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Prescrição de exercício físico para pessoas com câncer

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PROF. MAIARA VARGAS SCHMITT
Departamento de Educação Física
Centro de Ciências da Saúde
Prescrição de exercício físico para pessoas com Câncer 
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INTRODUÇÃO 
Transição Epidemiológica
Malta et al. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2006; 15(1):47-65.
Silva-Junior et al. Ministério da Saúde, ed. Saúde Brasil, 2009.
Doenças infecciosas e parasitárias 
 
Doenças crônicas não transmissíveis 
2007
1930
46%
10%
15%
72%
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INTRODUÇÃO
 Aumento das doenças crônicas (últimas 3 décadas): 
 mudanças no comportamento e estilo de vida, e à industrialização e à urbanização...
 contribuíram para o envelhecimento populacional. 
- O impacto das doenças crônicas, especialmente em países em desenvolvimento, já corresponde a 80% do impacto global. 
- O CA já representa a 1ª causa de morte em alguns países desenvolvidos. 
- Com o declínio da mortalidade por DCV também se tornará a principal causa de morbimortalidade nos países em desenvolvimento, independentemente do nível socioeconômico.
American Cancer Society, 2005; Nieman, 2011.
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INTRODUÇÃO
- Câncer (CA) tem origem no latim = caranguejo; 
- São muitos tipos, mas todos podem ser caracterizados pelo crescimento desordenado (maligno) e alastramento (metástase) de células anormais para outras regiões do corpo.
Início em tecidos epiteliais = carcinoma
Sangue = leucemia
Sistema imune = linfoma
Tecidos conjuntivos (ossos, tendões, músculo, gordura) = sarcoma 
American Cancer Society, 2005.
Nieman, 2011.
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- Câncer: conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
- Neoplasia: definida como um tecido anormal que cresce por proliferação celular de maneira mais rápida que o normal.
- Carcinogênico (carcinógeno, cancerígeno): qualquer substância (radiação, agente físico ou biológico) que provoque, agrave ou sensibilize o organismo para o surgimento de um câncer.
DEFINIÇÃO
American Cancer Society, 2005; Nieman, 2011.
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- Metástases: alastramento das células cancerosas de uma parte do corpo para outra.
- Tumor (massa) benigno(a): tumor não canceroso. Significa uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente provoca morte.
- Tumor maligno: CA maligno, aquele que invade os tecidos circunjacentes e normalmente é capaz de produzir metástases.
- Carcinogênese ou oncogênese: processo de formação do CA. Pode levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. 
DEFINIÇÃO
American Cancer Society, 2005; Nieman, 2011.
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- Em 2010, o CA correspondeu à segunda causa de morte na população brasileira (16%). 
Neoplasias -Mortalidadeem 2010, Brasil.
Masc
Fem
Total
Traquéia, brônquios e pulmões
13.677
8.190
21.867
Estômago
8.633
4.768
13.401
Cólon, reto e ânus
6.452
6.892
13.344
Mama
147
12.705
12.852
Próstata
12.778
-
12.778
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
EPIDEMIOLOGIA
Câncer (CA)
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EPIDEMIOLOGIA
Câncer (CA)
Distribuição proporcional dos dez tipos de CA mais incidentes estimados para 2014 por sexo, exceto pele não melanoma*
* Números arredondados para 10 ou múltiplos de 10.
INCA, 2014.
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FISIOPATOLOGIA
Câncer (CA)
American Cancer Society, 2005.
Respostas de crescimento adaptativo:
- Hipertrofia: aumento de tamanho;
- Atrofia: diminuição do tamanho;
- Hiperplasia: aumento do número;
- Hipoplasia: diminuição do número;
- Metaplasia: Conversão(alteração) reversível de um tipo de célula em outro;
- Displasia: Menos reversível, alteração do tamanho, forma e organização do tecido;
- Aplasia: ausência de desenvolv. do órgão;
- Neoplasia: alteração irreversível, resultado do desequilíbrio entre produção e morte celular.
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FISIOPATOLOGIA
Câncer (CA)
INCA, 2008.
 Como surge o CA?
O processo de carcinogênese passa por vários estágios:
 
Iniciação: as células sofrem o efeito dos carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes (DNA).
 
Promoção: as células geneticamente alteradas são transformadas em células malignas, de forma lenta e gradual, por um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor.
Progressão: caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o CA já está instalado, evoluindo até as primeiras manifestações clínicas.
