Buscar

CIRURGIAS RECONSTRUTIVAS DE TECIDOS MOLES EM PEQUENOS ANIMAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE 
 
 
 
Rodolfo Uriel de Castro Moraes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIRURGIAS RECONSTRUTIVAS DE TECIDOS MOLES EM 
PEQUENOS ANIMAIS COM ÊNFASE NAS AFECÇÕES PALPEBRAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIRURGIAS RECONSTRUTIVAS DE TECIDOS MOLES EM 
PEQUENOS ANIMAIS COM ÊNFASE NAS AFECÇÕES PALPEBRAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012 
Rodolfo Uriel de Castro Moraes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIRURGIAS RECONSTRUTIVAS DE TECIDOS MOLES EM 
PEQUENOS ANIMAIS COM ÊNFASE NAS AFECÇÕES PALPEBRAIS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Medicina Veterinária da Faculdade 
Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade 
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para 
obtenção do título de Médico Veterinário 
Orientador: Prof. Milton Mikio Morishin Filho. 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012 
Reitor 
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos 
 
Pró-Reitor Administrativo 
Prof. Carlos Eduardo Rangel Santos 
 
Pró-Reitoria Acadêmica 
Profª. Carmen Luiza da Silva 
 
Pró-Reitor de Planejamento 
Prof. Afonso Celso Rangel Santos 
 
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde 
Prof. João Henrique Faryniuk 
 
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária 
Profª. Ana Laura Angeli 
 
Campus Prof. Sydnei Lima Santos (Barigui) 
Rua Sydnei Antonio Rangel Santos 
CEP 82010-330 – Santo Inácio 
Curitiba – PR Fone (41) 3331-7700 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a todos que sonharam e acreditaram comigo. Cada um teve seu papel 
que, por menor que tenha sido, foi essencial no cumprimento desta meta. 
Agradeço a meus mestres, foram eles, cada um há seu tempo e seu modo, que me 
inspiraram e inspirarão a sempre querer aprender mais. 
Aos amigos conquistados durante o caminho do aprendizado... Amigos ontem, 
amigos hoje e certamente amigos amanhã. 
Aos profissionais amigos especiais, Médicos Veterinários, estagiários, enfermeiros e 
demais funcionários do Hospital Veterinário Santa Mônica, em especial ao Dr. 
Ricardo Canever, orientador profissional, pela paciência e cooperação, só tenho que 
agradecer neste momento. 
Ao professor Milton, amigo, por estar sempre ao meu lado, transmitindo-me todo seu 
apoio, pelo incentivo e pela amizade que de forma solidária, só posso repetir muito 
obrigado. 
Aos meus pais, irmãos, pois sei que sempre que precisar de conforto entre eles eu 
vou encontrar. 
A Ana Helena, pelo carinho companheirismo, incentivo, paciência e amor. 
A minha maior gratidão a todos que participam dessa caminhada, pois tenho certeza 
que levo com carinho dentro de mim a semente plantada, aguardando germinar, 
para minha nova vida profissional, um futuro auspicioso. 
O término desta etapa é apenas o inicio de tantas outras que percorrerei na minha 
vida tendo em vocês meus alicerces. 
Obrigado por estarem ao meu lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, 
que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, 
que nos levam sempre aos mesmos lugares. 
É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la teremos, 
para sempre à margem de nós mesmos.” 
 
Fernando Pessoa 
 
 
Resumo 
 
 
A cirurgia reconstrutiva é uma grande ferramenta utilizada na Medicina Veterinária 
atualmente, devido à alta frequência de atendimentos a pequenos animais 
acometidos por lesões cutâneas de diferentes tipos e origens. Nas últimas décadas 
foram desenvolvidas várias técnicas reconstrutivas, o que permitiu assegurar a 
integridade funcional e cosmética do animal, melhorando assim, a sua eficácia e 
fornecendo ao paciente uma melhor qualidade de vida. Em cães e gatos, o sistema 
de circulação local favorece a realização de técnicas reconstrutivas, embora a 
técnica cirúrgica a ser escolhida deve estar de acordo com as limitações do local 
da ferida, obedecer as linhas de tensão e elasticidade da pele bem como a 
quantidade de tecido disponível para a realização do procedimento cirúrgico, 
buscando assim um resultado favorável no pós cirúrgico. O presente trabalho de 
conclusão curso descreve os procedimentos realizados para a correção cirúrgica de 
um paciente portador de afecção palpebral denominada de entrópio e ectrópio 
combinados e descreve também as atividades desempenhadas durante o período 
de estágio obrigatório. 
 
Palavras-chave: Cirurgia Reconstrutiva, afecção palpebral, Entrópio e ectrópio 
combinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
 
Reconstructive surgery is a major tool used in veterinary medicine today, due to the 
high frequency of visits to small animals suffering from skin lesions of various types 
and origins. In the last decades several reconstructive techniques were developed, 
which allowed ensure functional and cosmetic integrity of the animal, thereby 
improving its efficiency and providing improved patient quality of life. In dogs and 
cats, the local circulation system favors the realization of reconstructive techniques, 
although the surgical technique being chosen must comply with the limitations of the 
wound site, obey the lines of skin tension and elasticity as well as the amount of 
tissue available for the surgical procedure, thus seeking a favorable outcome in post 
surgical. This paper describes the course completion procedures performed for 
surgical correction of a patient with eyelid condition called entropion and ectropion 
combined and also describes the activities performed during the period of 
compulsory internship. 
 
Keywords: Reconstructive Surgery, eyelid disorder, Entropion and ectropion 
combined. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 
 
UTP Universidade Tuiuti do Paraná 
HVSM Hospital Veterinário Santa Mônica 
PR Paraná 
Mm Milímetros 
Kg Quilogramas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 13
1.2 APRESENTAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA MÔNICA......... 14
1.3 CASUÍSTICA GERAL E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 18
2.1 O SISTEMA TEGUMENTAR........................................................................ 19
2.2 A ESTRUTURA DA PELE............................................................................ 20
2.3 VASCULARIZAÇÃO..................................................................................... 21
3 CARACTERÍSTICAS DAS FERIDAS CUTÂNEAS..................................... 21
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS................................................................ 22
4 CICATRIZAÇÃO.......................................................................................... 23
5 ENXERTOS CUTÂNEOS............................................................................ 24
6 TENSÃO E ELASTICIDADE DA PELE.......................................................24
6.1 RETALHOS BÁSICOS................................................................................. 25
6.2 RETALHOS PEDICULADOS....................................................................... 26
7 LINHAS DE TENSÃO.................................................................................. 27
7.1 PLASTIA EM V-Y......................................................................................... 27
7.2 Z PLASTIA................................................................................................... 27
8 AS PÁLPEBRAS E SUAS PRINCIPAIS AFECÇÕES................................ 28
8.1 HISTOLOGIA, EMBRIOLOGIA, ANATOMIA E FISIOLOGIA PALPEBRAL. 28
8.2 GENERALIDADES SOBRE AS DOENÇAS PALPEBRAIS EM CÃES........ 30
8.3 CONSIDERAÇÕES PRÉ OPERATÓRIAS................................................... 30
8.4 ANTIBIOTICOTERAPIA............................................................................... 31
9 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS RECONSTRUTIVOS 
RELACIONADOS ÀS AFECÇÕES PALPEBRAIS.....................................
31
9.1 TRAUMA PALPEBRAL................................................................................ 31
9.2 ENTRÓPIO................................................................................................... 32
9.2.1 Entrópio congênito....................................................................................... 33
9.2.2 Entrópio espástico........................................................................................ 33
9.2.3 Técnicas reconstrutivas................................................................................ 34
9.3 ECTRÓPIO................................................................................................... 37
9.3.1 Técnicas reconstrutivas................................................................................ 37
9.4 ENTRÓPIO E ECTRÓPIO COMBINADOS.................................................. 40
9.4.1 Técnicas reconstrutivas................................................................................ 41
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA MÔNICA................................. 14
FIGURA 2 – ESTRUTURA FÍSICA HVSM............................................................. 15
FIGURA 3 – EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICO................................................ 16
FIGURA 4 – O SISTEMA TEGUMENTAR.......................................................... 20
FIGURA 5 – RETALHOS PEDICULADOS.......................................................... 26
FIGURA 6 – INCISÃO TRIANGULAR AVANÇANDO PARA COBRIR UM 
DEFEITO, NA FORMA DE V–Y......................................................
27
FIGURA 7 – Z PLASTIA...................................................................................... 28
FIGURA 8 – FETO CANINO COM 39 DIAS DE GESTAÇÃO............................. 29
FIGURA 9 – REPARAÇÃO CIRÚRGICA DA PÁLPEBRA.................................. 32
FIGURA 10 – PREGUEAMENTO PALPEBRAL COM ENTRÓPIO...................... 34
FIGURA 11 – MÉTODO DE HOTZ-CELSUS........................................................ 35
FIGURA 12 – MÉTODO DE HOTZ-CELSUS MODIFICADO................................ 35
FIGURA 13 – CORREÇÃO EM Y PARA V........................................................... 36
FIGURA 14 – TARSORRAFIA LATERAL.............................................................. 36
FIGURA 15 – TREPANAÇÃO............................................................................... 38
FIGURA 16 – RESSECÇÃO EM CUNHA............................................................. 39
FIGURA 17 – CORREÇÃO EM V PARA Y........................................................... 39
FIGURA 18 – MÉTODO DE KUHNT-SZYMANOWSKI MODIFICADO................. 40
FIGURA 19 – ENTRÓPIO E ECTRÓPIO COMBINADOS..................................... 40
FIGURA 20 – BLEFAROPLASTIA LATERAL........................................................ 41
FIGURA 21 – RESSECÇÃO DE MASSA PALPEBRAL........................................ 43
FIGURA 22 – RECONSTRUÇÃO DA MARGEM PALPEBRAL............................ 44
FIGURA 23 – RECONSTRUÇÃO LÁBIO – PARA - PÁLPEBRA.......................... 44
FIGURA 24 – MATERIAL CIRÚRGICO................................................................. 45
FIGURA 25 – PACIENTE PORTADOR DE ENTRÓPIO E ECTRÓPIO 
COMBINADOS................................................................................
48
FIGURA 26 – SEQUENCIAL DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO....................... 50
FIGURA 27 – CUIDADOS PÓS OPERATÓRIO.................................................... 51
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS 
 
