de 2016 Prof. Ângela MS – BR 3 milhões nascimentos/ano 98% em hospitais – mais fácil de padronizar as ações de reanimação dos RNs Grande maioria com boa vitalidade Necessidade de reanimação ao nascimento: 1. Ventilação com pressão positiva: 1/10 RNs 2. Intubação e/ou massagem cardíaca: 1/100 RNs 3. Intubação, massagem e/ou meds: 1/1000 RNs Nº de nascimentos no HUSM de 180 a 200 nascimentos/mês proporcionalmente 2 RNs teriam necessidade de receber massagem cardíaca em sala de parto, porém, aqui a prevalência é muito maior, gestações de alto risco são encaminhadas para o HUSM. Em RNs prematuros: 1. Nascidos com < 1500g: 2/3 dos RNs 2. Idade gestacional de 34-36 sem: 2/10 RNs 300 mil/ano necessitam de ajuda para iniciar a respiração. BR – práticas de reanimação baseadas em diretrizes ILCOR (International Liaison Committee on Resuscitation): Especialistas de vários países Assoc americana de cardio Academia americana de pedi adotadas pela soc BR de pedi desde 1994 revisões a cada 5 anos (intensa atividade 2005) - Todo residente de pedi é obrigado a fazer o curso de reanimação + atualizações periódicas. Fisiopatologia da asfixia perinatal: Apneia primária: Falta de oxigênio ao feto movimentos resp rápidos se a falta de O2 se mantém apneia primária Alterações em SVs: Frequência cardíaca inicialmente eleva junto com acentuação de movs resp e cai quando feto para de respirar. Pressão arterial se mantém fundamental para perfusão dos órgãos. Primeira parada respiratória = apneia primária após poucos minutos Gaspings (respiração irregular) após alguns minutos apneia secundária PA cai quando o feto atinge apneia secundária (diminuição da perfusão de todos os órgãos – incluindo órgãos nobres – SNC, coração e suprarrenais). Diferença entre parto após apneia primária e apneia secundária na primária o tempo de hipoxemia é mais curto e a PA está mantida, na secundária o tempo de hipoxemia é longo (comprometimento significativo da perfusão) e há queda da PA, nas duas condições, se ocorrer o parto, ambos os RNs estarão em apneia – início de manobras de reanimação são necessárias. No momento do parto não há como diferenciar apneia primária X Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 secundária iniciar reanimação imediatamente. 15-20-30 min de reanimação plena incluindo utilização de medicamentos sem resposta óbito fetal. Circulação pulmonar dentro do útero: Fluxo sang diminuído nos pulmões fetais – arteríolas pulmonares fechadas no feto – sangue que sai do VD muito pouco consegue ir para o pulmão pelas art pulm, sangue é desviado pelo ducto arterioso. Após o nascimento (se vitalidade plena) começa a respirar – ar começa a empurrar líq amniótico pulmonar fetal – oxigênio consegue entrar para a circulação fetal – elevação da PO2 provoca vasodilatação dos capilares pulmonares – sangue começa saindo do VD se dirige ao pulmão (onde ocorrem as trocas, placenta não existe mais) e elevação na PO2 tem 2 funções bio importantes: 1. vasodilatação das arteríolas pulmonares. 2. vasoconstrição do canal arterial. Estabelecimento da circulação do adulto. As arteríolas dilatam e o fluxo sang aum. Fluxo sang pulmonar aumenta (vasoconstrição do ducto arterioso). Para alguns bebês, essa modificação hemodinâmica não ocorre. Asfixia: Principal causa que faz com que arteríolas pulm permaneçam constritas e canal arterial permaneça aberto e que RN fique com padrão fetal de circulação. Situação grave e de alta morbimortalidade a curto prazo Hipertensão pulmonar persistente do RN = HPPRN. Cortar esse ciclo pela reanimação. OBS: Não é só asfixia que leva a hipertensão pulmonar. Ex: hipertensão pulmonar permanente idiopática (50% responde ao uso de oxido nítrico). Preparo para a assist em sala de parto: O preparo para manter o RN na sala de parto inclui necessariamente: Realização de anamnese materna (hx obstétrica da gestação) Disponibilidade de material Treinamento de reanimação Múltiplas condições perinatais associadas à necessidade de reanimação neonatal: Fatores antenatais Fatores relacionados ao parto Material de intubação – sempre verificar disponibilidade com antecedência: fonte de calor radiante, fontes de O2 e vácuo, material de aspiração, material de vent, material de intubação e medicações. Adm de drogas por cateterização de veia umbilical. Conduta em gestações a termo + Tônus bom + Nasce respirando ou chorando: Clampeamento do cordão umbilical em 3min. Um pouco mais tarde do que antigamente – atrasar um pouco a ligadura é benéfico, pois o RN recebe maior nº de glóbulos vermelhos e dim o risco de desenvolver anemia fisiológica com níveis mais baixos de hemoglobina. Bebê que nasce bem deve ser posto no contato da mãe o mais rápido possível – primeira mamada na sala de parto (fácil no parto vaginal, no Cesário é um pouco mais difícil pela situação de assepsia do procedimento cx). Mamar na primeira hora de vida Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Grande impacto no aleitamento materno exclusivo ate o 6º mês. RN pré-termo que nasce bem: clampeamento um pouco mais cedo, em torno do 1º min e só clampeia imediatamente o RN que nasce mal e precisa de reanimação (hipoxia). Fetos isoimunizados por Rh- clampear imediatamente também (evita a passagem de número maior de acs que contribuem com a hemólise). Cor do bebê: não interessa muito, até 5 min de vida, a saturação medida no braço D é em torno de 70-80%, só atinge saturação boa após o 10º min de vida – bebê reativo cianótico não é muito significativo (leva 10 min para carar). Só é significativo se outros sinais concomitantes – irresponsivo, flácido, etc. Pré-maturo, apneia, gasping, flácido, hipotônico não podem ir diretamente para o contato da mãe fonte de calor (manter temp corporal e evitar hipotermia), posicionamento da cabeça em cochim de compressas (occipto proeminente – pode impedir via aérea de ficar permeável), aspiração rápida de VAs (peras de sucção para não danificar mucosa do bebê), secar bebê rapidamente