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FISIOPATOLOGIA
Câncer (CA)
American Cancer Society, 2005.
INCA, 2008.
 Tumor benigno: 
- Células de tamanho, forma e organização normal e com crescimento lento;
- Cápsula fibrosa com linha de separação do tecido normal, fácil remoção cirúrgica;
- Ausência de metástases.
 Tumor maligno: 
- Células vários tamanhos e formas, em configuração desordenada;
- Crescimento rápido e agressivamente invasivo;
- Cápsula incompleta e sem linha de separação definida, difícil remoção cirurg.;
- Metástase: maligno x benigno.
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Prof. Clóvis Sousa
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FISIOPATOLOGIA
Sistema Imunológico x Câncer (CA)
American Cancer Society, 2005.
INCA, 2008.
O sistema imunológico age com grande eficácia contra a formação de CA;
Há fatores que contribuem de forma negativa (idade, fatores de risco, imunodeficiência...) e positiva (nutrição, exercício, alimentação); 
Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus oncogênicos (causadoras câncer) ou as células em transformação maligna.
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PREVENÇÃO
Exercício Físico x Câncer (CA)
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PREVENÇÃO
Exercício Físico x Câncer (CA)
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PREVENÇÃO
Exercício Físico x Câncer (CA)
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- O surgimento do CA depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes carcinogênicos: 
O risco de desenvolver CA de pulmão é diretamente proporcional ao n° de cigarros fumados por dia e ao tempo de fumo, além da intensidade das tragadas.
- O envelhecimento:
Traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna; 
As células foram expostas por mais tempo aos fatores de risco;
O que explica, em parte, porquê o CA é mais frequente em idosos. 
American Cancer Society, 2005; Nieman, 2011.
FATORES DE RISCO
Câncer (CA)
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FATORES DE RISCO
Câncer (CA)
American Cancer Society, 2002.
Hábitos de vida
Pulmão
Cólon
Mama
Próstata
Fumar
+++
++
+
+
Baixo consumode frutas e vegetais
+++
+++
+
++
Gordura e carne vermelha
-----
+++
++
++
Obesidade
-----
+++
+++
++
Álcool
-----
++
+++
+
Inatividade física
+
+++
+++
++
+ Poucos estudos sustentam uma ligação
++ Alguns estudos sugerem ligação
+++ Sólida evidência científica
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FATORES DE RISCO
Câncer (CA)
 Meio ambiente (80% ou +) ou herdados (20% ou -).
- Tabagismo: 30% de todos os casos de CA; 87% dos CA de pulmão
- Hábitos Alimentares: 33% todos os CA 
- Uso de Álcool: 3 a 4 % todos os CA
- Inatividade Física: 20% dos CA de mama; 25% de cólon 
- Obesidade: morte por todos os CA = 14% homens; 20% mulheres
- Hábitos Sexuais sem Proteção: exposição a vírus promotores de CA 
- Fatores Ocupacionais 
- Radiação Solar / Poluição Atmosférica
- História Familiar: 20% 
American Cancer Society, 2005.
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1 - Feridas que não cicatrizam (rosto, língua, boca e órgãos genitais); 
2 - Caroços ou zonas endurecidas (seios, língua e lábios); 
3 - Hemorragias inexplicadas pela boca, nariz, ouvidos, ânus, uretra; 
4 - Alteração de cor, n°, tamanho de verrugas, pintas ou sinais; 
5 - Dificuldade para engolir, perturbações persistentes de estômago, má digestão e falta de apetite, alterações da função intestinal ou urinária. 
6 - Tosse persistente ou rouquidão; 
7 - Perda de peso rápida e acentuada e anemias sem explicação; e aumento de volume dos gânglios (ínguas) e fácil fatigabilidade.
SINAIS DE ALERTA
Câncer (CA)
INCA, 2008.
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DIAGÓSTICO
Câncer (CA)
American Cancer
Society, 2005.
2. Recomendações para a detecção precoce do câncer:
1. História e Exame Médico
3. Biópsia (estádio) e outros exames (RM, TC)
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TRATAMENTO
Câncer (CA)
American Cancer Society, 2005.
Nieman, 2011.
- Cirurgia: pode curar (controlar) alguns CA em estágios iniciais;
- Radioterapia: utilizam-se radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem (radiações não são vistas e a aplicação não se sente nada); 
- Quimioterapia: utiliza-se medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia (via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal);
- Transplante de medula óssea: para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea.
- Reabilitação oncológica
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EXERCÍCIO FÍSICO PARA PESSOAS COM CÂNCER...