 
GRÁFICO 01 - NÚMERO DE ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS 
DURANTE O ESTÁGIO............................................. 
16 
GRÁFICO 02 - NÚMERO DE CIRURGIAS ACOMPANHADAS 
DURANTE O ESTÁGIO............................................. 
17 
GRÁFICO 03 - NÚMERO DE ACOMPANHAMENTOS CLÍNICOS E 
INTERNAMENTOS.................................................... 
18 
 
TABELA 01 - CLASSIFICAÇÃO HISTOGÊNICA E FREQUÊNCIA 
DOS TUMORES PALPEBRAIS NOS CÃES.............. 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A medicina veterinária dos animais de companhia tem se desenvolvido 
extremamente, em todas as suas áreas. Evidenciamos uma maior consciência e 
conhecimento da população referente aos cuidados adequados com os animais. A 
relação proprietário-animal se estreita a cada dia, e esta relação conduz o médico 
veterinário cada vez mais, a buscar especializações e avanços em novas 
tecnologias. Observa-se que as especialidades médicos cirúrgicas em sua ampla 
área, já são uma realidade neste âmbito, e muitos médicos veterinários se 
especializam em cirurgia, neurologia, dermatologia, oftalmologia, oncologia, 
ortopedia, odontologia, anestesiologia, entre outras. 
O presente relatório tem como finalidade abordar os procedimentos e 
atividades realizadas durante o estagio curricular obrigatório, sob orientação do 
professor Milton Mikio Morishin Filho, docente responsável pelas disciplinas de 
Técnica e Clínica Cirúrgica na Universidade Tuiuti do Paraná -UTP. 
O estágio foi realizado durante o período de 30 de julho até 23 de outubro 
deste ano, totalizando 360 (trezentas e sessenta) horas divididas em seis horas 
diárias, de segunda à sexta-feira, pelo período da manhã, das 08 às 14 horas. 
O local escolhido foi o Hospital Veterinário Santa Mônica (HVSM), localizado 
na Avenida Brigadeiro Franco, 4029, em Curitiba-PR, um dos centros médico 
veterinários de referência nesta cidade, que é composto por uma ótima infraestrutura 
e uma equipe extremamente capacitada. 
O objetivo do estágio foi acompanhar o atendimento clínico e cirúrgico dos 
pacientes da rotina buscando assim um aprendizado concreto. 
Neste relatório está exposta a descrição sintetizada da estrutura física do 
HVSM, sua casuística no período referido e um relato de caso com sua respectiva 
bibliografia. 
Os temas abordados neste trabalho de conclusão de curso foram escolhidos 
por serem atuais, seja por seu alto índice de incidência ou por seu interesse didático, 
sendo de extrema relevância para a prática da medicina veterinária de pequenos 
animais. 
 
 
1.2 APRESENTAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA MÔNICA 
 
O Hospital Veterinário Santa Mônica (HVSM), foi fundado em 2008, 
entretanto, vem atuando no mercado Curitibano desde 1991, como Clínica 
Veterinária Santa Mônica. Sua fachada está ilustrada na figura 1 abaixo. 
 
FIGURA 1 – HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA MÔNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O HVSM possui atendimcom equipamento médico atua
profissionais motivada e pronta 
O espaço físico do 
espera/recepção; quatro consu
para gatos; ala de isolamento
confirmação de doença in
ultrassonografia, alé
pronto para que sejam realizad
ilustra a estrutura física do HVS
 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal 
ento de plantão 24 (vinte e quatro) horas, contando 
lizado e destacando-se por possuir uma equipe de 
a prestar um serviço de qualidade a seus clientes. 
HVSM oferece a seus clientes uma sala de 
ltórios; um internamento geral e um internamento 
 onde são colocados os animais com suspeita ou 
fectocontagiosa; uma sala de radiografias e 
o, preparado e sempre 
m de um centro cirúrgico bem equipad
os quaisquer procedimentos. A figura 2, que segue, 
M. 
 
FIGURA 2 – ESTRUTURA FÍSICA HVSM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
B
C 
D 
A) consultório B) isolamento C) centro cirúrgico D) e ergência. FONTE: Arquivo pessoal 
 
Os médicos veterinários apresentam-se divididos em áreas de interesse, 
atuando em áreas muito diversas, tais como a oftalmologia, terapia intensiva, 
neurologia, oncologia, ortopedia, odontologia, dermatologia, dentre outras. 
Como serviço de apoio, o HVSM possui departamento de diagnostico por 
imagem e laboratório de patologia clínica, como demonstra a figura 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
m
 
 
 
 
FIGURA 3 – EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICO 
 
 
 
 
 
 
C 
 
A) Laboratório de patologia B) Sala de ultrassonografia C) Sala de Raios – X. 
FONTE: Arquivo pessoal 
 
1.3 CASUÍSTICA GERAL E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO 
 
Durante o período de estágio foi possível acompanhar grande quantidade de 
atendimentos, como se observa no gráfico 1. 
Os atendimentos realizados perfizeram um número total de 222 pacientes. 
Sendo que a maioria foi de cães, num total de 198 atendimentos, desde filhotes a 
pacientes geriátricos. Já os felinos totalizaram 24 pacientes, número este que se 
justifica ainda por ser o cão uma preferência regional como animal de companhia. 
 
GRÁFICO 1 - NÚMERO DE ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO 
 
A casuística, incluindo caninos e felinos, foi dividida em duas categorias: 
acompanhamento cirúrgico e clínico, onde vale ressaltar que, dentre os casos 
clínicos, ficava estipulado o acompanhamento das consultas e de pacientes 
internados, além do auxílio durante os procedimentos de diagnóstico. 
As cirurgias realizadas foram distribuídas entre cinco grandes grupos de 
maneira generalizada, a saber: cirurgias do sistema tegumentar (biópsias, 
nodulectomias, correção de afecções palpebrais, plastias de pele), cirurgias 
urogenitais, cirurgias oftálmicas, cirurgias ortopédicas, bem como o 
acompanhamento dos tratamentos odontológicos, como ilustra o gráfico 2 abaixo. 
 
