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Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 PSIQUIATRIA – PROVA II: 1) TRANSTORNOS DOS SINTOMAS SOMÁTICOS E RELACIONADOS: 15 de setembro de 2016 Prof. Gabriela Conceitos: um ou mais sintomas somáticos que causam aflição ou resultam em perturbação significativa da vida diária. Sem declínio nas AVDs não posso dar dx. Mais comum em mulheres – estera (útero) histeria. Conflitos psíquicos sem causa definida. Traumas graves na infância estão relacionados à maior incidência da dça. Estresse psicológico + somatização Conduta: não precisa fazer tto com psiquiatra, deve seguir tto em UBS com médico de família. De preferência sem trocas de médico – para evitar peregrinação em vários médicos. Pcte tende a catastrofizar achados pequenos em exames – utilizando-os como justificativa para seus sintomas somáticos. Muito frequente – sintoma álgico sem causa encontrada. Principal dx diferencial: simulação, transtorno factício. Pseudo-ciese – gravidez psicológica (lembra transtorno delirante, responde mal a antipsicótico, deixam de menstruar, aumento de volume abdominal). Hx inconsistente é um dos principais fatores que podem me fazer suspeitar de algum dos dx desse capitulo. Evolução atípica, busca de vários médicos (cronicamente insatisfeitos). Chega com grande expectativa. Um dos fármacos mais prescritos para esses pctes = benzodiazepínicos, o padrão ouro é psicoterapia com consultas regulares. Em primeiro lugar esse pcte precisa de um médico que ele confie, para evitar super- solicitação de exames. Sintomas de fato existem, apesar de não poderem ser explicados, e deixam o pcte muito ansioso. Já o factício talvez negue que tenha ido a outros profissionais, pois esta mentindo sintomas. A despeito de um dx clínico, as queixas ou sintomas clínicos persistem ou se agravam com base em sintomas psicológicos. Dx que normalmente são relacionados com transtornos de sintomas somáticos ou são mesmo s. dos sintomas somáticos, com CIDs em outras especialidades: Dispepsia funcional Síndrome do intestino irritável Fibromialgia Dispareunia Desejo sexual hipoativo Anti-depressivo pode melhorar a dor quando há muito sintoma álgico. Sono não restaurador – fármaco que melhore sono. Depressão secundaria ao transtorno é muito comum. Tentar associar a um sintoma psicológico os sintomas físicos do pcte, de maneira sutil. Sintoma conversivo – neurológico funcional ou neuroneurológico. Maior parte dos casos de crise nao-epileptogenica ocorre em pctes com epilepsia. Quase Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 todos os casos acontecem na sala de espera do médico, são testemunhadas. No momento de descontinuar medicações, pacientes começam a ter crise convulsiva. Ou quando recebem alta ambulatorial – crises testemunhadas. Fazer sinal do pente – erguer mão do paciente e largar o braço, ver se braço cai no rosto ou desvia a face. Teste de Kouver(?) – segura duas pernas do paciente com queixa de paralisia, percebe- se movimentação em ambas as pernas. Como diferenciar de simulação? Motivação – no transtorno de sintomas somáticos é inconsciente. Crise conversiva – sustentada, causando prejuízos, após algum evento, motivação inconsciente às vezes identificada ou não. Sintoma não é fabricado. Factício – motivação inconsciente e sintoma fabricado. Motivação consciente – simulador. Fabricação intencional de sintomas. Obrigatoriamente tem que ter dano secundário. Pericia judicial pode identificar esses pacientes. Para ganhar auxilio doença. Ganho primário = transtornos factícios – síndrome Munchausen, e Munchausem byproxy (produz sintomas em familiar mais próximo, por exemplo mães produzem doença em filhos pequenos – RN com déficits nutricionais, mães chorosas, recebendo atenção, mãe deixa a criança passar fome para que ela adoeça ou algum familiar produz sintomas em idoso). Ganhos de afeto = sempre ganho primário. Conversivo – sintoma involuntário e motivação inconsciente. Factício – sintoma fabricado de motivação inconsciente. Simulador – sintoma fabricado de motivação consciente e ganho secundário. Ganho secundário é ganho financeiro, liberação de obrigações, pensões por invalidez. Neuroimagem funcional – estudos controversos. Inespecíficos. DSM-V: pode ter dx de outras patologias desde que sintomas sejam persistentes e pcte permaneça tendo sintomas mesmo com tto. DSM-IV – não aceitava dx de outras patologias. OBS: As duas faces de um crime – filme. Terapia de risco – filme. Transtorno de sintomas somáticos – foco é o sintoma da doença. Transtorno de ansiedade de doença – foco é o medo de ter alguma doença. OBS: Vida bandida – filme (transtorno de ansiedade de doença). Para todas as dças do capitulo padrão ouro de tto é a psicoterapia! Crise conversiva – não tem nenhum fármaco indicado para tto. 2) SUICÍDIO: 22 de setembro de 2016 Prof. Gabriela Suicidalidade – ideação suicida passiva, ativa, suicídio abortado, suicídio consumado, suicídio executado. Gradação de risco não muito confiável, normalmente paciente mente, paciente que hoje não aparenta ideação suicida, amanhã pode vir a ter. Relação medico- paciente muito forte – caso você tenha Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 ideação, me avise, procure atendimento no serviço de emergência. Ideação suicida passiva X ativa: Ativa = “eu vou me matar”, casos de risco iminente que devem ser internados, família não consegue proporcionar vigilância 24h. Se o risco for iminente, há autorização para internação coercitiva, forçada. Iminente – considera-se quando paciente é pego durante tentativas ou teve tentativa frustrada. Falta de esperança no futuro, não conseguir traçar um plano para o futuro também pode ser indício de risco iminente. Passiva = “eu preferia estar morto”, paciente ainda está ambivalente, é onde se age para tto. Seria muito bom para todos que eu morresse deixaria de ser um fardo – pedir para o paciente explicar melhor as ideias. GDS – escala de rastreio de sintomas depressivos para idosos: Pautada em sintomas cognitivos em vez de somáticos. Questionar a respeito de suicídio dependendo da pontuação. No BR – indivíduos que mais morrem em tentativas de suicídio = idosos homens. Mulher tem maior fator de risco para tentativa, mas homens tem mais risco de suicídio consumado. Maior fator de risco para tentativa de suicídio = pacientes jovens. Paciente pode não ter nenhum fator de risco e conseguir. Pode ter todos os fatores de risco e nunca se matar. Fatores predisponentes: Hx pessoal de suicídio – já tentou Hx familiar positiva – fatores genéticos (não bem definido) Baixa capacidade de resiliência Ser portador de transtorno psiq grave (depressão, psicose – esquizofrenia – vozes de comando ordenando o paciente a cometer suicídio, transtorno bipolar, transtornos de personalidade mais impulsivos – Borderline, TUS – psicose induzida por drogas – fenciclidina, causa sintomas psicóticos) Sinais de alerta – organizar casa, fazer testamento, doar coisas anteriormente significativas, etc. Casos de homicídio-suicídio = homenscom traços de personalidade narcisista que matam a companheira e depois se matam. Familicídio = homens depressivos em delírio niilista, matam toda a família, suicídio e homicídio altruísta – acha que está fazendo bem para a família, poupando-a do sofrimento. Em média 98% dos suicídios ocorrem em indivíduos que já sofrem de outros transtornos psiquiátricos. Fatores de risco mundiais: Ter sofrido bullying – mais frequentemente na fase escolar, Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Terceira infância, parte relacional, sentir-se aceito, muito associado à aparência física do que a outras características, exposição em rede social Ter disforia de gênero ou ser homossexual Ser do sexo masculino Jovens Usar drogas Transtorno bipolar, TDM e esquizofrenia Falta de coesão social – imigrantes Fatores de risco no BR para suicídio consumado: Idosos da região sul – relação com aposentadoria Sexo masculino Estratificação por etnia mundialmente = Branco; No BR = indígena OBS: em caso de adolescentes que não estiverem fazendo uso consciente de redes sociais – exposição de fotos, risco de sofrer pedofilia – pode-se quebrar a confidencialidade e informar os pais. Nem todo ato auto-agressivo tem intenção de suicídio – ex: paciente que se corta – lesão auto-infrigida sem intenção suicida. Pode ser que esses indivíduos sejam mais propensos ao suicídio, mas não posso caracterizar todos os atos como intenção suicida. Avaliar o grau de intenção de acordo com o conhecimento do paciente a respeito do método utilizado para suicido – overdose de medicação pode não