avaliar FC e respiração se FC < 100 ou resp irregular/gasping ou se tiver em PCR – ventilação com pressão positiva imediata! Cuidados de rotina junto da mãe: Secar RN Aspirar s/n Observar Atividade, respiração, cor Aleitamento materno exclusivo até o 6º mês – impacto na prevalência de acordo com contato pele-pele na primeira hora de nascimento. Valores SatO2 pré-ductais desejáveis, segundo idade: Até 5 min satO2 preductal 70-80% 5-10 80-90% >10 min 85-95% satO2 preductal Passos iniciais: 1. Berço que emite calor (manter temp axilar em 36,5°C) 2. Posicionar a cabeça para deixar via aérea permeável 3. Aspirar VAs (boca, narinas), perinhas não machucam mucosa. Todos esses passos devem ser executados em até 30s. Avaliar FC e resp: Se RN com: FC < 100, resp irreg, apneia – ventilação com pressão positiva (VPP). Como realizar VPP: Balão inflável – ambu Balão anestésico – não muitorecomendável Ventilador mecânico em T – ideal (pois o babypuff em T permite ter controle sobre o pico de pressao inspiratória e permite que se determine a pressão expiratória final – pressão criada de barreira à saída do ar – capacidade residual funcional maior). Sinais de VPP efetiva: aum da FC, melhora cor e tônus e início resp regular. Vantagens do babypuff (ventilador mec em T) em relação ao ambu: Definir PIP 20 cm H2O Limite de pressão 40cm H2o Definir PEEP (4-6cm H2o) Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Máscara: escolha do tipo e tamanho de mascaras – que alcance queixo e nariz – redondas. Máscara deve estar bem adaptada que cubra bem narina e queixo. Aplicação do B&M (balão e máscara): Início padrão: ar ambiente (sem O2) Conectado à fonte de oxigênio para bebês prematuros RN < 34 sem = 30% FiO2 – Fundamental monitorar a oximetria usar oximetria de pulso sempre (na mão D), saturações abaixo de 70% indicam ventilação inefetiva. Pressão 12-15 cm H2O para não causar pneumotórax. No babypuff pode ser determinado, no ambu não. Observar expansão e deflexão da caixa torácica – ver expansão, não pode estar expandindo excessivamente, controlar. Frequência? Em torno de 40-60 mrpm (em pensamento repetir: aperta solta solta, aperta solta solta = frequência certa controlada). Se FC e respiração regular não aumentam oferta de O2 ou aum (considerar intubação). Se após 30s a FC < 60 iniciar massagem cardíaca (sempre com VPP e O2). Terço inf do esterno Técnica dos 2 polegares e técnica com 2 dedos (melhor técnica que dá pressões sistólicas mais elevadas). Intubação traqueal: Vent com máscara não efetiva/prolongada Necessidade de massagem cardíaca (as vezes intuba antes da massagem) Suspeita ou presença de hérnia diafragmática Necessidade de asp traqueal Indicações de intubação: necessidade de aspiração traqueal (mecônio), vent com balão e mascara ineficazes ou prolongados, necessidade de massagem cardíaca, suspeita ou presença de hérnia diafragmática, considerar intub traqueal em PT < 30 sem, se há indicação de surfactante profilático). Praticamente única droga utilizada = adrenalina – deve estar sempre pronta (via EV, veia umbilical e excepcionalmente pode ser usada a adrenalina pela cânula). Indicações: - Ventilação sem melhora da FC (FC < 60 após 30s de ventilação já intubado e com mais de 60s de massagem cardíaca externa com O2 100%) – usar adrenalina, se primeira dose por canula não efetiva, a segunda deve ser via EV. Expansores de volume (SF ou ringer): Descolamento prematuro de placenta – perda sang pelo feto – hipotensão severa - Não responde às manobras + hx que sugere hipotensão - RN que não respondeu a VPP, máscara e adrenalina Soro fisiológico solução cristaloide 10 mL/kg EV veia umbilical em infusão lenta) SF 0,9% Ringer lactato Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 RN pré-termo: Caracts especiais: Perdem muito mais calor – envolver em saco plástico ou filmes de cozinha deixando a cabeça para fora. Secar cabeça e colocar toca. Colchão aquecido. Vai direto para o berço seguindo os passos que forem necessários Boa vitalidade clampear cordão em 30- 60s Calor radiante RN pré-termo envolver o corpo no saco plastico sem secar, colocar touca, colchão térmico no pré-termo < 1000g Posicionar o RN Aspirar vias aéreas Avaliar FC e resp FC < 100bpm – resp irregular apneia VPP 30% o2 Fluxograma Soc BR de pedi – reanimação neonatal em sala de parto Prescrição do RN: Cuidados com umbigo álcool 70% Colírio – Prevenção da oftalmia gonoccocica Vit K – Prevenção da dça hemorrágica 2) INFECÇÃO URINÁRIA DA CRIANÇA: 04 de novembro de 2016 Prof. Paulo Aita Criança tem rim em crescimento – sofre danos que o rim adulto não vai sofrer. ITU alta pielonefrite ITU febril são todos usados como sinônimos. Toda criança com pielonefrite pode sofrer dano renal, quanto menor idade do pcte, mais provável o dano. Não ttdo ITU ou retardando tto cicatriz ou escara renal, HAS, insuf renal a longo prazo. Dx precoce e tto precoce das crianças que tem ITU e investigar sempre com outros exames, além de EQU e urocultura, se tiver sintomas como letargia, icterícia prolongada, febre, perda de peso, anorexia, vômitos, diarreia, hipotermia (ocorre mais em quadros de sepse). Febre suspeitar de ITU em crianças (5% dos atendimentos com febre). Sempre pensar em ITU. Coletar hx febre há mais de 2 dias – ponto a favor de ITU. Lactentes (não controla o esfíncter) – com febre, hx sem coriza, resfriados, tosse, nada que indique outro processo infeccioso fazer EQU e urocultura. Hx pregressa de ITUs. Massa abdominal – hidronefrose? Massa atrapalhando o fluxo de urina? Criança hipertensa? Hx de dças urinárias na família? Meninos tem mais chance de ter ITU despercebida que meninas principalmente nos primeiros 6 meses – depois disso as Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 meninas sempre vão ter mais ITU que meninos por questões anatômicas (uretra mais curta e proximidade com o anus). Se a ITU não for investigada, o dx nunca será feito! OBS: Amigdalite abaixo de um ano de idade – quase sempre é resfriado (viral), não bacteriana, não usar ATB risco de danificar rins. Etiologia: 80-90% E. Coli Gram negativas Mesmas bacts que contaminam a pele, oriundas do intestino ou por vezes fora da pele, cateterismos. ATB para E. Coli 3-4 dias em ITU afebril 7-14 dias se ITU febril DX da infecção – citopatologia, hx (uso de cateteres arteriais ou venosos), exame físico, EQU + urocultura (dx definitivo de ITU é dado pela urocultura, mas os dois exames são necessários). ITU em criança deve ser ttda o mais rapidamente possível para evitar danos renais. COLETAR EXAME DE URINA E JÁ TRATAR EM 2 CASOS: o que vai cair na prova! 