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Gestão de Custos Industriais na Prática I: Melhores artigos

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Gestão de custos industriais na 
prática I: melhores artigos
A primeira coletânea com os melhores artigos sobre custos 
industriais escritos pelos engenheiros do Blog Industrial Nomus.
Índice
Entendendo os custos
Você sabe o que são custos fixos, variáveis, diretos e indiretos?
3 princípios que irão mudar sua visão sobre custos
3 etapas para entender o papel do PCP e da engenharia no cálculo dos custos de produção
Como reduzir custos e aumentar o lucro de uma empresa usando conceitos do Just In Time
Como apurar o custo máquina como o apoio do PCP
Como apurar o custo da ordem de produção em 5 passos
Gestão de custos industriais
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
03
04
12
20
27
36
46
51
2
Entendendo os custos
Um dos grandes desafios das indústrias hoje em dia é aprender a lidar com os 
custos que estão relacionados aos processos de fabricação. Como este é um 
assunto que implica diretamente na gestão da sua indústria, eu trouxe uma 
coletânea com os melhores artigos sobre custos que a Nomus já produziu, 
para que você possa agregar um maior conhecimento e otimizar a sua 
fábrica. Vamos começar?
Caso você goste do material deste ebook e ainda não tiver assinado 
gratuitamente o Blog Industrial Nomus, você pode se inscrever aqui e 
receber semanalmente novos artigos no seu email.
Boa leitura!
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 3
Apoio:
Você sabe o que são custos 
diretos, indiretos, fixos e 
variáveis?
Artigo 1
Empreendedor Promessas Endeavor, Empreteco, Fundador da Nomus, Engenheiro de Produção pela 
UFRJ e Mestre em Engenharia de Produção pela COPPE, trabalha desde 2000 em projetos relacionados 
à gestão da produção, tendo tido contato direto em mais de 100 indústrias. 
Pedro Parreiras
Nas empresas e na sala de aula, vemos uma grande confusão de conceitos, e 
não é raro vermos muitas pessoas tendo dificuldade de entender o que são 
custos fixos, variáveis, diretos e indiretos. Você sabe fazer esta distinção? A 
partir da minha visão e experiência, costumo definir da seguinte forma:
Custos fixos x variáveis
A classificação de um item de custo como fixo ou variável depende do 
horizonte de visão. Como diria Keynes, no longo prazo estaremos todos 
mortos; e como diria meu professor de custos na faculdade, no longo prazo 
todos os custos são variáveis.
Por exemplo: no curtíssimo prazo, um avião com 50% de ocupação e pronto 
para decolar tem todos os seus custos fixos comprometidos e, 
independentemente do aumento de última hora no número de passageiros. 
Já no médio prazo, podemos contratar ou demitir funcionários, ativar ou 
desativar turnos de trabalho, comprar ou vender máquinas etc. Pensando a 
longo prazo, podemos construir ou desativar uma planta de produção, 
terceirizar toda a produção etc. Por isso, no longo prazo, todos os custos são 
variáveis.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 5
Falando do curto prazo
Normalmente, quando falamos de custos fixos e 
variáveis, nos referimos ao curto prazo. Podemos 
considerar o período de um mês de uma fábrica. Neste 
contexto, os custos variáveis são variáveis em função 
de alguma variável, com o perdão da repetição das 
palavras, normalmente relacionada à vendas. Por 
exemplo, impostos faturados podem variar de acordo 
com:
• Receita
• Custos de materiais
• Volume de vendas
Ainda no curto prazo, custos fixos são aqueles que não 
variam se houver variação nas vendas. Por exemplo, 
custos relacionados ao espaço como aluguel, custos 
com pessoal. Com pouca ou alta demanda de 
produção e vendas, o aluguel e salários devem ser 
pagos mensalmente.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Aplicação clássica dos conceitos: 
break even point
Uma aplicação clássica do conceito de custos fixos e 
variáveis é a determinação do ponto de equilíbrio, 
também conhecido como break even point, que ajuda 
a responder: qual é o volume de vendas necessário 
para zerar o resultado, ou seja, não ter nem lucro e 
nem prejuízo? Esse é um tema que por si só já requer 
um artigo exclusivo, portanto, vamos avançar.
6
Conceitos avançados e o que há de novo
Pedi ajuda a um grupo de discussão sobre custos industriais no Linkedin e 
meu amigo Fabio Fernandes falou que no lean accounting, não se mistura 
custos fixos e variáveis. Os fixos são gerenciados para serem o mínimo 
possível, de acordo com a necessidade da operação. Os custos variáveis são 
medidos basicamente a partir de materiais, e a margem de contribuição é 
apurada regularmente a partir de Vendas – Impostos sobre Vendas – Custos 
Variáveis.
Neste mesmo grupo de discussão tive a contribuição inestimável do 
Professor Ariovaldo Silva, autor do Blog do Prof Ari: Na prática a coisa nem 
sempre é como aborda a teoria. Alguns custos ocorrem em degraus ou em 
faixas de produção, ou em turnos, etc. A própria mão obra em algumas 
empresas tem esse comportamento. Se uma empresa tem 5 máquinas e 
precisa de 3 funcionários para cada máquina ela terá uma equipe de 15 
funcionários que serão fixos. Se a produção cair pela metade não será 
possível passar a ter 7,5 funcionários. Se a empresa adotar mais um turno o 
custo provavelmente mais que dobrará, pois horas noturnas pagarão 
adicional noturno. Então custos variáveis e fixos à luz da teoria é algo que 
precisa ser avaliado com cuidado.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 7
Custos diretos x indiretos
Já a classificação dos itens de custo como diretos ou indiretos tem mais a ver 
com o grau de facilidade ou dificuldade de sua apuração. Quanto mais fácil 
atribuir um item de custo a um produto, mais direto ele é.