ser intenção suicida – questionar o paciente como ele acha que morreria com o medicamento utilizado (“eu só queria dormir, não acho que morreria”; “achei que morreria com dois comprimidos”). Método universal de suicídio = enforcamento (no BR e no mundo). Comportamento para-suicida – salta de penhascos com roupas especiais, índice de letalidade elevadíssimo. o Principais métodos de suicídio para homens: enforcamento e arma de fogo. o Principais métodos para mulheres: enforcamento e auto-envenenamento (overdose de medicamentos, venenos – uso de venenos de lavoura, etc). Estudos epidemiológicos: Atos consumados Coreia do Sul: 30/100 mil por ano. Canadá: < 10/100 mil por ano EUA: > 10/100 mil por ano BR: idoso da região sul (branco) 16/100 mil por ano e pop geral 6/100 mil por ano No BR a maior taxa de consumação esta em idosos, todavia, a maior população em risco de suicídio é a de jovens. Ter tentado deve sempre ser considerado fator de risco para nova tentativa. Mídia – glamourização do suicídio é considerada fator de risco – relação com microepidemias de suicídio. Relação com exposição solar – controversa (disfunção hormonal, def vit D – países nórdicos). Suicídio = mais associado a pacientes com traços de personalidade obsessivos, neuroticismo e narcisistas (cerne do narcisista é uma baixa autoestima) = por isso muito abundante em estudantes de medicina. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Lítio pode ser usado em paciente depressivo para potencializar o anti- depressivo, que não esteja respondendo ao tto e que tenha ideação suicida. Eletroconvulsoterapia – em risco iminente de suicídio é o que mais funciona e que mais rápido age. Quanto mais impulsiva a tentativa de suicídio, menor a chance de ação para prevenir, alguns pacientes não planejam. COMPLEMENTO - Suicídio: DETECÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA: Tentativa de suicídio = mesmas caracts fenomenológicas do suicídio, apenas o desfecho não é fatal; deve ser diferenciada de outros comportamentos autodestru-tivos, porém sem a intenção de por fim à vida. Comportamentos não necessariamente constituem uma doença, embora comportamentos suicidas estejam, na maioria das vezes, associados a diversos transtornos mentais transtornos do humor (depressão), transtornos por uso de substs (etilismo), esquizofrenias e transtornos de personalidade/ dças físicas síndrome da dor crônica, dças neuro (epilepsia, lesões neuro medulares e centrais e sequelas de AVC), HIV/AIDS e neoplasias. Transtornos e doenças que representam risco aumentado de comportamentos suicidas. Maioria dos casos de pctes com dça clínica que passam por tentativa de suicídio sofrem também de dça psiquiátrica (depressão, agitação, delirium). Hx de tentativa de suicídio é considerada fator de risco para nova tentativa. Funções do psiquiatra/médico geral em relação ao comportamento suicida: Identificar o risco Proteger o pcte Remover ou ttar os fatores de risco Emergência pcte em grave ideação X pcte sobrevivente de tentativa (comprometimentos clínicos e cxs) determinar procedimentos de curto e longo prazos para dim risco de suicídio + decisão de internação psiquiátrica ou não. Epidemiologia (2010): 870 mil óbitos por suicídio no mundo/ano = 49% das mortes por causas externas. Taxas de tentativas de suicídio = 10 a 40x > que as de suicídio. Relação de suicídios Homens x mulheres = H3:1M relação inversa quanto a tentativas. Maiores taxas entre idosos (pico aos 75 anos). Nova Zelândia pico entre 25-34 anos e Japão pico entre 55-64 anos. BR suicídio entre homens é de 2 a 4x mais prevalente que entre mulheres em todas as faixas etárias. Maiores índices entre > 65 anos. Aumento de 10x na faixa etária 15-24 anos nos últimos anos. Fatores de risco: Fatores sociodemograficos Fatores clínicos Fatores genéticos (hx suicídio na família, princ 1º grau) Hx de dça psiquiátrica na família Presença de transtorno mental (90-98% dos casos de suicídio) Transtornos do humor (depressão = 20,8 a 35,8% dos suicídios fatais) Transtorno do humor com transtornos por uso de substs (depressão + alcoolismo) Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Fatores protetores: Alojamento seguro Segurança em geral Boa alimentação Períodos adequados de repouso contribuem para a consolidação da saúde e para a redução do impacto de fatores adversos, como situações de estresse e dças mentais. Resiliência emocional Capacidade de resolver problemas Habilidades sociais Mann e Arango processo suicida = diátese ou predisposição + interrelação de fatores socioculturais + vivências traumáticas + hx psiquiátrica + vulnerabilidade genética. Ambivalência do pcte suicida: Coexistência de desejos e atitudes antagônicas indecisão frente à vida. Desejo de morte X desejo de ser resgatado/salvo. Ato estereotipado = tomas psicotrópicos e telefonar em seguida para conhecidos expressão de ambas as faces do ato. Maioria dos suicidas é ambivalente batalha interior – desejo de morrer X desejo de viver. Em considerável proporção dos casos de tentativa de suicídio a intencionalidade suicida é baixa ¼ dos pctes admite que deseja a morte, demais dizem que querem afastar-se dos problemas. Grande parcela dos casos grito de socorro para provocar movimento de apoio e reestruturação; porém podegerar, ao contrário, mais agressões vindas das pessoas mais próximas ou de equipe assistencial despreparada para atender tentativas de suicídio. Identificação do risco de suicídio no contexto clínico: Fatores de risco + fatores protetores entrevista. Entrevista inicial em casos de tentativa de suicídio: Objetivo semiológico – coleta de informações método, circunstâncias, intensionalidade, fatores de risco, acontecimentos marcantes, fatores predisponentes e precipitantes, aspectos psicodinâmicos (conflitos, motivações, fantasias a respeito da morte), antecedentes familiares e pessoais, modelos de identificação, dados sobre a saúde física, rede de apoio social, ter uma ideia a respeito da personalidade do indivíduo (mecanismos de defesa e adaptação em situações de crise) dx global da situação/estimativa de risco suicida. Apoio emocional (estabelecimento de vínculo com o pcte) Tomar como foco o conteúdo expressado pela pessoa (frustração, conflito, necessidade). Não ter receio de questionar diretamente a respeito do suicídio. Abordagem inicial do pcte: Calma, não julgadora e empática. - Tem pensado em morte ultimamente mais do que de costume? - Tem pensado em morrer? - Tem feito planos pra isso? - Pode falar sobre isso? Quando perguntar? Depois de estabelecer bom relacionam com pcte; quando pcte se sentir confortável para expressar sentimentos; quando pcte estiver no processo de expressão de sentimentos negativos. Questões adicionais para avaliar frequência e gravidade da ideação suicida e possibilidade real de suicídio. Saber se pcte tem planos e meios, meio acessível. Determinar natureza e letalidade potencial dos pensamentos suicidas intensidade, freq, profundidade, duração e persistência. Na emergência o pcte suicida desesperança, desespero, desamparo. Desesperança com ou sem depressão sempre aum risco de suicídio. Alguns pctes escondem deliberadamente a intenção suicida desconfiar de falsas melhoras, principalmente se condições de crise continuam sem solução; Quadros clínicos instáveis = delirium e depressão ansiosa. Na emergência a informação de acompanhantes é de extrema importância. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 “Contrato de não-suicídio”: Técnica útil na prevenção do suicídio – baseada na relação terapêutica positiva entre médico e pcte insuficiente, buscar medidas de apoio (o contrato só é valido quando pcte tem controle sobre suas ações, ou seja, quando não apresenta transtorno mental que prejudique seu julgamento). Manejo do pcte: Impedir que pcte venha a se matar Risco iminente de suicídio internar (ainda que involuntariamente) Remoção de objetos perigosos, leito de fácil observação, se possível em andar térreo ou janelas trancadas e acesso ao banheiro sempre supervisionado, autorizar que acompanhante esteja sempre presente Transporte para realização de exames sedados – evitar impulsos suicidas e agitação psicomotora Atenção redobrada: troca de turnos da enfermagem, licença hospitalar, 1ª semana pós-internação e 1º mês pós-alta. Elementos básicos para atendimento de pcte em crise suicida: Ouvir Aceitação dos próprios sentimentos (tolerância à ambivalência) Ponto de apoio/esperança Uso de escalas Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 3) AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO PSICOMOTORA: 29 de setembro de 2016 Prof. Gabriela Definição de agitação: agitação motora, aumento da responsividade a estímulos. Agressividade: ato intencional que causa dano físico ou mental a objetos ou seres. Violência: emprego deliberado da agressividade. Componente verbal: não agressivo questionamento constante, pressão pela fala, inadequado ao contexto. Agressivo: xingamentos, gritos, ameaças Componente físico: não-agressivo (excitação motora, movimentação freq sem coordenação, caminhando de um lado a outro). Agressivo (jogando objetos, luta corporal). Violent storms and violent people Are the mentally ill violent? Are the mentally ill at increased risk of violence? Epidemiologia da agitação psicomotora: Aprox 10% dos pctes atendidos em serviços de emergência psiquiátrica podem tornar- se agitados ou violentos durante o curso da avaliação. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 20-50% já encontram-se agitados. 4-8% encontram-se armados 84% com instrumentos pérfuro-cortantes e 16% com arma de fogo. Impacto: Custos elevados Morbidade Tempo de internação Mortalidade Agitação decorrente de delirium: aumento de mortalidade intra-hospitalar 22-76%, após um ano 35-40%. Delirium é marcador de mau prognóstico Delirium + agitação – pós-avc, hematoma subdural, abstinência, intoxicação, efeito de redução da acetilcolina, evitar anticolinérgicos nos idosos, pois aum chance de delirium, intoxicação por lítio. Fisiopatologia: Circuito estriato-palido-talâmico-cortical Impulsos agressivos originados em estruturas subcorticais não sofreriam adequada inibição cortical. Phineas Gage: the tale of phineas Gage, digitally remastered. Córtex pré-frontal personalidade antes e depois. Era cauteloso, cuidadoso ficou impulsivo, irresponsável, violento. Alterações orgânicas da personalidade BORDERLINE PODE DAR DX ANTES DOS 18 ANOS!!!! Temperamento de criança pode ser visto a partir dos 2-3 anos. Temperamento que é moldável. Pós-AVC – comum gerar alterações na personalidade. Fisiopatologia do controle comportamental: danos nos lobos frontais comportamento agressivo, raiva agressão incontrolável. Fisiopatologia da agressividade: desconexão entre atividade comportamental inibitória e emocional (cortical-límbica). Fisiopatologia da agitação psicomotora: Dopamina Glutamato Serotonina GABA Noradrenalina Acetilcolina Redução de dopamina ou de noradrenalina OU aumentam serotonina ou GABA atenuação da agitação. Delirium por abstinência gaba Delirium por outra causa Principais causas: Historia de violência Uso de drogas Transtorno de personalidade Idade jovem Sexo masculino Stress social, pessoal, crise ou perda Manejo da criança agressiva: repreensão verbal + contensão mecânica. Etiologia e fatores de risco: Desenvolvimento Plasticidade fenotípica Vulnerabilidade Má adaptação prolongada Genética – disfunção neurotransmissora, psicose, personalidade, dist metabólicos, dist neuro, mutação no gene COMT. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Ambiente – suporte e aprendizado social, intervenção psiq, subst psicoativas, trauma, provocação. Herdabilidade da esquizofrenia: 80-85% Gêmeos monozigóticos,se um é esquizofrênico, o outro tem 48% de chance de tb ter esquizofrenia. Risco de comportamento violento de esquizofrenico > controle mas se o esquizofrenico estiver sendo ttdo, mesmo risco que pop geral. Mental disorders are neither necessary, nor sufficient causes of violence. Agitação: Reconhecimento precoce e manejo efetivo Agilidade (onipotência X medo excessivo) Evitar que a agitação progrida para agressividade Proteger o pcte Proteger a equipe Tranquilizar os demais pctes Impedir destruição de bens do serviço Ao contrário da crença de que comportamento violento acontece sem dar aviso, a maioria dos episódios, é precedida por sinais: Intimidação Ameaça verbal Inquietação Raiva imotivada ou explosiva Comportamento provocativo Hierarquia de comportamentos agressivos: Hostilidade Fala alta Agressividade Violência Fatores estáticos: Caracts demográficas, sexo masculino, jovens, baixo nível escolar Dx psiquiátrico Hx de violência anterior Fatores estáticos no manejo: não replicar comportamento observado antecedendo agressão previa. Fatores dinâmicos: Tensão facial Delírios paranoides Atividade verbal aumentada Irritabilidade Hostilidade Inquietação motora Movimentos estáticos Contato visual aumentado Delírios e alucinações – id de onde vem, o que dizem, Pcte bloqueando rotas de saída Pedido de privilégio Observação dinâmica continuada Anamnese detalhada Contenção mecânica é ato medico. Ideal por 5 pessoas – 3 ou 4 tec de enfermagem e médico. Risco de lesões físicas e aspiração. Usá-la quando for o único meio disponível de prevenir dano imediato ao pcte ou terceiros. Contenção = vigilância continuada (não deixar paciente sozinho em quarto distante da equipe de plantão). Abordagem: Postura, psicomotricidade, humor, risco Hostil Agressivo Violento Risco iminente – contenção mecânica e farmacológica. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA: Critério A = presença de dça mental Critério B = no min um dos seguintes: Risco de autoagressão Risco de heteroagressão Risco de agressão a ordem pública Risco de exposição social Incapacidade grave de autocuidados Tto farmacológico: Haloperidol Haloperidol ou haloperidol + prometazina usar combinação, com exceção dos idosos. Prometazina tem efeito sedativo e haloperidol funciona por mais tempo, possibilidade de usar menos haloperidol. Síndrome neurológica maligna. Haloperidol + prometazina ou olanzapina olanzapina tem menor risco de extra- pirimidalismos, haloperidol é mais potente. FDA não libera uso EV do haloperidol – usado IM riscos CV, prolongamento de QT. Abstinência por uso de droga = primeira escolha é benzodiazepínico. Benzodiazepinicos: Intoxicação aguda por psicoestimulantes Abstinência alcoólica Catatonia (ECT) Síndrome neuroléptica maligna. Não usar caso rebaixamento de sensório. Efeitos para a equipe: Lesões físicas Sensação de incompetência Insatisfação com o trabalho Uso excessivo de coerção Faltas ao trabalho Perda da confiança Raiva Tristeza Medo Vergonha Transtornos pisq (TUS, TDM, TEPT) 4) PSICOTERAPIAS: 03 de outubro de 2016 Prof. Vitor “Cura pela fala”. Forma de tto na qual o terapeuta conversa com o pcte. Terapia baseada na conversa. Terapeuta ajuda o pcte a ter uma melhor visão de seu problema e tomar atitudes de mudança. Não é uma conversa normal de aconselhamento. Pcte pode falar suas angustias, medos, impulsos – sem medo de receber retaliações ou ser julgado. Tto interpessoal realizado por profissional treinado que utiliza meios psiq para influenciar o pcte. Atividade colaborativa – não é uma atividade unidirecional – diferencial em relação a psiq clínica, onde o médico pode direcionar o pcte. Comunicação verbal é o principal instrumento de trabalho do terapeuta. Elementos comuns às psicoterapias: Relação de confiança emocionalmente carregada Contexto terapêutico (setting) Base teórica Diferenças de modalidade: Individual Casal Grupo Familiar Face a face Utilização do diva Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Tipos mais comuns: Curto prazo – TCC: em geral breve, durando de 6 meses a 1 ano. Breve (focal) Intervenção em crises (apoio) Longo prazo – mais de um ano Psicanalise Mecanismo de mudança: Específicos – referentes à técnica utilizada Não específicos – Experiência afetiva: clima favorável, catarse, quebra de defesas. Aum de habilidades cognitivas: aquisição de novos padrões de pensamento, percepção. Regulação do comportamento: controle das ações e hábitos. Mudanças grupais e sistêmicas. Psicoterapias baseadas na psicanálise: Psicanálise (PA) – primeira que surgiu, Freud (séc 20), acontece no diva, bastante intensa, 3-4 sessões por semana com tempo de duração bem prolongado (5-10 anos). Bastante cara. Psicoterapia de orientação analítica – face a face, com poltronas, 1-2x por semana, de longa duração, mas não tanto quanto psicanálise. Psicoterapia de apoio: para pctes mais graves, não conseguem ter capacidades cognitivas, maturidade de ego para suportar terapia expressiva. Orientação analítica. Psicoterapia breve dinâmica – período de 6 meses a 1 ano. Orientação analítica. Terapias de grupo Terapias familiares Freud (1856-1939): A psicanálise é teoria, método de investigação, psicoterapia. Enfermidades mentais – impulsos reprimidos no inconsciente. A maioria dos processos mentais é inconsciente. Inconsciente – coisas que não temos acesso, impulsos reprimidos, memórias traumáticas, impulsos agressivos, sexuais, necessidades narcisisticas. Pré-consciente – conteúdos que podemos trazer a nossa consciência, mas não estão sempre na nossa consciência (memórias). Consciente – o que conseguimos pensar. Modelo estrutural de funcionamento psíquico: Id pessoa já nasce com o id, são instintos biológicos, que podem ser caracterizados em instintos de vida e de morte, é como se tivesse energia (libido) própria do organismo. É inconsciente, depósito de energia pulsional e instintos. Ego vai se formando ao longo da infância, conforme a criança tem relações, vai introgetando imagem dos pais, formação de uma personalidade. Parte consciente – mecanismos de defesa (usada para lidar com id inconsciente). Pcte psicótico ao viver uma situação de raiva com pais pode projetar raiva para outra pessoa – ex: enfermeiros. Noção de nós mesmos, o que consideramos nossas capacidades e nossos defeitos. Superego vai se formando ao longo do desenvolvimento e representa nossa conduta moral, ética, leis, o que é aceito e o que não é aceito. Representação daquilo que imaginamos ser o ideal que queremos ser. Meta do ego em busca do ideal. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Pcte depressivo – ideal de ego muito aquém daquilo que são suas capacidades – frequente sentimento de frustração. Anna Freud (1895-1982): Psicologia do ego Mecanismos de defesa Melanie Klein (1882-1960): As relações de objetoEstudos do desenvolvimento – observação diretamente de bebês. Posição esquizo-paranóide e depressiva movimentos que podem ser alternados Primeira fase do bebê = esquizo-paranóide: Amor do bebê pela mãe X raiva quando a mãe esta ausente seio bom X seio mau – medo que bebê tem de ser aniquilado projetado no meio externo como se estivessem perseguindo ele. Em torno dos 2 anos posição depressiva: criança passa a sentir culpa ao sentir raiva da mãe, consegue refletir sobre suas ações, sendo empático à figura da mãe, fazendo reparação ao dano gerado. Sentimento de culpa é critério dx de depressão. Posição esquizo-paranóide e depressiva podem se alternar na idade adulta. Identificação projetiva. Dizia que superego se formava antes que Freud defendia (a partir dos 2 anos já). Dr. Winnicot (1897-1971): Ênfase no ambiente A mãe suficientemente boa Verdadeiro/ falso self A falha básica (Balint) Falta de figura parental que promova ambiente suportivo – criança cresce com déficits de estruturas transtornos que envolvam vazio externo: narcisismo, borderline, transtornos alimentares. Heinz Kohut (1913-1981): Estudos com pctes narcisistas Necessidades básicas de todas as crianças – necessidade de identificação idealizada com os pais fundamental para o desenvolvimento da autoestima da criança, necessidade de idealizar pais como heróis, quando isso não acontece (ausência de empatia dos pais dessas necessidades da criança) – desenvolvimento de personalidades narcisistas, necessidade de idealizar o outro, por traz do comportamento narcisista esta uma baixa autoestima crônica. Déficit ao invés de conflito Self primitivo com núcleos fragmentados Transferência – sentimentos que pcte desenvolve com relação ao terapeuta. Transferência e contratransferência: O outro – transferência Pais (passado) Visão psicanalítica – muito do passado influencia no presente. Pessoa mais saudável vê o mundo mais conforme a realidade e menos conforme suas fantasias. Intervenções: Sugestão Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Ab-reação/catarse Clarificação Observação Interpretação Confrontação Validação empática Psicoeducação Reforço de defesas insight Apoio, intervenções em crise (pcte não consegue tomar decisões por si próprio, muita perturbação do senso de realidade – visam mais o reforço de defesas do pcte) – sugestão, catarse, psicoeducacao, validação empática. Insight expressivo (psicoterapia psicodinâmica, psicanálise, psicoterapia breve) – clarificação, confrontação, observação, interpretação. Indicações psicoterapia de apoio: Déficit de ego Teste de realidade comprometido (psicose, RM, THB) Controle impulso def Relações interpessoais pobres Caracts de pessoas imaturas, impulsivas e com teste de realidade prejudicado. Psicoterapia breve – voltada pro insight: Pctes maduros, com bons recursos na vida, boas relações interpessoais, maturidade emocional que enfrentam uma crise vital separação busca da terapia por causa da separação pontual, delimita-se tempo de terapia e objetivo. Predomínio de defesas maduras Pctes momentaneamente atravessando situações de crise, trauma, ou desastre natural Pctes que, em resposta a crise, funcionam abaixo da capacidade. Evita-se a associação livre – volta-se para o foco. Indicacoes de POA e PA: Traços de personalidade desadaptativos Transtornos leves ou moderados de personalidade Atrasos ou lacunas em tarefas evolutivas Não consegue se manter no emprego, relacionamentos instáveis. Capacidade suficiente de autorreflexão e conter suas emoções e impulsos Conflitos internos, predominantemente de natureza edípica, que interferem nas relações interpessoais atuais. Evidencia de eficácia de POA: TDM Fobia social Transtorno de personalidade borderline e heterogêneos Transtorno somatoforme doloroso Anorexia nervosa Contraindicações para POA e PA: Psicoses agudas Perversões Transtorno abuso de subst em vigência do uso Transtornos de personalidade graves Psicopatia Retardo mental Pânico/fobias/TOC (relativas) mais evidencia de eficácia para TCC Terapia-cognitivo-comportamental: Comportamental Cognitiva Cognitivo-comportamental De grupo De família Dialética comportamental De esquema Ivan Pavlov (1849-1936): Condicionamento clássico Coletava saliva do cão – alimento – associando a estimulo neutro (tocar Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 campainha) – com o tempo observou que cães salivavam ao serem estimulados por estimulo anteriormente neutro aprendizado. Skinner (1904-1990): Condicionamento operante Reforço positivo Reforço negativo Comportamento animal pode ser modelado de acordo com um objetivo, condicionamento operante – modelagem – comportamento antecede a resposta do meio (resposta de reforço positivo ou negativo). Behaviorista Albert Bandura (1925-): Teoria da aprendizagem social Modelagem do comportamento por mecanismos de aprendizagem que não necessariamente envolvem reforço positivo ou negativo. Crianças aprendem por observação Modelagem por vivências sociais e em parte por motivações próprias do individuo Teoria social cognitiva Teoria comportamental: Baseada nas teorias da aprendizagem Condicionamento clássico Condicionamento operante Aprendizagem social Habituação fenômeno de habituação do organismo ao meio e diminuição das respostas fisiológicas do organismo (agorafobia – na maioria das vezes o pcte evita a habituação evitando a exposição a situações de ansiedade – reforço negativo). Extinção – principal técnica (na ausência de reforço os condicionamentos vão se perdendo). Terapia aversiva (dissulfiram x álcool). Relaxamento muscular e treino de respiração – aumento da autoeficácia (aum da capacidade de controlar impulsos, evitar ataque de pânico, etc). Biofeedback (controle de FC, PA). Indicações: Transtornos de ansiedade (transtorno pânico, fobias, toc). Transtorno de uso de substs TEPT Contraindicações: Ansiedade intensa – TPB, TPH. Problemas caracterológicos graves, incapacidade de formar vínculo (TP esquizoide, esquizotípica). Personalidade antissocial Ausência de motivação. Aaron Beck (1921-): Inicio da teoria observando pctes depressivos – formam crenças distorcidas com relação a eles mesmos, outras pessoas e mundo. Sentimentos de culpa desproporcionais Visão de mundo como hostil. Teoria cognitiva – 60s Pessoa pensa que os outros não gostam dela. Modelo cognitivo: Pessoa tem uma crença central (incompetência) crenças intermediárias (incapacidades, pensamentos automáticos, dificuldades irreais) reações emocionais (tristeza), fisiológicas (falta de ar, aperto no peito) resposta comportamental (desistência). Distorções cognitivas: Catastrofização: acreditar que um acontecimento é terrível. Generalização: padrão global negativo baseado em um único evento. Personalização: atribuir culpa somente a si. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Culpabilização: considerar somente outras pessoas como fonte de suas emoções negativas. Incapacidade de refutar: negar evidências que contradizem os pensamentos negativos. Leitura mental: achar quesabe o que os outros pensam, sem ter evidências. Terapia cognitiva – técnica: Registro de pensamentos disfuncionais Questionamento socrático Descastratrofização Exame de vantagens e desvantagens Técnicas comportamentais, role-playing (ensenação de papeis), ensaio de comportamentos. Indicações: Depressão TAG – melhor tto Transtornos alimentares Transtornos somatoformes TEPT Contraindicações: Doença mental orgânica – demências Retardo Mental Pouca capacidade para trabalhar introspectivamente Psicose aguda Patologia grave de caráter 5) ELETROCONVULSOTERAPIA: 05 de outubro de 2016 Prof. Beatriz Ugo Cerletti – Não é nosso dever defender as terapias de choque, mas é nosso dever aliviar o sofrimento dos doentes mentais. Historia: - Ladislas Meduna 1934 – injeção de cânfora em pctes cura do estupor catatônico. 