1) Criança de 6 meses de sexo feminino febre alta há dois dias, cada vez mais prostrada: vômitos, aparência doente, prostrada, vai ao PA, como coletar a urina dessa criança? Deve ser tratada imediatamente. Padrão-ouro é a punção suprapúbica (cateterismo é quase tão bom quanto a punção para alguns, outros acham que o cateterismo é melhor, mas o consenso é punção suprapúbica). Em último lugar a opção de coleta seria saco coletor – deve ser feito exame em 20- 30 minutos, lavar períneo com água e sabão, só acreditar no exame do saco coletor se o exame der negativo, se der positivo pode ser contaminação, muita chance de contaminação. Exame: Leucocitúria, nitrito positivo (altamente especifico, não muito sensível, especifico pq todas as bacts gram-negativas reduzem nitrato em nitrito), pode ter um pouco de hematúria. Nunca fazer cateterismo em pctes com fimose (se pcte fizer cx, tem 10-20x menor chance de ter infecção urinária) – punção suprapúbica sempre! O certo nesse caso é internar!! 2) Criança de 10 meses com febre baixa desde ontem, sem vômitos, alimentando-se bem, sem achados no exame físico. Fazer screening (criança não está entrandoem sepse – nesse caso pode ser coletada a urina por saco coletor), febre sem etiologia, sem risco de sepse. Pode solicitar só EQU, embora o dx de ITU necessite de EQU+urocultura. Anti-inflamatório entra no tto de ITU? Diminui dano renl? Por enquanto não utlizar anti- inflamatórios, ainda não há nível de evidência suficiente. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 OBS: Infecção de garganta pode dar leucocitúria, exercício intenso, etc... Se tiver suspeita de ITU não aguarda resultado de exames – inicar tto empírico! ***Coleta por saco coletor confiável é só quando ele for negativo. Melhor método é a punção para crianças que não controlam esfíncter, se controla fazer coleta de urina pós jato médio. SEMPRE INTERNAR: < 2 meses Aparência séptica (desidratada, estado geral ruim, não tolera VO) Cefalosporina de 3ª ou 4ª geração VO e tb pode ser usado o tto EV (depende do caso, se criança estiver vomitando, usar EV) ITU febril com rim afetado – que tenha nível sistêmico bom – cefalosporina de 3ª ou 4ªG (ceftriaxona, cefotaxima). HUSM – não esta mais sendo usado cefalosporina, alta resistência. E. Coli responde a aminoglicosídeos – genta e amicacina. Quinolona – cipro é bom ATB e pega muito bem E. Coli. Para crianças – liberada cipro quando for pseudomonas ou gram- negativos resistente aos outros ATBs. Quinolona pode provocar dano em cartilagens de crescimento em crianças – apesar de não ter evidências fortes a respeito. Amoxi, ampicilina, sulfa-trimetroprim, cefalosporina de 1ªG – resistência muito grande (+/- 50%). Nitrofurantoína boa para cistite – não pode ser usada em criança febril não tem distribuição sanguínea muito boa (efeito local, não sistêmico). Pode ser iniciado tto parenteral, rever a criança em 48h e trocar para VO. Tempo de tto, nunca curto, mínimo 7 dias (7 a 14 dias, média 10 dias), para cistite pode ser 3-5 dias. Investigar toda criança que tiver ITU, febre e < 2 anos de idade (alguns defendem que não idade não influencia e ITU com febre deve ser sempre investigada): 1) US – normal dificilmente tem alt urinária, se anormal – segue investigação. 2) Uretrocistografia miccinal, refluxo até grau 3 não causa problemas. 3) Cintilo renal – DMSA passa pelo rim, 2-3 horas após injetado – zona hipocaptante, processo inflamató- rio recente ou passado (cicatriz). Primeira ITU febril na criança que não controla esfíncter EQU e urocultura. Febre + ITU sempre fazer US. Normal termina a investigação, se anormal – segue investigação. 3) SEPSE: 11 de novembro de 2016 Prof. Tania 13 de setembro dia mundial da sepse Mortalidade no BR 16% em 2002 e 22% em 2010 Não tem tido melhora nos números tanto de incidência quanto de mortalidade A cada ano – publicação mundial do consenso de sepse Sepse – consensos: definição, critérios dx, tto. Objetivos do consenso para dx de sepse: Aum detecção precoce, permitir intervenções precoces, dim taxas de óbito, permitir comparação entre adultos. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Incidência: Faixa etária pediátrica é mais comum que no adulto. Entre pctes pediátricos – mais comum na faixa neonatal. Incidência de sepse no 1º ano de vida = incidência no idoso por volta dos 60 anos! Fatores de risco: Relacionados ao hospedeiro – crianças ainda não tem sist imuno desenvolvido, sistema complemento imaturo, etc. Relacionados a algum tto existente Internação hospitalar prolongada, procedimentos invasivos, terapia atb de amplo espectro, hipotermia, assistência ventilatória, suporte nutricional parenteral. Definição de sepse 1992: **Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) + infecção** Síndrome complexa causada pela resposta inflamatória sistêmica do ind, de origem infecciosa, caract por manifs múltiplas, e que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos. Novas definições 2016: Dx de choque séptico – necessidade de avaliação laboratorial de lactato – segundo novo critério, que não foi aceito pelo BR (organizado por países desenvolvidos que tem acesso a exames rapidamente, não é o caso de países subdesenvolvidos). 1. Os critérios de SIRS deixam de ser necessários. 2. Sepse: disfunção orgânica secundária a resposta desregulada do hosp a uma infecção. 