 GRÁFICO 2 – NÚMERO DE CIRURGIAS ACOMPANHADAS DURANTE O ESTÁGIO 
 
 
 
Os casos clínicos acompanhados, demonstrados no gráfico 3, também foram 
pesquisados e discutidos durante o período em que se cumpriu o estágio obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GRÁFICO 3 - NÚMERO DE ACOMPANHAMENTOS CLÍNICOS E INTERNAMENTOS 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
O estudo do tratamento e reparação de feridas cutâneas possui extrema 
importância em medicina veterinária devido à alta frequência no atendimento de 
pequenos animais acometidos por lesões de diferentes tipos e origens (WENDT 
2005). 
A pele corresponde ao maior órgão dos vertebrados e é fundamental para a 
defesa e sobrevivência dos animais. Esta estrutura corresponde a 24% do peso 
corporal de um filhote e a 12% do peso de um animal adulto, recobrindo a superfície 
corpórea e atuando como uma barreira seletiva entre este e o meio externo, 
impedindo a entrada de microorganismos e toxinas, além de evitar a perda de 
fluidos, eletrólitos e calor. A perda da integridade da pele pode resultar em um 
desequilíbrio fisiológico substancial, e até mesmo a morte (WENDT 2005; 
THEORET, 2009). 
Um ferimento corresponde a uma interrupção da integridade anatômica, 
fisiológica e funcional dos tecidos do corpo. De acordo com as características da 
pele de cada animal, a tolerância à lesão é variável devido às características físicas 
como a vascularização e elasticidade peculiares a cada espécie animal 
(AMALSADVALA &SWAIN, 2006). 
A cicatrização de uma ferida é um termo utilizado para descrever o processo 
que naturalmente ocorre na pele lesionada com a finalidade de restaurar a 
integridade do tecido perdido formando uma cicatriz de colágeno. Existem tanto 
fatores endógenos como exógenos capazes de afetar a cicatrização dos tecidos 
lesionados, que devem ser levados em consideração para o sucesso no tratamento 
dos pequenos animais (GREGORY,1999; FOSSUM 2007). 
Todas as cirurgias reconstrutivas abrangem as intervenções que são 
realizadas para reparar ou mesmo reconstruir uma área da pele que tenha sido 
danificada ou destruída por um ferimento e ou traumas, por tumores, por uma 
anomalia congênita ou por sequela iatrogênica. As cirurgias reconstrutivas visam 
restaurar a anatomia local, corrigindo disfunções ou perdas, quer sejam sensitivas e 
ou motoras. 
As lesões de pele de grandes proporções em pequenos animais necessitam 
de reparações cirúrgicas e para as regiões com pouca elasticidade e de difícil 
aplicação de retalhos pediculados, a enxertia cutânea é a técnica ideal. A maneira 
pela qual um ferimento é tratado é essencial para favorecer o processo de 
cicatrização embora esteja a cicatrização diretamente relacionada à quantidade de 
tecido perdido ou danificado e à presença ou não de infecção no local da lesão 
(PAVLETIC, 2010). 
 
 
2.1 O SISTEMA TEGUMENTAR 
 
A pele é composta de epiderme, derme e anexos. A camada externa da pele 
é a epiderme que corresponde à camada mais fina, sendo a camada cutânea 
protetora. A epiderme é mais delgada em áreas com abundante pelame e mais 
espessa em áreas onde o pelame é mais escasso (FOSSUM, 2007). 
A epiderme mais espessa está localizada nos coxins e na área 
correspondente ao focinho, regiões onde o extrato córneo é mais abundante. A 
epiderme é avascular recebendo a nutrição por meio dos capilares da derme. 
(FOSSUM, 2007). 
A derme apresenta função protetora e de sustentação, sendo o local onde 
localizam-se as glândulas sebáceas e folículos pilosos. Apresenta ainda fibras 
colágenas, elásticas e reticulíneas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A derme tem a 
importante função de nutrir a epiderme, pois esta exige uma constante reposição de 
nutrientes necessários para manter a atividade mitótica (IRION, 2005). Descrevem-
se na derme duas camadas, de limites pouco distintos, que são a: papilar 
(superficial) e a reticular, mais profunda (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A derme 
é vascularizada, constituída por células como macrófagos, plasmócitos, mastócitos 
além de vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículos pilosos, glândulas, ductos, 
fibras musculares (FOSSUM, 2007). 
A hipoderme que também é chamada de camada ou tecido subcutâneo, está 
localizado abaixo da derme, rica em gordura e serve como amortecedor para a 
derme e a epiderme. Nesta camada se encontram fibras colágenas provenientes da 
derme que se cruzam entre as células gordurosas acumuladas, fornecendo uma 
conexão entre as camadas superficiais da pele e a camada subcutânea (SAMPAIO, 
RIVITTI, 2001; STEVENS, LOWE, 2001; REMINGTON, 2004). 
 
 
 FIGURA 4 – O SISTEMA TEGUMENTAR 
 
FONTE: Portal São Francisco, disponível em <http://www.portalsaofrancisco.com.br> 
 
 
2.2 A ESTRUTURADA PELE 
 
Pelo desenvolvimento embrionário, a pele é diferenciada em duas camadas 
principais, a camada externa que se desenvolve a partir do ectoderma, que é a 
epiderme, e a camada mais profunda (a derme e o subcutâneo) provenientes do 
mesoderma (KOLB, 1987). 
O extrato germinativo consiste em uma camada simples de células cilíndricas, 
que se encarregam, por meio da divisão, da reposição constante das camadas 
epiteliais superficiais. O estrato germinativo e o estrato espinhoso são os locais onde 
se encontram os corpúsculos pigmentares, melanina. Em direção ao estrato córneo, 
o teor de pigmento da epiderme fica cada vez menor (KOLB, 1987). 
 
 
2.3 VASCULARIZAÇÃO 
 
Diferente do que ocorre em humanos, macacos e suínos, que possuem um 
sistema de vascularização com os vasos primários suprindo a pele denominado 
músculo cutâneo que correm perpendicularmente a superfície da pele enquanto que 
em cães e gatos os vasos se aproximam e seguem paralelamente a pele e são 
denominados de vasos cutâneos diretos. Por essa razão determinadas técnicas de 
enxertos pediculados utilizadas na medicina tem sua aplicação limitada a pequenos 
animais. Artérias e veias terminais ramificam-se a partir de vasos cutâneos diretos 
formando plexos subdérmicos, cutâneos e subpapilares (FOSSUM, 2007). 
 
 
3 CARACTERÍSTICAS DAS FERIDAS CUTÂNEAS 
 
As feridas são interrupções da integridade cutâneo-mucosa e resultam dos 
desequilíbrios e agravos da saúde da pele (IRION, 2005). De acordo com as 
características de cada animal, a tolerância à lesão também varia, como em cães e 
gatos, pois estes possuem um maior desenvolvimento da elasticidade cutânea 
(SLATTER, 2007). 
As lesões podem ser classificadas, quanto ao agente causador, em incisa ou 
cortante; contusa; lacerada; perfurante; penetrante; escoriação; térmica ou 
queimadura; patológica; iatrogênica, amputação. Quanto à evolução são 
classificadas em ferida aguda ou crônica (IRION, 2005). 
De modo geral, a causa da lesão determina a gravidade e a sua extensão, 
bem como o envolvimento de tecidos adjacentes. Por outro lado, independente do 
tipo da lesão, o reparo cirúrgico pode ser realizado imediatamente ou deve ser 
postergado se houver infecção, o que contribuirá para a deiscência da sutura 
(SLATTER, 2007). 
 
 
3.1 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS 
 
A forma de classificação mais aceita leva em consideração três aspectos 
básicos: nível de contaminação, grau de exposição tecidual e localização 
(LACERDA NETO, 2005). 
O nível de contaminação indica a divisão entre ferida aberta (com laceração e 
perda de pele) e ferida fechada (com esmagamento e contusões) que podem não 
evidenciar lesões graves nas camadas mais profundas da pele e dos tecidos 
subjacentes (SLATTER, 2007). 
As feridas abertas podem ser diferenciadas pelo grau de contaminação, pelo 
tempo de exposição, pela causa e pela profundidade da lesão. As causas mais 
comuns de lesões abertas são abrasão, avulsão, incisão, laceração e punção. 
(SLATTER, 2007). 
A contaminação das feridas abertas acaba sendo um empecilho no 
tratamento cirúrgico da lesão. Desta forma, estas feridas são classificadas de acordo 
com o grau de contaminação, segundo Slatter (2007): 
 
• Classe I - com laceração, limpas, de zero a seis horas de duração; 
• Classe II - com laceração, de seis a doze horas de duração e 
significativa contaminação; 
• Classe III - com doze ou mais horas de duração e intensa 
contaminação. 
 
Atualmente a classificação é realizada estritamente de acordo com o grau de 
contaminação. Assim feridas limpas são as feridas cirúrgicas; feridas contaminadas, 
mas limpas, aquelas com mínima contaminação, de fácil tratamento; as feridas 
contaminadas, ou seja, sujas infectadas, aquelas com processo infeccioso ativo e 
com a presença de exsudato (SLATTER, 2007). 
Independente das classificações adotadas, a viabilidade e o sucesso de uma 
cirurgia reconstrutiva dependem da boa avaliação por um veterinário experiente da 
viabilidade dos tecidos envolvidos com a área lesionada. Nem sempre o tempo de 
exposição dos tecidos é tão importante quanto à verificação das defesas já ativas no 
processo, da avaliação de possível resistência e do tratamento realizado do 
momento da lesão até sua avaliação (SLATTER, 2007). 
Resumindo, feridas contaminadas podem ser ocluídas depois de sua 
desinfecção adequada, assim como as feridas infectadas, cujos tecidos se 
apresentem contaminados, mas possam ser removidos completamente de maneira 
a não contaminarem o campo cirúrgico também podem ser ocluídas, embora em 
caso de dúvidas sempre considerar a contaminação e manter a ferida aberta 
(SLATTER, 2007). 
 