Por isso, matérias primas são consideradas como itens de custo direto, a mão 
de obra alocada na produção, que coloca a mão na massa também é 
considerada como um item de custo direto. Outros itens, como energia 
elétrica, depreciação de máquinas, mão de obra de supervisão e gerência, 
tem sua alocação aos produtos mais difícil, demandando critérios de rateio 
ou direcionadores de custos que muitas vezes são arbitrários ou muito difícil 
de medir e por isso são considerados itens de custo indireto.
Se um item de custo tem sua apuração muito difícil e o custo da apuração for 
maior do que o benefício gerado pela informação, em geral não recomendo o 
esforço de medição. Vale a máxima: a relevância é mais importante do que a 
precisão. É muito comum na área de custos aplicarmos a regra de Pareto, de 
80 / 20, ou dos poucos relevantes e dos muitos irrelevantes. Em muitos casos, 
mais de 90% dos custos estão em menos de 10% dos itens de custo.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 8
Ainda assim, como apurar custos com mais 
detalhes?
Apesar de não ser objetivo deste post, acho que vale a pena deixar uma dica 
de que com sistemas informatizados e as metodologias certas é possível dar 
mais precisão na alocação de custos a produtos. Com a entrada em massa 
dos produtos japoneses de alta qualidade e baixo preço no mercado norte-
americano no final dos anos 1970, foi necessário entender melhor como 
atribuir custos aos produtos e com isso surgiu o custeio baseado em 
atividades (ABC) no final da década de 1980.
Mais recentemente, no final da década de 1990 e início dos anos 2000 
surgiram evoluções do ABC original: o custeio baseado em atividades 
orientado pelo tempo (time-driven ABC – TDABC) e para a contabilidade de 
consumo de recursos (resource consumption accounting – RCA). Dois fatores 
comuns que diferenciam essas duas metodologias do ABC original são a 
parametrização da capacidade no recurso ao invés de na atividade e puxar ao 
invés de empurrar os custos dos recursos a partir dos objetos finais, passando 
pelas. Essas mudanças vêm se demonstrando aschaves para facilitar a 
manutenção dos sistemas modernos de gestão de custos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 9
Indo além da gestão de custos: a gestão da 
capacidade
O comportamento dos custos e da lucratividade de uma organização, porém 
não pode ser compreendido exclusivamente através do consumo de recursos 
por produtos e outros objetos de custeio, mas também como a carteira de 
produtos e clientes utiliza a capacidade de produção disponível. Para isso são 
recomendados modelos de gestão de capacidade que medem e comunicam 
como a capacidade é utilizada e podem ou não refletir os custos referentes à 
utilização.
A teoria das restrições e a contabilidade de ganhos trazem conceitos que 
potencializam a gestão de custos, apesar de seus autores defenderem a tese 
de que custos não devem ser atribuídos a produtos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 10
Exemplos de item de custo em 
cada combinação das categorias
Portanto, não há nada que impeça um item de custo ser fixo e direto, fixo e 
indireto, variável e direto e variável e indireto. Por exemplo:
• Fixo e direto – mão de obra direta, ou MOD, como o próprio nome diz, é 
um item de custo direto e ao mesmo tempo é um custo fixo se 
observarmos o curto prazo;
• Variável e indireto – energia elétrica aplicada na produção é um item de 
custo indireto, pois na maioria dos casos é de difícil alocação ao produto, 
mas ao mesmo tempo em que varia de acordo com o volume de produção 
e vendas;
• Variável e direto – matéria prima, que não precisa de muita explicação, é 
variável pois se não houver produção e vendas não há custo de matéria 
prima e é direto pois é um dos itens de custo de mais fácil alocação aos 
produtos;
• Fixo e indireto – mão de obra indireta, como por exemplo, supervisores, 
gerentes e diretores. Como já explicado anteriormente, mão de obra é um 
custo fixo e a que não está “na massa” é de difícil alocação aos produtos e 
por isso é indireta.
E na sua indústria, há clareza nos conceitos de custos? São muitos, expus 
aqui apenas alguns dos mais populares que costumamos ouvir pessoas que 
se confundem bastante. 
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 11
Apoio:
3 Princípios que irão mudar 
sua visão sobre custos
Artigo 2
Empreendedor Promessas Endeavor, Empreteco, Fundador da Nomus, Engenheiro de Produção pela 
UFRJ e Mestre em Engenharia de Produção pela COPPE, trabalha desde 2000 em projetos relacionados 
à gestão da produção, tendo tido contato direto em mais de 100 indústrias. 
Pedro Parreiras
3 Princípios que irão mudar sua 
visão sobre custos
Quando fundei a Nomus juntamente com o Rafael Netto, vislumbramos a 
oportunidade de levar a engenharia de produção para todas as indústrias do 
Brasil através de um software simples, poderoso e acessível. Esse foi o sonho 
grande que motivou dois engenheiros de produção a desenvolver software 
de gestão.
Nosso sonho grande continua mais vivo do que nunca e através do Blog 
Industrial eu posso compartilhar conceitos que por si só irão mudar a visão 
dos donos e gestores de indústrias e ajudar a disseminar este fantástico 
conhecimento. Uma das áreas da engenharia de produção que mais me 
chamava a atenção era a gestão de custos e como a maioria das pessoas 
tinha dificuldades em entender este importantíssimo tema para a gestão das 
indústrias. Vamos trabalhar nesta área no post de hoje falando sobre o ABC.
O custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) é uma 
metodologia utilizada para medir o custo dos recursos, atividades e objetos 
finais. Nela, o custo dos recursos é transferido para as atividades através de 
direcionadores de recursos e, em seguida, o custo das atividades é 
transferido para os objetos finais de custeio (OFC’s), através de 
direcionadores de atividades[1].