3. Quick sequential organ failure assessment score: GCS < 15, FR >22mrpm, PAS < 100mmHg alerta para sepse que deve ser confirmado com labs. Comparação de definições antigas e sepse 2016: Infecção: fenômeno microbiológico caract por uma resposta inflam deflagrada pela presença de microorganismos ou pela invasão, por estes moos, de tecidos normalmente estéreis. Sepse: reação sistêmica do organismo a uma infecção generalizada às custas de bacteremia, fungemia, viremia ou parasitemia. Septicemia é a circulação de qualquer um desses orgs na corrente sang. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS): Pelo menos 2 dos seguintes Taquicardia, taquipneia, hipertermia > 38°C ou hipotermia < 36°C e leucócitos > 12 mil ou leucopenia < 4 mil. Quanto menor a criança, maior a possibilidade de ter hipotermia ao Invés de hipertermia, o mesmo ocorre com leucopenia. Sepse grave: não existe mais pela nova classificação. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Era caracterizada por: Sepse e disfunção CV ou SARA ou mais pelo menos 2 outras disfunções orgânicas (falência renal, hepática, alt do sensório). Choque séptico: Sepse grave + disfunção CV + hipoperfusão tecidual Nova classificação lactato alterado Fisiopatologia do processo séptico: Agente microbiano – resposta inflamatória excessiva – resposta imune hiperreativa. Foco infeccioso bact (componentes da parede celular) lib de endorfinas liberação de mediadores primários de infecção (citocinas – FN, interleucinas, INF). Mediadores endógenos (ptns de baixo peso molecular) secretadas pelos leucocitos (cels T e macrófagos) respostas endócrinas e metabólicas. Ativação do sist complemento e da cascata de coagulação vasodilatação e aum permeabilidade capular choque e insuf orgânica Alt no metab dos hidratos de carbono gliconeogênese hepática + aum resistência à insulina hiperglicemia **hipoglicemia por necrose celular falência funcional (hepatocelular). Quanto menor a criança e se desnutrida, fazer controle severo de hiperglicemia para não gerar hipoglicemia. Síntese proteínas + catabolismo proteico balanço nitrogenado negativo – catabolismo proteico elevado (> oferta proteica). Alterações no metabolismo dos hormônios: Glicocorticoides aumentados Insulina aum e depois diminui Aldosterona aum T3 dim, T4 dim Catecolaminas aum Horm antidiurético – SIAD, diabetes insipidus Critérios dx de sepse: Variáveis: Gerais: febre > 38,3°C, hipotermia < 36°C, taquicardia, taquipneia*, alt sensório*, edema significativo ou balanço hídrico positivo, hiperglicemia Inflamatórias: leucocitose, leucopenia, contagem normal de leucocitos com aum 10% de formas imaturas, PTN C reativa no plasma aum. Disfunção orgânica: hipoxemia arterial (PaO2/FiO2 < 300), oliguria, aum creatinina, alt de coagulação(INR > 1,5 ou KTTP > 60s), plaquetopenia < 100 mil/mm³, hiperbilirrubinemia BT > 4mg/dL. Perfusão tecidual: hiperlactatemia*, enhimento capilar dim ou moteamento cutâneo. Hemodinâmicas: hipotensão arterial* * presentes no novo consenso. Choque septico é o mais grave tipo de choque: Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Taquicardia (pode estar ausene na hipotermia) Taquipneia Sinais de perfusão diminuída: pulsos periféricos dim em relação aos pulsos centrais, alt do sensório, enchimento capilar lento ou > 2 s, extremidades frias ou moteadas, debito urinário dim. Avaliação dx do paciente com SEPSE: o Busca agente causal – exames diretos e culturas o Id de alts metab ou da homeostasia inditivadas de comprometimento sist e de órgãos específicos Dx lab: o Hemocultura o Culturas de urina, fezes, liquor, secreções o Pesquisa de antígenos o Marcadores de sepse o Perfil metabólico Avaliação dx do pcte com sepse: hemograma com plaquetas, PTN C reativa, VHS, coagulograma, lactato sérico, glicemia, Na, K, Ca, P, Mg, ureia, creatinina, TGO, TGP, FA, bilirrubinas, triglicerídeos, gaso arterial, RX tórax PA e perfil, US, TC, RNM, ecocardiograma, etc. Tto da sepse: Hipovolemia, vasodilatação perif, aum da perm endothelial e hipermetabolismo. Correção da pré-carga, pós-carga e da contratilidade miocárdica. Atender a relação oferta/demanda de O2 aos tecidos, manter a perfusão celular e prevenir a disfunção de órgãos. ATBs Transfusao de hemocomponentes – hemoglobina deve estar entre 7 e 9g/dL; plasma fresco sempre que tiver sangramento ou plano de procedimentos invasivos. Adm de plaquetas se < 5mil/mm³ ou entre 5mil e 30 mil + risco de sangramento ou < 50 mil e procedimentos invasivos ou sangramento. Antitrombina III – poucos lab dosam, mas é baixa em todas as situações de sepse. Hemoderivado muito caro. Controle glicêmico: manter a glicose < 150 mg/dL – a evolução da hiper pra hipoglicemia é muito mais rápida que no adulto, monitorar. Menos comuns: Esteroides: só tem espaço se tiver situação de sepse refratária, quadro de insuf suprarrenal. Ptn C ativada recombinante Fator estimulador de colônias de granulócitos Imunoglobulin IV ECMO – oxigenação por membrana extracorpórea: considerada em choque refratário e falência resp. Assist vent mecânica protetora Diálise peritonial protetora Correção de QUALQUER fator inotrópico negativo! Fluidoterapia: coloide/solução salina alíquotas de 20-40 (-60) ml/kg Se não responder a fluidoterapia: Suporte hemodinâmico farmacológico: dopamina para hipotensão, epinefrina para choque refratário a dopamina, dobutamina, NO inalatorio para hipertensão pulmonar pos parto e sepse. Terapia vasopressora Terapia inotrópica Terapia vasodilatadora Se não responder: Esteróides: hidrocortisona 1-2 mg/kg por 7 dias – suspeita ou confirmação de Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 insuf adrenal, nível sérico de cortisal < 18ug/dL. Efetividade terapêutica: Reperfusão capilar < 2s Extremidades aquecidas Deb urinário > 1ml/kg/h Status mental normal Queda no lactate Sat O2 > 70% 4) INFECÇÕES CONGÊNITAS: 18 de novembro de 2016 Prof. Roseli Infecções adquiridas intra-útero ou durante o nascimento Afetam 