4 CICATRIZAÇÃO 
 
A cicatrização é um processo biológico que restaura a continuidade do tecido 
após uma lesão. Trata-se de uma combinação de eventos físicos, químicos e 
celulares que restauram um tecido substituindo-o por colágeno. O processo de 
cicatrização inicia-se imediatamente após a lesão ou incisão e correspondem a 
quatro fases: fase inflamatória, debridamento, reparação e maturação do tecido 
lesionado. A cicatrização é, portanto, dinâmica, com seus estágios ocorrendo 
simultaneamente. A cicatrização é influenciada por fatores do hospedeiro, pelas 
características da ferida e outros fatores externos (FOSSUM, 2007). 
De acordo com Tazima (2008), existem três formas pelas quais uma ferida 
pode cicatrizar: 
 
I. Primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as 
bordas são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, 
ausência de infecção e mínimo edema. A formação de tecido de 
granulação não é visível. 
II. Segunda intenção: neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva 
de tecido com a presença ou não de infecção. A aproximação primária 
das bordas não é possível. As feridas são deixadas abertas e se 
fecharão por meio de contração e epitelização. 
III. Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida (pele 
e subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre 
principalmente quando há presença de infecção na ferida, que deve ser 
tratada primeiramente, para então ser suturada posteriormente. 
 
 
5 ENXERTOS CUTÂNEOS 
 
Um enxerto cutâneo corresponde a um segmento da epiderme e da derme 
que é completamente removido de uma área e transferido para o local receptor 
(HEADLUND, 1997). 
Os enxertos são classificados em: 
 
• Autoenxerto – enxertos autógenos, onde os receptores e doadores 
pertencem ao mesmo animal; 
• Aloenxertos - homoenxertos, nos quais receptores e doadores são 
geneticamente diferentes, mas da mesma espécie; 
• Xenoenxertos – heteroenxertos, quando receptores e doadores 
encontram-se em animais de espécies diferentes; 
• Isoenxertos – enxertos realizados entre gêmeos idênticos; 
 
Do ponto de vista clínico, os autoenxertos são o tipo mais bem sucedido de 
enxertia, e são utilizados como enxerto permanente. Os xenoenxertos e os 
aloenxertos podem ser utilizados como revestimento temporário, pois sempre ocorre 
certo nível de rejeição por parte do hospedeiro (SWAIM,1993). 
 
 
6 TENSÃO E ELASTICIDADE DA PELE 
 
As cirurgias reconstrutivas são comumente realizadas no intuito de corrigir 
lesões provocadas por traumatismos, melhorar anomalias congênitas ou em 
reparações pós cirúrgicas oncológicas. O importante é escolher a técnicas ou as 
técnicas apropriadas à correção que se deseja realizar, assim evitam-se 
complicações desnecessárias. Defeitos extensos ou irregulares podem ser ocluídos 
utilizando técnicas de relaxamento, plastia como, por exemplo, V-Y plastia ou Z 
plastia. Defeitos extensos em extremidades muitas vezes exigem a mobilizaçãode 
tecidos de outros locais, como por exemplo, os retalhos pediculados, já os enxertos 
correspondem a transferência de um segmento de pele para um local distante – 
receptor. Técnicas cirúrgicas meticulosas devem ser cuidadosamente planejadas pra 
evitar a excessiva linha de tensão, retorceu e claro o comprometimento circulatório. 
A quantidade de tecido disponível para a realização destes procedimentos varia de 
animal para animal e claro entre as raças (FOSSUM, 2007). 
 
 
6.1 RETALHOS BÁSICOS 
 
Desenvolvimento de retalhos locais pode ser necessário quando a oclusão 
primária da pele resulta em tensão excessiva. Retalhos cutâneos locais dependem 
do suporte sanguíneo contido no plexo subdermal e varia segundo a localização 
corporal. Os retalhos podem tanto avançar ou podem ser girados até 90° para cobrir 
um defeito adjacente (TOBIAS, 2011). 
Retalhos em que a pele é deslizada não causam ferimentos adicionais ao 
paciente. Já quando se faze necessária grande quantidade de tecido para oclusão 
do ferimento, ou seja, um retalho hiperpediculado, o ferimento resultante ao lado 
doador pode ser suturado ou pode ser deixado aberto para que ocorra sua 
cicatrização por meio da granulação tecidual (TOBIAS, 2011). 
Como a oclusão de ferimentos com retalhos de avanço depende da pele a ser 
estirada, é possível que estruturas anatômicas próximas sofram distorções. Estas 
distorções podem ser minimizadas quando se utiliza os retalhos rotacionais 
(TOBIAS, 2011). 
 
 
 
 
 
6.2 RETALHOS PEDICULADOS 
 
Os retalhos pediculados correspondem a “línguas” de epiderme e derme 
particularmente destacadas de locais doadores e utilizadas com o intuito de ocluir 
lesões. A base do pedículo contém o suprimento sanguíneo essencial para a 
sobrevivência do retalho. Retalhos pediculados geralmente permitem cobertura 
imediata do leito de uma ferida, evitando assim a cicatrização prolongada, a 
formação exacerbada da cicatriz, bem como sua contração, associadas a 
cicatrizações por segundas intenções (FOSSUM, 2007). 
Segundo Fossum (2007), os retalhos podem ser classificados como: 
 
• Retalhos de avanço; 
• Retalhos rotacionados; 
• Retalhos de transposição; 
• Retalhos de interpolação; 
• Retalhos em bolsa e em dobradiça; 
• Retalhos de Padrão Axial 
 
 FIGURA 5 – RETALHOS PEDICULADOS 
 
 FONTE: TOBIAS, 2003, p.27. 
 
 
 
 
7 LINHAS DE TENSÃO 
 
As linhas de tensão cutânea correspondem à direção predominante das 
forças de tensão criadas pelo tecido fibroso cutâneo; A tensão e a elasticidade 
podem ser avaliadas de forma prática segurando a pele entre os dedos como uma 
pinça e, seguidamente, após sua liberação ocorre à retração espontânea 
(HEDLUND, 2007). 
 
7.1 PLASTIA EM V - Y 
 
 Esta técnica proporciona um alívio de tensão limitado, sendo utilizada 
principalmente para a realização de pequenos ajustes na tensão cutânea de forma a 
permitir a oclusão da lesão. Este recurso é muito utilizado em cirurgias de correção 
palpebral, para corrigir feridas crônicas e inelásticas (FOSSUM, 2007; HEDLUND, 
2007). 
 
FIGURA 6 – INCISÃO TRIANGULAR AVANÇANDO PARA COBRIR UM DEFEITO, NA FORMA DE 
V–Y 
 
FONTE: 5 minute consult, disponível em <http://www.5minuteconsult.com> 
 
 
 
 
7.2 Z PLASTIA 
 
O procedimento em “Z” é uma técnica que alonga ou relaxa uma incisão. O Z 
pode ser incorporado à ferida ou mesmo ser adjacente, para facilitar o fechamento 
com menos tensão. A haste central do Z é a incisão primária, já os dois braços do Z 
devem ser executados do mesmo tamanho da haste central; A angulação pode 
variar entre 30° e 90° (FOSSUM, 2007). 
 
FIGURA 7 – Z PLASTIA 
 
 FONTE: Pardeehospital, disponível em <http://www.pardeehospital.kramesonline.com> 
 
 
8 AS PÁLPEBRAS E SUAS PRINCIPAIS AFECÇÕES 
 
8.1 HISTOLOGIA, EMBRIOLOGIA, ANATOMIA E FISIOLOGIA PALPEBRAL 
 
As pálpebras são dobras cutâneas músculo fibrosas, localizadas à frente do 
adito da órbita e contíguas com a pele da face do animal. Recobrem parte do bulbo 
ocular, dividindo-se em superior, a pálpebra mais móvel, e pálpebra inferior 
(SAMUELSON, 1999). 
As pálpebras se formam a partir da superfície do ectoderma, juntamente com 
a epiderme, cílios e epitélio conjuntival; a crista neural mesenquimatosa origina as 
estruturas mais profundas, como a derme e o tarso. As pálpebras crescem juntas e 
se alongam para recobrir o olho. Durante a formação das pregas palpebrais, as 
pálpebras e parte da superfície ocular são revestidas pela conjuntiva, desenvolvida a 
partir da superfície do ectoderma. Nos cães, suas bordas se fundem aos 32 dias de 
vida uterina e a separação ocorre aproximadamente entre o décimo e décimo quarto 
dia após o nascimento (COOK,1999, SLATTER, 2007). Este período anquilobléfaro 
fisiológico é necessário aos carnívoros devido a relativa imaturidade dos tecidos dos 
olhos e de seus anexos , incluindo a musculatura palpebral e o aparelho lacrimal, no 
momento do nascimento (BEDFORD, 1999). Segundo Gelatt (2003), durante o 
período anquilobléfaro (FIGURA 08) é observada uma pequena abertura no canto 
medial. Embora não existam estudos sobre a formação palpebral nos cães, nos 
humanos elas aparecem no segundo mês de vida intrauterina sob a forma de uma 
dobra anular recobrindo o esboço ocular, formando duas pregas que se juntam e 
delimitam a fenda palpebral rudimentar. No sétimo mês as pálpebras se separam e 
suas bordas estarão completamente livres ao nascimento (DANTAS 2003). 
 