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 13
A lógica por trás do ABC
Os sistemas ABC disponíveis no mercado no início da década passada 
permitiam transferências de custos entre objetos do mesmo nível, ou seja, de 
recursos para recursos, de atividades para atividades e de OFC’s para OFC’s. 
Na modelagem ABC também é possível fazer a alocação de recursos 
diretamente para objetos finais de custeio.
Pode-se dizer que a lógica implementada por esses sistemas “empurra” os 
custos dos recursos até os OFC’s, passando ou não pelas atividades. Essa 
lógica é ilustrada na figura a seguir:
Lógica do custeio baseado em atividades
É importante notar, nesta figura, o sentido das setas, sempre da esquerda 
para a direita. Isto significa que não é possível em um sistema ABC 
“empurrado” transferir custos “para trás”, de OFC’s para atividades ou para 
recursos e nem transferir custos de atividades para recursos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 14
Definições do ABC
O quadro abaixo resume a definição dos termos utilizados no ABC.
Fonte: Adaptação de COKINS, Gary (1996).
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 15
Termo Definição Exemplos
Recurso Utilizados pela empresa para realizar 
atividades ou consumidos pós OFC’s
Pessoal, equipamentos, espaço, 
materiais etc.
Direcionador de Recurso Uma medida utilizada para alocar o 
custo dos recursos para recursos, 
atividades ou objetos finais de 
custeio.
Número de funcionários, área, % de 
tempo etc.
Atividade Uma série de tarefas relacionadas. 
As atividades são acionadas pelos 
processos.
Inspecionar produtos, embalar 
produtos etc.
Direcionador de Atividade Uma medida que relaciona o nível 
de consumo de determinada 
atividade por outra atividade ou por 
um objeto final de custeio.
Tempo de inspeção, número de 
pedidos etc.
Objeto Final de Custeio A entidade que precisa ser custeada 
em última instância.
Produtos, clientes, canais de 
comercialização etc.
Apesar do fluxo de informações, representado na figura anterior, ser dos 
recursos para os objetos finais de custeio, passando ou não pelas atividades, 
para se modelar o sistema ABC trabalha-se no sentido contrário.
Passo a passo da modelagem do ABC
Primeiramente descobre-se o que a empresa faz, para quem e como ela 
vende os produtos, ou seja, modelam-se os OFC’s. Em uma segunda etapa, 
são verificadas quais atividades são necessárias para atender à esses OFC’s e 
em seguida, quais recursos são consumidos por essas atividades e pelos 
OFC’s. Com isto, é possível tornar o sistema mais aderente aos interesses 
estratégicos da organização. Em uma modelagem mais ampla são 
verificadas as atividades não relacionadas aos OFC’s, que podem ou não ser 
dispensadas.
A conexão dos três níveis (recursos, atividades e objetos finais) através de 
direcionadores tem como objetivos eliminar a utilização de rateios arbitrários 
através de uma transferência racional de custos e permitir a compreensão 
dos fatores que causam os custos. Esta metodologia é sustentada por 3 
princípios básicos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 16
Princípio 1 – Objetos finais de 
custeio consomem atividades.
As atividades de uma empresa devem ter uma causa para serem executadas, 
ou seja, devem ser demandadas pelos objetos finais de custeio.
Um exemplo real: análise do OFC canal de 
vendas e-commerce
Como exemplo, um cliente que realiza compras através da internet está 
disposto a pagar pela entrega da mercadoria em sua casa, em troca dessa 
comodidade. Entregar a mercadoria na casa do cliente é um processo de 
negócio que necessita da execução de uma série de atividades.
A entrega, ao mesmo tempo em que gera valor, traz custos para o objeto 
final. Por outro lado, a compra pela internet pode eliminar pelo menos um 
elo (o varejista) na cadeia de suprimentos entre o fabricante e o consumidor 
final, tendo grande potencialde reduzir custos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 17
Princípio 2 – Diferentes objetos 
finais requerem níveis distintos 
de consumo de atividades.
Além de serem a causa para a realização das atividades em uma organização, 
os diferentes objetos finais de custeio demandam as diferentes atividades de 
maneira diferente, em quantidades diferentes de direcionadores de custos.
Outro exemplo: comparação entre atacado e 
varejo
Ao comparar os canais de comercialização varejo e atacado, por exemplo, 
verifica-se que clientes no varejo, em geral, fazem pedidos com uma maior 
variedade de produtos em menores quantidades, exigindo entregas 
frequentes e requerendo com maior intensidade a execução de atividades 
logísticas.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 18
Princípio 3 – Atividades e OFC’s
consomem recursos.
Um conjunto de recursos é necessário para se habilitar à execução de uma 
atividade e também por objetos finais de custeio.
Exemplo do chão de fábrica: consumo de 
recursos em uma usinagem
Por exemplo, a fabricação de um produto industrial complexo que demande 
a usinagem em uma máquina de comando numérico computadorizado. A 
usinagem pode ser considerada a atividade. Para que esta atividade seja 
executada, são necessários uma máquina com um operador capacitado, 
energia, ferramentas de corte, espaço, entre outros recursos.
Por outro lado, para a fabricação deste mesmo produto são necessárias 
matérias primas especiais, que são recursos consumidos diretamente pelo 
OFC produto. Esses recursos não passam pelos direcionadores de recursos 
para atividades, sendo consumidos diretamente pelos produtos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 19
Apoio:
3 etapas para entender o 
papel do PCP e da 
engenharia no cálculo dos 
custos de produção
Artigo 3
Engenheiro de Produção formado pelo CEFET e especialista em implantação de sistemas de gestão 
Industrial na Nomus. Celso já atuou em fábricas de diversos setores, como: metal-mecânica, materiais 
de escritório, artefatos de concreto, perfuração, cabos e cordas navais, têxtil (confecção e tinturaria), 
reciclagem de metal, dentre outros segmentos.