0,5-2,5% de todos os nascimentos Causa de mortalidade fetal e neonatal Contribui para morbidade infantil Dça sistêmica aguda Infecção persistente com sequelas tardias Assintomática TORSCH – infecções neonatais com apresentação clínica semelhante 1. Toxoplasmose (T): 83% assint 2. Outras(enterovirose, parvovirose (P), varicela (VZ), hepatite (VHB)) 3. Rubéola (R) (65% assint) – baixa incidência 4. Sífilis (S) (50% assint) – mais comum 5. CMV (95% assint) 6. Herpes simples vÍrus (HSV) – pouco freq +Zika congênita Infecção perinatal: Peri-parto até 3 semanas do período perinatal (parto, transfusão materno fetal, ascenção da cavidade amniótica, aspiração de liq amniótico, contato com sangue e secreções genitais). Fatores de risco: Práticas sexuais e drogadição (sífilis, HIV, CMV, VHB, HSV) NÍvel socioeconômico, condições de habitação e saneamento (CMV, S, T) Estado de imunização (R) Hábitos higieno-alimentares (T) Atividade profissional (R, P, VZ, VHB, VHA) Dx pré-natal: Screening na gestação: 1. VDRL 2. TOXO 3. HIV 4. HEPATITE B *Rubéola – não é feita em todos os postos. *CMV não é solicitado. Quando suspeitar e investigar: RN peq para idade gesta PIG simétrico inexplicável Hepatoesplenomegalia Trombocitopenia Lesões oculares perda auditiva Cardiopatias Lesões de pele SNC: microcefalia (CMV, R,T), calcificações intracranianas (T, CMV, VZ, S), convulsões Lesões ósseas (R,T,S) Sepse (HSV, VZ, S, CMV) Hidropsia fetal (CHAGAS, S, P) – anemia muito intensa ou insuf card – edema generalizado que gera anasarca total, bebê duro e deformado. Icterícia Avaliação de RNs sintomáticos: Revisão da hx materna (evidência e imunidade para rubéola, sorologia para sífilis, HSV, exposição a gatos, etc). Avaliação de estigmas fiscos inerentes a varias infecções intrauterinas. Hemograma completo com plaquetas. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Função hepática RX de ossos longos Avaliação oftalmológica Triagem auditiva. Neuroimagem Punção lombar. 1) Sífilis congênita: Treponema pallidum Transmissão vertical: Transplacentária Contato com lesões durante a passagem pelo canal do parto Efeito da infecção concomitante pelo HIV e T. pallidum > risco de infecção fetal, > probabilidade de achados clínicos e labs. Não há dados sugerindo transmissão pelo leite materno. Dados epidemio: Sífilis em gestantes: 21 mil casos por ano (2013) 7,4 casos/1000 nascidos vivos 100 mil casos entre 2005-2014. Sífilis congênita: 13 mil casos 2013 4,7 casos/1000 nascidos vivos 104 mil casos entre 1998-2014. A taxa de incidência de sífilis congênita entre menores de 1 ano vem aumentando nos últimos anos. Fatores que contribuem para ocorrência de sífilis congênita: Ausência de pré-natal, teste sorol positivo no parto (triagem pré-natal: primeira consulta, 28 sem e no parto) 14,1% das parturientes Com pré-natal e TS negativo no primeiro tri, mas sem repetição do exame Ausência de TS durante o pré-natal Erro lab Demora no início do tto Falha no tto pré-natal Insuf de dados Manifestações clínicas: Maioria assintomáticos 70% Forma precoce – manifestações antes dos 2 anos de idade Forma tardia – após 2 anos de idade Precoce: Aborto (natimorto – 25%, morte neo 25-30%) Prematuridade Baixo peso Manifs oculares Petéquias Linfadenopatia generalizada Icterícia Pneumonia alba Manif. ósseas (osteocondrite, periostite, pseudoparesia de Parrot) Manif. hemato (anemia, plaquetopenia leucopenia, leucocitose, reacao leucemoide) Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Manif. mucocutâneas – rinite,laringite, lesões máculo-papular, condiloma lata, rágades. Manif SNC: 86% neurossífilis em RNs com evidência clínica e lab de SC 8% neurossífilis sem evidência de SC Tardia: Tíbia em lâmina de sabre, Dentes de Huntchinson, Fronte olímpica, Nariz em sela, Surdez, Hidrocefalia, Retardo mental e dificuldade de aprendizado Dx: a) SÍFILIS CONGÊNITA CONFIRMADA: Demonstração do treponema em campo escuro em lesão, placenta, cordão umbilical ou demonstração por teste de infectividade em coelhos. Sorológico: Teste treponêmico: FTA-ABs (não servem como parâmetro de resp ao tto). Teste não-treponêmico: VDRL – falso + e – (Serve como parâmetro de resp ao tto e de reinfecção). ELISA: em estudo PCR b) CONGÊNITA PROVÁVEL: 1. RN – indep das manifs clínicas e lab – com mãe soropositiva para sífilis (teste não-treponêmico positivo de qqr titulação) e: Não recebeu tto para sífilis Recebeu tto incompleto com penicilina Recebeu tto com penicilina nos ult 30 dias antes do parto Foi ttda com outra droga que não penicilina durante a gestação A mãe foi ttda adeq, mas o parceiro não, ou não se tem informação Foi ttda adeq mas não teve resp sorológica (sem queda de teste não-trepo) Foi ttda adeq antes da gestação, mas não teve acomp sorológico. 2. RN com teste não-trepo sérico positivo e uma ou mais alts: Qqr evidência clínica de sífilis congênita Qqr manif radio VDRL positivo no líquor Teste não-trepo no RN 4xx superior ao materno Sorol para lues ainda + após 6º mês de vida, que se mantem ou aum nos 3 primeiros meses de vida Teste trepo para detecção de IgM (FTA-ABs ou ELISA) positivo no RN PCR+ NEUROLUES: Confirmada: VDRL do líquor positivo Provável: alts de celularidade > 25 cel/mm3 Bioquímico do líquor: > 125 mg/dL ptns Métodos dx em RN: Sorologia: TNT = VDRL Comparação com títulos maternos (4x sup ao título materno) Avalia resp ao tto *O teste VDRL negativo no RN não exclui a possibilidade de sífilis congênita. Se não há outros elementos sugerindo sífilis congênita, deve-se repetir o teste com intervalo de 30 dias para confirmar a ausência de infecção. Tto – gestante e parceiro: Sífilis primária: Pen g benzatina IM 2,4 milhões Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Sífilis secundária: Pen g benzatina IM 4,8 milhões Sífilis latente tardia, terciária e com duração ignorada: Pen g benzatina IM 7,2 milhões Tto inadequado: droga não penicilina, tto incompleto, tto nos 30 dias ant ao parto, manutenção do contato sexual com parceiro não ttdo. é necessário tto documentado e declínio dos testes sorológicos. Avaliação recomendada: Avaliação do liquor Hemograma RX ossos longos e tórax Função hepática Ecografia transfontanelar Exame oftalm e avaliação auditiva Acompanhamento: Avaliações mensais no primeiro ano de vida Realizar VDRL 1, 3, 6, 12, 18 meses interrompendo quando negativo Hemaglutinação para sífilis aos 18 meses Diante das elevações de títulos soro ou da sua não negativização até os 18 meses, reinvestigar o pcte Recomenda-se o acomp oftalm, neuro e auditivo semestral. Nos casos de LCR alterado, deve-se proceder reavaliação liquórica a cada 6 meses até a normalização do líquor. 