FIGURA 8 – FETO CANINO COM 39 DIAS DE GESTAÇÃO 
 
FONTE: Portal da veterinária, disponível em <http://www.portaldeveterinaria.com> 
 
As pálpebras são nutridas pelas artérias palpebral medial e lateral, que são 
ramos da artérias oftálmica e da lacrimal, sendo a drenagem realizada através da 
veia oftálmica, veias frontais e temporais. A inervação palpebral é similar em todas 
as espécies, ou seja, os ramos motores provém do nervo facial supraorbital, 
supratroclear, lacrimal e infraorbital – sensitivo, já o simpático é proveniente do 
simpático cervical. Os principais músculos palpebrais, o orbicular do olho e o 
levantador da pálpebra superior, são inervados respectivamente pelos nervos facial 
e oculomotor (SAMUELSON, 1999; SLATTER, 2007; DANTAS, 2003). 
As principais funções da pálpebra são a proteção física do globo ocular contra 
traumas; captação de estímulos sensoriais, através dos cílios que desencadeiam os 
reflexos protetores; controle parcial da entrada de luz para o globo ocular; produção 
de componentes das camadas lipídicas e do filme lacrimal, respectivamente pelas 
glândulas tarsais e células caliciformes; bombeamento do filme lacrimal através do 
ducto nasolacrimal, evitando a epífora e mantendo sua espessura constante através 
da conjuntiva palpepral (SAMUELSON, 1999; SLATTER, 2007). 
 
8.2 GENERALIDADES SOBRE AS DOENÇAS PALPEBRAIS EM CÃES 
 
As pálpebras apresentam várias doenças características da pele, que podem 
ser modificadas por estruturas especializadas que compõem as pálpebras. Além 
disso algumas anormalidades estruturais e patológicas da pálpebra frequentemente 
resultam em doenças oculares secundárias, especialmente aquelas que envolvem a 
conjuntiva e a córnea (SLATTER, 2007). 
As anormalidades congênitas, as alterações traumáticas envolvendo as 
pálpebras, infecções, inflamações e doenças neoplásicas são condições bem 
definidas, mas as alterações conformacionais relacionadas a determinadas raças 
ainda são pouco estudadas. As pálpebras constituem a causa de irritação ocular 
crônica, notadamente em quadros de entrópio,ectrópio, triquíase e distiquíase. O 
diagnóstico das doenças palpebrais é fácil, mas a execução da blefaroplastia para 
sua correção requer uma habilidade especial do cirurgião (BEDFORD & 
GELLATT,2003). A má condução do procedimento cirúrgico para a correção 
palpebral pode determinar lesões da córnea que, em casos extremos, levam o 
animal à perda da função visual (GELATT, 2003). 
Segundo Gelatt (2003), a estreita relação das pálpebras com o filme lacrimal 
e a córnea é importante no sucesso do tratamento das enfermidades palpebrais. 
 
8.3 CONSIDERAÇÕES PRÉ OPERATÓRIAS 
 
A cirurgia oftálmica bem sucedida requer um diagnóstico correto, uma escolha 
adequada do método cirúrgico, atenção aos detalhes e instrumentação e 
equipamentos apropriados. Cada animal deve ser minuciosamente examinado para 
verificação de anormalidades concomitantes, isso deve incluir um exame físico 
completo e diagnóstico apropriado (FOSSUM, 2007). 
Em relação à prática cirúrgica, a tricotomia deve ser cuidadosa para evitar 
lesões cutâneas que potencializem o autotraumatismo. Utiliza-se uma solução de 
lavagem de povedina iodada diluída a 1-50, evitando que ela entre em contato com 
o globo ocular. Não se deve esfregar a pele exageradamente. Irriga-se a conjuntiva 
com soro fisiológico estéril. De preferência deve-se ter acesso a uma lente de 
aumento, lupa ou microscópio cirúrgico (DELGADO, 2005). 
Iniciar, antes da cirurgia, o tratamento das úlceras de córnea e da conjuntivite. 
Antes de anestesiar o animal, estimar a quantidade de pele a ser removida 
(FOSSUM, 2007). 
 
 
8.4 ANTIBIOTICOTERAPIA 
 
Uma razão pela qual os antibióticos perioperativos são frequentemente 
administrados nos animais em cirurgia periocular é a existência de potencias 
patógenos na microbiota normal da conjuntiva, das glândulas lacrimais e das 
glândulas tarsais. As bactérias mais frequentemente recuperadas de úlceras de 
córnea são Staphylococcus e Streptococcus spp., as quais são sensíveis à maioria 
dos antibióticos. A administração de corticoesteróides, devido às suas propriedades 
antiinflamatórias e imunossupresoras locais e sistêmicas, é outra razão para a 
administração de antibióticos. As preparações oftálmicas contendo bacitracina, 
polimixina e neomicina são frequentemente escolhidas para a profilaxia 
perioperatório (FOSSUM, 2007). 
 
 
9 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS RECONSTRUTIVOS RELACIONADOS ÀS 
AFECÇÕES PALPEBRAIS 
 
9.1 TRAUMA PALPEBRAL 
 
Traumatismos palpebrais geralmente são atribuídos às feridas por 
mordeduras e acidentes automobilísticos e necessitam de reparo o mais breve 
possível para proteger a córnea e manter um efetivo reflexo palpebral, uma vez que 
a cicatrização por segunda intenção pode resultar em fibrose considerável e 
consequente distorção das pálpebras e das margens palpebrais. O 
reposicionamento direto é possível somente quando a perda tecidual é inferior a um 
terço da margem palpebral. Lesões maiores que isso requerem retalhos avantajados 
ou enxertos para o reparo. Vale ressaltar que não importa o tamanho do retalho de 
tecido decorrente da laceração, ele deve ser preservado e, caso isso não seja 
possível, a margem palpebral poderá ser reconstruída (FOSSUM, 2007). 
 
FIGURA 9 – REPARAÇÃO CIRÚRGICA DA PÁLPEBRA 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.265. 
 
9.2 ENTRÓPIO 
 
Entrópio é uma condição caracterizada por uma inversão da margem 
palpebral, inferior ou superior, condição esta em que os cílios atritam contra a 
córnea, resultando em injúria frequente, causando uma irritação superficial da 
conjuntiva e da córnea. Quando essa irritação é severa, o paciente sentirá constante 
dor e poderão ocorrer ulcerações e auto traumatismo (SLATTER, 2007: GELATT. 
2003). 
O entrópio pode ser classificado das seguintes formas clínicas: 
a) Congênito 
b) Espástico 
c) Cicatricial 
d) Mecânico 
Em animais, as etiologias mais frequentes são as de entrópio congênito, 
espástico e traumático (CRUZ; CHAHUD; GUIMARAES, 1997; FOSSUM, 2007; 
SLATTER, 2007). 
 
 
9.2.1 Entrópio congênito 
 
O entrópio congênito é o mais observado na medicina veterinária e é 
considerada uma doença de base genética, com elevada predisposição racial. 
Dentre as raças mais comumente afetadas, encontramos o Chow Chow, Buldogue 
Ingles, São Bernardo, Cocker Spainel Americano e Inglês, Basset Hounds, 
Rottweiler, Poodle, entre outras. Com o aumento da popularidade e a reprodução 
disseminada da raça Shih Tzu, esta também passou a ser incluída como predisposta 
a esta afecção (CHRISTMAS et al,1992; GELATT, 2003; SLATTER, 2007). 
É usualmente uma afecção bilateral, mas frequentemente observada em cães 
e raramente em gatos, onde a porção lateral da pálpebra inferior é a mais afetada, 
seguida pela pálpebra superior e raramente pela porção medial da pálpebra inferior 
(SLATTER, 2007). 
O diagnóstico deve ser feito após a avaliação física do globo ocular e seus 
anexos. Quando a pálpebra apresenta-se invertida, os pelos faciais ficam em 
contato direto com a córnea (BIRCHARD&SCHERDING, 2003). 
 