Celso Monteiro
3 etapas para entender 
o papel do PCP e da 
engenharia no cálculo 
dos custos de produção
Em uma recente visita de implantação, esquematizei 
junto ao cliente como o custo de produção de seus 
produtos deveriam ser calculados. Na ocasião, a 
empresa não tinha um método fixo para o custeio em 
questão e acabavam utilizando métodos generalistas 
como admitir que o custo unitário de produção para 
qualquer produto seria o resultado do cálculo 
(despesas com a produção) / (quantidade produzida).
Com esse valor encontrado, a equipe somava ao custo 
com materiais e obtinha o custo de produção do 
produto como resultado desta operação. Para 
algumas empresas com produtos bem padronizados e 
com operações similares entre si, esta é uma prática 
simples e que traz como resultado valores aceitáveis.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Porém, não era o caso deste cliente. A realidade deles 
é de produtos muito diferentes entre si e que 
necessariamente consomem tempos e máquinas 
totalmente distintas. Na utilização da média, eles não 
sentiam muito o prejuízo pois o que perdiam em um 
produto recuperavam em um outro. Mas esse não é 
cenário o ideal e por isso buscaram soluções para 
calcularem os custos de produção individualmente 
para cada produto.
Para não identificar o cliente em questão, irei colocar 
os exemplos com um produto genérico, com nome 
“PA 001”. Vamos entender como o PCP e a engenharia 
do produto podem nos ajudar a calcular os custos de 
produção?
21
1. Defina a lista de materiais
Em um bom software de PCP, a engenharia é um dos módulos mais 
importantes pois ali são criadas as listas de materiais, também conhecida 
como bill of materials (BOM). Por quê as listas de materiais são tão 
importantes assim? Por vários motivos, mas como estou tratando de custos 
neste post, pois elas irão nos ajudar a entender os custos de materiais dos 
produtos que fabricamos. Veja o exemplo do nosso produto genérico.
Lista de materiais do produto PA001
• PA001 – Quantidade base = 1 unidade
• Aço – Quantidade necessária = 1kg
• Parafuso – Quantidade necessária = 5 unidades
Ou seja, para produzir 1 unidade do produto PA001, são necessários 1 kg de 
aço e 5 parafusos.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 22
2. Defina o roteiro de produção
Em um ótimo software de PCP, a engenharia continua sendo um dos 
módulos mais importantes, mas além das listas de materiais, você pode 
também criar roteiros de produção para cada item fabricado. Por quê os 
roteiros de produção são tão importantes assim? Parece até que copiei e 
colei o passo 1, mas assim como as listas de materiais, os roteiros de 
produção são importantes por vários motivos. Entretanto, como estou 
falando de custos neste artigo, os roteiros de produção irão nos ajudar a 
entender os custos indiretos de fabricação (CIF) e os custos de mão de obra 
direta (MOD). Veja o exemplo do nosso produto:
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 23
Operação Descrição da 
operação
Centro de trabalho Tempo de setup Tempo de operação
10 Cortar Serra 00:20:00 00:02:00 /unidade
20 Usinar Torno Grande 00:30:00 00:10:00 /unidade
30 Lixar Lixas 00:00:00 00:05:00 /unidade
24Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
3. Defina os custos de 
produção
Os custos de produção compreendem custos de 
materiais (MP), custos de mão de obra direta (MOD) e 
custos indiretos de fabricação (CIF). Em um excelente 
software de PCP, os custos de materiais são 
carregados nas listas de materiais e os custos de mão 
de obra direta e custos indiretos de fabricação são 
carregados nos roteiros de produção. Irei detalhá-los a 
seguir.
Custo médio unitário das 
matérias primas utilizadas no 
PA001
• Custo unitário do aço = R$5/kg
• Custo unitário do parafuso = R$0,5/unidade
Em um bom software de PCP, o custo médio das 
matérias primas utilizadas na produção deve ser 
atualizado a cada entrada no estoque, ou seja, a cada 
compra efetivada. Esse custo deve ser calculado de 
acordo com a média ponderada.
Custos por centro de trabalho
Dentro deste projeto nós também fizemos todo o 
levantamento dos custos por centro de trabalho da 
fábrica. Somente esse trabalho nos rendeu boas horas 
de análise e levantamento de informações. Não 
entrarei no mérito de como fazer essa apuração de 
custos por centro de trabalho pois isso renderia no 
mínimo um outro post. Vamos assumir que temos os 
seguintes custos por hora em cada centro de trabalho 
da operação:
• Custo R$/h da Serra = R$40/h
• Custo R$/h do Torno Grande = R$80/h
• Custo R$/h da Lixa = R$30/h
Cálculo do custo de produção 
do PA001
Não podemos calcular o custo unitário de fabricação 
do PA001 apenas para a produção de 1 unidade. Essa 
restrição é dada pelo custo do setup da máquina. O 
setup é a preparação ou o ajuste do equipamento que 
é necessário para o início da operação . A lógica é de 
que não podemos preparar a máquina para produzir 
um lote de produção de poucas quantidades pois isso 
acarreta diretamente no aumento do custo unitário de 
produção.
Para resolvermos isso estabelecemos lotes 
econômicos para cada produto e fizemos o cálculo do 
custo unitário de produção com base no lote de 200 
unidade do PA001.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Custo de materiais para 
fabricação de 200 unidades do 
PA001
• Necessidade de aço = 1Kg x 200 unidade de 
“PA001” = 200 kg de aço
• Custo de Aço = 200 Kg x R$5 /Kg = R$1.000
• Necessidade de parafusos = 5 parafusosx 200 
unidades de “PA001” = 1.000 parafusos
• Custo de Parafusos = 1.000 parafusos x 
R$0,5/parafuso = R$500
Custos do roteiro de produção 
para fabricação de 200 unidade 
do PA001
Para cada operação do roteiro de produção, vamos 
juntar os tempos de setup e operação das 200 
unidades e multiplica-lo pelo custo por hora. Se quiser, 
faça uma simulação aumentando ou diminuindo o lote 
de produção e veja qual é o impacto no custo total. 