1937 – Sociedade de Neuropsiq da Suiça: encontro com Lucio Bini e Ugo Cerletti (pesquisa de forma segura de induzir crise convulsiva nos pctes). Maduna percebeu que dentre paciente psiq internados, os que tinham convulsões ficavam melhor dos distúrbios psicóticos. Injeções de cânfora em pcte catatônico durante anos pcte voltou a conversar, funcionar normal (cura da esquizofrenia?). Desenvolvimento dos primeiros aparelhos de ECT. Hx no BR: Julho de 1941 – primeiras sessões na USP. Antonio Carlos Pacheco e Silva (USP). Primeira regulamentação = 2002 (hiato legal – sem registro – não se pode dizer que ECT foi feita de forma segura em todos os lugares do país – não havia regulamentação – por isso a imagem distorcida do tto como sendo algo danoso, método de tortura). ECT deve ser feita em ambiente hospitalar, ato médico (médico responsável pela indicação e vida do pcte), só pode ser feito sob procedimento anestésico (nunca com pcte lúcido, desperto). Bases físicas: Estímulo – fluxo de corrente elétrica entre dois eletrodos Os aparelhos criam uma voltagem (diferença de potencial elétrico) – fluxo de elétrons (corrente) BR – corrente alternada Corrente de 0,5 a 0,9 amperes Resistência craniana apenas 10% da corrente elétrica atinge o cérebro Limiar mais alto = homens, idosos, eletrodos bilat, uso de anticonvulsivantes, pulsos longos. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Bases técnicas: Eletrodos bitemporais, bifrontais e unilateral (D ou E). Limiar convulsigeno Oferecer intensidades crescentes de estímulos até a crise Bilateral: 1,5-2,5x o limiar convulsivo em mC Unilateral: 6x o limiar convulsivo em mC Aparelho mecta 4000 Primeira 29 Segunda 58 Terceira 85 Quarta 144 Etc Vai subindo 1,5x do choque anterior. Em toda sessão são feitos no max 3 choques (passa a anestesia, pcte sente dores após a sessão) Avaliação previa: Hemograma Provas de coagulação Glicemia de jejum Na K Ureia Creatinina TGO TGP RX tórax ECG T3, T4, TSH Usuários de lítio – maior déficit de memória, alts neuro atípicas e delirium maior risco de desenvolver delirium, HUSM protocolo suspender, mas no clínicas não é protocolo. Suspender ou dim o uso de anticonvulsivantes. ECT – aumenta a glicemia de jejum e diminui o hormônio T4 e T3 (TSH aumenta), por isso pedir exames antes. Após parada do uso de ECT, retorno dos valores normais. Função hepática pelas drogas anestésicas usadas. Choque efetivo dura de 20s a 1 min. Indicações mais comuns: Transtornos depressivos refratários às medicações antidepressivas Esquizofrenia e outras psicoses resistentes ao uso de antipsicóticos Mania Síndrome neuroléptica maligna Risco de intenso de suicídio Tempo médio para ação de antidepressivo = 3 semanas, 14 dias para fazer ligação com receptores. Pcte internado refratário em risco de suicídio intenso ECT pode ser a única salvação, não tem como esperar antidepressivo ou lítio fazer efeito. Pcte maníaco muito violento, agressivo, agitado em uso de olanzapina 20mg IM e não faz efeito ECT pode ser um tto efetivo. Síndrome neuroléptica maligna: síndrome que ocorre quando pctes usam algumas drogas, principalmente antipsicóticos típicos. Se for combinado com atípicos piora ainda mais. Sintomas: febre, rigidez, desautonomia (hipertenso, taquicárdico, bradicardia), CPK aumentada (pcte pode ter lesão renal, urina em caldo de carne – CPK lesiona tanto o rim – sai tanto Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 sangue que fica com aspecto de bife). Mortalidade > 50%. Um dos ttos pode ser ECT. Medicamento dantrolene demora muito para fazer efeito (cerca de 1 semana). Indicações menos comuns: TCE após resolvido o trauma e sintomas depressivos ou psicóticos persistirem. Catatonia Dça de Parkinson e transt psiq (depressão e demência – efeitos fugazes para sintomas motores) Status epilepticus ECT libera fatores anticonvulsão endógenos e corta a crise Nunca dar benzo para grávidas bebe nasce hipotônico. Tentativa de haldol – se não responder tenta-se ECT Antipsicótico na gravidez “seguro” = haloperidol Olanzapina – estudos ainda. Antidepressivos – sertralina, fluoxetina (passa menos pela BHP, mas tem vida maior e causaria mais malefícios para o feto que a sertralina que tem meia vida mais curta). Gravidez: No primeiro trimestre é provavelmente inofensiva ao feto Gravidez avançada – risco de parto prematuro e ruptura de placenta Jejum mais prolongado pelo risco de refluxo Decúbito lateral esquerdo Monitorização fetal não invasiva durante a ECT Contraindicações e situações de risco: Lesões que aum a pressão intracraniana Hemorragia cerebral recente Aneurismas Dça coronariana crônica (risco de angina durante ECT) IAM recente (6 meses) Feocromocitoma HAS não controlada Uso de anticoagulantes orais Glaucoma e descolamento de retina Luxações subluxações cervicais ASA 4 ou 5 Efeitos orgânicos: Ativação do sist autônomo – primeiro simp (fase tônica) segunda parassimp (fase clônica) Bradicardia (15-20s) risco de assistolia Taquicardia e hipertensão (alguns min) Após 20 min PA e FC volta ao normal ECT = 3-4 mortes para cada 100 mil sessões. Teorias sobre o mecanismo de ação: Aum de GABA e do BNDF (marcadores de aum do número de neurônios) Corrige disfunções do eixo hipotálamo- hipófise (cortisol) Aum do tamanho e da neurogênese do hipocampo Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Apesar de ser efetivo – recaídas são frequentes (alguns pctes voltam de 2/2 meses) Número de sessões: 8-12 sessões 3x por semana e vai aumentado o espaçamento entre as sessões. Pior queixa dos pctes após ECT: cefaleia no dia e perda de memória recente (revertida depois que o pcte fica 6 meses sem fazer). Cerca de 20% dos pctes podem não responder a ECT. 6) TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE: 10 de outubro de 2016 Prof. Vitor Dx no início da idade adulta (aprox aos 18 anos). Várias coisas que acontecem na adolescência normal podem ser confundidas com Borderline – instabilidade da autoimagem, impulsividade, instabilidade emocional – pode ser queexistam alguns traços, mas deve-se observar o que fica do transtorno na idade adulta. Pessoa muito instável, com medo da rejeição, fantasias de rejeição. Pessoa reage mal a qualquer possibilidade de rejeição. Dx: DSM-V Um padrão generalizado de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afetos e acentuada impulsividade. Que começa no inicio da idade adulta e esta presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco ou mais dos seguintes critérios. 1. Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado (podem ter histórico de abuso, abandono na infância, cresce com um vazio que tenta suprir com outras pessoas, tende a criar relações simbióticas – abandono gera uma grande crise que pode levar à tentativa de suicídio). 2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos. Caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização (com alternâncias bruscas – cisão – defesa, separação de aspectos bons e ruins). 3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da autoimagem ou do sentimento do self. Self fragmentado/difuso – paciente invade os espaços do outro, não sabe direito quem ela é. Pode ser qualquer pessoa a qualquer momento dependendo da pessoa com que ela esta se relacionando. 4. Impulsividade em pelo menos duas áreas (tirando suicídio e raiva) potencialmente prejudiciais à própria pessoa – impulsividade para drogas, sexual imprudente, velocidade ao dirigir, comorbidade de uso de substâncias (não necessariamente transtorno, o que aparecer pela frente usa, não que use sistematicamente). 5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante (como se o paciente desviasse a dor para o físico – alterações no sistema endo-opioide, talvez o comportamento suicida esteja relacionado – liberação de opióides Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 endógenos que aliviam o sofrimento). 6. Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (alguns defendem que deve ser considerado como parte do espectro bipolar, mas a instabilidade do humor é mais variável que do borderline, mas o basal do humor tende para o distimico, meio mal humorado, apesar de que pode ser muito vibrante em momentos que se sente bem). Humor reativo – muito relacionado ao que vivencia. 