 
9.2.2 Entrópio espástico 
 
Comumente é bilateral e pode afetar o animal em qualquer fase da vida. A 
causa da inversão palpebral é o espasmo do músculo orbitário, secundariamente à 
injúria ocular, que pode ser o blefaroespasmo, triquíase, distiquíase, corpo estranho 
lesões de córnea e conjuntiva (SLATTER, 2007; STAINKI, 2006). 
O tratamento inicial é direcionado para a correção da causa original do atrito. 
O sucesso do tratamento envolve a remoção do agente irritante (FOSSUM 2007). 
 
 
9.2.3 Técnicas reconstrutivas 
 
Segundo Fossum (2007), a seleção da técnica reconstrutiva deve basear-se 
na espécie animal, gravidade e posição da anormalidade, devendo-se levar em 
consideração que os índices de sucesso com menores complicações necessitam de 
trauma tecidual mínimo, ressecção tecidual acurada e boa hemostasia. As úlceras e 
conjuntivite devem ter o tratamento iniciado antes do procedimento cirúrgico. 
Em neonatos e jovens (até 20 semanas) o entrópio pode ser temporariamente 
revertido para uma posição mais anatômica através da utilização de uma gota de 
adesivo tecidual para aproximação das bordas adjacentes da pálpebra, ou pela 
realização de suturas Lembert invertidas como mostra a figura 10 (FOSSUM 2007). 
 
FIGURA 10 – PREGUEAMENTO PALPEBRAL COM ENTRÓPIO 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.273. 
 
 A manutenção da posição normal deve ser de 10 a 20 dias para resolver 
efetivamente a reversão. Nos casos mais graves e em animais adultos, é necessária 
a ressecção da pele para correção do entrópio. Em casos extremos é indicada a 
ritidectomia estrelada para remover a pele da região dorsal da cabeça. Podem ser 
associadas também adaptações do método de Hotz-Celcius, ou métodos de 
pinçamento, como está ilustrado em seguida (FOSSUM, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 11 – MÉTODO DE HOTZ-CELSUS 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.274. 
 
 Quando a inversão do canto lateral é a responsável pelo entrópio, uma 
modificação em flecha do método de Hotz-Celcius, através de uma ressecção em 
forma de V, é a mais indicada. Figura 12 (FOSSUM, 2007). 
 
FIGURA 12 - MÉTODO DE HOTZ-CELSUS MODIFICADO 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.274. 
 
Outra opção para o cirurgião é a correção em Y para V, como demostra a 
figura 13 (FOSSUM, 2007). 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 13 – CORREÇÃO EM Y PARA V 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.275. 
 
A tarsorrafia lateral permanente é uma técnica auxiliar no tratamento do 
entrópio amplamente utilizada. Consiste na justaposição da pele apósa excisão das 
bordas, de acordo com o tamanho do entrópio (Figura 14). 
 
FIGURA 14 – TARSORRAFIA LATERAL 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.275. 
 
 
9.3 ECTRÓPIO 
 
Ectrópio é a eversão total ou parcial da pálpebra, permitindo assim a 
exposição do tecido conjuntival. Pode ser primário, secundário, ou ainda classificado 
de acordo com as formas clínicas (CRUZ; CHAHUD; GUIMARAES, 1997; GELATT, 
2003; SLATTER, 2007): 
 
a) Congênito 
b) Iatrogênico 
c) Paralitico 
d) Cicatricial 
e) Mecânico 
 
O ectrópio primário, ou de desenvolvimento, sempre envolve a pálpebra 
inferior e é uma característica de raças como o São Bernardo, Dog Alemão, Terra 
Nova, Bull Mastiff, Basset Hound e das raças Spaniel. Ectrópio discreto nestas raças 
pode ser uma característica de padrão racial, entretanto a correção cirúrgica é 
sempre indicada (GELATT, 2003). 
O ectrópio secundário por sua vez, pode ser adquirido secundariamente a 
uma formação de tecido cicatricial, por flacidez da fissura palpebral, podendo estar 
associado a acentuado euribléfaro e deficiência do músculo retrator lateral. Já o 
ectrópio adquirido de ambas as pálpebras pode ser decorrente de trauma, formação 
cicatricial resultante de inflamação crônica, flacidez do músculo orbicular do olho ou 
dano no nervo palpebral, além de que o ectrópio pode resultar iatrogenicamente de 
uma correção de entrópio exagerada. (BIRCHARD&SCHERDING, 2003; FOSSUM, 
2007). 
 
 
9.3.1 Técnicas reconstrutivas 
 
Assim como no tratamento cirúrgico do entrópio, para reparar cirurgicamente 
o ectrópio deve-se selecionar a técnica reconstrutiva baseando-se na espécie 
animal, gravidade e posição da anormalidade, devendo-se levar em consideração 
que os índices de sucesso com menores complicações necessitam de trauma 
tecidual mínimo, ressecção tecidual acurada e boa hemostasia. As úlceras e 
conjuntivite devem ter o tratamento iniciado antes do procedimento cirúrgico 
(FOSSUM, 2007). 
Quando o paciente apresentar discreto ectrópio, a técnica da trepanação é de 
comum aplicação. A técnica consiste na utilização de um perfurador de biópsia de 
pele (5 a 7 mm) para retirar um ou mais círculos pequenos de pele e posterior 
justaposição das bordas da pele com dois ou quatro pontos de sutura, de modo que 
a linha de sutura seja perpendicular à pálpebra (Figura 15) (FOSSUM, 2007). 
 
FIGURA 15 - TREPANAÇÃO 
 
FONTE: FOSSUM, 2007, p.277. 
 
Em casos leves a moderados, o cirurgião tem a alternativa da ressecção em 
cunha, onde o tamanho da cunha deve ser ligeiramente menor que a extensão da 
pálpebra encurtada e a correção prevista como uma correção adicional de 0,5 a 1 
mm, que ocorre com a fibrose. Pode ser aplicada também, nestes casos, a técnica 
de Kuhnt-Hembolt, que é a ressecção da parte central da pálpebra e requer uma 
divisão extensa da pálpebra, ao longo da linha cinzenta, para uma profundidade de 
aproximadamente 10 a 15 mm para remoção de um fragmento triangular da camada 
tarsoconjuntival (GELATT, 2003). Ambas as técnicas encurtam a pálpebra, mas a 
instabilidade do canto lateral pode levar à instabilidade e recidiva do ectrópio 
(FOSSUM, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 16 – RESSECÇÃO EM CUNHA 
 
FONTE: FOSSUM, 2007, p.278. 
 
Pode ser aplicada também uma correção V para Y, principalmente para 
ectrópios cicatriciais e excisão de tumores. É extremamente relevante para o 
tratamento de lesões com ampla contratura cicatricial. Vale ressaltar que este 
método não encurta a margem palpebral (Figura 17) (FOSSUM, 2007). 
 
 FIGURA 17 – CORREÇÃO EM V PARA Y 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.278. 
 
 Resultados excelentes são rotineiramente obtidos através da utilização da 
técnica de Kuhnt-Szymanowski modificado, isto porque reduz o risco de cicatriz da 
margem da pálpebra e de dano aos cílios ou às glândulas meibomianas (GELATT, 
2003; FOSSUM, 2007;). Esta técnica está descrita na figura 18. 
 
FIGURA 18 – MÉTODO DE KUHNT-SZYMANOWSKI MODIFICADO 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.279. 
 
 
9.4 ENTRÓPIO E ECTRÓPIO COMBINADOS 
 
A combinação de entrópio e ectrópio é alcançada através da soma de fatores 
variáveis, na qual o comprimento excessivo da fissura palpebral é o mais 
significante, juntamente com ectrópio central das pálpebras inferiores, como ilustra a 
figura 19 (GELATT, 2003; SLATTER, 2007). 
 
 FIGURA 19 – ENTRÓPIO E ECTRÓPIO COMBINADOS 
 
 FONTE: GELATT, 2003, p.61. 
 
 
9.4.1 Técnicas Reconstrutivas 
 
A correção efetiva requer a consideração de dois fatores: redução do 
comprimento palpebral e estabilização do canto lateral. Para estabilizar o canto 
lateral, a cantoplastia de Wyman utiliza pedículos do músculo orbicular do olho, 
mimetizando assim a ação do músculo retrator lateral e aderir à fissura palpebral ao 
arco zigomático para reconstruir o grau de retração lateral. Uma excisão da pele em 
forma de C no canto lateral, com os braços deste C estendendo-se ao longo das 
margens palpebrais laterais, tem por objetivo abordar o orbicular do olho e corrigir o 
entrópio em fechamento (GELATT, 2003). 
Já segundo Fossum (2007), a blefaroplastia lateral, combinando a técnica de 
Hotz-Celcius para entrópio, com a criação de um ligamento lateral do músculo 
orbicular do olho, é a mais indicada nestes casos. 
 
FIGURA 20 – BLEFAROPLASTIA LATERAL 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.280. 
 