Este simples exercício pode demandar muito tempo 
se não tiver o apoio de um software de PCP adequado, 
confira com suas mãos e mente.
25
Operação 10 = cortar
• Setup = 00:20:00
• Operação = 00:02:00 x 200 unidades de PA001 = 
06:40:00
• Tempo total da operação 10 = 00:20:00 + 06:40:00 = 
07:00:00
• Custo da operação 10 = 07:00:00 x R$40/h = R$280
Operação 20 = usinar
• Setup = 00:30:00
• Operação = 00:10:00 x 200 unidades de PA001 = 
33:20:00
• Tempo total da operação 20 = 00:30:00 + 33:20:00 = 
33:50:00
• Custo da operação 20 = 33:50:00 x R$80/h = 
R$2706,67
Operação 30 = lixar
• Setup = 00:00:00
• Operação = 00:05:00 x 200 unidades de PA001 = 
16:40:00
• Tempo total da operação 30 = 00:00:00 + 16:40:00 = 
16:40:00
• Custo da operação 30 = 16:40:00 * R$30/h = R$500
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Custo de fabricação de 200 
unidades do produto PA001
• Custo Total de materiais = R$1.000 (Aço) + R$500 
(Parafuso) = R$1.500
• Custo Total do roteiro de produção = R$280(Op. 10) 
+ R$2706,67 (Op. 20) + R$500 (Op. 30) = R$3486,67
• Custo Total (lista + roteiro) = R$1.500 + R$3486,67 = 
R$4986,67
• Custo unitário do PA001 = (R$1500 + R$3486,67) / 
200 = R$24,93/und
Aplique na sua fábrica e 
não tenha prejuízo com 
preços de venda 
equivocados
Com a configuração de listas de materiais e roteiros de 
produção para todos os produtos, agora a empresa 
consegue analisar individualmente o custo de 
fabricação de cada item e praticar preços mais 
competitivos, pois sabe exatamente se pode praticar 
ou não o preço que o cliente está disposto pagar.
26
Apoio:
Como reduzir custos e 
aumentar o lucro de uma 
indústria usando conceitos 
do just in time
Artigo 4
Engenheiro de Produção formado pelo CEFET e especialista em implantação de sistemas de gestão 
Industrial na Nomus. Celso já atuou em fábricas de diversos setores, como: metal-mecânica, materiais 
de escritório, artefatos de concreto, perfuração, cabos e cordas navais, têxtil (confecção e tinturaria), 
reciclagem de metal, dentre outros segmentos.
Celso Monteiro
Como reduzir custos e aumentar 
o lucro de uma indústria usando 
conceitos do just in time 
A aplicação dos conceitos just in time (JIT) torna possível a redução dos 
custos de produção e aumento do lucro da empresa. Entretanto, as 
particularidades de algumas empresas podem transformar a prática destas 
teorias em algo não tão simples, exigindo muita disciplina e dedicação para 
tal objetivo. Mesmo assim, não restam dúvidas: a aplicação dos conceitos de 
JIT apoiados por softwares de engenharia da produção permitem que o 
caminho será trilhado na direção correta, isto é, no sentido para uma 
empresa mais competitiva e com maior lucratividade no mercado.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 28
Redução de desperdício com just
in time : Uma filosofia ideal em 
momento de crise.
Henry Ford na década de 1920 iniciou a produção do modelo Ford T com o 
pensamento que todos podem ter um Ford T desde que seja preto. A ideia de 
Ford era produzir em massa com baixo custo, pois ele percebeu que existia 
um mercado demandante de veículos com preço acessível que não estava 
sendo atendido por nenhuma empresa.
Para atingir este objetivo foi estabelecido o conceito de linha de montagem 
(fluxo continuo) através de esteiras que faziam as transferências de uma 
estação de trabalho para a seguinte no exato momento de utilização da 
matéria prima ou semiacabado. Com essa metodologia de produção 
(empurrada) Ford executava as etapas de produção (1, 2, 3 e 4) em um tempo 
inferior a 48 horas
• Descarregamento do minério de ferro
• Transformação do minério em aço
• Montagem do veículo
• Embarque para o cliente
O que pode ser notado com a ideia de Ford é que já existia a vontade de 
entregar o produto no momento certo, reduzindo o tempo transcorrido que 
abrange o período entre o pedido feito pelo cliente até a distribuição do 
serviço ou produto ao cliente.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 29
O que é just in time?
Com o desenvolvimento da ciência e por consequência da engenharia de 
produção, na atualidade as empresas estão aplicando no processo produtivo 
conceitos que estão além do tempo de entrega, mas que abordam temas 
como o abastecimento dos processos a partir de três premissas:
1. Com itens necessários;
2. Na quantidade certa;
3. E no momento certo.
Os passos acima descrevem o “just in time”. Que é uma filosofia que busca 
estoque menores, custos mais baixos e melhor qualidade dos produtos. 
Segundo esta filosofia, as partes são produzidas em tempo de atender a 
produção e não mais para caso seja necessária.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 30
De acordo com dicionário APICS (American Production and Inventory Control
Society), a definição de just in time é a seguinte:
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
“Uma filosofia de manufatura que se baseia na eliminação 
planejada de todo desperdício e na melhoria contínua da 
produtividade. Ela envolve a execução bem-sucedida de todas 
as atividades de manufatura necessárias para produzir um 
produto final, da engenharia de projetos à entrega e inclusão 
de todos os estados de transformação da matéria-prima em 
diante. Os elementos principais do just-in-time são a 
manutenção somente dos estoques necessários quando 
preciso; melhorar a qualidade até atingir um nível zero de 
defeitos; reduzir lead times ao reduzir os tempos de 
preparação, comprimentos de fila e tamanhos de lote; revisar 
incrementalmente as próprias operações; e realizar essas 
coisas a um custo mínimo. Num sentido amplo, aplica-se a 
todas as formas de manufatura, job shops e processos, bem 
como à manufatura repetitiva”.