7. Sentimentos crônicos de vazio (maioria dos pctes borderline tem, mas muitos outros transtornos tb apresentam esse sintoma – vazio angustiante que pode gerar desespero que leva a uma tentativa de suicídio impulsiva). 8. Raiva inadequada intensa ou dificuldade de controlar a raiva – crises de fúria que a tornam agressiva (agressividade pode se manifestar como autoagressão ou heteroagressão perda de controle, quebra objetos, agride francamente pessoas que estejam por perto; crises de raiva desproporcionais). 9. Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse, ou severos sintomas dissociativos (pode acontecer na virtude de um trauma – ex: acidente de trânsito – borderline dissocia, sai andando, ficam um dia sem saber quem são). Muito comum a paranoia ser de ciúme – medo do abandono – fantasia do abandono, sente as coisas da vida como se fossem sinais de abandono. Pode ser paranoia persecutória, mas o ciúme é o mais comum. Por que o termo borderline? Linha limítrofe entre psicose e neurose. Psicose – alucinações. Neurose – tendência a afetos negativos e exageros da realidade, funcionam bem em testes objetivos (estudar, fazer uma prova, respostas estruturadas, mas quando deixa na associação livre, teste de rochart imagens abstratas – observam conteúdos de natureza mais psicótica). Tendem a ter transtornos de ansiedade generalizada. Níveis de organização das personalidades: Cluster A: esquizoide, paranoide, esquizofrenia, esquizotipico psicoses Cluster B: narcisista, histérico, histriônico, antissocial borderline (TPB) Cluster C neuroses Epidemiologia: 1,6-6% da pop Atenção básica = 6% das consultas 10% das clínicas de saúde mental 20% das internações pisq Mais comum em mulheres Tende a melhorar com o avançar da idade Aprox a partir dos 30-40 anos alcança estabilidade maior Comorbidades comuns: Transtorno depressivo Transtorno bipolar – complica muito prognóstico, difícil dx diferencial, chega-se à conclusão que tem os dois quando na ausência da crise de humor, mantém impulsividade, mantém sentimentos de vazio, na vigência de crise mania bipolar, fica difícil fazer dx de borderline. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Transtorno de ansiedade (pânico, fobia social) TEPT Bulimia nervosa Transtorno do uso de substâncias Etiologia: Fatores genéticos: 5x mais comum em parentes de primeiro grau que na pop geral, concordância entre gêmeos monoz de 35% e 7% entre dizigóticos. Fatores neurobio: hiperatividade no eixo HPA, redução do córtex orbito-frontal hipocampo e amigdala, hiperatividade da amigdala em resp a estímulos emocionais. Não é só psicológico – déficits de funcionamento neuronal. Estudos comparando borderline x controle – mostrar faces de medo, neutra, felicidade borderline tem hiperatividade neuronal reativa a todas essas faces, inclusive tem reações até mesmo quando interpretando uma face neutra (interpretam faces neutras como sendo ameaçadoras, de medo). Fatores ambientais: comum virem de família com hx de doença psiq, crescem em abrigo, sofrimento de traumas na infância, abandono negligência, lares disfuncionais (uso de substs), maus tratos, abuso sexual, trauma infantil pode ter relação, mas não explicam o transtorno – baixa capacidade de resiliência. Tratamento farmacológico: Não tem tto específico. Quando se usa medicação foca-se em alvos terapêuticos x instab emocional, impulsividade, prevenção de suicídio e controle de sintomas associados. Estabilizadores do humor – lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos atípicos. Anticonvulsivantes – ac valp, lamotrigina, topiramato – agressividade impulsividade Benzo – podem desinibir comportamento, pcte pode fazer dependência não recomendado, uso pontual, chega em pronto-socorro em crise de ansiedade, de pânico, em crise pós-término de relacionamento. Melhor usar um antipsicótico como quetiapina para diminuir ansiedade. Lítio – estabilização do humor prevenção de suicídio. Antipsicótico de segunda geração – olanzapina, aripripazol. ISRS – comorbidade com depressão. Psicoterapia: Depende da gravidade do transtorno. Depende da capacidade de vínculo e confiança no terapeuta Contrato firme Psicoterapia de apoio – mais regressivos. Psicoterapia expressiva dificilmente aplicável. Terapia dialética comportamental – especialmente indicada em pacientes com risco de suicídio. Os que são mais graves têm dificuldade maior de fazer vínculo, o que contraindica a maioria dos tipos de psicoterapia – pode- se tentar uma psicoterapia de apoio. 7) TRANSTORNOS DE ABUSO DE ALCOOL: 14 de outubro de 2016 Prof. Gabriela Capítulo de álcool do Ducan Revisão sobre delirium tremis Transtornos relacionados ao abuso do álcool DSM-V Manual do CREMESP Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 AUDIT > 6= abuso, uso problemático do alcool AUDIT > 12 = transtorno de abuso de subst grave. AUDIT não é escala diagnostica, é analise quantitativa e qualitativa que dá indícios de abuso. Intervenção breve serve para tto de qualquer fase, sempre deve ser feita. Para uso de dissulfiram deve-se aplicar o TCLE – muitos riscos de seu uso, principalmente na fase inicial que pode ainda haver ainda uso de álcool. Antes de usar dissulfiram o pcte deve entrar na fase de ação do tto, deixar de usar álcool. Abstinência alcoólica não necessariamente tem relação com ausência total do consumo de álcool, basta reduzir consumo. Encefalopatia de Wernicke: oftalmoplegia indica encefalopatia de Wernick. Primeiro repor tiamina (vit B1), depois glicose. Se a tiamina estiver limítrofe e for reposta glicose, a encefalopatia de Wernicke pode ser precipitada, por isso sempre repor antes a tiamina. Se hipoglicemia grave, pode-se adm ambas. Se não tratada pode evoluir para Korsakoff – forma crônica (com confabulação). Para absorver a tiamina é necessário Mg, dosa-se magnesemia, hipomagnesemia pode ser um dos fatores de não resposta ao tto. Mortalidade 10 a 20%. Mecanismo de ação do dissulfitam inibe acetaldeido desidrogenase. Complicações da abstinência alcoólica = convulsão, estado de mal convulsivo benzo aumenta limiar convulsivo. Álcool é depressor do SNC – diminui fluxo sanguíneo em córtex pré-frontal, aumenta o risco de atitudes impulsivas. Álcool – padrão de consumo: Avaliação do pcte: Quantitativa (quanto bebe) Qualitativa (como bebe) Tipo de repercussões que traz para a vida do pcte. AUDIT: AUDIT é muito mais completo do que o CAGE. C – cutdown A – annoyed G – guilty E – eye opener Beber em binge: >4 drinks para mulher e >5 para homens em 2h = forma problemática do consumo de álcool e deixa a pessoa suscetível ao desenvolvimento de dependência. Dados epidemio BR: Subst psicoativa mais consumida pela pop BR. Dentre as ilícitas a mais consumida é a canabis. Bebedores: 2006 – 65% homens, 35% mulheres 2012 – 62% homens, 38% mulheres O número de bebedores na pop geral tem reduzido/estabilizado. O homem ainda bebe mais que a mulher e ainda tem mais problemas com uso abusivo. Porém homem vem reduzindo consumo e mulheres apresentam leve aumento. Não vem aumentando o numero de bebedores, mas dentre os bebedores, as pessoas estão bebendo mais, e o início é cada vez mais cedo (uso regular antes dos 15 anos 8% em 2006 e 14% em 2014). Maior parte da pop BR não era consumidora de álcool e continua não sendo – estudo 2006-2012 (50% da pop BR é abstêmica – nenhum drink no último ano). INPAD Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Abuso e dependência > em homens que em mulheres. 2006 homens em abuso de álcool – 4,56% 2012 - 3,25% Crescimento na freq de ingesta 2006 – 42% bebeu pelo menos 1x/semana 2012 – 53% Maior precocidade no início. Crescimento do beber em binge (>4 drinks para mulheres e >5 homens) Beber em binge está crescendo mais em mulheres do que em homens, mas aumentou em ambos os sexos. Prevalência ainda maior entre os homens. Beber em binge e classe social: Quanto mais baixo o nível socioeconômico do pcte, mais ele bebe numa mesma ocasião. Dentre os escolares – tabaco e álcool vêm reduzindo (alunos do ensino médio). Se as amostrar forem entre acadêmicos – resultados assustadores 80-90% bebe em binge. Etanol: Baixo peso molecular, hidrossolúvel. Efeito estimulante inicial, leve efeito euforizante, rapidamente seguido de efeito depressor, que pode levar o pcte ao coma. Alcoolemia: Após um drink – alcoolemia 0.2 aproximadamente. Alcoolemia alcança pico após cerca de 30min. Expressa em gramas de etanol/L Uma dose numa mulher de 60kg ou homem de 70kg = alcoolemia de 0.2 g/L de alcoolemia Pode ser modificada a alcoolemia de acordo com peso e sexo – mulheres terão maior alcoolemia com mesma qtdade de álcool. *Tabela do manual do cremesp = quantos gramas de etanol/álcool em cada bebida ingerida. Ideia de que a cerveja tem pouco álcool – mas uma lata de cerveja tem, em média, 17g de álcool. Etanol absorção e metabolismo: Varia com peso e etnia do indivíduo. Absorção – mucosas boca e esôfago (peq qtdade) Estômago e intestino delgado (moderada quantidade) Porção prox do intestino delgado (principal local de absorção) Fatores que aum a sua absorção: 1. Esvaziamento gástrico acelerado 2. Ausência de alim TGI 3. Ingesta de bebidas gaseificadas 4. Ingesta de cafeína Energético – aumenta absorção de álcool cafeína, taurina (aminoácido), glicose. Aum chance de desenvolver dependência. Cafeína contrabalança o efeito depressor do álcool – permite que pcte siga bebendo. Taurina compete com reação de metabolização do álcool no hepatócito – demora mais para metabolizar o álcool – intoxicação muito maior. Maior energia, mas perda da habilidade de julgamento. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Um adulto metaboliza e excreta cerca de uma dose por hora (7-14g de álcool). Cerca de 2-10% são excretados por pulmões, suor e urina. A velocidade da reação é determinada geneticamente – não pela quantia ingerida. Asiáticos bebem menos (deficiência de enzima acetaldeido desidrogenase – pobre metabolização do álcool – sintomas de rubor facial, cefaleia, taquicardia, letargia dissulfiram gera esses efeitos por acúmulo de acetaldeido também). Dissulfiram inibe ação do acetaldeído desidrogenase – sérias consequências (IAM, arritmia, AVC). A velocidade de reação tem mais relação com a genética do individuo do que com a quantidade ingerida. Critérios dx de intoxicação: 1. Ingesta recente 2. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas ou problemáticas desenvolvidas antes ou logo após a ingesta. Ex: comportamento sexual agressivo, humor instável, julgamento prejudicado. 3. Um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas durante ou logo após o uso de álcool: fala arrastada, incoordernação, instab marcha, nistagmo, comprometimento da atenção ou da memória podendo chegar ao estupor ou coma. Efeitos após a ingesta: Depressor do SNC Potencialização GABA (ação inib, semelhante à ação dos benzodiazepínicos, que se liga a receptores GABAergicos, potencializando o efeito GABA) – por isso nunca dar benzo para pctes em vigência de intoxicação alcoólica. Inib da entrada de Cálcio através dos canais de Ca voltagem dependentes Inib dos recept NMDA Redução do glutamato (na abstinência ocorre o contrário – redução do GABA e aumento do glutamato) **Em vigência de intoxicação – nunca usar benzo (tto da abstinência alcoólica – quando o GABA está reduzido). Nos neurônios, álcool tem efeito GABA-like hiper-polarização. Redução do influxo de Ca mediado por receptor NMDA do glutamato. Efeitos do uso crônico: Neuroadaptação – alostase, organismo adaptado à presença da droga – quando tira – sintomas de abstinência. Dessensibilização dos receptores GABA-A Sensibilização dos receptores NMDA – neurônio mais excitado Multiplicação do número de canais de Calcio Redução do afluxo de íons cloro Aum deintensidade do impulso elétrico do nervo Aum da excitabilidade do nervo Redução do consumo já pode precipitar sintomas de abstinência Abstinência: Manifs físicas e psiq Delirium tremens = forma grave de abstinência alcoólica conduta é a internação (UTI), obrigatório ter prejuízo atencional, sintomas flutuantes, confusão mental, associado ao tremor. Maior parte dos casos de abstinência são autolimitados: ansiedade, tremor, irritabilidade, alts sono – monitorar Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 sintomas, se ficarem mais proeminentes – internar. 3-5% dos pctes hosp por abstinência alcoólica = delirium tremens, 20% tem convulsões do tipo grande mal, 10-20% de mortalidade. Delirium tremens – tipo de delirium cuja etiologia é abstinência alcoólica. Inicio abrupto com flutuação dos sintomas, alteração do sensório e prejuízo atencional. Associado ao tremor. Critérios dx de abstinência: A. Cessação ou redução do uso pesado e prolongado de álcool. B. Dois ou mais dos seguintes sintomas, desenvolvidos no período de algumas horas a alguns dias após a cessação ou redução (8-12h depois do último gole pode começar sintomas de abstinência, 24h período mais crítico, pode ter até 14 dias depois, mas após 7 a 10 dias é bem difícil). 1. Hiperatividade autonômica (sudorese, taquicardia...) 2. Tremor aum nas mãos 3. Insônia 4. Náuseas ou vômitos 5. Alucinações ou ilusões 6. Agitação psicomotora 7. Ansiedade 8. Convulsões tonicoclonicas generalizadas Figura manual do cremesp: Gravidade e duração dos sinais e sintomas da SAA: Tto da fase leve: ansiedade, irritabilidade, insônia, tremor monitora SVs, farmacoterapia com benzo (não está em vigência de intoxicação). Neurotransmissores envolvidos: Densidade dos canais de Ca aumenta Dopamina dim = disforia GABA dim = ansiedade, convulsão, hiperestimulação glutamatérigica Risco de convulsionar – deixar pcte em leito calmo tranquilo, sem muita estimulação de luz e barulho. Glutamato aum = obnubilação mental, alucinações, convulsões. NA aum = ef CRV, náuseas, vômitos, piloereção, midríase, tremores, hipertermia. *Escala CIWA = manual do cremesp Sinais desautonômicos (PA pode reduzir ou elevar), sudorese, FC, sintomas alucinatórios, ilusões, tremores, sensibilidade aum a estímulos. Ajuda na tomada de decisão terapêutica – qtdade de benzo que deve ser utilizada. Ler artigo: “Recognition and management of Delirium tremens” NEJM Tto da SAA grave (DT): Artigo NEJM – sugere reposição de tiamina em doses mais altas para pctes em abstinência. Tiamina EV é padrão ouro, mas em Sta Maria não tem tiamina EV. Registrar em prontuário que não há medicação disponível para tto padrão ouro. Sempre corrigir hipomagnesemia, fazer HGT (repor glicose idealmente 30 min após tiamina). Iniciar benzo. Se insuf hepática – melhor lorazepam que diazepam. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Encefalopatia de Wernicke: 1881: Wernicke descreve pato de início súbito cursando com confusão mental, marcha ataxica, paralisia dos movimentos oculares (oftalmoplegia). 3 pctes: 2 alcoolistas e 1 com vômitos persistentes Tto = tiamina Anorexia nervosa e bulimia tb pode gerar encefalopatia de wernicke – complicação dos vômitos. 1887: Psiq russo Korsakoff associa polineuropatia e dist de memória em alcoolistas. Forma crônica de Wernicke = korsakoff = dist de memória – confabulação (preenche lacunas de memória retrógrada com memórias inventadas, às vezes confunde com hx dos outros, hx vistas na televisão, memória recente pode estar preservada). Memória anterógrada e recente podem não estar alteradas. Encefalopatia de Wernicke: Alterações oculares: paralisa dos retos externos e olhar conjugado, nistagmo, reflexo fotomotor alterado, diplopia, estrabismo, papiledema, miose. Avaliação oftalmológica. Confusão mental 10% dos casos Mortalidade 10-20% Forma crônica (Korsakoff) – prejuízo memória retrograda e na memória de curto prazo recente, imediata é preservada e confabulação é evidente. Indicações de internação: Condições médicas e psiq que requeiram monitoramento constante (ideação suicida, homicida, debilitação) Inabilidade para cessar o uso de drogas apesar de terapêutica ambulatorial Ausência de adeq apoio psicossocial Síndrome de abstinência pode usar antipsicoticos? Pode e deve! Não trata delirium tremens – usado só quando pcte estiver alucinando, cuidar pq baixa o limiar convulsivo (usa-se haloperidol IM). Antipsicótico que não deve ser usado na abstinência alcoólica = evitar usar clorpromazina, baixa muito limiar convulsivo. Tto de abstinência = tiamina + benzo + antipsicótico (se alucinação). Sistema de recompensa e dependência: Área tegmental ventral, nucleus acumbens e córtex pré-frontal. A descarga de dopamina no nucleus acumbens é modulada pelos seguintes recepts: Canabinoides CB1 Nicotinicos µ-opioides para alcoolista que não esta em síndrome de abstinência, pode diminuir a fissura pelo álcool, naltrexone antagonista opioide (bebe e não sente euforia, não segue bebendo) Serotoninérgicos Bupropiona no alcoolista? Não usar, pode gerar convulsão, baixa muito limiar convulsivante. TDM = alcoolismo é fator de risco para desenvolver depressão e piora depressão. Tabela medications for alcohol dependence NEJM Dissulfiram Acomprosato – metabolização renal, bom para hepatopatas Oral naltrexone uso médio de 3 meses (media de preço 1 caixa = 250 reais) No BR tem dissulfiram e naltrexone. Aconselhamento: Mínimo 3 min Breve 3-10 min Intensivo > 10 min Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Fases: 1. Avaliação 2. Aconselhamento (estratégia motivacional mínima) 3. Assistência 4. Acompanhamento Aconselhar não é dizer o que deve ser feito, a mudança é do individuo. Chamar à reflexão, dar responsabilidade, opinar com honestidade, dar opções de escolha, demonstrar interesse, facilitar acesso, evitar confronto. Pctes delirium tremens que têm recaída = aprox 90%. 8) TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS: 24 de outubro de 2016 Prof. Vitor Dissociação – relação com traumas, principalmente na infância = divisão, desintegração, separação. Não confundir dissociação com conversão – no CID são classificados juntos. Ruptura ou descontinuidade da consciência, memória, identidade, percepção, emoção, representação corporal, controle motor e comportamento. Mecanismo de defesa complicado – acontece em resposta a estressores bem graves em geral. Conversão e dissociação são mecanismos de defesa primitivo – personalidades mais frágeis (pacientes histriônicos, borderline, não necessariamente precisa ter transt de personalidade, mas esses pctes já tem mais dificuldade de lidar com problemas naturalmente). Quando uma pessoa vivencia evento traumático bem grande – pode usar a dissociação para lidar com esse problema, ex: abuso durante a infância – esquece tudo que aconteceu durante o período dos abusos. A pessoa pode ter flashbacks. A pessoa dissocia para tentar seguir a vida. A pessoa vivencia situações de forma anestesiada, não chora diante de situações extremas, sente-se entorpecida, afeto distanciado. RupRuptura na memória, consciência, emoções, self-corporal, controle motor, sensopercepção – dissociação, mais amplo que a cisão (concepção psicológica de si mesmo ou do outro alterada). Dos Fenômenos dissociativos – ocorrem em TEPT, estresse agudo, mas o transtorno dissociativo é mais amplo. Transtorno dissociativo de identidade – dissocia memória, sensação de torpor, ou se comporta como se tivesse incorporado uma entidade, ou se comporta como se fosse outra pessoa (transtorno de múltiplas personalidades). De memória – pessoa esquece do que aconteceu no passado ou até atualmente. De despersonalização/desrealização – anestesia, sensação de que as coisas não são reais. Outros transtornos dissociativos Transtorno dissociativo de identidade: Critérios DSM-V: A. Ruptura de identidade caract por 2 ou mais estados de personalidade distintos, os quais podem ser descritos em algumas culturas como uma experiência de possessão. Esta ruptura na identidade envolve marcada descontinuação do senso do self e de ação, acompanhado por alts relacionadas no afeto, comporta- mento, consciência, memória, percepção, cognição e/ou Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 funcionamento sensório motor. Pode ser relatado por outros ou pelo próprio. B. Intervalos recorrentes na recordação de eventos diários, informações pessoais importantes e ou eventos traumáticos que são inconsistentes com esquecimento comum. C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento. D. A perturbação não faz parte de uma parte normal de uma prática cultural ou religiosa amplamente aceita. Nota: em crianças, os sintomas não são melhor explicados por amigos imaginários ou outras brincadeiras. E. Os sintomas não são atribuídos aos efeitos fisiológicos de uma subst ou outra condição médica (quetamina pode gerar dissociação) Características associadas: Alucinações auditivas – pode ter pseudoalucinações (voz que vem de dentro, não de fora). Intervalos de memória, encontrar objetos estranhos, deparar-se em lugares sem saber como se dirigiu ao local. Ansiedade, alt de humor. Sintomas neuro (pseudoconvulsões). Insônia, pesadelos. Comportamento suicida, agressivo. Emergência de emoções fortes, impulsos incontroláveis. Sintomas neuro, pseudoconvulsões Epidemiologia: Prevalência 1,5% (1,4% mulheres e 1,6 homens) – mais comum que esquizofrenia Hx de trauma Tentativas recorrentes de suicídio (70% dos pcts) e automutilação. Etiologia: Desconhecida Evento de vida traumático – abuso físico ou sexual, freq incestuoso, particularmente traumas repetitivos. Vulnerabilidade ao transtorno – hipnose, alt no EEG. Fatores ambientais – modelos de copping/defesas – hipocondríacos e somatizadores são mais suscetíveis. Ausência de apoio ao externo. Curso e prognóstico: Comum iniciar na infância Síndrome completa no final da 2ª década Pode passar anos despercebido Costumam receber diversos dx Quanto mais precoce, pior prognóstico Prognóstico relacionado ao número, tipo e cronicidade dos alteres Alteres pode ter transtornos/ características próprias (alter velho, alter depressivo, alter bipolar, alter homossexual, etc). Dx diferencial: Depressão maior – pode não ser em todos os alteres Transtorno bipolar TEPT Transtornos psicóticos (esquizofrenia) TUS (psilocibina – chá de cogumelo, anfetamina, quetamina, LSD, fenciclidina), OBS: cocaína, ectasy e maconha provocam mais paranoia, despersonalização e desrealização, raramente dissociação. Transt de personalidade (p ex borderline) Transt conversivos (pseudoconvulsões) Epilepsia (epilepsia de lobo temporal – fazer EEG, TC investigar tumores nessa região) Transtornos factícios (fingimento de sintomas, quer receber atenção, Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 diferente da simulação, que a pessoa inventa sintomas para se livrar da prisão por exemplo). Tto: Psicoterapia de orientação analítica – principalmente. Tentar integrar essas partes dissociadas do self. Psicoterapia de apoio Psicoterapia expressiva (psicodinâmica) Hipnose e hipnose induzida por fármacos – para entender melhor o que esta acontecendo, não que ajude o pcte Entrevista com drogas Farmacoterapia: para conter agressividade e dim tentativa de suicídio, pseudoalucinações não costumam responder com antipsicoticos. Rarapmente APS ADs e ansioliticos (rivotril, benzodiazepinico) como adjuvantes – dim ansiedade. Anticonvulsivantes podem beneficiar Amnésia dissociativa: Fuga dissociativa, pessoa viveu ou vivencia situação traumática e vai tendo esquecimentos que podem ser diários. Lacunas de memória, amnésia seletiva, etc. Pode continuar tendo amnésia no dia-a-dia – esquecimentos, perde as coisas, etc. Fuga dissociativa – ex: combatente de guerra em explosão de bomba se levanta e sai andando sem propósito e sem direção e pode esquecer quem ela é. Critérios dx DSM-V: A. Inabilidade para relembrar infs autobiográficas importantes usualmente de natureza estressante ou traumática, inconsistente com esquecimento comum. Nota: amnésia dissociativa muito freq consiste em amnésia localizada ou seletiva para eventos específicos, ou amnésia generalizada para identidade e hx de vida. B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo. C. Não atribuídos a efeitos fisio de condições medicas ou abuso de substs. D. Dx de exclusão (excluir TEPT, TEA, transt de somatização, demências, transt dissociativo de identidade). Tipos de amnésia: Amnésia localizada: meses ou anos associados a abuso infantil ou combate intenso. Amnésia seletiva: o ind lembra de alguns, mas não todos os fatos de um período circunscrito de tempo Amnésia generalizada: completa perda da memória da vida do ind – rara Amnésia contínua: falha ao lembrar qualquer coisa após uma data. Características: Dificuldades crônicas para formar ou manter relacionamentos Hx de trauma, vitimização, abuso Flashbacks dissociativos Hx de automutilação, tentativas de suicídio Alta hipnotizabilidade Despersonalização Desrealização Sintomas depressivos, neuro Confabulação Automonitoramento – realização de listas, para lidar com a perda de memória. Epidemiologia: Prevalência: 1,8% (homens 1% e mulheres 2,6%) Fatores de risco = experiências traumáticas únicas ou repetidas Violência interpessoal Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Ocorre mais provavelmente com grande número de traumas. Curso: Início abrupto após o trauma – trauma esquecimento. Pode ter episódios múltiplos ou unicos Alguns podem recuperar memória anos mais tarde sofrimento significativo, comportamento suicida, TEPT. Observado em crianças, adolescentes e adultos – mais comum começar em pessoas mais jovens, em mais velhos devem ser investigados transtornos neurológicos (Alzheimer, tumores). Dx diferencial: TDI – transtorno dissociativo de identidade TEPT Transtornos neurocognitivos TUS (álcool, midazolam – benzodiazepínicos – substs que atuam no sist GABAérgico) Amnésia pós-traumatica/TCE Epilepsia Transtornos factícios
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