A Y e V plastia podem ser uma alternativa viável para esta ressecção da pele 
em forma de C. Nesta técnica o cirurgião deve basear os pedículos do músculo no 
canto lateral e rotacioná-los 180°, fixando-os por sutura ao periósteo do osso 
zigomático (GELATT 2003). 
A cantoplastia de Kuhnt-Szymanowski, modificada por Bedford, reconstrói a 
fissura palpebral de modo mais curto, sustentada pelo canto lateral ao tecido da 
pálpera inferior transposto, através de uma separação e ressecção adicionais da 
pálpebra superior. Esta, por sua vez, é dividida ao longo da linha cinzenta até uma 
profundidade de 10 mm para reconstruir as camadas de pele e músculo anterior, 
bem como a tarsoconjuntival posterior. A quantidade de pálpebra a ser encurtada 
corresponde ao comprimento desta divisão, e a parte lateral da camada de pele e 
músculo é então removida por uma ressecção triangular, como corte de tesoura, 
liberando e correndo dentro da extremidade distal da incisão facial vertical original. A 
camada de pele e músculo da pálpebra inferior é então transposta dentro deste 
defeito na pálpebra superior sobrepondo a camada tarsoconjuntival. Alguns cães 
podem necessitar de ressecção subsequente da pele da cabeça para otimizar o 
resultado (GELATT, 2003). 
A técnica é denominada Ritidectomia, ou “face lift”, que envolve a remoção de 
porção da pele facial cervical dorsal, com o intuito de elevar as fissuras palpebrais 
para a posição normal, permitindo assim a exposição do bulbo. Durante a 
ritidectomia, a pele é removida da área cervical dorsal através de uma incisão na 
linha média, correndo do canto medial até a crista da nuca (GELATT, 2003). 
 
 
9.5 NEOPLASIAS PALPEBRAIS 
 
As pálpebras são comumente afetadas por neoplasias, principalmente em 
cães idosos. Além da preocupação estética, essas neoplasias palpebrais provocam 
irritação do nervo trigêmio, acompanhada de lagoftalmo, hemorragia e podem ter 
caráter maligno, sendo fundamental a intervenção cirúrgica nestes casos (GELATT, 
2003). 
A tabela 1 a seguir demonstra a classificação histogênica e a frequência dos 
tumores palpebrais nos cães:TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO HISTOGÊNICA E FREQUÊNCIA DOS TUMORES PALPEBRAIS 
NOS CÃES 
Adenoma Sebáceo 28,7 - 60% 
Papiloma Escamoso 10,6 – 17,3 % 
Adenocarcinoma Sebáceo 2 – 15,3% 
Melanoma benigno 12,9 – 17,6% 
Melanoma maligno 2,8 – 7,9% 
Histiocitoma 1,6 – 3,5% 
Mastocitoma 1 – 2,5 % 
Carcinoma Basocelular 1,2 – 2,5% 
Carcinoma Epidermóide 1 – 2% 
Todos os outros 1 – 5% 
 FONTE: GELATT, 2003, p.69. 
 
9.5.1 Técnicas reconstrutivas 
 
As neoplasias de pele da pálpebra são excisadas como os tumores de 
qualquer lugar do corpo, com uma incisão elíptica ou circular. Defeitos de pele e de 
espessura parcial também podem ser reconstruídos utilizando-se retalhos do tipo Z-
plastia, transposicional, pedicular, avançado e rombo. Entretanto, neoplasias com 
envolvimento superior a um terço do comprimento da margem palpebral requerem 
retalhos avançados para a reconstrução. São alternativas: um retalho avançado de 
pedículo único e um retalho lábio-para-pálpebra (FOSSUM, 2007). 
 
 FIGURA 21 – RESSECÇÃO DE MASSA PALPEBRAL 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.287 
FIGURA 22 – RECONSTRUÇÃO DA MARGEM PALPEBRAL 
 
 FONTE: FOSSUM, 2007, p.287. 
 
A incisão semicircular no canto lateral para avançar centralmente na lateral da 
pálpebra inferior ou superior pode ser alternativa. Outros retalhos, incluindo 
rotacional, Z-plastia, alça de balde e retalho de pálpebra cruzada podem ser 
utilizados para reconstrução. Pode-se utilizar ainda um retalho lábio-para-pálpebra 
para reparar grandes defeitos criados pela remoção da neoplasia. Este retalho pode 
ser utilizado para repor parte ou totalidade da pálpebra inferior e pode ser 
modificado para reconstruir a pálpebra superior (GELATT, 2003). 
 
 FIGURA 23 – RECONSTRUÇÃO LÁBIO – PARA - PÁLPEBRA 
 
FONTE: FOSSUM, 2007, p.288. 
10 MATERIAIS DE SUTURA E INSTRUMENTAL ESPECÍFICO 
 
Os instrumentos cirúrgicos devem ser delicados, podendo ser utilizados os 
instrumentos de macrocirurgia, de menores dimensões, ou instrumentos de 
microcirurgia. É importante a caixa cirúrgica conter uma pinça de Bishop-Harmon 
para a pele e conjuntiva, um cabo de bisturi nº 4 para estabilizar a pele durante a 
incisão e um cabo de bisturi nº 3 para lâmina nº 15, para a realização da incisão. 
Além disso, é útil possuir uma tesoura de tenotomia de Stevens para efetuar uma 
dissecção precisa, bem como um porta-agulhas de microcirurgia para permitir a 
manipulação delicada da agulha do fio 6-0 (DELGADO, 2005). 
Um perfurador de biópsia de pele pode ser usado quando o ectrópio acomete 
apenas uma pequena área (FOSSUM, 2007). 
 
FIGURA 24 – MATERIAL CIRÚRGICO 
 
Da esquerda para a direita: cabo de bisturi nº 3, tesoura de córnea de Castroviejo, pinça de Utrata, 
tesoura de tenotomia de Stevens, pinça Collibri, pinça de Bishop-Harmon e porta-agulhas de 
Castroviejo. FONTE: DELGADO, 2005. 
 
 
11 CONSIDERAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 
 
 Fossum (2007) afirma que deve-se recuperar o animal calmamente 
para prevenir trauma ao local cirúrgico, além de proteger a área após a cirurgia pela 
colocação de um colar restritor (colar elizabetano). Fornecer analgésicos, conforme 
a necessidade, pelos primeiros dois a três dias, aplicar antibióticos e 
corticosteroides, topicamente, após a cirurgia. Usar antibióticos e midriáticos se 
houver ulceração de córnea. Medicar a conjuntivite bacteriana secundária com 
antibióticos tópicos (sem esteroides). Espera-se, no pós-operatório, um edema 
mínimo, o qual deve se resolver em 48 horas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 RELATO DE CASO 
 
No dia 20 de agosto de 2012, foi atendido no HVSM um paciente da espécie 
canina e da raça Basset Hound, fêmea, de três anos e sete meses de idade, 
pesando 40,7Kg, apresentando distiquíase, lagoftalmia, epífora e conjuntivite 
bilateral. A paciente foi atendida pelo veterinário especialista Ricardo Maia, o qual 
constatou tratar-se de uma afecção palpebral de caráter congênito passível de 
correção cirúrgica. O presente caso foi o escolhido para ser relatado. 
Ao exame oftalmológico inicial observou-se irritação ocular, ceratite 
superficial, espessamento e hiperemia conjuntival. Estas alterações eram devido a 
um entrópio bilateral da pálpebra superior, com inversão da margem ao longo de 
toda a sua extensão, permitindo o contato dos cílios com a superfície ocular. 
 O animal apresentava ainda transtornos da dinâmica palpebral, além da 
visualização de entrópio superior, havia ectrópio inferior bilateral e anomalia das 
margens ciliares, como a distiquíase. 
A combinação de entrópio e ectrópio inferior, bilateral, caracteriza a doença 
de “diamond-eyes” a qual se faz necessária a correção cirúrgica das pálpebras. 
Como preparo do paciente para a correção cirúrgica foi instituído a limpeza 
dos olhos com solução fisiológica e o uso de sulfato de tobramicina colírio sendo 
instilada 01 gota em cada globo ocular, a cada oito horas, associado ao uso de 
Epitezan® pomada oftálmica todas as noites, num total de quatro dias que 
antecederam o procedimento cirúrgico. 
Após esses quatro dias, o paciente foi submetido a jejum hídrico e alimentar 
de oito horas para posterior sedação realizada com meperidina (5mg/kg de peso 
corpóreo) por via intramuscular, e após 15 minutos, indução com propofol (5mg/kg 
de peso corpóreo), por via intravenosa. A manutenção anestésica foi feita com 
isoflurano, por meio de vaporizador calibrado com fluxo diluente de 50ml/Kg/min de 
oxigênio a 100%, por via inalatória, utilizando-se um circuito anestésico com 
reinalação parcial dos gases. 
As técnicas utilizadas foram a Ritidectomia, ou “face lift”, devido a quantidade 
de pele sobressaliente dorsalmente aos olhos, o método de Hotz-Celcius, ou 
métodos de pinçamento, para correção do entrópio e a técnica de Kuhnt-
Szymanowski modificado para correção do ectrópio. 
 