31
Elementos do JIT e suas vantagens
Os elementos básicos que apoiam a filosofia JIT são:
1. Tempo de preparação
2. Colaborador multifuncional
3. Layout
4. Qualidade
5. Fornecedores
Estes elementos são abrangentes e envolvem todas as atividades da 
empresa. Desta forma não é simples aplicar os conceitos de just in time, 
entretanto os resultados alcançados são motivadores e envolvem aspectos 
como:
1. Maior giro de estoque
2. Melhor qualidade dos produtos
3. Redução de custos
4. Redução de riscos de manufatura
5. Redução de estoque (em processo e para produto acabado)
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 32
JIT e sua analogia com um rio
Alguns autores fazem a analogia dos estoques de uma empresa com o nível 
da água de um rio onde as pedras no fundo do rio são ditas como problemas 
de produção.
Fonte: Administração da produção e operações, oitava edição, de Norman 
Gaither e Greg Frazier.
Com a aplicação dos princípios do JIT é possível baixar o nível da água do rio, 
fato que possibilita a visualização das pedras existentes, que podem ser: 
quebra de máquinas, problemas de qualidade, falta de matéria prima, 
materiais fora da especificação, entre outros.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 33
Eliminando desperdícios
A ideologia fundamental do JIT é a eliminação de 
desperdício de todos os tipos. Shigeo Shingo, um guru 
da filosofia just in time identificou que nas empresas 
pode haver sete tipos de desperdícios na produçãoe 
que devem ser eliminados:
1. Superprodução (produção além do necessário)
2. Espera (espera para entrar no próximo centro de 
trabalho)
3. Transporte (manuseio desnecessário de mateiras)
4. Produção desnecessária (produção que não é 
necessária)
5. Estoque de trabalho em processo (tempo de 
preparação elevados)
6. Movimento e esforço (movimentos de 
humanos/robôs desnecessários na produção)
7. Produtos defeituosos (produtos não conformes)
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Metas do JIT
Para atingir as metas do JIT o Kaizen é muito utilizado 
em busca das ideias abaixo:
1. Zero defeito
2. Tempo zero de preparação
3. Estoque zero
4. Movimentação zero
5. Quebra zero
6. Lead time zero
7. Lote unitário
Devido a utopia das metas do just in time, este é 
abordado como uma filosofia, pois embora na maioria 
dos casos seja praticamente impossível atingir 100% 
dos objetivos citados acima, as empresas devem 
buscar a melhoria continua (Kaizen) para chegar o 
mais próximo possível das metas estabelecidas.
34
Aplique na prática da 
sua indústria
Em tempos de crise tudo que é comentado no âmbito 
de evitar desperdício, aumentar produtividade e 
diminuir custos é totalmente válido. Com a minha 
experiência em consultoria na área industrial posso 
afirmar que algumas empresas possuem 
características que facilitam a implantação do just in 
time, e outras que naturalmente teriam um maior 
esforço para implantar conceitos básicos dessa 
filosofia. Recomendo que você entenda porque 
investir em gestão na crise.
Porém, mesmo que haja resistência ou até mesmo 
uma cultura organizacional viciada em processos 
errados, as metas de eliminar desperdícios e 
incrementar a produtividade devem ser buscadas por 
qualquer empresa que quer se destacar em um 
período de turbulência. Pode ter certeza que esse 
período passará e a sua empresa estará muito mais 
preparada para aproveitar as oportunidades do 
período de abundância que está por vir.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Caso você ainda não tenha baixado a planilha para 
analisar o impacto no lucro que um aumento de 
produtividade pode promover, recomendo fortemente 
que faça isso a assista ao vídeo clicando no botão 
abaixo. Nela é possível analisar diferentes cenários 
com os dados da sua indústria.
Download grátis da planilha: “Impacto da 
produtividade no seu lucro”
Acredite, com pequenos aumentos na produtividade 
você terá enormes incrementos no lucro; e o JIT te 
ajudará a encontrar diversas oportunidades de 
aumentar a produtividade. Como citei no início do 
post, uma outra recomendação é contratar um 
software de engenharia de produção que tem por trás 
diversos conceitos de gestão mencionados 
anteriormente e que facilitará a busca pelas 
melhorias, como o Nomus PCP, um software de 
gestão desenvolvido por engenheiros de produção.
35
Apoio:
6 passos para apurar o custo 
máquina com apoio do PCP
Artigo 5
Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ e especialista em implantação de sistemas de gestão 
Industrial na Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração 
submarina, metal-mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.
Thiago Leão
6 passos para apurar o custo 
máquina com apoio do PCP
Compor o custo de um produto muitas vezes não é uma tarefa trivial e 
muitos profissionais acabam se esquecendo de apurar os custos da 
infraestrutura fabril, como as máquinas e equipamentos. Inclusive, temos 
excelentes posts sobre custos no Blog Industrial, mas nenhum deles entra no 
detalhe de como apurar o custo máquina.
Pensando nisso, preparei 6 passos para apurar o custo hora maquina de uma 
indústria com o apoio do PCP. Confira o resultado a seguir.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 37
1. Calcule a depreciação 
das máquinas
Depreciação é um processo de obter recursos para 
repor o “bem”, a máquina, no final da sua vida útil. Ou 
seja, é o custo com a perda de valor de mercado da 
maquina devido o tempo de utilização, desgaste 
natural ou por se tornar obsoleta.