2) Toxoplasmose congênita: Toxoplasma gondii Incidência BR: 3-14/10mil nascimentos em 2014 2,8/1000 em 2007 (RS) Prevalência: 50-80% BR 15,8% EUA 80% FRA 10% Austrália Ingestão dos oocistos: fezes de gato e solo contaminado (6-17%) Ingestão de cistos teciduais – carne crua ou pouco cozida de cordeiro ou porco (30-60% dos casos). Transmissão depende: parasitemia materna, idade gesta no momento da soroconversão (quanto mais avançada a gesta, maior risco de transmissão fetal, mas manifestações clínicas são mais leves). 1º trim – 30% porém formas mais graves 2º trim – 30-70% 3º trim – 100% com formas menos graves Tto materno. Manifestações clínicas: Doença manif no período neonatal Infecção subclínica: forma mais comum, atinge 76% dos casos, posteriormente gera sequelas. Dça grave ou leve com manifs nos primeiros meses de vida: Benigna – cicatriz de coriorretinite sem dano visual, calcificações intracranianas e status neuro normal. Grave – coriorretinite bilat com dano visual, hidrocefalia, microcefalia e status neuro anormal. Formas de manif de casos graves: Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Neuro – calcificações intracranianas, alt liquoricas, convulsões, hidrocefalia, microcefalia, retinocoroidite. Surgem 3-12 meses após nascimento. Tétrade de Sabin: Hidrocefalia ou microcefalia + coriorretinite bilat e simétrica + calcificações intraparenquimatosas + retardo mental. Toxoplasmose congênita generalizada, retinocoroidite, alts LCR, icterícia, hepatoesplenomegalia, linfoa- denopatia, anemia, trombocitopenia (petéquias). Dx: Isolamento no sangue ou fluidos corporais Demonstracao de cistos na placenta ou tecidos do feto/RN Presença de antígenos ou parasitas em tecidos ou fluidos Demonstração de antigemia Testes sorológicos Dx na gestante: Sorologia IgM e IgG Avidez de IgG: alta avidez no primeiro trimestre afasta infecção aguda durante a gestação (alta avidez de IgG = INFECÇÃO PREGRESSA). Baixa avidez = infecção recente PCR amniocentese US Dx no RN: LCR – pleiocitose mononuclear, hiper- proteinorraquia Hemograma – com leucocitose, leuco- penia, trombocitopenia, eosinofilia >30% Detecção do DNA do T. gondii Metodos sorológicos Reações imunoenzimáticas Acs IgG (passagem passiva) – ELISA Acs IgM (infecção recente) – ELISA Acs ELISA – captura de IgA mais senível que IgM (desaparece em 7 meses) Dx definitivo: viragem soro e RN infectado Provável: IgG > 300 UI/mL, baixa avidez de IgG, IgG materna aum 3x ou mais. Dx Improvável IgG < 300 e alta avidez de IgG Avaliação do RN: Hemograma Liquor Fção hepática Sorologias para toxo – IgG, IgM, IgA PCR sangue, urina, liquor Eco transfontanlar TC Avaliação oftalmo e auditiva. Tto: 3) CMV: Herpes vírus DNA Prevalência 0,5 a 1% RNs vivos 85-90% assintomáticos 10% perda auditiva neurossensorial Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 10-15% sintomáticos – 45-50% sequelas (paralisia cerebral, retardo mental, surdez) Transmissão: Transplacentária congênita – maior gravidade no início da gestação. Perinatal: Pós-natal precoce: leite materno RN de muito baixo peso. Intraparto: contato do RN com secreções e material vaginal. Infecção materna: Primaria 40-50% risco > Adolescentes Recorrente: 0,5-2% anticorpos protegem contra lesão fetal importante Sintomática = mononucleose Manifestações clínicas: 90% RNs assint Plaquetopenia Hepatoesplenomegalia Colestase neonatal Prematuridade, retardo crescimento intrauterino SNC: calcificações intracranianas, convulsões, microcefalia, retardo do DNPM Coriorretinite, atrofia ótica Pneumonite intersticial Perda auditiva – acomp com BERA (triagemauditiva neonatal) Pode ser normal ao nasc e ser progressiva (> 5-10 anos) Algumas nasceram de mães com CMV recorrente Evolução: Assint = 10-25% surdez e alts neuro (calcificações IC, periventriculares) Sint = 30% mortalidade Manifs não-neuro regridem Surdez neurossensorial (30%) – dim visão, dificuldade de sucção, hiper e hipotonia, microcefalia, calcific IC, convulsões, retardo do DNPM. Dx: Soroconversão IgM: não diferencia primeira da segunda infecção. Positiva até 10-12 semanas na primaria. IgG aum = primária ou recorrente Cultural = liq amniótico CMV-DNA (liq amniótico) Detecção do vírus na urina ou saliva até 3 sem Testes soro: IgM < 3 sem de vida, IgG ausência exclui infecção, isolam viral em cultura de fibroblastos humanos, detecção de DNA viral pela PCR. Tto: Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 4) Rubéola: Rubivirus família togaviridae Epidemias pop – 6-9 anos (era pré- vacinal) Período de incubação 14-23 dias Disseminação viral respiratória Infec placentária depende da viremia materna Dx lab na gestante: IgG e IgM: gestante exposta ou que desenvolva dça similar a rubéola até a 16ª sem Gestante com rash, IgM+ e IgG aum , indica ser Rubéola Gestante exposta até a 16ª sem IgM negativo e IgG positivo (> 12 UI/mL após contato): imunidade IgM neg e IgG neg (< 10UI/mL = testes 7-10 dias por 4 semanas) soroconversão ou soronegativa Rubéola congênita: Aborto (20% até 8 semanas) Natimorto Dça multissitêmica com ou sem anomalias Infec inaparente É dça progressiva Quadro clínico: Manifs transitórias: RCIU Hepatoesplenomegalia Meningoencefalite Trombocitopenia e rash purpurico Lesões ósseas radiolucentes Anormalidades permanentes: Neuro: microcefalia, retardo mental, retardo psicomotor, defeitos fala e linguagem, micrognatia. Tríade clássica: cardiopatia congênita + defeitos oculares + surdez neurossensorial. Cardiopatia congênita: > 50% dos infectados antes de 8 sem tem defeito cardíaco – permanência art pulm, e estenose valvar pulm. Defeitos oculares: catarata, hipoplasia da íris, microftalmia, glaucoma, retinopatia, retinite pigmentar – sal e pimenta. Surdez neurossensorial: uni ou bilat, surdez central – pode ser única manif em 50% dos casos. BR = 3% surdez em < 15 meses era a causa mais importante de surdez (pré-vacinal). Manifs tardias: Dist imuno Def auditivos Retardo mental, autismo Panencefalite esclerosante subaguda DM insulino dep Dças tireoide Pneumonite intersticial (3-12 meses) Dx materno: IgM aum até 12 sem após infecção IgG persistente aum PCR-RNA liq amniótico Dx do RN: IgM + ate os 3m IgG + até 6-12m PCR Manejo: Não há tto específico Seg RN – criança é infectante até 1 ano Isolamento de contatos até 1 ano Imunização 1 ano Em mulheres se sorologia neg ou IgG < 15UI/mL = reimunizar Vacina em gestante ou que engravide em 28 dias = 2% infecção assint, sem defeitos congênitos. 5) Síndrome da Zika congênita: Zika manchas na pele – 90-100% dos casos Mais freq acometimento neurológico Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 50-90% dos casos conjuntivite Bebe – microcefalia, artrogripose, problemas oculares, dilatação no ventrículo cerebral. 6900 casos notificados – BR em 2016 Ciclo de transmissão: Febre, erupções, vermelhidão e coceira na pele, dor articular, conjuntivite (pessoa infectada com Zika) possível transm mãe para bebê na gesação aedes aegypti pica pessoa infectada mosquito infectado pica pessoa saudável e transmite vírus. * o vírus tb foi isolado no sêmen, mas a transmissão sexual não foi confirmada. Microcefalia: meninos < 31,9 cm e meninas < 31,5cm nascidos com ≥ 37 sem. 1/3 dos bebes com zika não tem microcefalia. Conduta nos casos confirmados de microcefalia: US transfontanelar TC crânio Ventriculomegalia (dilatação dos ventrículos cerebrais) Calcificações IC Hidranencefalia (destruição do córtex cerebral com acúmulo de líq translúcido) Hipoplasia vermix cerebelo Agenesia corpo caloso Alt sistêmicas: Lesões oculares, perda auditiva, alts tônus musc e artrogripose (múltiplas contraturas articulares) Hidropsia fetal – acumulo anormal de liq extravasc em cavidades corporais do feto como peritônio. Colapso do crânio, pele redundante, desprop crânio-facial. Manifs neuro: interação social e movs espont prejudicados, tremores e reflexos miotáticos exacerbados e presença de choro neurológico, convulsões. Síndrome congênita do Zika = sequência – crescimento do cérebro que gera achados fenotípicos – em estudo. Fisiopatologia: Virus provoca a morte neuronal diretamente ou ativa resps imuno dos hospedeiros infectados comprometendo estruturas do SNC. Neurofagia – redução do encéfalo. Dx lab: Dx por amostras de sangue que devem ser coletadas no curto período de viremia até 4º dia após aparecimento dos sinais/sintomas de infecção: Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 - Para detecção direta do vírus (RNA vírus): RT-PCR. - Para realização da detecção de acs X o vírus e outros flavivirus. PCR: para gestantes sintomáticas (até 5 dias após primeiros sintomas) IgM: gestantes com ou sem sintomas pré- natal, repetindo no final do 2º trim. Bebês de mães com dx de infecção por Zika, RNs com malformações congênitas sugestivas de Zika. IgG: somente para infec pelo zika para gestantes ou RNs que realizaram pesquisa de IgM com resultado+. 6) Hepatite B: Mãe HBsAg+ Ao nascer até 24h vacina HepB + HBIG 0,5mL IM. Mãe não testada vacina hepatite B 7) Varicela congênita: Risco para < 20 sem de gestação (<2%) PIG Lesões cicatriciais Membros: hipoplasia, equinovarismo, ausência ou alts dos dedos SNC: atrofia cortical, hidranencefalia, íleo ou bexiga neurogênica. Coriorretinite, catarata, nistagmo, anisocoria. Varicela neonatal: mãe adquire 21 dias antes do parto (25-50% - RN). Maior gravidade: entre 5 dias e 48h após o parto (mortalidade de 30%). Imunoglobulina humana X VZ = 125U (1,25mL). NÃO EVITA A VARICELA evita as complicações! 72-96h após o contágio. Gestante 1º trim + contato domiciliar contínuo por > 1h em amb fechados. 8) Herpes simples: 1/3 mil a 20 mil nascimentos RNs vivos HSV1 = 15-20% HSV2 = 80-85% Fatores de risco: Primoinfec (57%) = 2/3 infecções primárias são assint. 60-80% RN tem hx ou clínica materna negativa Congênito – transplacentário 5% Perinatal 85% Pós-natal 10% Tempo de ruptura das membranas Tipo de parto Estado imune materno Quadro clínico: Manifestações súbitas e não específicas = RNs normais ao nascimento Lesoes mucocutâneas – vesículas e ulceras SNC (EEG, neuroimagem) Quadro semelhante à sepse Suspeita clínica = em crianças com > 6 sem: 1. Forma sistêmica ou disseminada: sepses-like (febre ou hipotermia, icterícia, irritabilidade, letargia, desconforto resp, dist abd, ascite, apneia). Viral hepatite, ou insuf hepatica, conjuntivite, dor ocular. Febre persistente sem hemoculturapositiva. 60-70 envolvimento SNC. Mortalidade 20% e sequelas 13%. 2. Forma localizada: 45% dos casos, manifs mucocut (pele, olhos, boca), sem sequelas. 