FIGURA 15 – PACIENTE PORTADOR DE ENTRÓPIO E ECTRÓPIO COMBINADOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal. 
 
Durante o pré-operatório a paciente fora depilada cuidadosamente na área ao 
redor dos olhos, até a porção média da cabeça e feita a antissepsia com álcool 70% 
e clorexidine 2%. Com o paciente em decúbito ventral, a quantidade de pele a ser 
removida foi estimada sempre avaliando as áreas de tensão. Foi realizada uma 
incisão elíptica transversal na altura das orelhas, a pele foi então dissecada com o 
auxílio de uma tesoura romba. A plástica cutânea foi realizada com absorvível 6-0 e 
a pele foi fechada com o uso de fio de nylon 2-0, em pontos interrompidos. Essa 
técnica é denominada de ritidectomia. 
Para a correção do entrópio e ectrópio, o paciente foi posicionado em 
decúbito lateral e os instrumentos cirúrgicos utilizados eram delicados, foram usados 
instrumentos de macrocirurgia de menores dimensões e alguns instrumentos de 
microcirurgia. O fio usado para as suturas foi 6-0 absorvível. 
No que diz respeito às técnicas utilizadas, serão feitas breves considerações 
de ordem prática. A técnica de Hotz-Celsus consiste na exérese de uma fatia de 
pele com o formato de meia-lua, e para tal usa-se um cabo de bisturi nº 4 colocado 
abaixo da pálpebra para estabilizá-la. Pode-se delinear a quantidade de pele a 
excisar esmagando-a com uma pinça hemostática, mas esse procedimento 
traumatiza o tecido e aumenta o edema. A hemorragia que se segue a seguir ao 
corte deve ser controlada por pressão digital ou com pinças hemostáticas. Não se 
pode utilizar electrocautério nem bisturi elétricodevido ao risco de fibroses ou 
cicatrizes secundárias. A primeira incisão é paralela à margem palpebral a 2 mm de 
distância, o que ajuda a evertê-la. A segunda incisão é em forma meia-lua 
crescente, devendo nas extremidades reunir-se com a primeira. A meia-lua de tecido 
removida com disseção cuidadosa, não atingindo a conjuntiva. Usa-se um fio 4-0 a 
6-0, de acordo com o tamanho do animal, para obter uma cicatriz o mais 
imperceptível possível. O primeiro ponto é colocado no meio da incisão para 
distribuir a pele de modo igualitário. Os pontos realizados são do tipo “split-
thickness”, ou seja, a agulha entra na pele a 1-2 mm do bordo da ferida, sai ao nível 
da junção derme-epiderme, entra ao nível da junção derme-epiderme e sai a 1-2 mm 
do bordo da ferida. Os pontos ficam afastados 2 a 3 mm entre si, de forma a 
possibilitar uma cicatrização perfeita e evitar cicatrizes inestéticas. 
Na técnica de Hotz-Celsus modificada para o entrópio lateral superior e 
inferior, a incisão prolonga-se para além do canto lateral, ficando com o formato de 
uma seta. O encerramento da incisão vai corrigir a blefarofimose, devendo o primei-
ro ponto ser colocado no extremo lateral da incisão, em forma de seta, e seguindo 
os mesmos procedimentos que para a técnica de Hotz-Celsus simples. 
Na blefaroplastia de Stades realiza-se a exérese de uma porção de pele de 
10 a 15 mm de largura com origem ao nível do tarso, fazendo mesmo a ablação dos 
cílios. A incisão começa a 2 a 4 mm do canto medial, prolonga-se ao longo de toda a 
pálpebra superior e termina a 5 a 10 mm do canto lateral. A porção de pele 
resultante é retirada com a ajuda de tesoura de tenotomia de modelo Stevens. 
Sutura-se com um fio reabsorvível a cerca de 2-3 mm da margem palpebral, 
utilizando para tanto fio de ácido poliglicólico 3-0 com agulha atraumática. O restante 
de tecido cicatriza por segunda intenção, o que ajuda a everter a margem palpebral. 
Esta técnica também pode ser utilizada para a resolução de distiquíases 
exuberantes. 
A cantoplastia de Kuhnt-Szymanowski, modificada por Bedford, que fora 
aplicada, reconstrói a fissura palpebral de modo mais curto, sustentada pelo canto 
lateral ao tecido da pálpera inferior transposto, através de uma separação e 
ressecção adicionais da pálpebra superior. Esta, por sua vez, é dividida ao longo da 
linha cinzenta até uma profundidade de 10 mm para reconstruir as camadas de pele 
e músculo anterior, bem como a tarsoconjuntival posterior. A quantidade de pálpebra 
a ser encurtada corresponde ao comprimento desta divisão, e a parte lateral da 
camada de pele e músculo é então removida por uma ressecção triangular, como 
corte de tesoura, liberando e correndo dentro da extremidade distal da incisão facial 
vertical original. A camada de pele e músculo da pálpebra inferior é então transposta 
dentro deste defeito na pálpebra superior sobrepondo a camada tarsoconjuntival. 
Alguns cães podem necessitar de ressecção subsequente da pele da cabeça para 
otimizar o resultado 
 
FIGURA 26 – SEQUENCIAL DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO 
 
 
 
A 
 
 
 
 
 
 
 
 
A) Início da incisão; B) Quantida
 
No período pós-operatório im
correção excessiva, devido ao grand
cirúrgicas palpebrais. No entanto, à
possível avaliar o resultado estético 
cirurgia, já se pode concluir se foi be
 
 
 
 
B 
de de pele excisada; C) Sutura. Fonte : Arq
ediato é comum parecer que se r
e edema que caracteriza todas as 
 medida que o edema vai desap
da intervenção realizada, e aos oito
m sucedida. 
 
C 
uivo pessoal 
ealizou uma 
intervenções 
arecendo, é 
 dias após a 
O paciente permaneceu internado durante cinco dias por opção do 
proprietário, o que favoreceu os cuidados pós-operatórios e o sucesso do 
procedimento, uma vez que foram realizadas várias suturas na face, e por ser um 
local facilmente exposto a autotraumatismos e sujeito à deiscência dos pontos. A 
paciente foi monitorada de maneira intensiva e utilizou rigorosamente o colar de 
restrição. As feridas cirúrgicas eram limpas de três a cinco vezes por dia com 
solução salina e clorexidine 2%. 
Durante o período de internamento foram administrados analgésicos, como o 
cloridrato de tramadol na dose de 3mg/kg a cada oito horas, via oral durante três 
dias e o meloxicam 0,1mg/Kg, via oral, a cada 24 horas, durante sete dias. Como 
antibioticoprofilaxia foi utilizado enrofloxacina 5mg/kg, por via oral,a cada 24 horas, 
durante dez dias. Para uso ocular foi utilizado um antibiótico tópico de tobramicina 
sob a forma de colírio, quatro gotas a cada seis horas sobre os pontos. 
Como a pele palpebral cicatriza rapidamente devido à sua abundante 
vascularização, os pontos foram retirados com dez dias de pós-operatório. 
 
 
FIGURA 29 – CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal 
 
Os resultados obtidos foram excelentes, uma vez que a paciente não 
apresentou mais quadros de conjuntivite, até o fim do estágio, e teve suas pálpebras 
reconstruídas com sucesso. 
 
13 CONCLUSÃO 
 
 
 O principal objetivo do estágio curricular obrigatório é fornecer ao estagiário a 
vivência real e prática do mercado atual, além do acesso às tecnologias disponíveis 
e empregáveis em seu campo de trabalho, contribuindo assim para o aprimoramento 
dos conhecimentos técnico-científicos adquiridos durante a vida acadêmica. 
A cuidadosa revisão de literatura sobre a importância das cirurgias 
reconstrutivas, dando ênfase às cirurgias reconstrutivas em pacientes portadores de 
afecções palpebrais, permitiu o aprendizado de técnicas e manobras cirúrgicas que 
visam restabelecer a integridade funcional e cosmética do animal, melhorando 
assim, sua qualidade de vida. 
 Vale ressaltar que o foco do estágio supervisionado é, sem dúvida, o de 
deixar bem claro ao formando que, ao concluir esta etapa acadêmica, deve buscar 
cada vez mais aprimoramento para sua efetiva capacitação ao mercado profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
AMALSADVALA.T.SWAIN,S.F. Management of hard-to-heal wounds.Veterinary 
Clinics of North America Small Animal Practice [S.I.]v36,n:4.p.693-711,2006 .

Continue navegando