Basicamente precisamos de duas informações para 
calcular o custo de depreciação da sua maquina:
• Investimento para aquisição, ou o valor pago pela 
maquina
• Taxa de depreciação
Existe uma norma para definição da vida útil e taxa de 
depreciação, para consultar o valor de cada uma 
dessas informações para sua máquina clique aqui.
Para calcular a depreciação, vamos utilizar o método 
linear e fixar a taxa de depreciação. Custo de 
depreciação anual = investimento para aquisição x 
taxa de depreciação. Para saber o valor hora basta 
dividir pela quantidade de horas uteis no ano, 
conforme o exemplo abaixo.
Dados:
• Valor de aquisição da Máquina: R$ 135.000,00
• Taxa de depreciação: 10 % ao ano
• Carga horaria diária de trabalho: 8 horas
• Dias uteis no ano de 2015: 253 dias
• Horas de trabalho anual: 253 x 8 = 2024 horas
Cálculo:
• Custo de depreciação anual = 135.000,00 x 10% = 
R$ 13.500,00
• Custo de depreciação hora = 13.500 / 2024 = R$ 
6,67
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 38
2. Calcule o custo da área 
ocupada pelas máquinas
Muitos acabam não considerando este custo ou não consideram a área 
ocupada pela máquina como um custo da máquina. Porém, eu considero que 
a máquina deve ajudar você a pagar o aluguel de sua fábrica.
Mas meu imóvel é próprio o que devo fazer? Nesse caso devemos considerar 
o custo de oportunidade do seu imóvel. Para chegar nesse valor, você pode 
consultar o preço do aluguel do metro quadrado da sua região e então fazer a 
conta.
Na Zona Oeste do Rio de Janeiro o valor do metro quadrado em uma área 
industrial está por volta de R$ 35,00 o metro quadrado.
Então, precisamos saber a metragem quadrada da sua área fabril e o valor do 
aluguel do metro quadrado. Se suas máquinas não estão numa disposição 
fácil para você fatiar o espaço por máquina, então você deve fazer o rateio do 
valor por máquina.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 39
Por exemplo, imagine a planta da fabrica abaixo:
Você deve fatiar a sua fábrica nos setores com 
máquinas que tenham custo e função parecidos. 
Conforme o exemplo:
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
Assim você pode apurar o metro quadrado utilizado. 
No caso do centro de trabalho em Azul, temos 2,1m x 
3,050 m = 6,4 m² Dessa forma o cálculo fica fácil.
• Custo Área Ocupada (por hora) = ( metro 
quadrado utilizado x valor por metro quadrado) / 
(total de horas uteis no mês)
Cálculo:
• Custo Área Ocupada (por hora) = (6,4 x 35) / 168 = 
R$ 1,34
40
3. Estime o custo da energia 
utilizada pelas máquinas
Idealmente você precisa utilizar o relógio de medição de energia separado 
somente para a fábrica, assim, você consegue separar mais claramente os 
custos com energia da fábrica das despesas administrativas. Porém, caso isso 
não seja viável atualmente, é possível fazer um cálculo para chegar neste 
valor.
Primeiro, veja na sua conta de luz o valor do kW/h. Depois, verifique a 
potencia nominal da sua máquina. Sendo assim, custo hora com energia = 
potencia da maquina x valor do kW/h. Lembrando que a potencia da sua 
máquina deve estar em kW, caso não esteja, segue algumas conversões de 
unidade de medida que podem ajudá-lo no cálculo:
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 41
Exemplo:
• Valor kW/h na conta de luz R$ 0,61109
• Potencia do Máquina: 7,5 kW
• Custo hora com energia = Potencia da maquina x valor do kW/h
• Custo hora com energia = 7,5 x 0,61109 = R$ 4,58
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 42
4. Meça os consumíveisutilizados 
pelas máquinas
Para apurar o custo com consumíveis, é preciso saber se sua máquina 
consome esse insumo de forma direta ou indireta, pois normalmente 
utilizamos um rateio quando a relação de consumo não é direta. (Grande 
maioria dos casos )
Por exemplo: Em um centro de usinagem um dos consumíveis são as 
pastilhas de metal duro utilizadas no corte. Muitas vezes não é possível 
mensurar esse custo como custo direto, então fazemos o rateio de um 
determinado período.
Por exemplo: Levantamos que a empresa gasta R$ 30.000,00 por ano num 
centro de trabalho com consumíveis.
• (Valor gasto em consumíveis) / (horas uteis por ano)
Cálculo:
• Custo com consumíveis por hora = R$ 30.000,00 / 2024 = R$ 14,82
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 43
5. Calcule o custo da manutenção 
das máquinas
Idealmente suas máquinas deveriam ter um plano de manutenção anual, 
assim fica fácil de estimar o custo com a manutenção e formar o custo da 
máquina. Porém, caso você não tenha esse grau de controle e faz apenas 
manutenções corretivas na máquina, o custo hora máquina fica poluído e 
muito mais caro.
Então vamos considerar a situação não ideal, que provavelmente pode ser a 
realidade da grande maioria das indústrias brasileiras. O fato de não ter o 
plano de manutenção que definiria o custo anual ou mensal da máquina com 
manutenção nos deixaria sem um norte, então, precisamos olhar para o 
passado e levantar o custo gasto com a máquina no ano anterior.
Logo, levantamos que nossa máquina gastou R$ 23.000,00 no ano de 2014. 