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REABILITAÇÃO ONCOLÓGICA
Câncer (CA)
Objetivo:
- Obter o máximo ganho funcional possível (restauração da rotina familiar e profissional), dentro dos limites da doença e escolhas do paciente.
Componentes básicos gerais:
- Exercício físico geral; 
- Prescrição de equipamentos e adaptações para autocuidado e mobilidade; 
- Tratamento medicamentoso e procedimentos médicos específicos; 
- Instrução e aconselhamento do paciente e familiares sobre estratégias de aceitação e enfrentamento do CA, preparo para situações de crise;
- Aconselhamento dietético e psicoterápico.
OMS, 1980.
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CONTRAINDICAÇÕES
Exercício Físico x Câncer (CA)
ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 2009.
- Febre (≥38ºC)
- Dores ósseas
- Dispneia
- Náuseas e vômitos ou diarreia
- Caquexia severa 
- Fadiga extrema e astenia (fraqueza) muscular
- Ataxia (falta de coordenação) e tontura
- Baixos níveis de Hb (<8g/dL), contagem de neutrófilos (≤0,5x109L)
- Dor no peito, FC>100bpm ou <50bpm, PAS>145mmHg ou PAD>95mmHg
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Recomendações Atuais
Exercício Físico x Câncer (CA)
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ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 2009; Nieman, 2011.
EXERCÍCIOS FÍSICOS AERÓBIOS
Duração*
Frequência
Intensidade**
55-70% FCmáx.
40-60%FCres
Recuperação
20-30 min.
3-5x sem.
Moderada
(Borgentre 3-5)
24h
* Poderá ser necessário alcançar esse objetivo por meio de múltiplas sessões intermitentes mais curtas com intervalos adequados de repouso (baixa capacidade física).
** Vai depender do estado de aptidão e dos resultados dos testes de avaliação física.
Importante
- Aquecimento e volta calma de 5-10 min (própria atividade, intensidade mais reduzida).
- A progressão e o aumento da intensidade nem sempre poderá ser linear, poderá ser cíclica com períodos de regressão, dependendo dos tratamentos.
- Tipos: caminhadas, cicloergômetros, eliptical, atividades aquáticas.
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EXERCÍCIOS FÍSICOS RESISTIDOS
Séries e Repetições
Frequência
Intensidade*
Recuperação
8-12/15repet.
1-3 séries
8-10exer. grandes gr.musc.
2 a 3 x sem.
40-70% de 1 RM
8-10RMs
Entre 1-2 min. entre as séries
48h por sessão/grupo muscular
*Pode-se estimar a carga pelo número de repetições, considerado mais simples e seguro: 
Exemplo: de 15 a 20 repetições conseguidas, e nenhuma mais, refere-se a faixa de treinamento de 50 a 60% de 1 RM; 12 repetições equivale a 70% de 1 RM; e 8 repetições equivale a 80% de 1 RM.
Recomendações Atuais
Exercício Físico x Câncer (CA)
ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 2009; Nieman, 2011.
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BENEFÍCIOS
Exercício Físico x Câncer (CA)
Nieman, 2011; ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 2009; McArdle et al., 2008; American Cancer Society, 2005; De Dimeo et al., 1998. 
Reduz o lactato sanguíneo e a FC durante o exercício;
Aumenta a distância percorrida no TC6min;
Aumenta o VO2máx e o limiar anaeróbio;
Aumenta a concentração de enzimas oxidativas mitocondriais;
Aumenta a capilarização dos músculos treinados;
Diminui o tempo de recuperação da creatina fosfato, o que resulta em melhora da capacidade/tolerância ao exercício;
Aprimora a função dos leucócitos (aumenta o sistema imunológico); 
Regula os processos inflamatórios;
Melhora a fadiga oncológica, o humor, as dores e a autoestima;
Diminui náuseas e sintomas gerais;
Reduz a dispneia;
Melhora a qualidade de vida, reduz ansiedade e depressão;
Melhora da composição corporal, aumenta a força muscular e flexibilidade;
Reduz a recorrência e mortalidade em alguns cânceres.
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“Para a maioria das pessoas que não fumam, melhorar a dieta, aumentar a atividade física e manter um peso saudável são as abordagens mais importantes para redução do risco de câncer”.
American Cancer Society, 2005.
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MUITO OBRIGADA !!! 
“Você nunca sabe a força que tem, até que a sua única alternativa é ser forte” 
Johnny Depp
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