3. Neuro com ou sem forma localizada ou disseminada: 30% dos casos. Irritabilidade, hipotonia, instab térmica, vesículas em 50% dos casos, liq cefalorraq com pleocitose, convulsões, sinais neuro focais, sequelas em 70% dos casos e óbito em 6%. Dx: Lab – IgG não é útil e IgM aum tardiamente Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Isolar HSV (cultura) e PCR-DNA – vesículas, conjuntivas, nasofaringe, LCR. Sorologia ELISA das lesões de pele Papanicolau ou Tzank (inclusões intranucleares e células gigantes multinucleadas) Manejo: Cesariana: lesão ativa ou sintomas prodromicos (60-80% das mães são assint) Primária aciclovir profilático CESARIANA NÃO EVITA INFECÇÕES Risco de neutropenia no RN Secundária aciclovir Manejo neonatal: Aciclovir – cutânea 14 dias Disseminada ou neuro 21 dias Toxicidade = neutropenia Segunda escolha vidarabina, foscarnet Tópico = iodoxiuridina 0,1% 5) SEPSE NEONATAL: 02 de dezembro de 2016 Prof. Beatriz SEPSE: Resposta sistêmica à infecção evidenciada clinicamente. Importante causa de morbimortalidade mortalidade neo Internações prolongadas em UTIN favorecem (11-25%) Incidência aum com aum da sobrevivência de RNs muito prematuros Incidência maior em prematuros – sepse neo é a maior causa de mortalidade entre RNs pré-termo. < 1000g – 26% 1000-2000g – 8-9% 1% da pop geral de RN Maior no sexo masculino Mortalidade alta: Chega a 50% nos casos não dx a tempo de ttar Causa 13-15% das mortes neonatais Varia de acordo com os moo envolvidos + estado de imunocompetência do RN Causas de óbitos em RNBP (baixo peso) 2015: Sepse – 39% Malformações – 15% Outros – 14% Hemorragia pulm – 8,78% Asfixia – 7% Dist metab – 6,08% Pneumotórax – 4,5% Imunologia: Resp imune fisio do RN tem algumas deficiências: Polimorfonucleares neutrofilos – dim quimotaxia, fagocitose e capacidade de matar bacts. Macrófagos = dim quimiotaxia Resp de cels T = reduzida e mais lenta, deficiente prod de citocinas e menor atividade citotoxica Rápida exaustão da reseva medular de neutrófilos. **Função de atividades de defesa – deficientes ou sem capacidade plena. Imunoglobulinas: IgM: níveis baixos, só chega a metade do nível adulto com 6 meses de idade. IgG: passagem transplacentária é maior na segunda metade da gest e maior após 30 sem. IgD: baixa. IgE: indetectável no sangue do cordão IgA: baixíssima ao nascimento. Eleva rapidamente nas primeiras sem de vida. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Sistema complemento: Grande variação ind na conccentração dos componentes do complemento Via alternative de ativação é menos eficiente Menores níveis de fibronectina Baixa capacidade de opsonização Barreiras físicas naturais: Pele e mucosas Facilmente rompidas no RN SEPSE Precoce: o Até 72h de vida o 85% nas primeiras 24h o 5% entre 24-48h o 10% entre 48h-6 dias o Relaciona-se a fatores da gestação e do parto Tardia: o Após 72h o Sexto dia até 3 meses o Relaciona-se a fats ambientais Fatores de risco maternos – sepse precoce: Colonização pelo SGB = bactérias strepto grupo B. ITU – exceto se ttda antes do início do trabalho de parto Corioaminionite Leucorreia Outros sítios de infecção – rash cutâneo, linfadenopatia... Febre materna Hipertonia uterina Gestação múltipla Fatores relacionados ao parto: Ruptura prolongada de mebs (>24h) RUPREME = mais importante se < 37 sem LA purulento / odor fétido Trabalho de parto prolongado Taquicardia fetal Toques vaginais múltiplos Parto em condições sépticas Contaminação com fezes maternas Fatores relacionados ao RN: Prematuridade Baixo peso Asfixia perinatal Aspiração meconial Procedimentos invasivos (reanimação) Germes envolvidos: Estrepto do grupo B E. coli S. aureus S. epidermidis Listeria monocytogenes Outros gram SEPSE Tardia: Fatores de risco: Prematuridade – 56% em < 28 sem Permanência longa em UTIN Muito baixo peso < 1000g PCA (persistência do canal arterial) Vent mecânica prolongada Displasia broncopulm Enterocolite necrosante Cateter central de longa perm Outros proced invasivos Stress e dor neonatal Germes mais freq: Origem hospitalar: Staphylo epidermidis, S. aureus, klebsiella, pseudômonas, xanthomo- nas, enterobacter, serratia, acineto- bacter, cândida. Origem domiciliar: Strepto grupo B Staphylo aureus Gram neg Herpes Outros vírus Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Apresentação clínica Multissistêmica e inespecífica o Instab térmica o Distúrbios resp: apneia, bradipneia, gemência, taquidispneia. o Alts cutâneas: palidez, cianose, pele marmórea, enchimento capilar lentificado > 3s. o Ictericia idiopática o Irritabilidade, letargia, hipotonia, convulsões o Instab CV: taquicardia, hipotensão o Sistomas GI: vômitos, resitos gástricos, distensão abdominal. o Sinais de sangramento (CIVD) Principais localizações: o Corrente sang o Pneumonia o GI (enterocolite) o Meningite o Pele (abscessos, celulite) o Artrite séptica Avaliação lab: Culturas: Sangue (padrão ouro), líquor, urina, aspirado traqueal Índices leucocitários, plaquetopenia Ptn C reativa Líquor Gasometria (acidose, lactato) Outros: Interleucina 6, TNF alfa, fibronectina... Radiologia **OBS: Leucocitose nem sempre ajuda – pode ser apenas padrão normal do bebe. Leucopenia ajuda – na imensa maioria das vezes é assoc a infecção. Plaquetopenia tb é outro sinal de infecção. Número total de neutrófilos relacionado com número de formas imaturas – bastões e mielócitos, pré-bastonetes. Relação > 0,2= sugestiva de infecção. ATBterapia adequada: Sepse precoce: Ampi + Genta Situação especial: internação maternal prolongada Sepse Tardia: Hospitalar: Cefepime + amicacina Meropenem Vanco Cipro Tazobactam + piperacilina Aztreonam Domiciliar: Ampi + genta Vanco + cefotaxima Tto suporte: Manter aporte hídrico adeq Manter aporte calórico NPT Suporte vasoativo, se necessário Sedação/analgesia Hemoderivados plasma conc hemácias Suporte resp (VM, CPAP, oxigênio) Correção de acidose Atenção aos sangramentos (vit K, inb H2) – a sepse consome os fatores de coagulação! Produção de vit K depende da nutrição enteral – se o bebê está em NPVO não tem como produzir vit K – necessário receber vit K EV. Ações de combate à infecção na UTIN: RN – pcte imunodeprimido, submetido a stress e procedimentos invasivos freqs. Bacts – seres vivos que se adaptam para sobreviver. Amb hosp/UTIN – sistema ecológico que sofre modificações com o uso de antimicrobianos, rotinas, condutas médicas. Lavar as mãos Uso alcool 70%/glicerinado Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Uso racional de antimicrobianos Conhecer a microbiota do serviço Germes mais freq Perfil de sensib Rodiziode antimicrobianos Indicação e duração criteriosa de ttos
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