Dividindo por 2048 quantidade de horas uteis em 2014 chegamos no valor = 
R$ 11,23
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 44
6. Some os passos anteriores 
para obter o custo total
Então, somando todos os resultados obtidos acima, é possível ter o seguinte 
resultado final para apurar o custo hora máquina de uma indústria:
• Custo Hora do centro de trabalho = Depreciação hora + Custo com a Área 
+ Custo Energia + Custo consumíveis + Custo Manutenção
• Custo Hora do centro de trabalho = R$ 6,67 + R$ 1,34 + R$ 4,58 + R$ 14,82 
+ R$ 11,23 = R$ 38,64 / hora
Ao apurar o custo hora total do seu centro de trabalho, é possível ter uma 
noção se o seu processo produtivo está caro ou barato. Caso esteja caro, você 
poderá tomar decisões para diminuir custos, como o de manutenção ou 
adotar novos métodos produtivos mais baratos para aumentar sua margem 
de lucro na fabricação e venda do seu produto/serviço.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos 45
Apoio:
Como apurar o custo da 
ordem de produção em 5 
passos
Artigo 6
Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ e especialista em implantação de sistemas de gestão 
Industrial na Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração 
submarina, metal-mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.
Thiago Leão
47
Como apurar o custo 
da ordem de produção 
em 5 passos
Para apurar o custo da ordem de produção é 
necessária uma série de ações, como controlar 
efetivamente todos os custos diretos e indiretos 
envolvidos naquela fabricação. Antes de abordar 
efetivamente a apuração do custo, vale a pena falar 
um pouco sobre custos diretos e indiretos.
Como saber se meus 
custos são diretos ou 
indiretos?
A classificação dos itens de custo como diretos ou 
indiretos está relacionada com o grau de facilidade ou 
dificuldade de sua apuração. Quanto mais fácil atribuir 
um item de custo a um produto, mais direto ele é.
Matérias primas, por exemplo, são consideradas como 
itens de custo direto; a mão de obra alocada na 
produção, que coloca a mão na massa também é 
considerada como um item de custo direto. Outros 
itens, como energia elétrica, depreciação de 
máquinas, mão de obra de supervisão e gerência, tem 
sua alocação aos produtos mais difícil, demandando 
critérios de rateio ou direcionadores de custos que 
muitas vezes são arbitrários ou muito difícil de medir e 
por isso são considerados itens de custo indireto.
Se um item de custo tem sua apuração muito difícil e o 
custo da apuração for maior do que o benefício gerado 
pela informação, não recomendo o esforço de 
medição. Vale a máxima: a relevância é mais 
importante do que a precisão. É muito comum na área 
de custos aplicarmos a regra de Pareto, de 80 / 20, 
também conhecido como “dos poucos relevantes e 
dos muitos irrelevantes”. Pois em muitos casos, mais 
de 90% dos custos estão em menos de 10% dos itens 
de custo.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
48
O que é uma ordem de 
produção?
Uma ordem de produção é o documento que dá início aos processos de 
fabricação dos produtos, sendo essencial para gerar as requisições dos 
materiais e considerando todos os componentes necessários e as fases para 
a fabricação determinadas pela sua estrutura
Para apurar o custo real da ordem produção é necessário controlar 
efetivamente todos os custos diretos e indiretos envolvidos naquela 
fabricação. Você fará isso a partir de 5 passos:
1. Registre a entrada de material 
com o custo da compra
O registro de entrada do material que irá ser consumido na ordem deve ser 
feito exatamente no momento que o material entra efetivamente no 
estoque.
Um dos problemas de não controlar o estoque em tempo real é que o 
material pode ser requisitado para a ordem sem mesmo a entrada ter sido 
registrada. Logo, a ordem não é valorizada com o custo do material.
Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
49Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
2. Registre as 
requisições de 
materiais para as 
ordens de produção
Com base nos empenhos e nas necessidades geradas 
a partir da lista de materiais do produto (Bill of
materials), a requisição dos materiais deve ser feita 
para valorizar a ordem.
Basicamente, a ordem se apropria dos custos dos 
materiais empenhados e requisitados nela. O custo 
pode ser médio ou de reposição:
• Custo médio – A média ponderada das entradas no 
estoque.
• Custo de reposição – O valor da última compra.
3. Faça o Apontamento 
hora/homem
O apontamento da mão de obra direta deve ser feita 
religiosamente para que essa apuração seja feita com 
sucesso. Geralmente definimos o valor hora-homem 
para cada especialidade na fábrica. Ou seja, cada 
função na fabricação deve ter um valor hora.
Por exemplo, em uma industria de estrutura metálica 
aonde tempos três funções bem definidas: soldador, 
caldeireiro e torneiro mecânico. 
Para cada função deve-se fazer uma média do custo 
dos profissionais envolvidos (salários + encargos + 
benefícios) Então, se numa ordem de produção existir 
3 operações que devem ser executadas por essas 
especialidade, devemos multiplicar as horas 
apontadas por esse valor hora homem. Assim temos o 
valor de mão de obra direta da ordem de produção.
Os apontamentos podem ser feitos via terminais na 
fábrica, por um funcionário apontador ou por 
formulários na fábrica. Veja aqui as 6 dicas para 
implantar o apontamento no chão de fábrica
50Gestão de custos industriais na prática I: melhores artigos
4. Registre o custo 
hora/máquina
O registro do custo hora máquina se dá através dos 
apontamentos mencionados acima. Contudo, há de 
se ter o cuidado para não confundir o tempo de mão 
de obra direta com o tempo de máquina. Pois em uma 
máquina, muitas vezes, podemos ter dois ou mais 
funcionários trabalhando ao mesmo tempo.
5. Apure o custo 
indireto
Os custos indiretos devem ser registrados e apurados 
no final do mês. Depois dessa apuração devem ser 
rateados para todas as ordens da fábrica. Para esse 
rateio geralmente utilizamos um direcionador de 
custo, que podem ser:
• Hora/máquina
• Hora/homem• Quantidade produzida
• Quantidade de materia prima requisitada
• entre outros.
Importante que o direcionador seja um fator 
determinante de custo para “penalizar” a ordem com 
maior valor agregado.
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Gestão de custos industriais
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